Title | 3.1. A Integração Europeia e as suas Implicações - Módulo 9 |
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Author | Joana Silva |
Course | História A |
Institution | Ensino Secundário (Portugal) |
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A Integração Europeia e as suas ImplicaçõesEm 1 de janeiro de 1986, juntamente com a Espanha, Portugal integra-se na Comunidade Económica Europeia.As consequências da integração refletir-se-ão na vida económica, social, política e cultural do país, tendo como pano de fundo a dinâmica acelerada da gl...
A Integração Europeia e as suas Implicações Em 1 de janeiro de 1986, juntamente com a Espanha, Portugal integra-se na Comunidade Económica Europeia. As consequências da integração refletir-se-ão na vida económica, social, política e cultural do país, tendo como pano de fundo a dinâmica acelerada da globalização.
A evolução económica O impacto imediato da integração
A integração na CEE segue-se a um período particularmente difícil para os Portugueses. Permaneciam ainda focos de tensão política alimentados pelas dificuldades económicofinanceiras: As elevadas taxas de juros A forte inflação que consumia os salários O desemprego O escasso desenvolvimento tecnológico As carências na rede de comunicações Porém, em 1986 os ventos de mudança sopraram. A integração na CEE proporciona a Portugal vantagens assinaláveis. Chegam apoios de ordem técnica e, sobretudo, um largo afluxo de capitais no âmbito dos Fundos Estruturais e, posteriormente, dos Fundos de Coesão, destinados a aproximar o país dos níveis de desenvolvimento dos outros parceiros da Comunidade.
O impacto dos fundos comunitários faz-se sentir nos anos posteriores a 1986: As infraestruturas desenvolvem-se e modernizam-se com um vasto programa de obras públicas Cresce o peso do comércio com os países da CEE As exportações aumentam, em volume e valor acrescentado Ampliam-se marcadamente o grau de abertura da economia portuguesa O défice da balança de transações correntes diminui O produto interno bruto (PIB) cresce significativamente Ocorre uma progressiva terciarização da sociedade Melhora a produtividade do trabalho Desce a taxa de desemprego e ascende o nível das remunerações Melhoram as regalias sociais, como pensões e subsídios Expande-se o ensino Melhoram os índices de desenvolvimento humano (IDH), nomeadamente com a descida acelerada da mortalidade infantil Aumenta o bem-estar e expande-se o consumo privado, o que denota os progressos no nível de vida Os desafios dos anos 90
A década de 90 abre-se com novos desafios para os países comunitários. O Tratado de Maastricht (1992) define as condições de integração da União Económica e Monetária, tendo em vista a adoção da moeda única. Portugal vê-se obrigado ao cumprimento dos critérios de convergência, que passam pela redução das taxas de juro, pela desinflação e pelo rigoroso controlo das receitas e despesas. Os esforços são premiados e Portugal integra o grupo que adere à moeda única em 1999 – o euro. Ainda na década de 90, o mundo confronta-se com a queda do Bloco soviético. Da Europa transitam verbas para a reconstrução dos países europeus orientais que aderem à economia de mercado. Num mundo cada vez mais competitivo, Portugal prossegue o seu programa de modernização. O Estado procede à privatização de empresas, o que lhe proporciona receitas adicionais Verifica-se um boom na concessão de crédito – dirigido para os setores da habitação e dos serviços A Bolsa de valores anima a economia O setor terciário explode, com a proliferação das grandes superfícies
comerciais, das telecomunicações, a expansão bancária e os progressos da informatização O investimento em infraestruturas continua uma aposta forte (telecomunicações, autoestradas, redes de gás, eletricidade, abastecimento de água) Grandiosos projetos de obras públicas – ponte de Vasco da Gama – atestam o desenvolvimento do país na segunda metade da década de 90 O aumento do poder de compra da população não deve fazer esquecer os pontos fracos da nossa economia. A agricultura e a pesa sofrem um declínio Recebem investimentos comunitários, mas não suportam a concorrência europeia Quanto à indústria, parece ser o elo fraco Beneficia do investimento de algumas multinacionais – fábrica AutoEuropa – mas a concorrência dos novos mercados, onde a mão de obra é mais barata, não permite consolidar uma indústria competitiva As dificuldades do terceiro milénio
Ao entrar no terceiro milénio, Portugal enfrenta uma conjuntura difícil. Assiste ao recrudescimento do terrorismo Acusa os efeitos da quebra económica norte-americana e da recessão mundial relacionada com a crise dos mercados financeiros em 2008 Neste contexto, a economia evolui desfavoravelmente. Encerram-se empresas que não resistem à crise enquanto as transnacionais deslocalizam as suas filiais O desemprego acelera-se O crescimento anual médio do PIB regride O país mostra-se pouco concorrencial na oferta de bens, mantendo-se a balança comercial deficitária A dívida pública, impulsionada pelo acréscimo das despesas e pela acumulação dos défices orçamentais, conhece um aumento explosivo. Isto leva Portugal a solicitar um resgate financeiro em 2011 Até 2014, o país cumpre um rigoroso programa de contenção orçamental ditado pelo FMI e pela União Europeia – a chamada troika. Nestes anos difíceis, Portugueses confrontam-se:
os
com falências de empresas e instituições bancárias
com o agravamento do desemprego com a degradação das condições de vida com o crescimento da emigração
As transformações demográficas, sociais e culturais Desde a integração de Portugal na CEE, a paisagem humana do país regista acentuadas alterações: A melhoria das condições de vida e dos cuidados de saúde concorrem para o aumento da esperança média de vida e do fluxo imigratório A população não para de envelhecer Portugal adquire uma atratividade jamais conseguida, tornando-se, desde os anos 90, o porto de abrigo para populações oriundas dos países lusófonos, do Brasil e do Leste europeu. Já no terceiro milénio, o país confronta-se com o empreendedorismo da comunidade chinesa nas lides do comércio. Nos anos 2000, o fluxo imigratório abranda ao invés da emigração que cresce com a conjuntura de recessão económica. Ao entrar-se na segunda década, o saldo migratório para a ser novamente negativo. Por sua vez,
a natalidade acentuada
desce
de
forma
A sociedade portuguesa apresenta-se hoje mais aberta do que na altura da integração na CEE: A mobilidade ascensional acentuou-se e as barreiras entre os grupos sociais esbateram-se O papel da mulher ganha protagonismo: o seu nível de instrução suplementa o dos homens A tradicional família recua, em virtude dos divórcios, das uniões das famílias monoparentais, dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo. A relação homem-mulher democratiza-se e o clima familiar é cada vez mais tolerante para com os filhos, cada vez mais escolarizados Ao iniciar-se o terceiro milénio, os Portugueses usufruem de um nível de vida superior. Tal fica patente na posse de bens, como casa própria, automóvel, apetrechos eletrónicos, consumo de livros e revistas, espetáculos e no cuidado com a condição física.
A consolidação da democracia Com a integração de Portugal na CEE, o país entendia melhor preservar as jovens instituições democráticas. Desde a integração europeia que o percurso democrático português se faz sem sobressaltos de maior.
Criação de teias e vínculos essenciais ao fortalecimento da sociedade democrática: O contacto estreito com modelos e padrões de intervenção pública comuns aos países europeus A convivência entre os políticos de múltiplos países com sólidas tradições de democracia O contacto de instituições homólogas Os acordos Os compromissos Por estes motivos, merecendo a confiança dos parceiros comunitários e do mundo, Portugal usufrui de prestígio democrático: As instituições de representação nacional funcionam com toda a normalidade, legitimadas pelo voto popular Há liberdade e tolerância Não há portugueses exilados, deportados nem refugiados Não há presos políticos
Acontecimentos que confirmam o prestígio democrático do país: Em junho de 2004, o primeiro-ministro português, Durão Barroso foi convidado para presidir aos destinos da União Europeia
Em 2005, o ex-primeiro ministro António Guterres foi convidado para presidir ao Alto-Comissariados das Nações Unidas para os Refugiados A assinatura do Tratado de Lisboa, em 2007...