6. Alça de Henle e Néfron distal - 04 PDF

Title 6. Alça de Henle e Néfron distal - 04
Course Microbiologia  
Institution Universidade de Cuiabá
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Resumo completo da aula...


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AULA 6 – Alça de Henle e Néfron distal ALÇA DE HENLE Possui um ramo fino descendente (medular), ramo fino ascendente (medular) e ramo espesso (medular e cortical). EPITÉLIO: recebem o nome de ramo fino ou grosso pela espessura das células. A alça fina é formada por uma monocamada de células epiteliais planas (poucas mitocôndrias e bomba Na+K+ ATPase). A alça espessa possui células epiteliais altas e cuboides, mas sem as vilosidades do túbulo proximal. MECANISMOS DE TRANSPORTE: RAMO FINO DESCENDENTE + Reabsorve 20% da água filtrada. Transporte é passivo, transcelular (aquaporinas) e paracelular. Ocorre por que existe um gradiente osmótico, há uma osmolaridade progressiva do interstício no sentido do córtex a medula. + Baixos níveis de transporte de solutos, quase exclusivamente passivo e paracelular. Isso ocorre devido à baixa atividade metabólica dessas células. RAMO FINO ASCENDENTE + Epitélio impermeável à água (não tem aquaporinas). + Reabsorção passiva e paracelular de Na+ e Cl-. + Secreção passiva de ureia para o interior do túbulo. RAMO ESPESSO: Reabsorção de NaCl: metade do Na+ é transportado pela via paracelular e outra pela transcelular. + Via transcelular: depende do gradiente criado pelas bombas Na+K+ATPase. Os íons Na+, K+ e 2Cl- entram por cotransporte na membrana apical. O Na+ também pode sair do túbulo por cotransporte com H+. O Na+ sai para o interstício pela bomba. O K+ sai por canais vazantes na membrana apical (secreção) e na basolateral (reabsorção). O Cl- sai por canal vazante na membrana basolateral. O H+ é originado da reação com a anidrase carbônica, portanto, como no túbulo proximal, há secreção de H+ e reabsorção de bicarbonato. + Via paracelular: o simporte Na+/K+/2Cl- é neutro do ponto de vista elétrico. Entretanto, junto com o canal de vazamento de K+, há um maior transporte de carga negativa do que positiva para dentro da célula, criando uma diferença de potencial transepitelial de aproximadamente +10mV. Essa diferença permite o transporte passivo de cargas positivas (Na+, K+, Ca2+, Mg2+) pela via paracelular. Obs: furosemida (lasix): fármaco diurético que bloqueia o cotransportador Na +/K+/2Cl- por ocupar um dos sítios de ligação (Cl-). Impermeabilidade a água: aquaporinas não estão presentes.

NÉFRON DISTAL E DUCTO COLETOR REGIÃO DA MÁCULA DENSA: limite entre o ramo espesso e o túbulo contorcido distal. TÚBULO CONTORCIDO DISTAL: segmento cortical. Nathalia Crosewski – 2013.2

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EPITÉLIO: cuboide com atividade metabólica significativa. TRANSPORTES: pela via transcelular, a via para celular é pouco permeável a eletrólitos e água. Reabsorção de NaCl: depende do gradiente criado pela bomba Na+K+ATPase. O Na+ sai do túbulo por cotransporte com Cl- na membrana apical. O Cl- sai da célula por canal vazante na membrana basolateral. Obs: tiazídicos (hidroclorotiazida) são diuréticos que bloqueiam o cotransporte Na+/Cl-. Impermeabilidade a água: sem aquaporinas. TÚBULO CONECTOR E DUCTO COLETOR: o túbulo conector fica no córtex e conecta o túbulo contorcido distal. O ducto coletor começa no córtex e termina na medula (é comum a vários néfrons), podendo ser dividido em medular externo e medular interno usando como limite as alças dos néfrons superficiais. EPITÉLIO: esses dois trechos, ao contrário dos anteriores, possuem dois tipos celulares – células principais e células intercalares. Células principais: estão em maior número e são planas. No segmento conector podem ser chamadas de células conectoras. Células intercalares: células rugosas e com microvilosidades. MECANISMOS DE TRANSPORTE: Célula principal: + Reabsorção de Na+ e secreção de K+: a bomba Na+K+ATPase cria um gradiente. Na+ entra por canal na membrana apical (reabsorção). K+ sai da célula por canal na membrana apical (secreção) e na basolateral (reabsorção). - Amiloride: diurético que bloqueia canal de Na+. - Aldosterona: estimula o transporte de Na+ para dentro da célula. +Reabsorção de ânions: como poucos ânions (ex. Cl-) são reabsorvidos pela via transcelular em relação aos cátions, cria-se uma diferença de potencial transepitelial, ficando a luz tubular com -30 a -40mV. O que estimula a reabsorção de anions pela via paracelular. + Reabsorção de água: possui aquaporinas na membrana apical quando estimulada por ADH (depende da concentração do hormônio no plasma). Célula intercalar: eventualmente reabsorve K+. + Secreção de prótons e reabsorção de HCO 3-: o H+ é secretado através das bombas H+ATPase e H+K+ATPase. Entretanto, a H+K+ATPase (mesma família da do estômago) tem funcionalidade significativa somente quando o individuo precisa de potássio (reabsorção). REGULAÇÃO HORMONAL DOS MECANISMOS DE TRANSPORTE ALDOSTERONA: hormônio sintetizado no córtex da suprarrenal. É um mineralocorticoide, pois é uma esteroide que regula o transporte de sais nos rins. Nathalia Crosewski – 2013.2

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Receptores: encontrados ao longo do segmento distal do néfron (ramo espesso na alça de Henle, túbulo contorcido distal e ducto coletor). Novos estudos mostram que há receptores no túbulo proximal. Experimento: administração intravenosa de aldosterona, medindo-se Na+, Cl-, K+ e NH4+ na urina antes, durante (amarelo) e depois da administração. Observa-se que com a administração diminui a excreção de Na+ e Cl- (Cl- reabsorve junto com Na+) e aumenta a excreção de K+ (mais secreção) e NH4+ (NH3+ funcionando como um tampão, portanto mensura a secreção de H+). Ação: + Estimula a reabsorção de sal, ao estimular a Na+K+ATPase, aumentando o gradiente e a reabsorção de Na+. + Células principais: além de estimular a reabsorção de Na+ (aumenta o gradiente e a permeabilidade da célula) também estimula a secreção de K+ (pela Na+K+ATPase - aumentando concentração intracelular e pelo aumento da diferença de potencial transepitelial [-60mV] por mais Na+ saindo do túbulo). - Efeitos genômicos: a aldosterona (A) vem pela corrente sanguínea e chega a células principais, onde entra da célula por difusão (hormônio esteroide). No citosol encontra seu receptor (MR), formando o complexo MR-A, que migra para o núcleo e desencadeia uma série de alterações por síntese proteica (leva 1-12horas). Ações: 1. Inserção de bombas Na+K+ATPase na membrana basolateral. 2. Estimula a atividade funcional (cinética) das bombas por estimulo na produção de enzimas mitocondriais. 3. Estimula síntese e inserção na membrana apical de canais de Na+. - Efeitos não genômicos: estimula cinética da Na+K+ATPase sem necessidade de síntese de proteínas, mas sim por estimulo de segundo mensageiro (leva minutos). + Células intercalares: além de estimular a reabsorção de Na+ também estimula a secreção de prótons (estimula síntese e inserção de H+ATPase). PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL: pequeno (+ou- 20aa) sintetizado no átrio e ventrículo direito. Possui três formas – A, B e C. + Inibe a reabsorção de NaCl no ducto coletor medular. + Inibe a reabsorção de água estimulada por ADH no ducto coletor. URIDILATINA: da mesma família do peptídeo natriurético atrial (4aa diferentes). É um hormônio secretado pelo túbulo distal e ducto coletor. + Inibe a reabsorção de NaCl e água no ducto coletor medular. VASOPRESSINA (ADH/AVP): sintetizado no hipotálamo (núcleo supra-óptico e paraventricular) e armazenado na neuro-hipófise. Funciona como vasocronstritor e no rim - aumentando a permeabilidade do ducto coletor a água (células principais), estimulando a reabsorção de sal pelo ramo espesso da alça de Henle, aumenta a permeabilidade do ducto coletor medular interno a ureia. Ação na célula principal: ADH se liga um receptor específico na membrana basolatral, aumentando AMPc e PKA, o que estimula a síntese de aquaporina (AQP2) e estimula a exocitose para membrana apical de vesículas onde aquaporinas estavam armazenadas. Quanto maior a Nathalia Crosewski – 2013.2

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concentração de ADH, maior é a exposição de AQP2 na membrana apical. Entretanto, a capacidade de produção e exposição na membrana possui um máximo. + Presença na membrana dos túbulos: a membrana basal também possui aquaporinas (AQ3 e AQ4), entretanto sua presença na membrana não depende de hormônios (estão sempre lá). Apenas as que se inserem na membrana apical são dependentes de ADH. Aquaporinas: família de canais de água, sendo que mais de 10 já foram descritas. A 2 é a única estimulada por ADH. + Estrutura: proteínas tetraméricas (4 subunidades idênticas), com formação de quatro poros. + Disposição ao longo do néfron: - AQP1: do túbulo proximal ao ramo fino descendente da alça de Henle. Esta nas membranas apical e basolateral e é constitutiva (não modulada por hormônios). - AQP7: porção reta do túbulo proximal. É constitutiva. - AQP2, AQP3 e AQP4: no ducto coletor (células principais). AQ2 na membrana apical (ADH) e AQP3 e AQP4 na membrana basolateral (constitutivas).

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