Adaptação Celular - Patologia PDF

Title Adaptação Celular - Patologia
Course Patologia Geral
Institution Universidade de Passo Fundo
Pages 7
File Size 133.9 KB
File Type PDF
Total Downloads 39
Total Views 143

Summary

Matéria sobre adapt celular....


Description

ADAPTAÇÃO CELULAR: A célula normal vive em uma homeostasia, isto não significa que deva ser um estado com todas as condições totalmente favoráveis.  Algumas pessoas consideram que as alterações que o corpo humano vai sofrendo com o envelhecer são alterações adaptativas enquanto que alguns livros avaliam como um novo estágio de equilíbrio ou nova homeostasia. Adaptação Celular: mudanças reversíveis, estruturais e funcionais que são decorrentes de estímulos fisiológicos e patológicos. Cessado o estímulo, a célula possui a capacidade de voltar ao seu estado original. Isto não se aplica a alguns tipos de estímulos, principalmente se o estímulo for patológico nocivo e proveniente de microrganismos ou substâncias tóxicas prejudiciais.  No caso de metaplasia gástrica com causa etiológica na H.pilori. Ao erradicar a bactéria, a lesão não é revertida por completo. Lesão Celular: quando o estímulo é ultrapassado e a célula sofre lesão celular irreversível, seguindo para morte celular: necrose e apoptose. Nesta aula, estudamos o estágio de homeostasia, que por algum motivo sofre estresse, e passa por uma alteração adaptativa. As alterações adaptativas têm como finalidade gerar nova homeostase das células nos órgãos, tecidos. Como as células se adaptam nos seres humanos? 1) 2) 3) 4)

Hipertrofia Hiperplasia Atrofia Metaplasia

Hipertrofia e hiperplasia geralmente acontecem juntas. HIPERTROFIA: Aumento do volume celular com consequente aumento do órgão afetado. Esse aumento celular se dá às custas dos constituintes celulares (organelas, proteínas, síntese) com consequente aumento das funções celulares. Para que uma hipertrofia ocorra de maneira adequada, como ocorre o aumento de volume celular com consequente aumento de função celular, é necessário que o órgão tenha um suprimento sanguíneo adequado, inervação adequada mantendo a célula com uma integridade morfofuncional. Caso contrário, a via de lesão célula (necrose/apoptose) é prosseguida em vez de adaptação. A hipertrofia é dividida em dois subtipos básicos: Fisiológica: alterações que o ser humano sofre com o decorrer das fases da vida ou do estado (gravidez). Ocorre principalmente por estímulos hormonais em órgãos que possuem a sua função controle hormônio- dependentes e por fatores de crescimento.

 Hipertrofia uterina na gravidez. Por estímulo estrogênico, ocorre aumento na produção das proteínas das fibras musculares lisas do miométrio. É um modo de o corpo entrar em um novo estágio de homeostasia, pois o útero precisa crescer aumentando o volume celular com consequente aumento do órgão. Patológica: alterações ocorrem geralmente por estímulos por sobrecarga que resulta em aumento da força e da capacidade de trabalho.  Hipertrofia do miocárdio. É uma lesão altamente prevalente devido às diversas comorbidades e patologias que conduzem à hipertrofia do coração (como hipertensão arterial, valvulopatia). Há um estresse mecânico inicial, que age liberando fatores de crescimento para que possa ser superado.  Hipertrofia da musculatura da bexiga quando ocorre obstrução na saída da uretra masculina, sendo consequência da hiperplasia prostática. A bexiga precisa fazer mais força para expulsar a urina para que consiga passar pela uretra. Com um obstáculo na saída, o músculo da uretra hipertrofia.  Hipertrofia da musculatura esquelética, considerada patológica por ser de sobrecarga. Existe um limite, onde essa resposta é dita adaptativa, principalmente para a musculatura cardíaca; porém chega a um ponto que o aumento da massa não é mais compensatório e o coração exposto cada vez mais ao estresse mecânico gera alterações nas fibras miocárdicas. Isso faz com que as células percam a força e partem para o caminho da lesão celular, onde ocorrerá lise (quebra das fibras, perda dos elementos contráteis e morte dos miócitos). Com perda da função, instala-se o quadro de insuficiência cardíaca (caso o estímulo não seja diminuído no tempo certo). O coração fica com uma parede fina pela perda dos componentes intracelulares, perdendo a força de contração (lesão irreversível). HIPERPLASIA: Aumento do número de células de um órgão ou parte dele. Existe aumento das taxas de divisão celular ou um retardo na morte celular. Logo, há um aumento dos genes que aumentam a divisão celular ou retardo dos genes que levam às vias apoptóticas. Dependendo do tipo de tecido que estiver sendo exposto aos estímulos, poderá ou não estar acompanhada de hipertrofia. Ocorre aumento do peso e volume do órgão, ativa via intracelulares de estímulo à divisão celular. As mesmas condições fisiológicas citadas anteriormente são necessárias para que ocorra a hiperplasia: suprimento sanguíneo adequado e inervação. As células hiperplásicas não se multiplicam indefinidamente, pois cessado o estímulo, as células possuem capacidade de voltar ao normal. Porém em caso de lesão neoplásica, mesmo sendo benigna, cessando o estímulo, não possui qualidade adaptativa, ou seja, não possui a capacidade de voltar ao estado normal. Em adaptação, ainda há um controle do ciclo celular. A hiperplasia é dividida em dois subtipos clássicos:

Fisiológica: ocorre normalmente nos mesmos casos da hipertrofia, ou seja, com mudanças nos ciclos de vida humano (gravidez, ciclo menstrual) e em órgãos hormônio-dependentes ou que são altamente sensíveis aos fatores de crescimento com o decorrer do ciclo celular. A hiperplasia fisiológica ocorre em resposta a um aumento funcional do órgão ou em resposta a órgãos que são acometidos por ressecção e que respondam adequadamente à retirada de certo volume e que são guiados por fatores de crescimento:  Hiperplasia do estroma e das células epiteliais (glandular – endométrio) que acontece todo mês com as mudanças na secreção de estrógeno e progesterona do ciclo menstrual.  Hiperplasia nos lóbulos mamários (formando ácinos) durante a gestação.  Hepatectomia parcial: se o fígado for adequadamente ressecado, respeitando a musculatura e os limites de suprimento sanguíneo (arterial e venoso) e da drenagem da via biliar, ocorre uma adaptação do tipo hiperplasia compensatória funcional. Obedece aos limites arquiteturais do órgão atingido. Após a ressecção, deve sobrar 20% a 30% de fígado funcionante para realizar o metabolismo basal básico.  Hepatectomia por neoplasia ou acidente. Todas as adaptações celulares, por definição, quando retirado o estímulo, a célula possui a capacidade de voltar ao seu estado normal. A célula se adapta pra tentar manter a nova homeostasia do corpo como um todo. Patológica: por ação inadequada de hormônios e de fatores do crescimento. As alterações morfológicas e funcionais nos órgãos atingidos regridem se o estímulo for retirado. Esses mecanismos de proliferação celular ainda são controlados, não há um descontrole como visto na neoplasia. Porém, quando se lida com o aumento do número de células, aumento da taxa de divisão celular, se entra em um terreno de transformação neoplásica. As hiperplasias patológicas, por definição, são células mais suscetíveis a sofrerem transformações neoplásicas pelos estímulos aos quais estão expostas, mas principalmente, pela taxa de divisão celular aumentada. A hiperplasia patológica, que na grande maioria das vezes, é resposta a infecções virais e inflamações crônicas, possui vulnerabilidade a ter respostas inadequadas e essas células que estão expostas a estes estímulos nocivos são mais suscetíveis a mecanismos futuros de neoplasia por desregulação no ciclo celular.  Hiperplasia prostática benigna/ Hiperplasia nodular prostática: há um aumento da próstata como um todo e, além disso, há uma hipertrofia compensatória da musculatura da bexiga.  Hiperplasia de endométrio independente do ciclo menstrual, na menopausa. O crescimento das glândulas acontece às custas do tecido epitelial e há uma glândula do ladinho da outra, em vez da escassez que deveria ser apresentada em mulheres com a idade mais avançada. Mesmo a mulher estando na menopausa, o endométrio, por si só sofre divisão e aumenta o número de células, se tornando hiperplásico.  Hiperplasias decorrentes a infecções crônicas, a bactérias e principalmente de vírus são hiperplasias onde também há risco de desenvolvimento de neoplasia. Exemplo:

psoríase (hiperplasia da epiderme – aumento do número de ceratinócitos) e verruga vulvar (papiloma vírus humano causa hiperplasia dos ceratinócitos acompanhada com hiperplasia da camada córnea). ATROFIA: É a redução do tamanho de um órgão por redução do volume celular ou por número. Geralmente, acontece concomitantemente. Há uma diminuição na função celular. A atrofia da senilidade (diminuição de vários tecidos por inibição de fatores de crescimento, por serem órgãos hormônio-dependentes ou por diminuição do metabolismo basal) fica, por vezes, classificada como patológica. Mas a maioria dos livros traz a atrofia da senilidade, do envelhecimento, como fisiológico. Atrofia Fisiológica: As principais ocorrem:  No desenvolvimento embrionário, onde ocorre a perda ou substituição de estruturas.  No útero pós-parto: com a queda dos níveis hormonais, o útero se torna atrófico. Fica menor ainda na menopausa, com a queda dos níveis hormonais. Atrofia endometrial! Atrofia Patológica: Possui várias causas e assim, como as outras, levam a algum prejuízo. O corpo na tentativa de manter a homeostase atrofia. Causas: 1. Redução da carga de trabalho: Acontece com um paciente que fica acamado ou que fique com imobilização de algum membro por um tempo. Ocorre um desuso, e isso, principalmente para tecido muscular estriado esquelético, leva a uma atrofia. Isso percute com diminuição da massa óssea, ou seja, aumento da reabsorção óssea sem o adequado balanço entre a função do osteoclasto e do osteoblasto por desuso. Primeiro, ocorre uma diminuição das fibras e depois se segue para um caminho onde há morte celular programada, apoptose, das células da musculatura estriada esquelética. 2. Perda da inervação: O paciente para de mexer determinados grupos musculares por uma lesão medular ou por uma paralisia, cirurgia em SNC, por trauma automobilístico. Sem o estímulo adequado, a musculatura não consegue mais contrair. 3. Diminuição do suprimento sanguíneo: A célula não morre, mas o órgão como um todo passa a receber um suprimento sanguíneo não adequado para o seu metabolismo sinalizando no núcleo que a célula precisa diminuir seu metabolismo. Assim, existem órgãos que diminuem sua taxa de renovação, de divisão celular. Exemplos:  Diminuição gradual do suprimento sanguíneo que se tem com o avançar da idade (seja por doença aterosclerótica sistêmica ou por outras causas) e os órgãos mais atingidos são o coração, cérebro e rins. 4. Nutrição inadequada: Por desnutrição proteico-calórica, nutrição inadequada associada a doenças inflamatórias crônicas debilitantes, por uso de algum medicamento que causa uma desnutrição secundária ou pela doença propriamente dita. A principal causa por desnutrição inadequada são as neoplasias (caquexia – os

tumores avançados secretam diversos mediadores – fator de necrose tumoral- na corrente sanguínea que faz o paciente entrar em anorexia). O tumor, por definição, já é uma lesão que se divide rapidamente que demanda proteína/lipídeo/carboidrato pra que a célula neoplasia se divida – consumo inadequado. 5. Perda da estimulação endócrina: menopausa – dependendo do órgão afetado é dita patológica, pois altera o estado de saúde do paciente.  Mulheres que entram na menopausa e possuem a Síndrome da Secura Vaginal. O epitélio vaginal é escamoso, mas faz uma secreçãozinha. Isso prejudica a qualidade de vida da paciente. Castrações cirúrgicas/neoplasia ou por trauma: Paciente que torceu ovário, paciente que torceu os dois testículos.  Os testículos que ficam fora da bolsa escrotal, no período embrionário, ficam invariavelmente atróficos, pois não realizam seu desenvolvimento adequado e nem recebem suprimento sanguíneo adequado. 6. Idade: atrofia pela senilidade. 7. Por compressão, ou seja, por alguma neoplasia que esteja comprimindo o órgão. Assim, ocorre diminuição do fluxo sanguíneo. Também pode ocorrer de comprimir o vaso que leva o fluxo sanguíneo para o órgão (podendo ser neoplasias benignas, malignas, lesões císticas ou até mesmo aneurismas não diagnosticados em aorta abdominal). Uma lesão que ocorre por lesão cística é de rins que possuem muitos cistos e acabam fazendo atrofia do córtex. Dentre os mecanismos de atrofia estão: diminuição da síntese proteica, aumento da degradação das proteínas celulares – ubiquitinização, autofagia. 



A ubiquitina é uma substância intracelular que possui uma ligase ao que se quer degradar intracelularmente sem gerar inflamação, ou seja, matar o que se quer em nível de interior celular – podendo ser proteínas, organelas. Logo, se ligadas à ubiquitina, estão autorizadas a serem degradadas. Autofagia: as células privadas de nutrientes começam a usar os próprios constituintes celulares para dar conta do metabolismo.

METAPLASIA: É uma adaptação a estímulos que não são bons ao epitélio. Mais complexa estudada! Em alguns órgãos, essa alteração, apesar de ser classificada, como adaptativa é um preditor de lesão neoplásica. Um tipo celular diferenciado é substituído por outro tipo celular. A célula que sofre estímulo nocivo, geralmente é substituída por célula de tecido mais resistente. Dependendo do estímulo, principalmente os nocivos e relacionados a microrganismos, a transformação normalmente não é eficiente, o epitélio não é mais resistente. Ocorre a inativação de alguns genes que autorizam a célula a se diferenciar tanto a liberação de outros genes para codificar uma nova célula com outro fenótipo. As alterações levam a um

aumento da resistência, porém com perda de outras funções. Um exemplo clássico é a inalação de fumaça do cigarro – onde ocorre a substituição de epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado com célula calificiforme por um epitélio escamoso. Aumenta-se o poder do epitélio a resistência a essa abrasão (calor, substâncias tóxicas inaladas), porém com perda da função de umidificação e retenção de microrganismos/partículas. O epitélio metaplásico é muito mais suscetível à transformação neoplásica por alteração no fenótipo celular que não deveria estar em determinado local e está exposto a diversos outros estímulos incontroláveis. Tanto tecido epitelial como conjuntivo pode sofrer metaplasia. Acaba-se estudando mais a metaplasia do tecido epitelial porque são as que mais interessam lesões que podem se tornar malignas/ tumorais. As metaplasias de tecido conjuntivo geralmente ocorrem após um trauma, após ter sofrido algum estímulo nocivo sem geração de necrose, hemorragia, apoptose; porém com fibroblastos e células do tecido conjuntivo lesadas com dediferenciação.  Metaplasia óssea em pacientes que sofreram trauma em musculatura esquelética.  Metaplasia óssea por movimento repetitivo. Transdiferenciação: As células epiteliais voltam a um estágio de célula tronco, indiferenciada e por estímulo nocivo podendo seguir o caminho de células mesenquimais – tecido conjuntivo. Transformação epiteliomesenquimal.  H.Pilori é um estímulo nocivo que vai causar uma metaplasia intestinal na mucosa gástrica e diminui o número de glândulas fúndicas (gastrite)  Metaplasia escamosa que substitui epitélio colunar/ pseudoestratificado cilíndrico ciliado (tabagismo).  Epitélio escamoso do esôfago que por refluxo, H.pilori sendo transformado em um epitélio cilíndrico (na junção esofagogástrica) – Esôfago de Barret.  Leucoplasia: áreas esbranquiçadas na língua. Pode ser tanto uma alteração prémaligna, lesão já maligna; mas na maioria das vezes o que deixa branco é uma metaplasia do epitélio que ao invés de ser não ceratinizado, por bebida quente ou por fumaça do cigarro, começa a produzir ceratina.  Na junção da endocérvice (epitélio glandular que produz muco) com a ectocérvice (epitélio escamoso). Quando o epitélio escamoso começa a passar para o estágio de escamoso é chamado de metaplasia escamosa na junção escamo-colunar (JEC). É um epitélio (escamoso) mais suscetível à alteração, é o epitélio preferível para o HPV porque é mais fácil – não sendo totalmente maduro e com o ciclo celular mais rápido e ativo, necessário para os vírus para reprodução. Mecanismos da metaplasia:   

Reprogramação de células tronco ou células mesenquimais indiferenciadas. Estímulos: citocinas, fatores de crescimento Alteração de fatores de transcrição que regulam a diferenciação – não totalmente elucidados....


Similar Free PDFs