Aula 12 - Bandura - Teoria social Cognitiva PDF

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Resumo da 2º aula de teorias da personalidades, nessa aula abordamos o teórico Bandura...

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Aula 12 – Teoria Social Cognitiva – Bandura (resumo do texto, vide bibliografia no final) Para Bandura o comportamento é aprendido. A abordagem de Bandura é uma teoria de aprendizagem social que investiga o comportamento como adquirido e modificado num contexto social. Ele argumenta que não podemos esperar que sejam relevantes para o dia a dia os dados de experimentos que não envolvem interação social, pois há poucas pessoas que atuam em isolamento social. Embora Bandura, assim como Skinner, reconheça que muito aprendizado ocorra como resultado de reforço, ele também enfatiza que praticamente todas as formas de comportamento podem ser aprendidas sem que se experimente diretamente qualquer reforço. A abordagem de Bandura é chamada também de aprendizagem observacional, indicando a importância, nesse processo, da observação do comportamento de outras pessoas. Em vez de experimentarmos reforços para cada uma de nossas ações, aprendemos através do reforço vicário observando o comportamento de outras pessoas e as consequências dele. O enfoque na aprendizagem por meio de observação ou exemplos, e nem sempre de reforço direto, é uma característica particular da teoria de Bandura. Outra característica do enfoque de aprendizagem observacional de Bandura é o seu tratamento de processos cognitivos internos ou de pensamentos. Ele acreditava que processos cognitivos podem influenciar a aprendizagem de observação. Não imitamos automaticamente os comportamentos que vemos outras pessoas efetuarem; em vez disso, tomamos uma decisão deliberada e consciente de nos comportarmos da mesma forma. Para aprendermos, mediante exemplos e reforços vicários, temos que

ser capazes de antecipar e estimar as consequências dos comportamentos que observamos. Podemos regular e guiar o nosso comportamento imaginando ou fazendo suposições sobre as consequências, mesmo que não as tenhamos experimentado. Bandura enfatiza a observação dos outros como um meio de aprendizagem, a qual considera ser mediada por processos cognitivos. A sua teoria é baseada em pesquisas laboratoriais rigorosas conduzidas com humanos normais em interação social. A vida de Bandura (1925 -) Bandura nasceu na província de Alberta, no Canadá. Seus pais eram imigrantes da Polônia, enfatizavam a educação. Estudou Psicologia na Universidade em Vancouver (Canadá). Foi trabalhar na Universidade de Stanford (USA) onde acumulou grande número de publicações. Modelagem: a base da aprendizagem observacional Para Bandura, a maior parte dos comportamentos humanos é aprendida por meio de exemplos, seja intencional ou acidentalmente. Compreendemos uma ampla e variada gama de comportamentos em nossas vidas cotidianas, observando as outras pessoas e padronizando nosso próprio comportamento de acordo com o delas. Modelagem: técnica de modificação de comportamento que envolve observar o comportamento de outros (chamados modelos) e com eles tomar parte no desempenho do comportamento desejado. Desinibição

As pesquisas têm mostrado que os comportamentos que uma pessoa normalmente suprime ou inibe podem ocorrer mais prontamente sob a influência de um modelo. Esse fenômeno denominado desinibição, refere-se ao enfraquecimento de uma inibição ou repressão por meio da exposição a um modelo. Por exemplo, pessoas numa multidão podem iniciar um tumulto, quebrando vidraças e gritando, exibindo comportamentos físicos e verbais que jamais apresentariam isoladamente. São mais propensos a se livrarem de suas inibições contra o comportamento agressivo se virem outras pessoas fazendo o mesmo. O fenômeno de desinibição pode influenciar o comportamento sexual. Postar comentários on-line seguindo o exemplo ou modelo dos outros oferece o mesmo anonimato que estar no meio de uma grande multidão. Isso pode levar a um tipo de fenômeno on-line de desinibição conhecido como “trolagem” – o ato de postar mensagens provocadoras, depreciativas ou que expressam ódio sobre um indivíduo ou grupo. Os efeitos dos modelos da sociedade Com base em extensivas pesquisas, Bandura concluiu que muitos comportamentos - bons e maus, normais e anormais – são adquiridos por meio de imitação do comportamento de outras pessoas. Desde a infância desenvolvemos respostas a modelos que a sociedade nos oferece. Entre os muitos comportamentos que as crianças adquirem por meio de modelagem estão os medos irracionais. Obviamente, os comportamentos positivos, como força, coragem e otimismo, também serão aprendidos por meio dos pais e de outros modelos.

Características da situação de modelagem Bandura e seus colaboradores investigaram três fatores que influenciam a modelagem: as características dos modelos, as características dos observadores e as consequências recompensadoras associadas aos comportamentos. As características dos modelos – influenciam nossa tendência a imitá-los. Na vida real, é provável que sejamos mais influenciados por quem parece ser mais semelhante a nós do que por alguém que seja, de maneira significativa claramente diferente de nós. As características dos observadores – Os atributos dos observadores também determinam a eficácia da aprendizagem de observação. As pessoas com autoconfiança e autoestima baixas são muito mais propensas a imitar o comportamento de um modelo do que aquelas com autoconfiança e autoestima altas. As consequências recompensadoras associadas aos comportamentos – Um modelo de elevado status pode nos levar a imitar um comportamento, mas, se as recompensas não tiverem significado para nós, interromperemos o comportamento e seremos menos propensos a ser influenciados por aquele modelo no futuro. Os processos de aprendizagem observacional Bandura analisou a natureza da aprendizagem observacional e verificou que ela é governada por quatro mecanismo relacionados entre si: processos de atenção, processos de retenção, processos de produção e processos motivacionais e de incentivo. Auto reforço e auto eficácia

Na abordagem de Bandura quanto á personalidade, o self é um conjunto de processos cognitivas relacionados a pensamentos e percepção. O auto reforço requer padrões internos de desempenho para avaliar o comportamento, isto é, administração de recompensas ou punições a si mesmo por satisfazer, superar ou frustrar as próprias expectativas ou padrões. A auto eficácia refere-se à capacidade de controlar eventos da vida, seria o nosso sentimento de adequação, eficácia e competência para lidarmos com a vida. As pessoas com baixa auto eficácia sentem-se incapazes e desistem rapidamente quando se defrontam com obstáculos. As pessoas com alta auto eficácia perseveram nas tarefas e têm alto nível de desempenho. Julgamentos de auto eficácia são baseados em realizações, experiências vicárias, persuasão verbal e estimulação fisiológica. Bebês e crianças são reforçados principalmente por estímulos físicos. Crianças mais velhas são reforçadas pela aprovação ou desaprovação dos outros, que depois é internalizada, de modo que o reforço se torna auto administrado. Em terapia comportamental, são usados para demonstrar meios de enfrentamento de situações ameaçadoras. O comportamento pode ser modificado por meio de observação e participação orientada. A abordagem de Bandura de modificação do comportamento lida com comportamento observável e variáveis cognitivas, particularmente a auto eficácia. À medida que a auto eficácia se desenvolve durante o tratamento, o cliente torna-se mais capaz de lidar com situações ameaçadoras. A modificação do comportamento é criticada por manipular as pessoas contra a sua vontade; porém, Bandura sustenta que, com a autoconsciência e

auto regulação, as pessoas que se submetem a modificar o comportamento entendem o que está sendo reforçado. O comportamento é controlado por processos cognitivos internos e estímulos externos, uma condição chamada por ele de determinismo recíproco. Reciprocidade tríadica, refere-se à interação entre variáveis comportamentais, cognitivas e ambientais. A maior parte dos comportamentos é aprendida; fatores genéticos têm um papel menor. É possível que a aprendizagem durante a infância seja mais influente do que na vida adulta, mas os adultos não são vítimas das experiências infantis. Nosso objetivo principal é estabelecer padrões de desempenho realistas para manter um nível ótimo de auto eficácia, a qual varia com a idade e o sexo, podendo influenciar a escolha da carreira, os desempenhos escolar e profissional, a saúde física e mental e a capacidade de lidar satisfatoriamente com o estresse. Além disso, verificou-se que os grupos desenvolvem eficácia coletiva. A auto eficácia no computador influencia fortemente nosso comportamento on-line. Bandura avalia o comportamento e as variáveis cognitivas por meio da observação direta, inventários de auto relatos e medições fisiológicas. Favorece investigações controladas em laboratórios, usando grandes grupos de sujeitos e análise estatística dos dados. Críticas à teoria de Bandura referem-se ao seu foco em comportamentos observáveis, excluindo emoções e conflitos, ao seu tratamento de sintomas, em vez de possíveis causas internas, e ao seu fracasso em especificar precisamente como as variáveis cognitivas afetam o comportamento.

Bibliografia

FEIST, J.; FEIST, G. J.; ROBERTS, T. Teorias da Personalidade 8.ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. SCHULTZ, SCHULTZ Teorias da Personalidade – 3. ed. - São Paulo, SP: Cengage Learning, 2015....