Avaliação Formal Da Oralidade - \'As Ilhas Afortunadas\' (Poema da Mensagem) PDF

Title Avaliação Formal Da Oralidade - \'As Ilhas Afortunadas\' (Poema da Mensagem)
Author Joana Marques
Course Português
Institution Ensino Secundário (Portugal)
Pages 2
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Summary

Análise do poema "As Ilhas Afortunadas"....


Description

Bom dia. O poema que eu escolhi para apresentar foi “As Ilhas Afortunadas”. Este pertence à terceira parte da Mensagem, “O Encoberto”, onde nos é apresentado um país moribundo, mas que contém em si o gérmen da ressurreição, capaz de provocar o nascimento de um Império espiritual e civilizacional – o Quinto Império. Nesta parte da obra, também está bastante presente o mito Sebastianista (não o tradicional, mas um voltado para o futuro). Agora, antes de passar a uma análise mais detalhada do poema vou lêlo. Na Mensagem, as Ilhas Afortunadas surgem como um local fora do tempo e do espaço, “São terras sem ter lugar” (v. 12), onde se encontra O Desejado que virá fundar o Quinto Império, “Onde o Rei mora esperando” (v. 13). A primeira estrofe inicia-se com uma pergunta retórica, “Que voz vem no som das ondas/Que não é a voz do mar?”, realçando a ideia que esta voz está envolvida em mistério, tornando-se incompreensível se tentarmos escutá-la. Na segunda estrofe, a voz que, anteriormente, não era compreendida, porque o “eu” se esforçava para ouvi-la, revela-se, uma vez que agora o sujeito poético está submisso. “Meio dormindo” este mistério insinua-se e o “eu” “a dormir” sorri. Tal “como uma criança/Dormente”, a situação em que Portugal se encontra também é favorável para perseguir esta esperança que a voz transmite. No final, o eu lírico conclui que, na verdade, as Ilhas Afortunadas apenas existem em momentos de loucura. De facto, existe uma voz que nos dá esperança, mas ela não está numa ilha.

Com este poema, desfaz-se a ideia de que D. Sebastião irá voltar fisicamente. Na realidade, para o “eu”, ele irá regressar simbolicamente. Ao longo do poema, encontramos diversos recursos expressivos, como, por exemplo, a anáfora dos versos 1 e 2 e 11 e 12, o paradoxo presente nos versos 4 e 7 que salienta a ideia de que a voz é, em determinados momentos, incompreensível (é quase como se não quisesse ser ouvida se o “eu” se esforçar para ouvi-la) e o uso de formas verbais no gerúndio nos versos 6, 13 e 14 que realça o longo período de espera até ao regresso do Desejado. Relativamente à estrutura externa, o poema é constituído por três quintilhas. O esquema rimático é: ABCCB. A rima é interpolada no 2º e 5º versos, emparelhada no 3º e 4º e o primeiro verso de cada estrofe é branco. Os versos são de redondilha maior (7 sílabas métricas). Veja-se, por exemplo, o quinto verso. Tanto o episódio “Ilha dos Amores” d’ Os Lusíadas como este poema da Mensagem referem-se a ilhas encantadas. No entanto, o primeiro remete para um paraíso terrestre, reservado aos heróis portugueses, enquanto as Ilhas Afortunadas são um local mítico, onde se encontra o maior mito, O Desejado, D. Sebastião. Para terminar, escolhi este poema, pois achei-o bastante interessante e já tinha gostado do episódio “Ilha dos Amores”, o seu “equivalente” n’ Os Lusíadas. Obrigada pela vossa atenção e continuação de um bom dia....


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