Giddens - As consequências da modernidade PDF

Title Giddens - As consequências da modernidade
Author denise cristina moura
Course SOCIOLOGIA
Institution Universidade Federal de Juiz de Fora
Pages 2
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Summary

Como ele a representa, a pós-modernidade se refere a um deslocamento das tentativas de fundamentar a epistemologia, e da fé no progresso planejado humanamente. A condição da pós-modernidade é caracterizada por uma evaporação da grand narrative — o "enredo" dominante por meio do qual somos inseridos ...


Description

http://www.culturaegenero.com.br/download/consequenciasmodernidade.pdf Prova Humanidades p. 11 - 60 ANTHONY GIDDENS AS CONSEQÜÊNCIAS DA MODERNIDADE "modernidade" refere-se a estilo, costume de vida ou organização social que emergiram na Europa a partir do século XVII e que ulteriormente se tornaram mais ou menos mundiais em sua influência. Isto associa a modernidade a um período de tempo e a uma localização geográfica inicial, mas por enquanto deixa suas características principais guardadas em segurança numa caixa preta. p8 Como ele a representa, a pós-modernidade se refere a um deslocamento das tentativas de fundamentar a epistemologia, e da fé no progresso planejado humanamente. A condição da pós-modernidade é caracterizada por uma evaporação da grand narrative — o "enredo" dominante por meio do qual somos inseridos na história como seres tendo um passado definitivo e um futuro predizível. A perspectiva pós-moderna vê uma pluralidade de reivindicações heterogêneas de conhecimento, na qual a ciência não tem um lugar privilegiado. p 8-9 Em vez de estarmos entrando num período de pós-modernidade, estamos alcançando um período em que as conseqüências da modernidade estão se tornando mais radicalizadas e universalizadas do que antes. Além da modernidade, devo argumentar, podemos perceber os contornos de uma ordem nova e diferente, que é "pós-moderna"; mas isto é bem diferente do que é atualmente chamado por muitos de "pós-modernidade". p 9 As Descontinuidades da Modernidade Os modos de vida produzidos pela modernidade nos desvencilharam de todos os tipos tradicionais de ordem social, de uma maneira que não tem precedentes. Tanto em sua extensionalidade quanto em sua intensionalidade, as transformações envolvidas na modernidade são mais profundas que a maioria dos tipos de mudança característicos dos períodos precedentes. p 10 A história "começa" com culturas pequenas, isoladas, de caçadores e coletores, se movimenta através do desenvolvimento de comunidades agrícolas e pastoris e daí para a formação de estados agrários, culminando na emergência de sociedades modernas no Ocidente. Desconstruir o evolucionismo social significa aceitar que a história não pode ser vista como uma unidade, ou como refletindo certos princípios unificadores de organização e transformação. p 11 Como deveríamos identificar as descontinuidades que separam as instituições sociais modernas das ordens sociais tradicionais? Uma é o ritmo de mudança nítido que a era da modernidade põe em movimento. As civilizações tradicionais podem ter sido consideravelmente mais dinâmicas que outros sistemas pré-modernos, mas a rapidez da mudança em condições de modernidade é extrema. Se isto é talvez mais óbvio no que toca à tecnologia, permeia também todas as outras esferas. Uma segunda descontinuidade é o escopo da mudança. Conforme diferentes áreas do globo são postas em interconexão, ondas de transformação social penetram através de virtualmente toda a superfície da Terra. Uma terceira característica diz respeito à natureza intrínseca das instituições modernas. Algumas formas sociais modernas simplesmente não se encontram em períodos históricos precedentes — tais como o sistema político do estado-nação, a dependência por atacado da produção de fontes de energia inanimadas, ou a completa transformação em mercadoria de produtos e trabalho assalariado. Outras têm apenas uma continuidade especiosa com ordens sociais pré-existentes. p 12 Segurança e Perigo, Confiança e Risco temas segurança versus perigo e confiança versus risco Marx via a luta de classes como fonte de dissidências fundamentais na ordem capitalista, mas vislumbrava ao mesmo tempo a emergência de um sistema social mais humano. Durkheim acreditava que a expansão ulterior do industrialismo estabelecia uma vida social harmoniosa e gratificante, integrada através de uma combinação da divisão do trabalho e do individualismo moral. Max Weber era o mais pessimista entre os três patriarcas fundadores, vendo o mundo moderno como um mundo paradoxal onde o progresso material era obtido apenas à custa de uma expansão da burocracia que esmagava a criatividade e a autonomia individuais. p 13

desenvolvimento das "forças de produção" teria um potencial destrutivo de larga escala em relação ao meio ambiente material poder político, particularmente como demonstrado em episódios de totalitarismo desenvolvimento do poder militar como um fenômeno geral fenômeno da "industrialização da guerra" invenção do armamento nuclear A perda da crença no "progresso", é claro, é um dos fatores que fundamentam a dissolução de "narrativas" da história. Há, aqui, entretanto, muito mais em jogo do que a conclusão de que a história "vai a lugar nenhum". Temos que desenvolver uma análise institucional do caráter de dois gumes da modernidade. p 15 Sociologia e Modernidade três concepções de [...] uma análise satisfatória das instituições modernas. A primeira diz respeito ao diagnóstico institucional da modernidade; a segunda tem a ver com o foco principal da análise sociológica, a "sociedade"; a terceira se relaciona às conexões entre conhecimento sociológico e as características da modernidade às quais se refere este conhecimento. p 16 1 - Para autores influenciados por Marx, a força transformadora principal que modela o mundo moderno é o capitalismo. [...] A ordem social emergente da modernidade é capitalista tanto em seu sistema econômico como em suas outras instituições. O caráter móvel, inquieto da modernidade é explicado como um resultado do ciclo investimento-lucro-investimento que, combinado com a tendência geral da taxa de lucro a declinar, ocasiona uma disposição constante para o sistema se expandir. p 16 Na tradição de Saint-Simon, Durkheim rastreou a natureza das instituições modernas primariamente até o impacto do industrialismo. Para Durkheim, a competição capitalista não é o elemento central da ordem industrial emergente, e algumas das características sobre as quais Marx pusera grande ênfase, ele via como marginais e transitórias. O caráter de rápida transformação da vida social moderna não deriva essencialmente do capitalismo, mas do impulso energizante de uma complexa divisão de trabalho, aproveitando a produção para as necessidades humanas através da exploração industrial da natureza. Vivemos numa ordem que não é capitalista, mas industrial. p 16 O "Capitalismo racional" como Weber o caracteriza, compreende os mecanismos econômicos especificados por Marx, incluindo a transformação do salário em mercadoria. Ainda assim, "capitalismo" neste uso significa simplesmente algo diverso do mesmo termo como ele aparece nos escritos de Marx. A "racionalização", conforme expressa na tecnologia e na organização das atividades humanas, na forma da burocracia, é a tônica. p 17 A modernidade, sugiro, é multidimensional no âmbito das instituições, e cada um dos elementos especificados por estas várias tradições representam algum papel. p 17 2 - o conceito de sociedade é ligado à definição da própria sociologia [...] "sociologia é o estudo das sociedades humanas" ou "sociologia é o estudo das sociedades modernas" p 17 o estudo das "sociedades" têm em mente as sociedades associadas à modernidade. Ao conceituá-las, eles pensam em sistemas muito claramente delimitados, com suas próprias unidades internas. Ora, entendidas desta maneira, as "sociedades" são simplesmente estados-nação. p 18 Segundo Parsons, o objetivo preeminente da sociologia é resolver o "problema da ordem". O problema da ordem é central à interpretação da limitação dos sistemas sociais, porque é definido como uma questão de integração — o que mantém o sistema integrado em face das divisões de interesses que disporiam "todos contra todos". p 18...


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