Filosofia - Ética (Da Antiguidade à Modernidade ) PDF

Title Filosofia - Ética (Da Antiguidade à Modernidade )
Course Filosofia
Institution Ensino Médio Regular (Brasil)
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Resumo de Filosofia sobre Ética desde a antiguidade até a modernidade. ...


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Filosofia Ética: Da Antiguidade à Modernidade Ética é a área da Filosofia responsável pelo estudo dos princípios que norteiam a moral. Ela promove a reflexão crítica sobre normas, virtudes e valores que orientam as atitudes e a convivência humanas. Faz parte das discussões promovidas no campo da Ética a busca pela definição de conceitos como certo e errado, bem e mal, justiça e injustiça, entre outros, que dizem respeito à conduta individual e também à atuação pública das pessoas. → Virtude, bem, justiça e autocontrole No século V a.C., Sócrates afirmava que a essência humana era racional e que o ser humano deveria agir conforme as virtudes, buscando o bem. Platão, por sua vez, concordava com Sócrates sobre a natureza racional do ser humano. Ele afirmava que as paixões deveriam ser submetidas à razão e dividia a alma humana em três dimensões: • concupiscível — responsável pelos desejos do corpo; • irascível — responsável pela autopreservação; • racional — superior às anteriores e responsável pelo controle de ambas. Além disso, Platão atribuía à alma racional quatro capacidades, denominadas virtudes cardeais. São elas: temperança, prudência, justiça e coragem. → Eudaimonia e mediania No século IV a.C. Aristóteles defendia a tese de que a virtude era adquirida por meio do habito de praticar ações virtuosas. Estas, por sua vez, caracterizavam-se pela mediania, ou seja, pelo meio termo entre o excesso e a falta. De acordo com o pensamento aristotélico, a vida ética pautada pela busca da virtude e pelo exercício da razão, tinha como finalidade conquistar eudaimonia, ou seja, a felicidade, considerada o sumo bem, desejável por si mesma, e não como um meio para alcançar outros bens. → Autarquia e ataraxia ou apatia No período helenístico, diversas correntes filosóficas ocuparam-se da Ética. Entre elas, o cinismo, fundado por Antístenes que teve Diógenes com um de seus principais representantes. Para os cínicos, o maior objetivo do ser humano era a felicidade possibilitada por uma vida simples, sem apegos e orientada pelas virtudes. Consideravam o

domínio de si, ou autarquia, u virtude a ser conquistada por meio da apatia, a capacidade de manter-se imperturbável diante das circunstâncias. Os estoicos, por sua vez, acreditavam que a sabedoria era proveniente da harmonia do ser humano com a ordem divina do mundo. Para eles, a natureza humana era constituída pela razão e pelas paixões, e estas deveriam ser controladas pela razão, em busca de um estado de apatia, mesmo diante do sofrimento. Já os epicuristas defendiam a busca do prazer e o afastamento das dores e dos sofrimentos. Entendiam o prazer como ausência de dores no corpo (agonia) e de perturbações na alma (ataraxia). Para eles, a felicidade era uma realização racional possível a todos. Além disso, a filosofia poderia garantir a tranquilidade do indivíduo por meio de três princípios: • sensacionismo - sensação como critério de verdade e bem; • atomismo - tudo se forma e se transforma pela união ou separação de átomos; • semiateísmo - os deuses existem, mas não interferem no mundo. → Vontade, livre-arbítrio e graça Na Idade Média, durante a patrística, Agostinho de Hipona converteuse ao cristianismo, considerando Deus como o ser perfeito, sumamente bom e criador de todas as coisas. Sendo assim, o filósofo refletiu sobre a origem do mal, julgando que este não poderia ser obra divina. Concluiu que sua origem estava nas escolhas humanas e que o mal resultava de um desvio da vontade em relação ao bem. Segundo Agostinho, Deus concedeu aos seres humanos o livrearbítrio, ou seja, a liberdade de escolher suas ações em busca do bem. Porém, o mau uso do livre-arbítrio levou--os ao pecado, como exemplifica o pecado original cometido por Adão e Eva. Nessa condição, os seres humanos passaram a necessitar da graça divina para se redimirem. Porém, Deus, em sua bondade infinita, poderia conceder-lhes a graça, como meio de salvação. Afinal, a graça direcionaria a vontade corrompida para o verdadeiro bem. → Beatitude Principal representante da escolástica, Tomás de Aquino acreditava que não era possível aos seres humanos se sentirem plenamente realizados e felizes na vida terrena, em razão de sua finitude. Nessa condição, eles seriam movidos Por inquietações, mas poderiam, e deveriam, viver de acordo com a virtude, em busca da beatitude, a felicidade tranquila e duradoura, decorrente da contemplação de Deus.

→ Moral provisória No século XVII, René Descartes afirmou que, apesar de necessárias para a autopreservação humana, as paixões deveriam ser controladas pela razão, na busca pelo conhecimento. Ele se dedicou à elaboração de um método capaz de conduzir a um conhecimento seguro. Acreditava que, uma vez alcançado, esse conhecimento poderia orientar uma moral definitiva, fundada na razão. Antes disso, porém, os seres humanos precisariam de alguma referência para decidir entre o bem e o mal na hora de agir. Sendo assim, Descartes propôs uma moral provisória constituída por quatro regras: obedecer às leis e aos costumes; ser firme e decidido nas ações; vencer a si mesmo; cultivar a razão para alcançar o verdadeiro conhecimento, por meio do método cartesiano. → Conatus e paixões Para o filosofo do século XVII Baruch Espinosa, as paixões humanas eram impulsos naturais e, portanto, não deveriam ser consideradas boas ou más. Ao abordar essa temática, ele citava a alegria, a tristeza e o desejo como sendo as paixões originais, responsáveis pelo surgimento de todas as outras. Afirmava ainda que as paixões alegres aumentavam e as paixões tristes diminuíam o conatus, ou seja, a capacidade humana de ser, agir e se preservar. Na ética de Espinosa, o vício era definido como a fraqueza de quem se deixa governar por causas externas, e a virtude, como a força de quem age conforme a razão, sendo a causa interna de suas próprias ações. → Sentimento moral No século XVIII, Jean-Jacques Rousseau afirmou que o sentimento, e não a razão, levaria os indivíduos a ter consciência de sua liberdade e também de sua unidade com a natureza e com os outros seres humanos. Ele descreveu um estado humano hipotético, anterior à civilização, marcado pela presença de dois sentimentos naturais: o amor-próprio, responsável pela autopreservação dos indivíduos, e a compaixão, ou seja, a preocupação com o sofrimento alheio. Ainda no século XVIII, influenciado por esse pensamento, David Hume defendeu a tese de que o agir humano é comandado pelos sentimentos, e não pela razão. Para ele, a avaliação moral das atitudes, assim como a distinção entre vícios e virtudes, fundamentava-se na ausência ou na presença dos sentimentos de desaprovação e culpa ligados a cada ação....


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