Genese da filosofia grega PDF

Title Genese da filosofia grega
Course Filosofia
Institution Universidade Estadual de Goiás
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Resumo sobre a origem da filosofia grega....


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Gênese, natureza e desenvolvimento da filosofia antiga 1 – A filosofia como criação do gênio hélico O tópico traz a concepção da gênese da filosofia como grega, sendo essa considerada por maioria dos estudiosos, assim como a superioridade deles em relação a outros quesitos de civilização de caráter não somente quantitativo, mas qualitativo, uma vez que a filosofia como criação constitui novidade absoluta. Com isso, os gregos foram a base da civilização ocidental que se diferenciava da oriental e também mostra a filosofia como o berço da ciência que hoje conhecemos, sendo impossível de tê-la se não por ela, adornando, assim, os gregos como responsáveis por essa contribuição inimaginável para a história da civilização. 2 – A impossibilidade de derivação da filosofia do Oriente Orientalistas buscaram delegar a origem da filosofia no Oriente, a partir de observações de analogias genéricas entre filósofos gregos e ideias da sabedoria oriental. Porém, nenhuma teve sucesso. No século XIX, comprovou-se que a ideia da origem da filosofia no Oriente não havia respaldo, assim expondo que, na época clássica, nenhum filósofo grego tinha conhecimento da filosofia oriental; o pressuposto que havia, sim, uma forma determinada de sabedoria oriental, porém vindoura de crenças religiosas, teologia e cosmogônicos, entretanto, nenhuma delas se estruturava na razão pura (logos) como uma ciência filosófica; pela falta de evidências que comprovassem que gregos utilizaram textos de filosofia oriental, uma vez que não haviam traduções dos mesmos para sua linguagem e, por fim, que, mesmo se a remota possibilidade de que algumas ideias dos gregos pudessem ter antecedentes orientais, não seria o suficiente para modificar sua gênese, uma vez que, com o nascimento da filosofia na Grécia, ela representava um novo modo de expressão espiritual. 3 – Os conhecimentos científicos egípcios e caldeus e a transformação operada pelos gregos Em contrapartida, mostra-se que os gregos fizeram uso de alguns conhecimentos científicos orientais, sendo eles:  Alguns conceitos de matemática e geometria dos egípcios, que usavam o cálculo aritmético com objetivos práticos como medir a quantidade de alimento e, seguindo essa praticidade, a geometria era usada para medir campos quanto a inundação do rio Nilo e para a construção das pirâmides. Na Grécia, por entremeio de Pitágoras e Pitagóricos, foi-se usada tais noções para uma teoria geral e sistemática dos números e das figuras geométricas.  Conhecimentos de astronomia herdados dos babilônios, que utilizavam para horóscopos e previsões. Os gregos, no entanto, os usavam para fins cognoscitivos, por conta do foco em respeito ao amor do conhecimento puro, que criou e nutriu a filosofia. II. As formas de vida grega que prepararam o nascimento da filosofia Por que a Grécia é o berço da filosofia? Há três razões que favoreceram o surgimento da filosofia como a conhecemos na Grécia: 1) a poesia; 2) a religião; 3) as condições sociopolíticas adequadas. 1 – Os poemas homéricos e os poetas gnômicos A poesia sempre foi de grande importância na educação e formação espiritual do homem grego, mesmo antes do surgimento da filosofia. Os poemas de Homero foram uma pilastra de sustentação do helenismo, assim como Hesíodo e os poemas gnômicos. Os poemas homéricos apresentam algumas das características essenciais para a criação da filosofia, tais como senso de harmonia, proporção, limite e medida; não se limitar a narrar uma série de fatos, mas também se preocupar com suas causas e razões e a procura de diversos modos de apresentar a realidade em sua inteireza. Já Hesíodo foi de grande importância para o surgimento da cosmogonia, a explicação mítico-poética e fantástica da gênese do universo e dos fenômenos cósmicos. Ele, assim como

outros poetas posteriores, imprimiu princípios na mentalidade grega que seriam de grande importância para a construção da ética filosófica e do pensamento filosófico antigo em geral. 2 – A religião pública e os mistérios órficos 2.1. As duas formas da religião grega Para que o engendramento da atual concepção filosófica ocidental pudesse se tornar realidade, se faz necessário compreender que um de seus cernes mais cruciais se pauta no aspecto religioso – sendo este passível de uma análise fundamental para sua compreensão: o entendimento de que haviam duas esferas religiosas. Estas eram a ‘religião pública’ e a ‘religião dos mistérios’. O compartilhamento de bases politeístas é uma linha que as conecta – contudo, as divergências se explicitam em suas ontologias, que apontam diferentes fins ao propósito e à existência humana. 2.2. Alguns traços essenciais da religião pública A ‘religião pública’ pode ser demarcada por aspectos bem definidos, pois suas características mais sobressaltadas incluem a relação existente entre os deuses e a própria natureza, com esta última sofrendo influências diretas das divindades, que são antropomorfizadas e sublimes em suas estruturas corporais (suas aparências no imaginário cultural eram semelhantes à homens e mulheres). A intervenção direta dos deuses sobre a estrutura da realidade grega se dava não somente em perspectiva natural (a trajetória solar, as chuvas e os trovões, etc.), como também se emaranhava ao próprio resultado e destino de guerras, glórias ou derrotas – em suma, na vida social e nos destinos da humanidade. De cunho “naturalista”, o ideário da religião pública não exigia dos homens elevadas posturas morais, ou que estes seguissem dogmas. Por considerar que o homem é parte da natureza, não era requisitado nada além do que sua própria natureza humana pudesse fazer: “fazer em honra dos deuses o que está em conformidade com a própria natureza é tudo o que se pede ao homem”. 2.3. O Orfismo e suas crenças essenciais Já a ‘religião dos mistérios’, pode-se assinalar como grupos gregos que não eram adeptos da religião pública, o que porventura viria a se transformar em congregações que possuíam práticas próprias. É relevante ressaltar a importância do Orfismo, que foi de fundamental importância para o molde da filosofia grega (que posteriormente seria um dos pilares da formação do ocidente). Os Órficos, na contrapartida das crenças de Homero e Hesíodo (nomes importantes para a constituição da religião pública), introduziram um novo esquema de crenças e nova interpretação da existência humana, que contemplava a eternidade das almas, além de adotar a dicotômica relação entre corpo e alma. A continuidade de suas crenças se demonstra nas palavras que podiam ser encontradas em alguns ataúdes de seguidores do Orfismo:  “Alegra-te, tu que sofreste a paixão: antes, não a havias sofrido. De homem, nasceste Deus”;  “Feliz e bem-aventurado, serás Deus ao invés de mortal”;  “De homem nascerás Deus, pois derivas do divino”. O novo credo, que de imortalidade da alma se preenche prevê um “retorno aos deuses” – um rompimento direto com a crença naturalista que vingava pela religião pública. Como resultado dessa eclosão, nomes importantes na história grega foram influenciados pelos princípios iniciados no Orfismo – Pitágoras, Heráclito, Empédocles, e mesmo Platão. 2.4 Falta de dogmas e de seus guardiões na religião grega Aqui, o ponto de suma importância para a gênese do pensamento filosófico grego se assevera: a inexistência de núcleo doutrinal, dogmática, ou um livro sagrado gerou um tecido de realidade onde a restrição de pensamento e correntes ortodoxas não puderam se fixar de forma a impedir a livre reflexão para o exercício filosófico. Como consequência da falta de

centralidade do poder religioso, também não foi possível a formação de castas sacerdotais poderosas, uma vez que estes mesmos não possuíam as benesses de deter a exclusividade de ofertas e oferendas advindas da população. Com a confluência de tais fatores, portanto, a liberdade de pensamento pôde ser apreciada pelos estudiosos e filósofos nativos da cultura grega, em um caldo favorável para as primorosas reflexões que atravessaram civilizações e milênios. 3 – As condições sociopolítico-econômicas que favoreceram o surgimento da filosofia Enquanto o homem oriental era subjugado a um poder político e religioso, os gregos detinham uma grande liberdade política, além de, também, serem um país que passou a visar o comércio e a produção de artesanatos, em detrimento da antiga sociedade que era majoritariamente agrícola, o que cominou no seu desenvolvimento econômico. Assim, a nova classe comerciante passou a exercer sua força na política, derrubando as formas de governo vigentes e passando a dar mais liberdade e poder a todos. Dada essa liberdade de se manifestar, de se expressar politicamente e a expansão do comércio, que abriu novas fronteiras e também novos saberes e aquisição de culturas ao povo, que também passou a entender-se como cidadão da pólis (o estado e o povo eram então um só), pode-se entender como se desenrolou o florescer da filosofia. As colônias, como a região de Mileto, foram as primeiras a conquistar tal liberdade, devido a sua maior distância das terras gregas, então, também, as primeiras a se deparar com o nascer da filosofia, que depois se encontrou com a mãe-pátria e se consolidou, principalmente na cidade de Atenas. III. Conceito e objetivo da filosofia antiga 1 – As condições essenciais da filosofia antiga. 1.1. A filosofia como “amor de sabedoria” O termo “sofia” remete a sabedoria, coisa que era atrelada somente aos deuses e só eles quem podiam dispor, da posse total do que é verdadeiro, restando ao homem apenas uma tendência a sofia, que buscava sempre tentar saciar esse amor pelo saber, de onde surgiu o termo “filo-sofia”, amor pela sabedoria. A filosofia apresenta três conotações: a) seu conteúdo; b) o seu método; c) o seu objetivo; 1.2. O conteúdo da filosofia A filosofia busca explicar a totalidade das coisas, toda a verdade da realidade em que vivemos, diferente de outras ciências, que só se dedicam a partes ou setores/fenômenos isolados da realidade. A totalidade da realidade e do ser são encontrados quando se identifica o “princípio” de tudo, o primeiro “porquê”. 1.3. O método da filosofia Busca-se a explicação puramente racional daquela totalidade que tem por objeto, a argumentação e motivação lógica, o Logos. Ela não só constata, determina ou reúne dados e experiências, material empírico, ela vai além destes para encontrar a causa ou as causas apenas com a razão. Enquanto as outras ciências se limitam a setores particulares, a filosofia é a pesquisa racional de toda a realidade e de seu(s) princípio(s), assim, diferindo-se também da religião e da arte, que baseiam-se tanto no mito e na fantasia, como na crença e a fé, enquanto que a filosofia busca sempre o logos (a razão) da totalidade do real. 1.4. O escopo da Filosofia Ao se referir à necessidade do filosofar aos homens, Aristóteles diz que estes “buscaram o conhecer a fim de saber e não para conseguir alguma utilidade prática”. A isto,

ele se refere ao fato de que a maioria desses pensadores da Antiguidade não era obrigada a pensar em seu lugar de mundo, ou ao menos sentiam algum tipo de pressão a fim de fazer isso. Estes se viram livres a estudar a natureza do mundo e da existência humanas a partir do momento em que já não possuíam preocupações materiais urgentes, usando deste tempo livre para exercitar a mente e forjar o seu diálogo com outros pensadores de tempo livre. O fato de a matéria da Filosofia não ser procurada por uma questão de necessidade não a fazia inferior aos olhos de Aristóteles, ao contrário: “[...] é evidente que como consideramos homem livre aquele que é fim para si mesmo, sem estar submetido a outros, da mesma forma, entre todas as outras ciências, só a esta consideramos livre, pois só ela é fim a si mesma”. Estar incluída na área de estudo da Filosofia o próprio pensamento da sua utilidade, e a liberdade que alguém tem ao estudá-la é uma linha de pensamento única a ela, e assim foi se envolvendo na cultura do restante do povo heleno. 1.5 Conclusões sobre o conceito grego de filosofia O Estado Ideal de Platão seria erguido usando a força da energia moral conseguida através da verdade conquistada, e sua capacidade moral e ética foram alguns dos pilares responsáveis pelos primeiros indícios de um sistema jurídico, que viria a ser aprimorado pela cultura romana. A filosofia se mostra assim como a disciplina primitiva, raiz do pensamento de todas as outras disciplinas orientais. A perspectiva única oferecida pela Filosofia, a que se utiliza do método racional, em contrapartida ao uso de mitos e contos também da Grécia Antiga, foi a grande revolução da área, que afetaria o pensamento da cultura Ocidental por milhares de anos, tendo perdido força na Idade Média, mas resgatada pela busca aos clássicos da Renascença. Mesmo a cultura Oriental foi afetada pela Filosofia grega, ainda que não tanto em grande escala quanto ao Ocidente, mas seu pragmatismo seguiu um novo rumo a partir deste momento. 2 – A filosofia como necessidade primária do espírito humano Segundo Aristóteles, a necessidade de filosofar se enraíza estruturalmente na própria natureza do homem. Os homens tendem ao saber porque se sentem maravilhados diante do Todo (a totalidade) do universo. Sendo assim, a filosofia é indispensável e irrenunciável, justamente porque não se pode extinguir o deslumbramento diante do ser nem pode renunciar à necessidade de satisfazê-lo. E são problemas que mantém seu sentido preciso mesmo depois do triunfo das ciências particulares modernas, porque nenhuma delas consegue resolvê-los, uma vez que as ciências respondem apenas a perguntar sobre a parte e não a perguntas sobre o sentido do todo. 3 – As fases e os períodos da história da filosofia antiga A filosofia antiga grega e greco-romana possui uma grande história milenar. E esse processo de sua história pode ser dividido em vários períodos e processos que aconteceram nessa tempo.  Humanista - Período que, em parte, coincide com a última fase da filosofia naturalista e com sua dissolução. Possuindo como protagonistas os sofistas.  Momentos de grandes sínteses - Essas sínteses eram entre Platão e Aristóteles. Caracterizando- se pela descoberta do supra sensível e pela explicação e formulação orgânicos de vários problemas da filosofia.  Helenístico - Período que vai da conquista de Alexandre Magno até o fim da era pagã que, além do florescimento do Cinismo, vê surgirem também os grandes movimentos do Epicurismo, do Estoicismo, do Ceticismo e a posterior difusão.





Renascimento do Platonismo - Trata-se evidentemente de problemas que o homem não pode deixar de se propor ou, são problemas que mantém seu sentido preciso mesmo depois do triunfo das ciências particulares modernas, porque nenhuma delas consegue resolvê-los, uma vez que as ciências respondem apenas as perguntas sobre a parte, e não a pergunta sobre o sentido do todo. Nascimento e desenvolvimento do pensamento Cristão - Formula de modo racional o dogma da nova religião e defini-lo à luz da razão, com categorias decorrentes dos filósofos gregos. Diante disso, a vida dos Cristãos, imporá sobretudo em pensamento da mensagem evangélica à luz das categorias da razão. Esse momento deve ser estudado a parte, e deve ser considerado como premissa fundamentada no pensamento e da filosofia medieval....


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