Resumo de filosofia da educação PDF

Title Resumo de filosofia da educação
Author Lali Song
Course Filosofia da Educação
Institution Universidade do Estado do Pará
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Resumo do capítulo 2 do livro “Filosofia da Educação” de Maria Lúcia Aranha. As relações de trabalho O livro se inicia com uma frase reflexiva de Barbara Freitag: “Como um professor que mal prepara as aulas, que não lê um livro por ano, que vive insatisfeito com seu trabalho e seu salário pode fazer desabrochar na criança o amor pela leitura, a paixão do saber, a ética do trabalho e o interesse pela política? ” (FREITAG apud ARANHA, pg. 22,2006). Logo no início do capítulo Aranha expõe a problematização de trabalho para a sociedade, além das relações entre os indivíduos que a compõe, como também, e fundamentalmente, a relação de trabalho com si mesmo, a maneira agimos e refletimos sobre ele. Segundo a autora, a práxis é o que defini o trabalho humano, a qual é uma atividade própria do homem que distingui da ação animal. Isto é, essa atividade humana se processa em uma relação dialética entre a teoria e a prática em um contexto social, de maneira que essa continuidade de trabalho se dá pela relação de troca mútua entre eles. Em um contexto social, geralmente, a teoria tem origem a partir de uma prática, e a partir dessa prática se cria uma nova teoria para que a prática se aperfeiçoe cada vez mais a realidade desejada. Entretanto, Aranha aborda que, na realidade social, as pessoas estratificam um trabalho como sendo predominantemente teórico ou manual. O que culmina em um preconceito social, o qual os trabalhos teóricos, em teoria, exigiriam maior inteligência e capacitação do indivíduo, sendo assim mais privilegiado; enquanto que o trabalho manual seria o que não necessitaria de tanto esforço da mente, sendo inferiorizado socialmente. Ademais, ainda existe, conforme a autora explica, uma visão negativa histórica do trabalho. Essa visão sobre o trabalho implica em obrigação e constrangimento, sofrimento e labuta. Interessante notar que que a origem da palavra trabalho vem do latim tripaliare, tripalium, que remete a um aparelho de tortura a qual, antigamente, eram subjugados os condenados e, também, como instrumento para manter animais difíceis presos. Seguidamente, a autora, ao relacionar o trabalho à alienação, busca a origem do significado da palavra alienação. Tal palavra, do latim, significa afastar ou distanciar algo que pertence a outro, ou seja, é dar (sem consentimento) ao outro algo que é seu. Exemplos disso na história da humanidade são incontáveis, por exemplo a escravidão

que tirou de humanos o pertencimento de uma vida própria, de vontades, desejos, ambições, de um futuro. O próprio capitalismo é um exemplo clássico de um processo alienativo, no qual é tirado do homem a produção de seu trabalho, não sendo uma realização sua, mas de algo maior como uma empresa ou marca. Quando perde posse do produto que produz, que se torna alienado, também perde posse de um controle social macro de sua vida: não defini seus horários, seu salário e, finalmente, de seus atos, os quais são influenciados por empresas, marcas e estilos de vida que alienam outros produtos. Na sociedade industrial, como evidencia Aranha, a práxis supõe um trabalho material que busca como resultado bens materiais: “Para tanto, o homem antecipa a ação por meio do pensamento, criando ideias, teorias, que seriam na verdade o resultado de um trabalho não – material, ou seja, o trabalho intelectual” (pg.22,2006). Como exposto anteriormente, em relações de trabalho hierarquizadas há a separação do trabalho intelectual e do trabalho manual, em que um despreza as ações de outro (intelectual sobre manual) e outro assume uma inferioridade imposta pela sociedade. De tal forma, como explica a autora, “o trabalhador não realiza ele mesmo a reflexão sobre o seu fazer, acolhe sem críticas as formas de pensar vigentes na sociedade, elaboradas por sua vez pelos grupos que detêm o controle das instituições e cujas atividades são predominantemente diretivas” (pg.23,2006). Isto é, esses trabalhadores são mantidos em uma atividade tal intensa que não é permitido a eles pensarem se desejam mudança e como as desejam. O desenvolvimento de um sistema de trabalho mais mecânico e fragmentado teve início justamente com a sociedade industrial, conforma Aranha, e o marco inicial foi o Fordismo. Duas principais características precisam ser destacadas sobre os meios de produção: a tecnologia em expansão e o desfacelamento do homem como ser de liberdade. O taylorismo é outro exemplo clássico sobre esse processo de trabalho parcelado: Esse sistema que visa aumentar a produtividade e economizar tempo, suprimindo gestos desnecessários e comportamentos supérfluos no interior do processo produtivo, foi implantado com sucesso e logo extrapolou os domínios da fábrica, atingindo outros tipos de empresa, os esportes, a medicina, a escola e até a atividade da dona de casa. O taylorismo pretende ser uma forma de racionalização do trabalho porque permite melhor previsão e controle de todas

as fases de produção. Para tanto, o setor de planejamento se desenvolve tendo em vista a necessidade de se estabelecer os diversos passos da execução do trabalho. A necessidade do planejamento faz surgir uma intensa burocratização. Os burocratas são especialistas na administração de coisas e de homem, atividade que parece ser exercida com objetividade e racionalidade. No entanto, essa imagem de neutralidade e eficácia da organização, como se ela tivesse por base um saber desinteressado e simplesmente competente, é ilusória. Na verdade, a burocracia resulta numa técnica social de dominação. (Pg.24,2006).

De maneira mais clara, Aranha explica que o taylorismo substitui a coação visível dos trabalhadores, como a prática da violência ocorrida na escravidão, por gestos mais sutis de tornar o trabalhador submisso e obediente, como por exemplo as ordens vindas dos setores de planejamento, como foi exposto anteriormente. Outro marco importante nas relações de trabalho na história da humanidade foi a Era da Internet. Segunda a autora, com a revolução da informática o setor terciário, de serviços, teve, e ainda tem, significativo crescimento, principalmente nas áreas de comunicação, comércio, finanças, lazer, educação e outras. A partir desse momento, a máquina se torna o intermediário entre o homem e o mundo, e suas realidades. Os simulacros mergulham no mundo real e se tornam o “hiper-real”, ou seja, transformam a verdadeira realidade em algo mais atraente, mais belo, mais satisfatório. O que ocorre é que a ilusão do “hiper-real” se torna realmente em real, nada mais são do que mecanismos menos evidentes de exploração e alienação nas sociedades pós-modernas. Retornando a reflexão inicial, Aranha discuti sobre como os riscos da alienação ameaçam os profissionais da educação que desenvolvem o trabalho não manual. Segundo Saviani, citado pela autora, “A aula é alguma coisa que supõe, ao mesmo tempo, a presença de um professor e a presença do aluno. Ou seja, o ato de dar aula é inseparável da produção desse ato e de seu consumo. A aula é, pois, produzida e consumida ao mesmo tempo” (pg.25,2006). Dessa forma, é exatamente nesse contanto que o aluno poderia ser imposto a uma ideologia ou alienação. Por isso é necessário, por parte do professor e de todos os profissionais que trabalhem com o trabalho não manual, a contínua reflexão sobre seus discursos e seus objetivos educacionais, aos quais a emancipação e capacidade crítica do aluno deveriam estar à frente, ou seja, a liberdade ao invés do aprisionamento. Referência:

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. 3 edº. São Paulo, SP, Editora Moderna: 2006....


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