Resumo - Cap. 3 - Giddens - As consequências da modernidade PDF

Title Resumo - Cap. 3 - Giddens - As consequências da modernidade
Author Martina Pozzebon
Course Sociologia Da Comunicação
Institution Universidade Federal de Santa Maria
Pages 3
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Summary

Resumo do 3º capítulo do livro de Giddens - As Consequência da Modernidade, para a disciplina de Sociologia da Comunicação....


Description

Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Sociais e Humanas Departamento de Ciências da Comunicação Curso de Jornlismo Disciplina: Sociologia da Comunicação Profa : Veneza Mayora Ronsini

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Unesp, 1991. Resumo: Capítulo 3 O autor inicia este capítulo apontando a ideia de que nas condições da modernidade, importantes aspectos da vida cotidiana são organizados por instituições desencaixadas, que ligam práticas locais a relações sociais globalizadas. Giddens acredita que a confiança está vinculada a esses fenômenos e permite que eles aconteçam. Confiança e modernidade  Giddens usa o termo “reencaixe” para se referir à reapropriação ou remodelação das relações sociais desencaixadas de forma a comprometê-las a condições locais de tempo e lugar.  O autor define “compromissos de rosto” como relações verdadeiras que são mantidas ou expressas em conexões sociais estabelecidas que demandem a co-presença. “Compromissos sem rosto” referem-se ao desenvolvimento de fé em fichas simbólicas ou sistemas abstratos. Assim, nas palavras de Giddens, os mecanismos de desencaixe interagem com contextos reencaixados de ação, os quais podem agir ou para sustentá-los ou para boicotá-los.

 O ponto de partida para essa análise reside na observação sociológica familiar de que na vida social moderna, muitas pessoas, a maior parte do tempo, interagem com outras que lhes são estranhas.

 Houve uma mudança no significado do termo “estranho”: na pré-modernidade eram considerados ‘estranhos’ pessoas que vinham de fora da comunidade local; na modernidade, principalmente em cenários urbanos, interagimos de forma contínua com outros que ou não conhecemos bem ou nunca encontramos antes.

 Giddens cita Goffmann – conceito de desatenção civil: é o tipo mais básico de compromisso com rosto envolvido em encontros com estranhos em circunstâncias de

modernidade. Ela envolve não apenas o uso do rosto mesmo, mas o emprego sutil da postura e posicionamento corporais que transmitem uma mensagem: “posso ou não confiar nas intenções de uma pessoa que cruza por mim na rua?”.

Ex.: Ao passar por um bairro perigoso uma pessoa pode andar rapidamente, olhando direto para frente o tempo todo, ou furtivamente, em ambos os casos evitando qualquer contato de olhos com outros. “Uma falta de confiança elementar na possível intenção dos outros leva o indivíduo a evitar cruzar olhares, o que poderia precipitar um envolvimento potencialmente hostil”.  A desatenção civil é característica da interação concentrada: todo encontro pressupõe uma confiança elementar, que tende a ser guiada por uma percepção de "confiabilidade estabelecida" e/ou pela manutenção de rituais informais.

Sistemas abstratos  Aborda a confiança dos seres humanos em sistemas abstratos, conceito que Giddens divide entre fichas simbólicas (ex: dinheiro) e sistemas peritos (especialistas de alguma área). Existem dois tipos de confiabilidade: em pessoas que conhecemos pessoalmente e a confiança em sistemas abstratos – que não implica em encontros com indivíduos ou grupos responsáveis por esse sistema.  Ponto de acesso é “o terreno comum dos compromissos com rosto e sem rosto”, onde os representantes desses sistemas se encontram com a população.

 Giddens argumenta que “a natureza das instituições modernas está profundamente ligada ao mecanismo da confiança em sistemas abstratos”. O futuro sempre está aberto em termos de contingência e reflexibilidade. Essa vista para o futuro é estruturada pela confiança nesses sistemas.

 Ninguém pode optar por sair dos sistemas abstratos da sociedade, tais como guerras e ataques nucleares. Em sociedades pré-modernas, as pessoas podiam ignorar sábios, sacerdotes, etc. Mas não é o que ocorre hoje em dia em relação ao conhecimento perito.  Pontos de acesso, onde se há contatos com representantes e delegados, são consequentes na sociedade moderna. Esses encontros podem ser regularizados, como frequentar um médico, dentista, a muito tempo. Quando isso ocorre, também se cria um laço de amizade. Porém, encontros com representantes do sistema abstrato não são frequentes.  Os encontros no ponto de acesso envolvem exibições de confiabilidade e segurança, junto com “aja-como-de-hábito”. Todos os envolvidos sabem que a confiança é no sistema e não no seu representante, mas é um lembrete que seres humanos comandam o sistema.

 Esses encontros que ocorrem pessoalmente dependem muito da postura do representante, pois transmite confiança. A seriedade de um juiz e a calma de uma tripulação de um avião traz segurança a população. Por exemplo, no caso do avião, as pessoas possuem medo que a aeronave caia ou sofra algum transtorno. A tripulação estando calma, acaba trazendo serenidade aos passageiros, mesmo se há riscos.  Giddens diz que os pontos de acesso são divididos entre “palco” e “bastidores”. Exemplos: os peritos fazem parte do seu trabalho em público. Logo depois, escondidos do público por causa do ambiente especializado. Mas também, pois eles podem conseguir as coisas erradas. Outro exemplo mencionado no texto seria que os pacientes não confiariam tanto nos médicos e enfermeiros se soubessem dos enganos que ocorriam em consultas e operações: “Não existe habilidade tão cuidadosamente afiada e nem forma de conhecimento perito tão abrangente que estejam isentas de intervenção de elementos do acaso.”.

 Até pessoas que são guiadas por códigos de ética, como os médicos, precisam firmar seus compromissos “com rosto”. Giddens usa uma citação de Deirdre Boden, que diz que as pessoas precisam ver “o branco dos olhos” para firmar confiança.

 Em um resumo no fim do capítulo, Giddens coloca: “Relações de confiança são básicas para o distanciamento tempo-espaço dilatado em associação com a modernidade”. Confiança em sistemas envolve compromissos sem rosto, e confiança em pessoas envolve compromissos com rosto.

 O reencaixe é um processo em que os compromissos sem rosto são renovados através de uma presença de rosto. Já os pontos de acesso são formas de encontro entre os representantes e a população leiga....


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