Title | Cálculo Renal, Câncer de Próstata e HPB |
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Author | Medicina Intensiva |
Course | Gastroenterologia e Hepatologia |
Institution | Universidade Federal da Paraíba |
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CÁLCULO RENAL, CÂNCER DE PRÓSTATA E HPB – THAIS GOES
Medcurso 2019 – Clínica Médica Cálculo Renal, Câncer de Próstata e HPB
NEFROLITÍASE (CÁLCULO RENAL)
EPIDEMIOLOGIA (Dar pouca importância)
3% de prevalência Mais comum: Países subdesenvolvidos: Crianças (mais comum em bexiga e por ácido úrico) Países desenvolvidos: Adultos (mais comum em trato urinário superior e por cálcio) Homens 20-30 anos O encontro de uma litíase deve ser visto como algo “permanente”, devido a maior susceptibilidade (RECORRÊNCIA DE 50-60% EM 10 ANOS) Fatores de risco: História pessoal Baixa ingesta Uso prolongado de nefrolitíase hídrica de medicamentos História familiar Urina ácida ITU crônica ou de nefrolitíase HAS recorrente História de gota Cirurgia bariátrica COMPOSIÇÃO DOS CÁLCULOS COMPOSIÇÃO SAIS DE CÁLCIO (Mais comum ) ESTRUVITA (Fosfato de amônio magnesiano) ÁCIDO ÚRICO (Cistina)
DETALHES Mais comum: Oxalato de Cálcio (Outro: Fosfato de cálcio) Grande: Coraliforme Se puro: Transparente Não é visto ao raio X
FATORES PRÉ-DISPONENTES Hipercalciúria Idiopática/Primária (Sem hipercalcemia) 1. ITU (UREASE) *Proteus e Klebsiela
2. Urina Alcalina (> 7) 1. Uricosúria 2. Urina Ácida (< 5)
PROVA: Cálculo com > capacidade de crescimento e relacionado à ITU = ESTRUVITA
FISIOPATOLOGIA (1) Supersaturação: Formação de compostos insolúveis (Alterações anatômicas e de pH, menor volume urinário, etc) (2) Nucleação: Formação de CRISTAIS NÃO É CÁLCULO! - Homogênea: Cristal “puro”
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CÁLCULO RENAL, CÂNCER DE PRÓSTATA E HPB – THAIS GOES
- Heterogênea: Cristais de composições diferentes (3) Crescimento + Agregação É CÁLCULO!
INIBIDORES FISIOLÓGICOS
Água (inibe todas as 3 fases) Citrato (inibe nucleação) Magnésio (inibe nucleação) Proteína de Tamm-Horsfall (inibe crescimento + agregação)
Depois que são formados, os cristais PODEM OU NÃO evoluir para um cálculo!!! NEM TODAS AS PESSOAS COM CRISTAIS NO EAS TÊM NEFROLITÍASE e o fluxo urinário pode eliminar os cristais antes que se tornem cálculos verdadeiros
QUADRO CLÍNICO
Assintomático Hematúria micro ou macroscópica Cólica Nefrética – Dor lombar com irradiação para bolsa escrotal/grandes lábios (DOR TÍPICA = MOBILIZAÇÃO DO CÁLCULO/IMPACTAÇÃO NOS PONTOS DE CONSTRIÇÃO FISIOLÓGICOS, GERANDO
ESPASMO) Sinal de Giordano positivo – Se obstrução importante que distenda a cápsula renal Complicações ( prognóstico devido a fluxo) (1) Infecção (Risco de sepse) TRATAMENTO (2) Anúria (Risco de IRA pós-renal) DIFERENCIADO
PONTOS DE CONSTRICÇÃO: (1) Junção Ureteropélvica: Dor em flanco/Sinal de Giordano + (2) Terço médio do ureter: Dor abdominal irradiada para baixo (bolsa escrotal/grandes lábios) – SEM IRRITAÇÃO PERITONEAL (3) Junção vesicoureteral: Cistite
DIAGNÓSTICO TC SEM CONTRASTE PADRÃO OURO (1ª escolha) Imagem hiperdensa em trato urinário
USG DO TRATO URINÁRIO Bom para GESTANTE (2ª escolha) Imagem hiperecogênica com sombra acústica posterior
Pouco utilizados: Rx simples de abdome, urografia excretora e RM
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DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Aneurisma de aorta expansão Apendicite Diverticulite aguda
abdominal
em
Pielonefrite Cistite bacteriana Infarto renal
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DO CÁLCULO
Análise direta: Orientar o paciente a filtrar a urina com uma gaze para ser analisada por espectroscopia, difração, etc
EAS: Sedimentoscopia (Revela apenas cristais, não necessariamente cálculo) Urinocultura pH
TRATAMENTO AGUDO
(1) Analgesia 1ª linha: AINE – Previne espasmo do músculo liso ureteral (Ex.: Indometacina, cetorolaco, etc) 2º linha: Opióide – Apenas se contraindicação ou ausência de resposta à AINE “AINE +/- OPIÓIDE”
(2) Tamanho
< 1 cm: Terapia Médica Expulsiva (TME) – AINE + Bloqueadores α adrenérgicos ou bloqueador dos canais de cálcio por 4 – 6 semanas 1ª linha: Bloqueador α adrenérgico (Ex.: Tansulosina 0,4 mg/dia) – > Eficácia: Relaxa diretamente a musculatura lisa 2ª linha: Bloqueador do canal de cálcio (Ex.: Nifedipino) – < Eficácia “AINE/OPIÓIDE + α BLOQUEADOR OU BCC”
> 1 cm: Intervenção Urológica (Parecer do urologista, avaliar junto à ele) INTERVENÇÃO
INDICAÇÕES Proximal e < 2 cm
CONTRAINDICAÇÕES Gestante Aneurisma de Aorta
Litotripsia Extracorpórea (LOCE)
(Pelve e Ureter proximal)
Litotripsia Percutânea Minimamente Invasiva
Proximal e > 2 cm (coraliforme) (Pelve e Ureter proximal)
-
Ureteroscopia
Ureter médio/distal
-
*Dor Intratável, IRA e infecção = TTO cirúrgico
Hidratação: Não há evidencia científica sobre hiper-hidratação, mas ao contrário, estudos sugerem que hidratação mínima é tão ou mais eficaz no momento da crise. Fazer para corrigir desidratação em caso de vômitos importantes
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TRATAMENTO DE CASO COMPLICADO (INFECÇÃO/ANÚRIA)
1ª conduta: Desobstrução do trato urinário por meio de Stent Uretral (Duplo J) ou Nefrostomia percutânea (Único J), deixando a retirada do cálculo em si para um segundo momento TRATAMENTO CRÔNICO: PREVENÇÃO
Comum a todos: (1) Hidratação: ≥ 2,5 L/dia
Sais de Cálcio: (1) NÃO RESTRINGIR CÁLCIO!! (Idiopática) (2) Restrição de sódio (TCD absorve Na ou Ca) e proteínas de origem animal (geram ácido) (3) Dieta rica em potássio ou Citrato de potássio (4) (5) Diurético tiazídico
Estruvita: (1) Antibioticoterapia voltada para a bactéria encontrada na cultura (2) Se refratário: Ácido aceto-hidroxâmico (inibidor de urease)
Ácido Úrico: (1) Restrição de sódio e purinas (2) Citrato de potássio 40-80 mEq/dia (alcaliniza a urina) (3) Refratário: Alopurinol 100 mg/dia
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CÂNCER DE PRÓSTATA (ADENOCARCINOMA)
Tipo mais comum de CA em homens (exceto CA de pele não melanoma) 2º tipo de CA que mais mata homens (depois do CA de pulmão)
SCREENING
Não há consenso sobre, pois não existem evidencias científicas sobre o seu benefício na redução da morbimortalidade A maior parte dos adenocarcinomas de próstata não evoluirá clinicamente ou para a morte, não sendo necessário tratamento. O tratamento pode ter danos (impotência sexual/incontinência urinária) > benefícios e muitos dos diagnosticados podem sair “mais prejudicados do que beneficiados” com o tratamento Por outro lado, tumores com comportamento muito agressivo podem ser insensíveis precocemente ao PSA e toque retal (já pode haver micrometástase) SBU/AUA: Sim
INCA/MS: Não
Sempre conversar e decidir conduta junto ao paciente Pode ser indicado para: (1) ≥ 50 anos (2) ≥ 45 anos com fator de risco (raça negra, história familiar, dieta rica em gorduras, obesidade, etc) (3) > 75 anos: Seguir apenas se expectativa de vida > 10 anos
DIAGNÓSTICO
TOQUE RETAL (TR): Só avalia as porções periféricas da glândula Nódulo Induração Assimetria lobar acentuada ANTÍGENO PROSTÁTICO ESPECÍFICO (PSA): Aumenta em qualquer lesão prostática > 2,5 (< 60 anos) ≥ 4 (> 60 anos) REFINAMENTOS DO PSA: Geralmente para valores borderline Velocidade > 0,75 mg/mL/ano Densidade > 0,15 Fração livre < 25%
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= Se algum estiver alterado: BIÓPSIA TRANSRETAL DA PRÓSTATA POR USG (BX-TRUS)
BIÓPSIA TRANSRETAL POR USG: Realizada no caso de alteração nos exames anteriormente citados; método de escolha para classificação do tipo histológico; pode ser feita ambulatorialmente e sem sedação; devem ser coletados ao menos 12 FRAGMENTOS
QUADRO CLÍNICO
Assintomático (> 60%) Hesitação Jato intermitente/Fraco Hematúria
Hematoespermia Edema de MMII (metástase linfática)
Dor óssea crônica ou aguda (metástase óssea) Síndrome de compressão da medula espinhal
ESTADIAMENTO CLÍNICO PSA PRÉ-TRATAMENTO + GLEASON + TNM = I a IV
PSA PRÉ-TRATAMENTO
ESCORE DE GLEASON: Avalia o grau de diferenciação histológico através da soma dos 2 tipos histológicos mais frequentes (X + Y) no material, variando de 2 a 10 = PROGNÓSTICO!
1 2 3 4 5
Melhor (Mais bem diferenciado)
Pior (Menos bem diferenciado)
INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO SCORE DE GLEASON Bem Diferenciado (BAIXO RISCO) 2-4 Intermediário (BAIXO RISCO) 5-6 Pouco Diferenciado (MÉDIO RISCO) 7 Indiferenciado (ALTO RISCO) 8-10 *Caso haja ≥ 3 tipos histológicos na mesma amostra deve ser somado o mais dominante + mais indiferenciado, mesmo que este não seja o segundo tipo mais frequente
ESTADIAMENTO TNM: T N M
RNM da pelve ou TC de abdome e pelve Linfadenectomia pélvica (Para: PSA > 20 e Gleason > 7) Cintilografia Óssea (Para: PSA > 20, Gleason > 7 e T3 ou T4)
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CÁLCULO RENAL, CÂNCER DE PRÓSTATA E HPB – THAIS GOES
ESTADIAMENTO CLÍNICO FINAL: (1) BAIXO RISCO: PSA < 10 ng/mL Gleason ≤ 6 Estadio ≤ T2a
(2)
MÉDIO RISCO PSA 10-20 ng/mL Gleason 7 Estadio T2b
(3) ALTO RISCO PSA > 10 ng/mL Gleason ≥ 8 Estadio ≥ T2c
TRATAMENTO
DOENÇA
LOCALIZADA (I e II)
ESTRATÉGIAS (1) Prostatectomia Radical + Linfadenectomia (2) Radioterapia (3) Vigilância Ativa (SE BAIXO RISCO: PSA < 10; Gleason ≤6; ≤ T2a) através de PSA ou Espera Vigilante (Se expectativa de vida muito baixa, observa apenas para saber se evolui com muito incômodo) = PROVA!!
GENERALIZADA (III e IV) (= PALIATIVO)
(1) (2) (3) (4)
Orquiectomia Bilateral Agonista GnRH (não pulsátill) Se resistente: Antiandrogênicos, QT Se muito incomodo por sintomas obstrutivos: Ressecção transuretral (RTU)
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HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA (HPB)
INTRODUÇÃO E ANATOMIA
DEFINIÇÃO: Proliferação/Hiperplasia de células epiteliais glandulares e do estroma da próstata, formando nódulo adenomatoso
ANATOMIA: Órgão fibroblástico (consistência semelhante a cartilagem nasal) situado abaixo da bexiga, atrás da sínfise púbica e em frente ao reto, atravessada pela uretra (1) Zona Central: Periuretral, composta por glândulas curtas (2) Zona de Transição: Glândulas intermediárias HPB (3) Zona Periférica: Glândulas longas, ramificadas e tortuosas; separada das demais pela “cápsula cirúrgica” ADENOCARCINOMA FATORES DE RISCO
Idade avançada Genética Produção de androgênios (= Ter testículos) FISIOPATOGENIA ENVELHECIMENTO
HISTÓRIA FAMILIAR DE DOENÇA PRECOCE
INFLUÊNCIA ENDÓCRINA
RECEPTORES (> ESTÍMULO = > TAMANHO)
Componente estático: Obstrução uretral mecânica pelo tecido hiperplásico – INIBIDORES DE α REDUTASE (MESES)
Componente dinâmico/funcional: Obstrução uretral por maior tônus de músculo liso rico em receptor α adrenérgico responsivo ao SNC – α BLOQUEADOR (NA HORA) Hipertrofia do detrusor: Menor capacidade de armazenamento (Na tentativa de manter fluxo urinário normal, já que está passando menos conteúdo pela uretra) – ANTICOLINÉRGICO QUADRO CLÍNICO: PROSTATISMO
SINTOMAS OBSTRUTIVOS Jato fraco/Intermitente Gotejamento terminal e miccional Hesitância
Esvaziamento incompleto SINTOMAS DE ARMAZENAMENTO/IRRITATIVOS Urgência Frequência
pós-
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Incontinência
Noctúria
*Os sintomas obstrutivos tendem a desaparecer com a remoção cirúrgica da glândula. Já os de armazenamento nem sempre cessam
COMPLICAÇÕES
Retenção Urinária Aguda Infecção Urinária Prostatite
Litíase Vesical Falência do Detrusor (FASE FINAL = DILATAÇÃO)
IRA e DRC Hematúria
Sulco preservado
DIAGNÓSTICO
(1) História Clínica Escore Internacional de Sintomas Prostáticos (IPSS) (2) Toque retal Aumento simétrico Consistência fibroelástica
interlobular
*Endurecimento -> Adenocarcinoma -> Biópsia transretal guiada por USG *O volume da próstata não necessariamente tem relação com o grau de obstrução!! Glândula pequena pode obstruir mais que uma volumosa
(3) EAS Piúria Cultura ITU ou Prostatite Hematúria USG de vias uri nárias CA urogenital Hematúria macroscópica Citoscopia CA de bexiga (4) Ureia e Creatinina Avalia complicação: Nefropatia Obstrutiva (5) PSA Normal (< 60 anos): < 4 ng/mL, mas valores > 1,6 NG/ML INDICAM MAIOR RISCO DE PROGRESSÃO da HPB
TRATAMENTO: BASEADO NO IPSS IPSS < 8: SINTOMAS LEVES E SEM COMPLICAÇÕES (1) Vigilância ativa: Observação e acompanhamento
IPSS ≥ 8: SINTOMAS MODERADOS E GRAVES (1) Alfa bloqueador: Opção mais usada para sintomas de obstrução; age rápido; prostático Tansulosina Doxazosina
tônus
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(2) Inibidor da 5-alfa-redutase: Demora 4-6 meses para fazer efeito, pois visa o tamanho da glândula, que é um processo complexo (PRECISA DE PRÓTATA CONFIRMADO) Finasterida Dutasterida *TERAPIA COMBINADA: NA PRÁTICA, EM PRÓSTATAS ≥ 40G
(3) Anticolinérgicos: Para sintomas graves de armazenamento Oxibutinina Talterodina (4) Cirurgia: Prostatectomia subtotal (se grande > 80 g ou com complicações locais) ou Ressecção Transuretral da próstata – RTU (se pequena/média < 80g ou sem complicações locais). Indicações: a) b) c) d) e) f)
Casos refratários (Não responsivo = 6 meses a 1 ano ) Retenção urinária aguda refratária à cateter vesical ou recidivante Insuficiência renal ITU de repetição Litíase Vesical Divertículos vesicais grandes
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