Educação Formal, Educação NÃO- Formal, Educação Informal PDF

Title Educação Formal, Educação NÃO- Formal, Educação Informal
Course Pesquisa Educacional
Institution Universidade do Estado do Pará
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Pesquisa sobre educação formal, não formal e informal...


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EDUCAÇÃO FORMAL, INFORMAL E NÃO-FORMAL NA EDUCAÇÃO MUSICAL A educação formal é aquela que ocorre em sistemas tradicionais de ensino com conteúdo previamente delimitados, como escolas e instituições regulamentadas por leis. Na educação formal o ensino acontece no espaço padronizado, com normas, regras e conteúdos previamente definidos por leis, com o objetivo de ensino e aprendizagem de conteúdos sistematizados, buscando desenvolver um cidadão ativo com diversas competências e habilidades. Gohn (2006) complementa: A educação formal requer tempo, local específico, pessoal especializado, organização de vários tipos (inclusive a curricular), sistematização sequencial das atividades, disciplinamento, regulamentos e leis, órgãos superiores etc. Ela tem caráter metódico e, usualmente, divide-se por idade/classe de conhecimento. (GOHN, 2006, p. 30). Uma característica marcante da educação formal é que haja uma aprendizagem efetiva, com certificação e titulação que qualifique o indivíduo a seguir para etapa mais avançadas. Quando tratamos de processos educacionais na música, nos referimos à formal, desde atividades planejadas, organizadas, que usam teoria e escrita da música que são estruturadas dentro do sistema escolar. Quando qualificamos educação musical no termo “formal”, vários significados podem ser levantados:

“’Formal’ pode significar escolar, oficial, ou dotado de alguma organização. Desta maneira, o “formal” pode ser ou o ensino e a aprendizagem que acontecem nos espaços escolares e acadêmicos, mesmo que alternativos (escolas alternativas de música), ou no sentido oficial, apenas os sistemas regulamentados (escolas de ensino básico, médio, conservatórios, graduações etc.). (ARROYO, 2000, p. 78-79). A educação não-formal é aquela que ocorre fora do espaço formal de ensino, mas sendo complementar ao mesmo, onde a produção de conhecimento se dá pela não absorção de conteúdos previamente sistematizado, mas sim o conhecimento gerado através de situações-problema. As interações entre os indivíduos são essenciais para a troca de novos saberes, onde essas ações acontecem de forma verbal, carregadas de tradições culturais que as expressões orais possuem. Para Gohn (2005): O agir comunicativo dos indivíduos, voltado para o entendimento dos fatos e fenômenos sociais cotidianos, baseia-se em convicções práticas, muitas delas advindas da moral, elaboradas a partir das experiencias anteriores, segundo as tradições culturais e as condições históricos-sociais de determinado tempo e lugar. (GOHN, 2005, p. 104-105). É possível perceber que os processos metodológicos da educação não-formal estão bastante organizados ao redor na fala, pois ao se expressar o indivíduo

articula o universo de saberes passados através do esforço de pensar sobre a realidade em que estão inseridos. Quanto ao processo de aprendizagem há uma flexibilidade no estabelecimento de conteúdo, dependo dos objetivos do grupo a ser atingido. Assim o próprio espaço também é criado e recriado para dar sentido aquele grupo social estar se reunindo. As únicas diferenças entre educação formal e não-formal são relativas à organização e à estrutura do processo de aprendizado. Segundo a Gohn (2005) os espaços onde se desenvolvem as atividades não-formal são múltiplos a saber: no bairro-associação, nas organizações que estruturam e coordenam os movimentos sociais, nas igrejas, nos sindicatos e nos partidos políticos, nas ONG etc. A educação informal se dá através de conhecimentos que são partilhados em meio a uma interação sociocultural, como na família, amigos, bairro etc., nela o ensino e aprendizagem ocorrem espontaneamente, cheio de valores e culturas próprias, os espaços onde acontecem essa transmissão de conhecimentos são lugares onde ocorrem as relações sociais entre os indivíduos como, o lugar onde nasceu. O objetivo da educação informal é socializar, desenvolver hábitos, costumes, modo de pensar, que se expressam de acordo com os valores e crenças do grupo no qual frequenta. Gohn (2006) complementa: A educação informal não é organizada, os conhecimentos não são sistematizados e são repassados a partir das práticas e experiência anteriores, usualmente é o passado orientando o presente. Ela atua no campo das emoções e sentimentos. É um processo permanente e não organizado. (GOHN, 2006, p. 30). Na educação informal não se espera atingir resultados, pois eles simplesmente acontecem de acordo com o desenvolvimento e amadurecimento do indivíduo, através do senso comum, este que orienta sua forma de pensar e agir. A educação que é transmitida pelos pais na família, convívio com amigos, jornais, revistas e outros, são considerados temas da educação informal. Segundo Gohn (2005), o que diferencia a educação formal da informal é que na primeira existe a intencionalidade de dados sujeitos em criar ou buscar determinadas qualidades e/ou objetivos. A educação informal decorre de processos espontâneos ou naturais, ainda que seja carregada de valores e representações, como é o caso da educação familiar. Para Oliveira (2000), “informal”, que as vezes aparece como “não-formal”, significa o não escolar ora, educação musical não oficial, também como ensino e aprendizagem musical que acontecem em contexto culturais e mesmo no cotidiano das sociedades urbanas (aprendizados que acontecem através dos meios de comunicação).

Segundo aquela autora, a música não se define apenas pelos sons que possui, mas também pelo comportamento social dos componentes do grupo. Os termos formal e informal são geralmente aplicados, para a educação que se realiza dentro de instituições escolares (formal) e não-escolares(informais). Porém Oliveira (2000) traz o seguinte questionamento: Embora existam definições claras na área da educação para a diferenciação entre educação formal, informal e não-formal, cujas variáveis diferenciativas estão na intencionalidade, na organização, na ligação com a instituição propiciadora dos processos educacionais, coloca-se aqui um questionamento quanto à conceituação para a aplicação na área de música. (OLIVEIRA, 2000, p. 20). Vale ressaltar que, qualquer processo educacional em música, tem estrutura e processo especifico aos sujeitos e aos contextos, então contesta-se sobre os conceitos formal, informal, não formal (referente mais a forma), para os processos educativos aplicados a música, uma área de conhecimento que supõe interatividade, criatividade e psicomotricidade, corpo, mente e principalmente as emoções. Oliveira (2000) explica: A estrutura pode ser um sistema, mas não pode existir independente do ser humano, portanto, está relacionada intrinsecamente com o comportamento humano que produz o processo educacional, com as intenções afetivas, politicas, ecológicas, fisiológicas, valores do indivíduo em relação ao mundo. Essas estruturas e processos de ensino-aprendizagem podem ser de múltiplas formas, dimensões, intensões e ênfases (dinâmicas), não somente “étnicas”, ou “acadêmicas”, ou “cotidianas” ou “construídas”, ou “libertárias”. (OLIVEIRA, 2000, p. 21). Há sempre uma dúvida acerca de a tradição oral, ter um planejamento, a resposta é sim, mas claro que existem diferentes níveis de planejamento, dimensões, intensões, tempos diferentes, contextos diferentes, porém todos esses possuem, ações mentais, reflexões e inserção. É importante falar da figura do professor dentro desses conceitos. Quando o professor tem um “ar de informalidade”, no caso usa roupa ou adereços que simbolizam informalidade ou que se adeque à faixa etária e às preferências do aluno, ou ainda, desenvolve atividades que estão próximas a cultura da oralidade, a identificação entre aluno e professor pode acontecer com mais facilidade. Dentro da própria pedagogia musical, os professores estão começando a atrelar o intuitivo com o crítico e o emocional com a reflexão, buscando desenvolver uma educação mais dialogal, transitando entre o formal e o informal. Oliveira complementa (2000): O país das misturas já apresenta vários “jeitinhos” de transmissão de repertórios musicais, de cantar e tocar, de dançar e expressar. Pode-se valorizar esse jeito brasileiro em todos os contextos e assumir uma educação musical que transite entre o texto e o contexto, entre o espontâneo e o

sistemático, entre o regional e o internacional, entre a rua e a escola, entre o ingênuo e o crítico, entre a partitura e o ouvido. (OLIVEIRA, 2000, p. 30)....


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