Efeitos da Imersão em água quente PDF

Title Efeitos da Imersão em água quente
Author Erika Sagratzhi Coura
Course Fisioterapia Aquática
Institution Universidade da Amazônia
Pages 10
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Summary

Resumo do trabalho realizado sobre os efeitos da imersão em água quente, voltado para o tratamento fisioterapêutico...


Description

Bacharelado em Fisioterapia Turma: 6NNA

Efeitos Fisiológicos e Terapêuticos da Imersão em Água Quente Sumário 1.

Introdução................................................................................................................................... 3

2.

Propriedades Físicas da Água Quente.................................................................................3

3.

Efeitos Fisiológicos da Imersão em Água Quente............................................................5

4.

Efeitos Terapêuticos da Imersão em Água Quente...........................................................7

5.

Indicações e Contraindicações..............................................................................................8

6.

Conclusão...................................................................................................................................9

7.

Referências Bibliográficas....................................................................................................10

1. Introdução A fisioterapia aquática, é um recurso terapêutico que utiliza os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos advindo da imersão do corpo em piscina aquecida como recurso auxiliar da reabilitação ou prevenção de alterações funcionais.

A atuação terapêutica da água aquecida acarreta aumento do metabolismo e diminuição da tensão muscular, proporcionando conforto e relaxamento. Os efeitos fisiológicos oferecidos pela água envolvem respostas cardiorrespiratórias, renais, neurológicas e musculoesqueléticas. Os benefícios que a imersão e a fisioterapia aquática proporcionam aos pacientes devem-se tanto a algumas das propriedades física da água como às propriedades físicas terapêuticas da aplicação do calor. As vantagens da prática das atividades na água são inúmeras por exemplo atua no preventivo, sensorial e motor.

E o empuxo alivia o estresse sobre as articulações reduzindo as forças gravitacionais relacionada ao movimento, fazendo com que uma atividade de sustentação de peso, por exemplo, que pode ser contraindicada no solo, possa ser realizada com segurança na piscina durante a sessão da fisioterapia aquática.

2. Propriedades Físicas da Água Quente Os princípios físicos da água, os efeitos fisiológicos de um corpo em imersão, bem como as respostas fisiológicas ao exercício no meio aquático são recursos importantes na abordagem de alunos e atletas (Gabilan et. al. 2006). Isso faz com que as respostas fisiológicas dos seres humanos sejam diferentes durante a execução dos exercícios em meio líquido. Como meio para exercitarse, a água pode ser muito benéfica para aqueles que compreendem seus princípios e propriedades (Bates e Hanson 1988).

Para entender os efeitos da imersão é preciso compreender alguns princípios da hidrostática (considerando-se a imersão em repouso), da

hidrodinâmica (considerando a água ou o corpo em movimento) e da termodinâmica (troca de calor entre o corpo e o meio). Entre esses princípios destacam-se

a

densidade,

empuxo,

pressão

hidrostática,

princípio

de

Arquimedes ou flutuação, a viscosidade, calor específico da água, esteira redemoinhos e arrasto.

Densidade: é definida como a quantidade de massa ocupada por certo volume a determinada temperatura e pode ser expressa em quilogramas por metro cúbico (Kg/m3) ou gramas por centímetro cúbico (g/cm3) d=m(Kg)/V(m3). A densidade depende tanto da massa de um objeto como também do volume que aquela massa ocupa. A água pura (4º C) possui densidade (g/cm 3) de 1,00; a média do corpo humano 0,97 e a densidade do ar é de 0,001. Uma pessoa ou objeto flutuará se sua densidade for menor que 1,0 e afundará se tiver densidade maior que 1,0 e ficará logo abaixo da superfície se for igual a 1,0. Força de empuxo: é uma força de sentido contrário ao da gravidade (de baixo para cima) com intensidade igual ao peso do volume de agua deslocado. Esse efeito é utilizado como resistência ao movimento dentro da agua, fortalecendo a musculatura sem aumentar o impacto articular. Além disso o empuxo estimula a circulação periférica e fortalece a musculatura respiratória. Pressão hidrostática (Lei de Pascal): Pressão é definida pela força aplicada em uma determinada área e pode ser expressa em Newtons por quadrado (N/m2), unidade conhecida também como Pa (Pascal), ou milímetros de mercúrio (mmHg). Lei de Pascal afirma que, quando um corpo é imerso na água, a pressão do líquido é aplicada sobre todas as áreas da superfície do corpo imerso, sendo diretamente proporcional à profundidade e à densidade do líquido: quanto maior a profundidade e a densidade, maior será a pressão hidrostática exercida. Princípio de Arquimedes ou flutuação: O princípio de Arquimedes diz que quando um corpo está imerso completamente ou parte dele num líquido em repouso, ele sofre um empuxo para cima, igual ao peso do líquido deslocado. O empuxo, força exercida de baixo para cima é uma força contraria à força de

gravidade, devido a essa força que os corpos imersos apresentam peso aparente inferior ao apresentado no solo. Viscosidade: é a força de atrito entre as moléculas da água, causando resistência ao fluxo. Movimentos rápidos dentro da água aumentam esse atrito gerando o que conhecemos como turbulência, que pode interferir no deslocamento do corpo na água. A turbulência pode ser utilizada tanto como resistência para treinos de fortalecimento como auxilio para a realização de algum movimento.

A viscosidade do líquido diminui à medida em que a

temperatura da água vai aumentando. Quanto maior a temperatura, menor a viscosidade da água. Calor específico da água: o calor específico da água é milhares de vezes o do ar, e a perda de calor na água é 25 vezes a do ar a dada temperatura. Esta perda de calor pode acontecer tanto pela condução (movimento de energia térmica de algo mais quente para algo mais frio), ou por convecção (perda de calor causada pelo movimento da água contra o corpo mesmo se a água e o corpo estiverem na mesma temperatura). Esteira, redemoinhos e arrasto: quando um objeto se move através da água, cria-se uma diferença na pressão à frente e na traseira do objeto, sendo que a pressão traseira se torna menor que a dianteira. Como consequência, ocorre um deslocamento do fluxo de água para dentro da área de pressão reduzida (denominada esteira). Na região da esteira forma-se redemoinhos, que tendem a arrastar para trás o objeto (arrasto). Quanto mais rápido o movimento, maior o arrasto.

3. Efeitos Fisiológicos da Imersão em Água Quente A água quente traz muitos benefícios que podem estar ajudando o paciente com a sua recuperação, uns dos benefícios da água quente é a dilatação dos vasos, causando

vasodilatação, melhorando o metabolismo e a

circulação local, promovendo relaxamento muscular, diminuição da dor, reduz a rigidez articular e alivia o espasmo muscular. Ela pode ser usada nas patologias

ortopédicas crônicas para a diminuição da dor e melhora da rigidez articular, para que os exercícios de alongamento e fortalecimento sejam feitos de forma mais eficaz e confortável para o paciente.

Além de reduzir o estresse articular e aumentar a mobilidade, exerce efeitos sobre diversos sistemas:

Cardiovascular: O corpo imerso em água quente provoca o aumento da circulação e redistribuição do sangue, que favorece o fluxo sanguíneo devido a vasodilatação periférica dos vasos. Imersões de uma hora até os ombros, na temperatura de 34ºC, pode produzir a redução de 15% na frequência cardíaca, 11% na pressão arterial sistólica e diastólica.

Musculoesquelético:

As

alterações

que

acontecem

no

sistema

musculoesquelético são devido a imersão do corpo em água. Parte do fluxo sanguíneo é destinado a pele e músculos, que provoca uma diminuição dos espasmos muscular e uma maior distribuição de oxigênio. Como os fluidos dos tecidos movimentam-se mais livremente nas estruturas lesionadas e removem com mais rapidez os produtos tóxicos do metabolismo muscular, a cicatrização tecidual acontece com maior velocidade.

Circulatório: A pressão hidrostática sobre o sistema venoso, sensível à diferença de pressão externa, facilita e estimula o retorno do sangue venoso periférico aos grandes vasos e desce ao coração.

Sistema

Nervoso:

Durante

a

pressão

hidrostática,

a

liberação

de

neurotransmissores é alternada, com isso ocorre uma diminuição dos níveis de epinefrina e norepinefrina, provocando um aumento do limiar da dor, o paciente acaba sentindo uma sensação menos dolorosa). Esse fator acontece devido as terminações nervosas, considerando-se que as transmissões de impulsos nervosos são mais rápidas nas fibras do calor e no tato do que nas fibras de dor.

Respiratório: As alterações ocorridas no sistema circulatório estão ligadas em parte nos efeitos sobre o sistema respiratório. Pois o trabalho respiratório sofre um aumento importante quando em imersão até o pescoço, o transporte de O² é otimizado por causa do aumento do débito cardíaco resultante da combinação da contra

pressão

hidrostática

e

aumento

da

temperatura

corporal.

Em

consequência, o volume de reserva expiratória diminui pela metade e a capacidade vital em torno de seis a 12% sendo que a combinação desses dois fatores leva ao aumento de aproximadamente 60% no trabalho da respiração.

4. Efeitos Terapêuticos da Imersão em Água Quente No tratamento aquático, a temperatura da água tem efeito direto sobre o corpo do paciente, onde o objetivo do tratamento determina a escolha da temperatura da água. A fisioterapia aquática em água aquecida proporciona diversos efeitos terapêuticos que auxiliam da reabilitação funcional do paciente: Sistema Nervoso Motor: A imersão em água aquecida proporciona o relaxamento e diminui a percepção de dor do paciente. As terminações nervosas de temperatura, tato e pressão são afetadas, na medida em que o prolongamento do tempo de imersão diminui a sensibilidade e a condução da fibra nervosa lenta Sistema Sensório-Motor: A imersão em água quente auxilia no treinamento de equilíbrio e da coordenação motora, permite o aumento da propriocepção, pois o paciente precisa garantir a sua manutenção em pé na água, mesmo em movimento. Sistema Respiratório: A imersão em água aquecida até a altura do processo xifoide, conta com a pressão hidrostática, que exerce pressão sobre a caixa torácica, alterando a mecânica e a função pulmonar e elevando o trabalho respiratório em até 65%, assim há maior trabalho dos músculos respiratórios. Por outro lado, em pacientes com patologias graves no pulmão, o uso da imersão em água quente deve ser avaliado com cuidado.

Sistema Musculoesquelético:

A imersão em água aquecida provoca

vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo, proporcionando o relaxamento das fibras musculares e diminuído o tônus o muscular. A água quente também alivia a dor e a propriedade de empuxo da água alivia o stress nas articulações além de permitir ao paciente que sustente o seu peso, quando isso não é possível fora da água, auxiliando no trabalho de ganho de ADM e fortalecimento da musculatura. Sistema Cardiovascular: Ao imergir um corpo em água aquecida, a vasodilatação aumenta o fluxo sanguíneo e, consequentemente, intensifica o trabalho cardíaco. A temperatura da água afeta diretamente a frequência cardíaca, podendo o déficit cardíaco aumentar em até 80% em água aquecida até 33ºC. Assim, o tratamento hidroterápico de paciente com problemas de pressão e patologias cardíacas menos graves, auxilia na diminuição da pressão arterial e no aumento do condicionamento cardíaco.

5. Indicações e Contraindicações De forma geral, o exercício aquático tem como meta facilitar a recuperação funcional do paciente. A imersão em água quente auxilia no aumento das habilidades do paciente, permitindo a realização de diferentes intervenções terapêuticas, tais como: 

Facilitar os exercícios de ADM



Relaxar a musculatura do paciente



Melhorar a aplicação de Técnicas Manuais



Facilitar a execução de exercícios cardiovasculares



Facilitar o treino de atividades funcionais



Minimizar o risco de lesão ou de recorrência durante a

Indicações:

reabilitação



Fibromialgia



Disfunções traumatológicas



Disfunções Musculoesqueléticas



Disfunções Neuromotoras



Disfunções da coluna vertebral



Gravidez



Pós-mastectomia



Atletas Apesar do uso da água ser benéfico para a maioria dos pacientes,

existem algumas precauções e contraindicações que devem ser levadas em consideração antes de prescrever a hidroterapia: Precauções: 

Pacientes com hidrofobia devem ser avaliados com cautela antes de iniciar um programa de exercícios aquáticos



Pacientes com distúrbios neurológicos atáxicos podem sentir um aumento da dificuldade em controlar movimentos voluntários quando imersos em água



Pacientes com distúrbios respiratórios podem apresentar piora no quadro respiratório devido a imersão em água.



Pacientes com disfunção cardíaca, tais como angina, pressão arterial anormal, doença cardíaca ou mecanismos de bombeamento do sangue comprometidos necessitam de monitoramento cuidadoso quando imersos em água.

Contraindicações: 

Infecção de pele e unha



Feridas abertas



Incontinência urinaria



Fobias



Estados febris



Insuficiência renal



Doença cardiovascular grave;



Traqueostomia, sonda



Infecções ou doenças transmissíveis



Convulsões não controladas

6. Conclusão A prática de atividades físicas aquáticas torna-se cada vez mais popular, incluindo tanto indivíduos saudáveis quanto portadores de diversas patologias. Na reabilitação em ambiente aquático é necessário conhecer, além das sutilizas do meio, as alterações fisiológicas e terapêuticas, produzidas nas diversas modalidades, durante e após a imersão em água aquecida. O presente estudo possibilitou verificar os efeitos fisiológicos e terapêuticos da temperatura da água. Embora a temperatura aquecida seja desejável para aliviar a dor e promover relaxamento muscular, durante a reabilitação aquática, sugere-se que, quando a piscina terapêutica for utilizada para exercícios, a escolha da temperatura da água seja considerada, recomendando-se valores entre 29 graus C e 34 graus C. Apesar do uso da água ser benéfico para a maioria dos pacientes, existem algumas precauções e contraindicações antes de prescrever a fisioterapia aquática.

7. Referências Bibliográficas

ARCA, E. A., MARTIN, L. C., Bruno, M., & Et.al. (2012). Potencial da imersão parcial em piscina aquecida como tratamento. Revista Brasileira de Clínica Médica, 427- 430. BUKOWSKI, E. L. (2016). Exercícios Aquáticos. Em C. a. KISNER, Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas (pp. 290-295). Barueri: Manole Ltda. FAGUNDES, A., & SILVA, R. (Dez de 2006). Efeitos da Imersão em água Aquecida Sobre o Sistema Respiratório. Fisioterapia em Movimento, pp. 113-118. FORNAZARI, L. (27 de Setembro de 2020). Fisioterapia Aquática. Fonte: Unicentro.br: http://repositorio.unicentro.br:8080/jspui/bitstream/123456789/503/5/Fisioterapia %20Aqu%C3%A1tica.pdf MOOB, F., PETERSON, S., MANWELL, E., NOBLE, M., & MUENCH, G. (1980). Manual de Hidroterapia e Massagem (2ª ed.). Santo André: Casa Publicadora Brasileira. SOUSA, P. (27 de Abril de 2017). Hidroterapia no Tratamento da Espasticidade: Revisão Sistemática. Fonte: interfisio.com: https://interfisio.com.br/hidroterapia-no-tratamentoda-espasticidade-revisao-sistematica/...


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