Title | Embriologia, Fisiologia E Anatomia DO Sistema Reprodutor Feminino |
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Course | Internato Em Ginecologia E Obstetrícia |
Institution | Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões |
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Resumo completo em ginecologia e obstetricia...
EMBRIOLOGIA E ANATOMIA DO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO EMBRIOLOGIA Como define o sexo do bebê? Cromossomo Y -> genético. Ocorre diferenciação a partir das 6 semanas apenas, antes disso os 2 sexos se desenvolvem igualmente (estádio indiferenciado) A diferenciação sexual do embrião decorre em três etapas: a primeira durante a fecundação, quando se determina o sexo cromossômico; posteriormente o aparelho genital passa por um período indiferenciado; a diferenciação morfológica inicia-se entre 6 e 8 semanas e os genitais internos são os primeiros a se diferenciarem. A partir das 8 semanas o ovário vai iniciar sua diferenciação com a regressão dos canais de Wollf, simultaneamente com o desenvolvimento das vias genitais femininas a partir dos canais de Muller, que se desenvolvem externa e paralelamente aos canais de Wollf Masculino: tem as características fenotipicas da área genital com 12 semanas, no sexo feminino é mais tarde A diferenciação em ovário ou testículos é iniciado por hormônios testiculares, se ausentes, ovários se desenvolvem Membrana urogenital: a partir de 2 semanas, que divide a cloaca entre bexiga e reto Ducto de Wolff: formam as trompas, útero e terço superior da vagina (na ausência do hormônio anti-mulleriano). Na ausência de testosterona os canais de Wolff regridem e, na presença de um ovário normal ou na ausência de gônadas,ocorrerá o desenvolvimento Mulleriano Ducto de Muller: a fusão dos dois ductos de Mulleri dá origem ao canal útero-vaginal Hormônio anti- mulleriano: diferencia para sexo masculino ANATOMIA Ovário o Único órgão intraperitoneal não recoberto por peritonio o Cerca de 3-6cm3 o Ligamentos Suspensor do ovário Próprio do ovário Mesossalpinge Largo o Irrigação: artéria ovariana, ramo da aorta Útero o Istmo separa o corpo do colo uterino o Posição: antevertido e antefletido. 10% tem o utero retroversofletido. Não interfere em gestação ou fertilidade, interfere para mioma (compressão do reto), colocação de DIU o Útero didelfo: duas cavidades, duas vaginas, dois colos de utero (coletar 2 CP) Vagina o Vascularização pela vaginal, e um pouco da uterina e pudenda interna Músculos do assoalho pélvico: mecanismo de sustentação da pelve (todo o organismo fica causando trauma em cima da região genital) o Diafragma pélvico (elevadores do anus) o Diafragma urogenital (isquiocavernoso, bulbocavernoso, transverso do períneo, esfíncter externo do anus) o Ligamento utero-sacro (formam o anel pericervical, que dá sustentação ao utero para que não haja prolapso)
FISIOLOGIA FEMININA Organismo da mulher dividido em 2 fases: gestação e preparo do organismo pra gestação e concepção No sistema hormonal feminino existem 3 hierarquias de hormônios 1. Hipotálamo: hormônio liberador de gonadotropinas (GnRH) 2. Hipófise anterior: hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) 3. Ovário: estrogênio e progesterona Esses hormônios são secretados com intensidades drasticamente diferentes durante as diferentes fases. A quantidade de GnRH liberada aumenta e diminui de modo menos drástico: é secretado em pulsos curtos uma vez a cada 90 minutos. As mudanças ovarianas que ocorrem durante o ciclo sexual dependem inteiramente do FSH e LH. Na ausência desses hormônios, os ovários permanecem inativos, como ocorre durante toda a infância (quase nenhum hormônio gonadotrópico é secretado). Dos 9-12 anos, a hipófise começa a secretar progressivamente mais LH e FSH --> início de ciclos sexuais mensais normais, que começam entre 11-15 anos: PUBERDADE. Tanto o FSH quanto o LH estimulam suas células-alvo ovarianas ao se combinar com receptores muito específicos de LH e FSH. Os receptores ativados aumentam a secreção das células e também seu crescimento e proliferação.
FASE FETAL: Quando uma criança do sexo feminino nasce, cada óvulo é circundado por camada única de células da granulosa --> FOLÍCULO PRIMORDIAL. Durante toda a infância, acredita-se que as células da granulosa ofereçam nutrição para o óvulo e secretem um fator inibidor da maturação do oócito,que mantém o óvulo parado em seu estado primordial. À medida em que o feto se desenvolve, os folículos primordiais diferenciam-se e migram para o córtex ovariano Depois da puberdade, quando FSH e LH começam a ser secretados em quantidades significativas, os ovários começam a crescer Os ovários também funcionam durante a vida fetal, devido a estimulação pelo hormônio gonadotropico (gonadotrofina coriônica) secretado pela placenta Poucas semanas após o nascimento, esse estímulo desaparece e os ovários ficam quase totalmente latentes até o período pré puberal Logo após as 20 semanas de gestação, é o momento em que o feto feminino tem mais folículos no ovário. A partir disso, só regride. Pode fazer falso diagnóstico de ovários policísticos, por isso que tem que avaliar em outra fase do ciclo também. CRESCIMENTO FOLICULAR Ao nascimento, os ovários contém aproximadamente 1 milhão de folículos primordiais Na menarca, são em torno de 500 mil. Destes, apenas 400 chegarão até a ovulação. O restante entrará em atresia (apoptose) O crescimento até a fase antral inicial é permanente durante a vida até a menopausa, inclusive nas situações em que a liberação de gonadotrofinas diminui significativamente: infância, gestação e uso de anticoncepcional O primeiro estágio de crescimento folicular é o aumento moderado do próprio óvulo. Então, segue-se o crescimento de outras camadas das células da granulosa em alguns dos folículos, conhecidos como FOLÍCULOS PRIMÁRIOS FASES DO CICLO MENSTRUAL Primeira menstruação: menarca Padrão rítmico é denominado ciclo sexual feminino (ou ciclo menstrual)
Ciclo menstrual varia de 21 a 35 dias, média de 28 dias O número de dias da primeira fase do ciclo menstrual (proliferativa ou folicular) pode variar, entretanto a segunda fase (lutea ou secretora) SEMPRE tem 14 dias - ou seja, a paciente sempre ovulou exatamente 14 dias antes de menstruar - exceto quando há incompetência do corpo luteo
EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE-GÔNADAS
HIPOTÁLAMO
Liberação pulsátil de GnRH
FSH
ADENO-HIPÓFISE
Estrogênio
OVÁRIOS
LH
Progesterona
Liberação de GNRH: Curto e frequente: libera FSH o Longo e lento: libera LH Cada hormônio tem suas células específicas no ovário o LH - células da teca- progesterona o FSH - células da granulosa- estrogênio Não há estímulo direito do hipotálamo para o ovário!! o
COMPONENTES FUNCIONAIS DO CICLO MENSTRUAL NEURO-HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS
HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS
GnRH
FSH e LH
CRF (fator liberador de corticotrofina)
ACTH
GHRH (hormônio liberador do hormônio do crescimento) GH TRH (hormônio liberador do TSH)
TSH
PIF (fator inibidor da prolactina) = dopamina Prolactina (PRL) Obs.: Se houver distúrbio da tireoide, pode influenciar a liberação de hormônios hipotalamicos HORMÔNIO LIBERADOR DE GONADOTROFINAS
O hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) é produzido por neurônios do núcleo arqueado do hipotálamo Ele é o responsável pela secreção hipofisaria do LH e FSH Durante o ciclo menstrual, para exercer sua ação modeladora sobre a hipófise, esse neuro hormônio é secretado de forma pulsátil, em pulsos de 5-25 minutos a cada 1-2 horas A função menstrual normal necessita da secreção de GnRH em uma faixa crítica de amplitude e frequência. Quando o GnRH é liberado de forma contínua, sua capacidade de causar liberação de LH e FSH se perde.
HORMÔNIOS GONADOTROPICOS As alterações ovarianas durante o ciclo menstrual dependem do FSH e do LH 9-10 anos: a hipófise libera pulsos de FSH e LH, predominando os de LH, consequentemente causando picos de estradiol. Os pulsos causam a maturação do eixo iniciando a puberdade Estimulam suas células alvo ovarianas, combinando-se com seus próprios receptores: FSH células da granulosa e LH - células da teca Esses hormônios são secretados em quantidades e velocidades diferentes, durante as diversas fases do ciclo HORMÔNIOS OVARIANOS Progesterona: o A função mais importante da progesterona é a de promover alterações secretórias no endométrio na ultima metade do ciclo sexual, preparando o útero para a implantação do óvulo fertilizado o Diminui a frequência e a intensidade das contrações uterinas, ajudando a evitar a expulsão do óvulo implantado o Promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos mamários; também faz com que as mamas inchem Estrogênio: o Em pequenas quantidades, o estrogênio tem forte efeito de inibir a produção de LH e FSH pela hipófise. Quando existe progesterona, o efeito inibidor do estrogênio é multiplicado (a progesterona por si só tem pouco efeito) o Operam em menor extensão no hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH o O estrogênio tem a função de CICLO OVARIANO Fase folicular o Inicia-se no primeiro dia da menstruação e termina no dia do pico de LH no meio do ciclo o Um aumento de FSH e LH é observado ao final da fase lutea do ciclo anterior, pela diminuição de estradiol, progesterona e inibina A (regressão do corpo lúteo) o Durante os primeiros dias de cada ciclo sexual mensal, as concentrações de LH e FSH aumentam de leve a moderado e o aumento de FSH é ligeiramente maior do que o de LH. Esses hormônios, especialmente o FSH, causam o crescimento acelerado de 6-12 folículos primários por mês (recrutamento folicular). Rápida proliferação de células da granulosa --> aparecimento de muitas outras camadas. o As células fusiformes do interstício ovariano agrupam-se em diversas camadas por fora das células da granulosa, levando ao aparecimento de segunda massa de células = TECA Teca interna: capacidade de secretar mais hormônios sexuais (estrogênio e progesterona)
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Teca externa: cápsula do folículo em desenvolvimento Depois da fase proliferativa inicial, a massa de células da granulosa secreta o líquido folicular, que contém elevada concentração de estrogênio. O acúmulo desse líquido leva ao aparecimento do antro dentro da massa de células da granulosa. O crescimento inicial do folículo antral é estimulado principalmente pelo FSH. Ocorre crescimento de folículos ainda maiores, denominados folículos vesiculares. Enquanto o folículo aumenta, o óvulo permanece incrustado na massa de células da granulosa localizada em um pólo do folículo Após 1 semanas ou mais de crescimento (mas antes da ovulação) um dos folículos começa a crescer mais do que os outros).Ocorre normalmente maturação completa de apenas 1 folículo, o dominante, aproximadamente no 5o dia, e os demais entram em atresia (não se sabe qual a causa). Esse processo evita que mais de uma criança se desenvolva em cada gravidez. Acredita-se que: O folículo dominante é o que tem maior atividade da enzima aromatase, ocorrendo maior produção de estradiol e maior número de receptores de FSH O estradiol inibe a secreção de FSH (retrocontrole negativo) O FSH diminui, sendo que todos os folículos, exceto o dominante (maior número de receptores de FSH) entrem em atresia Folículos com 1-1,5 cm na época da ovulação --> FOLÍCULO MADURO As cells da granulosa do folículo dominante expressam receptores tanto de FSH como de LH e produzem quantidades cada vez maiores de estradiol, atingindo um platô aproximadamente 24-36 horas antes da ovulação Os altos níveis de estradiol secretados pelo folículo dominante desencadeiam o pico de LH cerca de 12 horas antes da ovulação A progesterona em níveis baixos produzida pelo folículo antes da ruptura é o sinal para que ocorra a descarga de FSH no meio do ciclo!! Produção de progesterona se inicia 24 horas antes da ovulação pelas cells da granulosa - efeito do LH (luteinização). A progesterona é facilitadora do pico de LH
Fase ovulatória Normalmente 14 dias após o início da menstruação o Cerca de 2 dias antes da ovulação, a secreção de LH pela hipófise anterior aumenta bastante, com pico em torno de 16 horas antes da ovulação. O FSH também aumenta, e FSH e LH agem sinergicamente causando a rápida dilatação do folículo durante os últimos dias antes da ovulação. O LH tem efeito específico nas células da teca, convertendo-as em secretoras de progesterona. Por isso a secreção de estrogênio começa a cair cerca de 1 dia antes da ovulação, enquanto quantidades cada vez maiores de progesterona começam a ser secretadas. o Rápido crescimento de novos vasos na parede folicular e secreção de prostaglandinas (causa vasodilatação) nos tecidos foliculares o Um pouco antes de ovular, a parede externa protuberante do folículo incha rapidamente e a pequena área no centro da cápsula folicular, denominada estigma, projeta-se como um bico. Em 30 minutos ou mais, o líquido começa a vazar do folículo através do estigma e ele se rompe inteiramente, permitindo que líquido mais viscoso da porção central do folículo seja lançado para fora. Esse líquido viscoso carrega consigo o óvulo cercado por massa de milhares de pequenas células da granulosa, que formam a coroa radiada. o É nesse ambiente de crescimento rápido do folículo, menor secreção de estrogênio após fase prolongada de sua secreção excessiva e início de secreção de progesterona que ocorre a ovulação. Sem o pico pré ovulatório inicial de LH, a ovulação não ocorreria o
Fase lútea Se inicia no dia do Pico de LH no meio do ciclo e termina na próxima menstruação o Nas primeiras horas após a expulsão do óvulo do folículo, as células da granulosa remanescentes transformam-se rapidamente em células luteínicas de aspecto amarelado. Elas aumentam de diâmetro e ficam cheias de inclusões lipídicas, que lhes dão aparência amarelada. Esse processo é denominado luteinização, e a massa total de células se denomina CORPO LÚTEO o A alteração das células da granulosa e tecais internas em células luteínicas depende do LH. A luteinização também depende da extrusão do óvulo do folículo. O corpo lúteo depende da secreção contínua de LH. Caso não ocorra gestação, ocorre a involução do corpo lúteo após 14 dias. o O corpo lúteo cresce até atingir diâmetro de 1,5cm 7 a 8 dias após a ovulação. Então, ele começa a involuir e perde suas funções secretórias cerca de 12 dias após a ovulação, passando a ser o corpo albicans. o As células da granulosa do corpo lúteo formam grandes quantidades de estrogênio e progesterona (mais progesterona do que estrogênio durante a fase lútea). As células da teca formam a androstenediona e testosterona o O corpo lúteo tem como funções: a produção de progesterona e estrogênio, e preparar o endométrio durante a fase lútea para a implantação do ovo. o O E+P, secretados pelo corpo lúteo durante a fase lútea, exercem acentuando efeito de feedback negativo sobre a adeno hipófise (mais o estrogênio do que a progesterona),mantendo intensidades secretórias reduzidas de FSH e LH. Além disso, as células lúteas também secretam pequenas quantidades do hormônio inibina A. Esse hormônio também inibe a secreção de FSH. A perda desses hormônios faz com que o corpo lúteo se degenere. o A involução final normalmente se dá ao fim de quase 12 dias exatos da vida do corpo lúteo, 2 dias antes de começar a menstruação. A parada súbita de secreção de estrogênio, progesterona e inibina pelo corpo lúteo remove a inibição por feedback da hipófise anterior, permitindo que ela comece a secretar novamente quantidades cada vez maiores de FSH e LH. Eles dão início ao crescimento de novos folículos, começando novo ciclo ovariano. o A secreção reduzida de progesterona e de estrogênio (que ocorre com a involução do corpo lúteo) resulta na descamação do endométrio, que é a menstruação o
CICLO UTERINO Proliferativa Secretora Menstruada
Quando há queda de estrogênio e progesterona, há aumento do FSH e LH para iniciar o recrutamento folicular e iniciar novo ciclo sexual mensal. MENSTRUAÇÃO Se o óvulo não for fertilizado, cerca de 2 dias nates do final do ciclo menstrual, o corpo lúteo no ovário subitamente involui e a secreção dos hormônios ovarianos diminui. A menstruação é causada pela redução de estrogênio e progesterona no final do ciclo ovariano --> menor estimulação das células endometriais e a involução do endométrio. Durante as 24 horas que precedem a menstruação, os vasos sanguineos do endométrio ficam vasoespásticos. O vasoespasmo, a diminuição dos nutrientes ao endométrio e a perda de estimulação hormonal desencadeiam necrose no endométrio. Gradativamente, as camadas externas necróticas se separam do útero, até que em cerca de 48 horas depois de surgir a menstruação todas as camadas tenham se soltado. O líquido menstrual não coagula normalmente porque uma fibrinolisina é liberada em conjunto com o material endometrial necrótico. Se houver sangramento excessivo, a quantidade de fibrinolisina pode não ser suficiente e o sangue coagular. 4-7 dias após o início da menstruação a perda de sangue para porque o endométrio já se reepitelizou RESUMO Aproximadamente a cada 28 dias, o FSH e o LH determinam o início do crescimento de novos folículos nos ovários Um dos folículos finalmente torna-se maduro e ovula no 14o dia do ciclo. Durante o crescimento dos folículos ocorre principalmente a secreção de estrogênio Após a ovulação, as cells secretoras do folículo transformam-se no corpo luteo, que secreta grandes quantidades de progesterona e estrogênio
Depois de 14 dias, o corpo luteo degenera e, em consequência, estrogênio e progesterona diminuem acentuadamente e começa a menstruação. Segue-se então um novo ciclo ovariano...