Estudo dirigido – Crônicas, denotação e conotação PDF

Title Estudo dirigido – Crônicas, denotação e conotação
Author Camilla Silva
Course Português
Institution Ensino Médio Regular (Brasil)
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Estudo dirigido – Crônicas, denotação e conotação...


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Estudo dirigido – Crônicas, denotação e conotação 1º crônica

O capitão Horácio Luis Fernando Verissimo Tive um caso com o capitão Horácio por anos. Até resolver me curar. — Esta é a minha esposa, Rute... — Humm. Simpática. — Ela é uma mulher fantástica. Estamos casados há 25 anos. — E estes são...— Os filhos. Gustavo e Leinha. Foi a Leinha que nos deu a única neta. Olha só, que amor... — Que beleza! — Maria Rita. Três anos. A queridinha do vovô. — E este? — Ah, este é o capitão Horácio.— Capitão Horácio?— O amor da minha vida. — O quê?— Do tempo em que eu era homossexual. Tivemos um caso durante sete anos, até eu resolver me curar. — Você era homossexual e se curou?— Sim. Foram sete anos intensos com o capitão Horácio, mas senti que aquilo não era pra mim. — E como você se curou?— Não foi fácil. Procurei psicólogos, psicanalistas, grupos de apoio, orientação religiosa... Finalmente me sugeriram que experimentasse a homeopatia. — Homeopatia?!— Chá de cipó amarelo. — E deu certo?— Tiro e queda.— Esse chá... — Tomo todos os dias, depois do almoço. O cipó amarelo vem da Amazônia. Os índios tomam desde pequenos, para prevenir. — Mas...você carrega uma foto do capitão Horácio na carteira... — Foi um período importante na minha vida, que eu não quero esquecer.— E como foi a separação? — Amigável. Ele era uma pessoa muito distinta. Espiritual. E atlético, maratonista. Ou era, quando nos conhecemos. — Não foi um rompimento traumático, então? — Não. Ele entendeu minha posição, nos despedimos... E nunca mais se viram? — Nunca. Não sei que fim ele levou. Ou que cara tem hoje. Certamente não é mais a da foto. — Quer dizer que existe cura para o homossexualismo? — Existe. As pessoas ficam fazendo pouco desse deputado Feliciano, mas existe. Chá de cipó amarelo da Amazônia. Dou a receita para quem quiser. — E é tiro e queda?

— Tiro e queda. Publicado no jornal O Estado de São Paulo, em 14 de julho de 2013.

 A partir da leitura do texto acima, responda às seguintes questões: 1. A qual gênero pertence o texto? Justifique sua resposta. 2. Identifique a sequencia textual predominante no texto. Justifique sua resposta. 3. Por que o conhecimento de mundo é importante para compreendermos o texto levando em consideração sua data de publicação? 4. Explique como o autor utiliza-se da competência comunicativa para se fazer entender pelo leitor. 5. O autor apresenta um debate muito polêmico na atualidade de modo leve e tranquilo. Para isso, recorre ao humor e à ironia. Transcreva trechos do texto nos quais podemos identificar traços de humor e ironia. Explique os trechos escolhidos. 6. Apresente sua opinião sobre o tema debatido no texto. 2º crônica O homem e seu cachorro Eis uma história que me contaram há muito tempo. Se é mentira, fica por conta de quem me contou, porque não conheci o homem nem o seu cachorro. Mas gosto da história que me contaram, muito humana e muito pura. É verdade que narrada assim, numa prosa sem colorido, perde toda a sua pureza e toda a sua humanidade. Havia um homem que possuía um cachorro. Coisa, aliás, muito simples. Porque o destino dos cachorros é esse mesmo de se tornarem propriedade dos homens. Mas neste caso a coisa era diferente. Aquele homem não tinha mulher, não tinha filhos, não tinha amigos. Vivia só com seu cachorro. Se era um cão de raça. Sabido como aqueles que figuram nas páginas das revistas populares americanas, eu não sei. Mas sei que era o companheiro inseparável daquele solitário. Aliás, ele passou a ser chamado o homem do cachorro, tanto se confundiam os destinos das duas criaturas. Um dia, o homem olhou para o céu e viu que não haveria chuva. Esperou com pouca esperança e muita resignação. Até que a seca se declarou. Quando já não podia viver na terra natal, arrumou os trastes, amarrou o cachorro e se fez no caminho para a grande jornada. Nesse tempo, o trem chegava até Quixadá. E o homem atravessou o sertão, sempre com o seu cachorro. Viu muita tristeza, as criancinhas morrendo de fome, velhas esqueléticas, corpos descompostos atirados aos urubus.

E não esmoreceu, andava sempre. Tinha um vago pressentimento de que chegaria a algum lugar. Não atinava bem para onde ia. Aliás, o caso bem pensado, ele não ia mesmo não. Apenas saía. Saía da sua casa, onde sempre vivera solitário. Poderia ter ficado, esperando a morte pacientemente, e talvez não morresse. Vivia só, só não, porque tinha o seu cachorro. Afinal fugira e agora penava por aquelas estradas desertas. Muita fome ia sentindo. Não havia dinheiro, não havia água, não havia alimento. Uma noite sentiu que as pernas lhe fraquejavam. Caiu à beira do rio seco. Dormiu um bom tempo. E sonhou. O que o homem sonhou nunca me contaram, mas me disseram que quando ele abriu os olhos o cachorro estava deitado pacientemente a seu lado, velando aquele sono agoniado e faminto. Foi assim que o homem chegou a Quixadá. Não tinha dinheiro para a passagem. Procurou então a comissão de socorro. Deram-lhe um pouco pra comer, cigarros para fumar e a passagem para embarcar no dia seguinte. Era bem cedinho quando chegou à estação. Acomodou-se na calçada com o companheiro a seus pés. Na hora da partida, o chefe da estação mandou que ele parasse, e ele parou. Não podia tomar o trem. Só se fosse sem o cão. O homem olhou o papel da passagem. Olhou para o chefe da estação. Olhou o trem. E olhou a estrada também. Aí segurou com muita força a corda do seu cachorro e saiu andando por cima dos trilhos. João Clímaco Bezerra Atividades 1- Logo no início da crônica, o autor faz uma advertência sobre: a. ( ) a simplicidade da história. b. ( ) a veracidade da história. c. ( ) a beleza da história. d. ( ) a importância da história. 2- Segundo as palavras do autor, a história, depois de narrada por ele: a. ( ) perde completamente a sua pureza e a sua humanidade. b. ( ) ficou cheia de pureza e humanidade. c. ( ) não poderia tocar os corações puros e humanos. d. ( ) poderia perder toada sua pureza e humanidade. 3- No segundo parágrafo, o autor diz que “o destino dos cachorros ´é esse mesmo de se tornarem propriedade dos homens”. Qual das alternativas abaixo traduz melhor a expressão usada pelo autor? a. ( ) Por causa da fidelidade, o cão sempre é acolhido pelo homem. b. ( ) Por não poder sobreviver sozinho, o cão acaba sendo acolhido pelo homem.

c. ( d. (

) Todo cão sempre busca a companhia do homem. ) Todo cão recebe proteção do homem por causa de sua fidelidade.

4- Através do texto você pode sentir quem era o homem, personagem da crônica de João Clímaco Bezerra. Para ele, o cão representava a figura de um : a. ( ) amigo. b. ( ) acompanhante. c. ( ) companheiro. d. ( ) animal. 5- Agora, você vai caracterizar a personagem. Ela é uma figura que nos impressiona principalmente porque se apresenta: a. ( ) conformista e persistente. b. ( ) esperançosa e inquieta. c. ( ) desesperançosa e abatida. d. ( ) intranquila e nervosa. 6- Ao chegar a Quixadá, a personagem procurou a comissão de socorro a fim de que, através dela: a. ( ) conseguisse matar a fome. b. ( ) conseguisse trabalho em Quixadá. c. ( ) conseguisse dinheiro. d. ( ) pudesse seguir viagem. 7- No final da crônica, a atitude que a personagem assume, e que nos fez admirá-la ainda mais, é de: a. ( ) renúncia, decisão e gratidão. b. ( ) insistência, decisão e gratidão. c. ( ) renúncia, indecisão e agradecimento. d. ( ) paciência, indecisão e gratidão. 8- Produção de texto. Na história não sabemos o que aconteceu com o homem e o seu cachorro, após saírem andando por cima dos trilhos. O que você acha que pode ter acontecido com os dois? Use a sua imaginação e invente um final para a crônica de João Clímaco Bezerra. 3º crônica Um jogo que é uma vergonha

Imagina um jogo deste jeito: o campo é de pedra bem pontuda e acontece num dia muito frio. Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida e, no outro, os caras jogam descalços e só de calção.

O time que tem tênis e camisa ganha fácil, dá aquela goleada! O outro fica a maior parte do tempo tomando cuidado pra não cortar os pés ou então esfregando o braço arrepiado de frio. Times iguais. Pra mim, a diferença da vida entre nós, que temos escola e casa e as crianças que não têm é um jogo assim. Quem não tem, perde sempre. Não acho que todo mundo que tem as coisas é culpado por causa dos outros que não têm, mas isso não quer dizer que a gente não possa fazer nada. Porque pode. Porque, se a gente quiser jogar um jogo justo, pode exigir que os dois times sejam iguais, para começar. Casa e escola. Não acredito que as crianças de rua viveriam na rua se tivessem outro lugar melhor pra escolher. Se a gente não exigir que todo mundo tenha casa e escola, vai sempre ficar jogando esse jogo besta. Ganhando de dez a zero de um time tão fácil, mas tão fácil, que não vai mais ter o gosto da vitória, vai ter só vergonha. Fernando Bonassi 1 - O texto “1 jogo que é uma vergonha” é uma crônica. Foi escrito a partir de uma situação da vida real, com o objetivo de fazer uma crítica a essa situação. Se o autor teve esse objetivo ao escrever, que objetivo tem em relação ao leitor? a. b. c. d.

( ( ( (

) que aceite suas ideias. ) que rejeite suas ideias. ) que reflita sobre o assunto. ) que se divirta com o assunto.

2 - O trecho: “Num time, os jogadores têm tênis e camisa de manga comprida” e, no outro, os caras jogam descalços e só de calção”. Significa que: a. ( ) um time toma cuidado para não cortar os pés, o outro time sente muito calor. b. ( ) um time têm tênis e o outro time tem camisa. c. ( ) um time é formado por jogadores bem equipados, o outro time por jogadores mal equipados. d. ( ) um time tem jogadores ganhadores, o outro têm jogadores que usam tênis e camisa comprida. 3 - Esta crônica, de fato, compara:

a. ( ) a vida de pessoas que têm escola e casa com a vida de crianças que não têm escola e casa. b. ( ) vida de crianças que têm casa com a vida de crianças que têm escola. c. ( ) crianças que são culpadas com crianças que são inocentes. d. ( ) crianças que podem fazer tudo com crianças que não fazem nada. 4 - Quando o autor diz: “nós que temos escola e casa” e “isto não quer dizer que a gente não possa fazer nada”, As palavras “nós” e “a gente” ocupam o lugar: a. b. c. d.

( ( ( (

) do autor e de todos os leitores. ) dos leitores que são conhecidos do autor. ) dos ricos. ) do leitor.

5 - De acordo com o autor da crônica, diante da situação que é discutida: a. b. c. d.

( ( ( (

) “a gente” não pode fazer nada. ) “a gente” pode fazer uma aposta. ) “a gente” pode jogar. ) “a gente” pode jogar um jogo justo.

6 - Quando o autor fala sobre “jogo justo”, ele quer dizer que: a. b. c. d.

( ( ( (

) as pessoas podem jogar mesmo sem saber. ) as pessoas justas às vezes perdem. ) as pessoas jogam um jogo besta.; ) as pessoas podem ajudar a fazer justiça.

7 - O tema central da crônica é: a. b. c. d.

( ( ( (

) desigualdade. ) miséria. ) futebol. ) crianças de rua.

4º crônica O conto da mentira

Rogério Augusto Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo. O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”. O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte… Então, aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”. A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então, ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora, sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia…

Questão 1 – Identifique a ordem dos acontecimentos no conto: (

) Felipe utiliza a criação de histórias como uma ferramenta profissional.

(

) O pai do garoto o alerta quanto às consequências do ato de mentir.

(

) Felipe deixa de ganhar a bicicleta do programa de televisão.

(

) Felipe conta inúmeras mentiras em casa.

A sequência correta é: a) 1, 2, 3, 4. b) 4, 2, 3, 1. c) 4, 3, 1, 2. d) 2, 1, 4, 3.

Questão 2 – O que motivou Felipe a reduzir as suas mentiras?

Questão 3 – Releia: “Voltou a criar histórias. Agora, sem culpa e sem medo.” Explique por que, agora, Felipe não se sente culpado e com medo de contar mentiras:

Questão 4 – Justifique o emprego das aspas no conto:

Questão 5 – Identifique os referentes das palavras sublinhadas: a) “A mãe tentava assustá-lo […]”.

b) “Felipe ria na cara dela […]”.

c) “A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta.”.

d) “Até que um dia deixou de contá-las.”.

Questão 6 – Percebe-se traço da informalidade em: a) “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”. b) “Então, aconteceu o que seu pai alertara.”. c) “Continuou preparando o jantar em silêncio.”. d) “É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia…”. 4º crônica

Denotação e conotação 1 - Observe as imagens e explique o sentido literal (denotativo) e o sentido figurado (conotativo). Observe o exemplo.

Sentido literal: Um cachorro dentro de um pão Sentido figurado: cachorro quente ou cachorro “frio”

sentido literal: Uma mão na roda sentido figurado: pessoa eficiente

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