Title | Experiência 4 - CÁLCULO DO NÚMERO DE BIOT - AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO |
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Author | Samuel Rodrigues Siqueira |
Course | Transferência De Calor I - Experimental |
Institution | Universidade Federal de Itajubá |
Pages | 10 |
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Relatório referente a experiência 4 de transferência de calor experimental...
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ IEM – Instituto de Engenharia Mecânica EME605P – Transferência de Calor I – Experimental Professor Sandro Metrevelle
CÁLCULO DO NÚMERO DE BIOT - AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO Nome: Samuel Natan Rodrigues Siqueira
Matrícula: 2018002519
Resumo: O presente relatório traz consigo informações sobre o ensaio realizado no Laboratório de Fenômenos de Transporte - LFT que teve como objetivo realizar o cálculo das constantes de tempo relacionadas às amostras submetidas aos banhos de aquecimento e resfriamento em água, assim como a obtenção de valores aproximados dos coeficientes médios de transferência de calor por convecção, hmed , e também do número de Biot para cada caso.
Palavras-chave: Número de Biot, Capacitância Global, Convecção, Condução Transiente. 1. INTRODUÇÃO Na engenharia, diversas vezes é normal de se deparar com situações em que se necessita da realização de tratamentos térmicos em materiais para que se alterem nesses suas propriedades mecânicas. É um exemplo de tratamento térmico comum, a têmpera. Neste tipo de tratamento, o aço é aquecido também a uma temperatura acima de sua zona crítica, mas imediatamente após atingir essa temperatura, ele é mergulhado em um líquido, geralmente água ou óleo a temperatura ambiente, gerando um resfriamento rápido (CHIAVERIN, 1977). Diante deste tipo de caso, é interessante ressaltar a importância de determinar como esses fenômenos ocorrem, e o estudo dos mesmos ligado a transferência de calor. Sabe-se que nestes tipos de problemas reais, na grande maioria das vezes não é possível desconsiderar os efeitos temporais no processo, sendo assim, considera-se nestes casos um regime transiente nos processos. O regime transiente é aquele em que a temperatura do corpo em análise durante um processo, depende diretamente do tempo. Assim sendo, pode-se observar como ocorre a condução térmica para estes casos, que se trata da transferência de energia entre os corpos, através da agitação das moléculas . Para esses casos em que ocorre um resfriamento brusco da temperatura, o material inicialmente a uma temperatura estabilizada, após ser mergulhado em um fluido com temperatura mais baixa, começa a esfriar até chegar a temperatura do fluido.
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Segundo (2020, METREVELLE, p. 1-1), “[...] essa redução se deve ao coeficiente de transferência de calor por convecção na interface sólido-líquido.” Portanto, a partir desta prática, será possível obter os valores para as constantes de tempo para as amostras de Alumínio 5052 e para o Aço Inoxidável, assim como os valores das constantes de convecção do fluido, o número de Biot e verificar a possibilidade de utilizar o método da capacitância global para aplicar o balanço de energia considerando que as amostras possuam uma temperatura uniforme de acordo com sua dimensão. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Materiais Durante o ensaio realizado pelo Professor Sandro Metrevelle no Laboratório de Fenômenos de Transporte, da UNIFEI, foram utilizados os seguintes materiais:
Figura 1 - Sistema de Aquisição de Dados (KEYSIGHT 34970A). Fonte: Retirado do vídeo gravado em laboratório disponibilizado pelo professor Sandro.
Figura 2 - Banho Controlador de Temperatura QUIMIS 21452. Fonte: Retirado do vídeo gravado em laboratório disponibilizado pelo professor Sandro.
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Figura 3 - Amostra de uma esfera de Alumínio 5052. Fonte: Retirado do vídeo gravado em laboratório disponibilizado pelo professor Sandro.
Figura 4 - Amostra de uma esfera de Aço Inoxidável AISI 304 . Fonte: Retirado do vídeo gravado em laboratório disponibilizado pelo professor Sandro.
Figura 5 - Suporte de madeira para fixar as amostras. Fonte: Retirado do vídeo gravado em laboratório disponibilizado pelo professor Sandro.
Figura 6 - Balde com água. Fonte: Retirado do vídeo gravado em laboratório disponibilizado pelo professor Sandro.
Figura 7 - Imagem ilustrativa de termopares tipo T. Fonte: IOPE, 2020. Disponível em:
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Figura 4 - Bancada com computador, montada e preparada para a realização do experimento. Fonte: Retirado do vídeo gravado em laboratório disponibilizado pelo professor Sandro.
2.2 Modelo Metodológico Inicialmente o professor preparou todos os equipamentos necessários e fez os ajustes para que acontecesse o experimento, conforme montada a bancada na figura 4, e após essa conferência, foram colocadas com auxílio do suporte as esferas de Alumínio 5052 de diâmetro de 20 mm e a de Aço Inoxidável AISI 304, de diâmetro também de 20 mm com os termopares tipo T inseridos em seu interior, dentro do banho termostático. após colocadas, foi ajustada a temperatura do banho termostático para 60° e iniciou-se o processo de aquecimento do banho com as amostras imersas e também a aquisição de dados do sistema, que puderam ser acompanhadas no projetor colocado na parede na frente do experimento, conforme também a figura 4. Após então ser atingida aproximadamente a temperatura de 60° das amostras, foram salvos os dados gravados com auxílio do computador utilizados no experimento, e então iniciada uma nova gravação de dados com a colocação das amostras no banho do balde d'água, conforme a figura 5.
Figura 5 - Momento em que as esferas são colocadas no balde d’água. Fonte: Retirado do vídeo gravado em laboratório disponibilizado pelo professor Sandro.
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Após as esferas permanecerem durante aproximadamente dois minutos resfriando na água, o processo de gravação de dados foi encerrado, e então o experimento foi finalizado. 3. CÁLCULOS E RESULTADOS Após encerrado o experimento e obtidos os dados de temperatura para as amostras de Alumínio 5052 e Aço Inoxidável AISI 304 imersas no banho termostático durante o aquecimento e no balde com água no processo de resfriamento, conforme apresentados na tabela 1 para o processo de aquecimento e na tabela 2 para o processo de resfriamento, podem então ser realizadas as análises sobre o experimento e os cálculos para obtenção dos parâmetros solicitados. Temperaturas (ºC) Tempo (s)
ALUMÍNIO 5052
AÇO INOXIDÁVEL AISI 304
Água
0,5 1
20,991
20,84
23,036
21,024
20,833
23,052
1,5
21,024
20,859
23,039
2
21,02
20,846
23,039
2,5
21,024
20,834
23,043
3
21,011
20,851
23,057
3,5
21,001
20,824
23,05
4
21,011
20,818
23,08
4,5
21,014
20,834
23,286
5
21,01
20,813
23,414
...
...
...
...
22,5
59,624
55,942
60,196
23
59,7
56,271
60,242
23,5
59,761
56,618
60,226
24
59,849
56,868
60,208
24,5
59,904
57,118
60,205
25
59,956
57,337
60,196
25,5
60,044
57,548
60,208
26
60,072
57,706
60,086
...
...
...
...
Tabela 1 - Temperatura das amostras e do água do banho termostático durante o aquecimento. Fonte: Dados disponibilizados do ensaio.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ IEM – Instituto de Engenharia Mecânica EME605P – Transferência de Calor I – Experimental Professor Sandro Metrevelle Temperaturas (ºC) Tempo (s)
ALUMÍNIO 5052
AÇO INOXIDÁVEL AISI 304
Água
0,5
60,739
60,321
60,248
1
60,764
60,348
60,202
1,5
60,782
60,321
60,248
2
60,751
60,339
60,239
2,5
60,742
60,33
60,245
3
60,748
59,547
60,236
3,5
60,745
60,373
60,141
4
60,733
60,339
60,221
4,5
60,703
60,348
60,233
5
60,697
60,351
60,248
5,5
60,727
60,345
60,272
6
60,724
60,333
60,254
...
...
...
...
106,5
24,711
25,434
24,531
107
24,692
25,398
24,522
107,5
24,708
25,408
24,538
108
24,698
25,389
24,515
108,5
24,685
25,37
24,538
109
24,673
25,36
24,525
109,5
24,666
25,354
24,518
110
24,653
25,315
24,528
110,5
24,663
25,318
24,522
111
24,653
25,309
24,518
111,5
24,66
25,315
24,528
112
24,641
25,293
24,522
112,5
24,65
25,286
24,515
113
24,644
25,267
24,518
Tabela 2 - Temperatura das amostras e da água no balde durante o processo de resfriamento.. Fonte: Dados disponibilizados do ensaio.
O gráfico 1 a seguir, gerado a partir dos dados disponíveis na tabela 1 , mostra a resposta das amostras e do fluido (água) do banho termostático com processo de aquecimento durante o tempo de experimento.
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Gráfico 1 - Temperatura das amostras e do banho. Fonte: Autoria própria com base nos dados disponibilizados do ensaio.
Já o gráfico 2 a seguir, foi gerado a partir dos valores de temperaturas obtidos através dos termopares no interior das amostras, e do fluido contido no balde (água) disponíveis na tabela 2 e mostra a resposta das amostras e do fluido contido no balde durante o processo de resfriamento.
Gráfico 2 - Temperatura das amostras e do banho. Fonte: Autoria própria com base nos dados disponibilizados do ensaio.
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A partir então dos dados obtidos a partir das tabelas, foi realizado um estudo para determinar quais os possíveis métodos de determinação das constantes de tempo, τ, para os banhos de aquecimento e resfriamento. Como orientado pelo professor para encontrar o valor de τ, utilizou-se o método da secante, onde foram feitas as iterações de acordo com as equações (1) e (2):
Sendo assim,encontrou-se os seguintes valores conforme a tabela 3 para τ nos banhos de aquecimento e resfriamento: ALUMÍNIO 5052
AÇO INOXIDÁVEL AISI 304
Aquecimento
Resfriamento
Aquecimento
Resfriamento
τ(s)
τ(s)
τ(s)
τ(s)
2,99
14,83
8,21
23,67
Tabela 3 - Constantes de tempo τ para os banhos de aquecimento e resfriamento. Fonte: Autoria própria.
A partir da determinação das constantes de tempo, foi possível então calcular o valor dos coeficientes de convecção médios para o aquecimento e resfriamento das amostras, que podem serem obtidos pela equação (3) a seguir: hmed = (ρ * V * C )/ (τt * As) Onde: hmed = coeficiente de transfer ência de calor por convecção médio. τt = constante de tempo. ρ = densidade do material. As = Área da superf ície da esfera. C = C alor específico do material Os valores obtidos através do cálculo são descritos na tabela 4 a seguir.
(3)
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ IEM – Instituto de Engenharia Mecânica EME605P – Transferência de Calor I – Experimental Professor Sandro Metrevelle ALUMÍNIO 5052
AÇO INOXIDÁVEL AISI 304
Aquecimento
Resfriamento
Aquecimento
Resfriamento
hmed (W /m² * K )
hmed (W /m² * K )
hmed (W /m² * K )
hmed (W /m² * K )
2625,67
530,09
1623,69
563,40
Tabela 4 - Coeficientes de convecção médio para o aquecimento e resfriamento. Fonte: Autoria própria.
Por fim, pode-se então realizar o cálculo de Biot, através da equação (4): B i = Lc/(hmed * K )
(4)
Onde: B i = número de Biot. L c = C omprimento caracter ístico da esfera. hmed = coeficiente de transfer ência de calor por convecção médio. k = Condutividade térmica do material. Foram obtidos então, os seguintes valores para Bi, como mostra a tabela 5: ALUMÍNIO 5052
AÇO INOXIDÁVEL AISI 304
Aquecimento
Resfriamento
Aquecimento
Resfriamento
Bi
Bi
Bi
Bi
0,06389
0,01289
0,33826
0,11738
Tabela 5 - Número de Biot para o aquecimento e resfriamento. Fonte: Autoria própria.
4. CONCLUSÃO Partindo-se então do princípio da validação do método da capacitância global com os valores obtidos neste experimento, conclui-se que o método da capacitância global para aplicar o balanço de energia considerando que as amostras possuam uma temperatura uniforme de acordo com sua dimensão, é válido somente para o Alumínio 5052, e pode também ser válido para o caso do resfriamento do Aço Inoxidável AISI 304, uma vez que comparando os números de Biot obtidos, verifica-se que o mesmo fica muito próximo de 0,1, que é o valor máximo para que o método seja válido, e seria necessário repetir o experimento mais vezes a fim de realizar um cálculo menor desse número, assim como determinar com precisão os erros que possam levar a valores
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maiores ou menores que os calculados neste relatório, causados pela medição de temperatura e outros erros que se cometem durante a realização do experimento. Ainda sim, diante do questionamento de que se fosse substituída a esfera por um cilindro de alumínio 5052 de mesmo diâmetro da esfera usada na prática referente a esse experimento, o que ocorreria com a constante de tempo térmica, espera-se que a constante aumente, uma vez que o comprimento característico para um cilindro é maior que para uma esfera, assim sendo, a constante de tempo térmica aumentaria, pois quanto maior a dimensão do corpo de acordo, se baseando no comprimento característico e na área superficial, que se estima também ser maior, mais tempo leva para que o mesmo consiga reagir aos estímulos causados pela variação de temperatura, seja o seu gradiente positivo ou negativo em relação ao corpo (amostra de alumínio). REFERÊNCIAS CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica. 2.ed. São Paulo: USP, 1977. METREVELLE, Sandro. CÁLCULO DO NÚMERO DE BIOT - AQUECIMENTO E RESFRIAMENTO. 24 de Nov de 2020. 1 p. Notas de aula....