Fichamento - O que é sociologia PDF

Title Fichamento - O que é sociologia
Course Sociologia Geral E Jurídica
Institution Universidade Estadual do Piauí
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Summary

É um fichamento do texto "O que é sociologia". Apresenta as ideias do graduando sobre a problemática do texto. ...


Description

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI CAMPUS: PROFESSOR ANTÔNIO GIOVANNE ALVES DE SOUSA – PIRIPIRI CURSO: BACHARELADO EM DIREITO PERÍODO: 2018.2 DISCIPLINA: SOCIOLOGIA GERAL E JURÍDICA PROFESSOR: WANDERSON PAZ ESTUDANTE: ADAILSON PINHO DE ARAÚJO PIRIPIRI, 14 DE DEZEMBRO DE 2018.

FICHAMENTO Referência: MARTINS, Carlos Benedito. O Surgimento. In: MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. 38. ed. São Paulo: Brasíliense, 1994. Cap. 1. p. 5-17. Coleção primeiros passos. 1. AUTOR E OBRA Carlos Benedito Martins é um sociólogo brasileiro formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1971), onde lecionou por muitos anos. Possui, ainda, mestrado em Ciências Sociais pela mesma universidade (1979), doutorado pela Universidade de Paris (1986) e pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de Columbia (2007). Atualmente é Professor Titular do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), além de membro fundador e diretor científico do Núcleo de Pesquisa sobre o Ensino Superior da UnB. No seu doutoramento em Paris, apresentou a tese “Le Nouvel Enseignement Supérieur Privé au Brésil (1964-1983): rencontre dune demande sociale et dune opportunité”, que em tradução livre seria: “O Novo Ensino Superior Privado no Brasil (1964-1983): atendendo a uma demanda social e uma oportunidade”. É autor do livro “Ensino Pago: um retrato sem retoque”, organizador do livro “Ensino Superior Brasileiro: transformações e perspectivas” (2005), “Para onde vai a pós-graduação em ciências sociais no Brasil” (2005), e do clássico “O que é sociologia” (1982).

2. CITAÇÕES RELEVANTES “Podemos entender a sociologia como uma das manifestações do pensamento moderno.” p. 05 “O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista.” p. 05 “A sua criação não é obra de um único filósofo ou cientista, mas representa o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso.” p. 05 “A palavra sociologia apareceria somente um século depois, por volta de 1830, [...]” p. 05 “Cada avanço com relação à consolidação da sociedade capitalista representava a desintegração, o solapamento de costumes e instituições até então existentes e a introdução de novas formas de organizar a vida social.” p. 06 “A transformação da atividade artesanal em manufatureira e, por último, em atividade fabril, desencadeou uma maciça emigração do campo para a cidade, [...]” p. 06 “É evidente que a situação de miséria também atingia o campo, principalmente os trabalhadores assalariados, mas o seu epicentro ficava, sem dúvida, nas cidades industriais.” p. 07 “As manifestações de revolta dos trabalhadores atravessaram diversas fases, [...] evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos etc.” p. 07 “[...] a classe operária, com consciência de seus interesses, começava a organizar-se para enfrentar os proprietários dos instrumentos de trabalho.” p. 07 “Tal fato significa que os precursores da sociologia foram recrutados entre militantes políticos, entre indivíduos que participavam e se envolviam profundamente com os problemas de suas sociedades.” p. 08 “[...] pela revolução industrial [...] todos eles concordavam que ela produzira fenômenos inteiramente novos que mereciam ser analisados.” p. 08 “A sociologia constitui em certa medida uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução industrial.” p. 08

“Não é por mero acaso que a sociologia [...] inexistia nas relativamente estáveis sociedades précapitalistas, uma vez que o ritmo e o nível das mudanças que aí se verificavam não chegavam a colocar a sociedade como "um problema" a ser investigado.” p. 08 “O surgimento da sociologia, como se pode perceber, prende-se em parte aos abalos provocados pela revolução industrial, pelas novas condições de existência por ela criadas.” p. 08 “O pensamento filosófico do século XVII contribuiu para popularizar os avanços do pensamento científico.” p. 09 “O emprego sistemático da razão, [...], representou um grande avanço para libertar o conhecimento do controle teológico, da tradição, da "revelação" e, consequentemente, para a formulação de uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura.” p. 09 “Os iluministas, enquanto ideólogos da burguesia, [...], atacaram com veemência os fundamentos da sociedade feudal, os privilégios de sua classe dominante e as restrições que esta impunha aos interesses econômicos e políticos da burguesia.” p. 10 “Ao invés de utilizar a dedução, como a maioria dos pensadores do século XVII, os iluministas insistiam numa explicação da realidade baseada no modelo das ciências da natureza.” p. 11 “Concebiam o indivíduo como dotado de razão, possuindo uma perfeição inata e destinado à liberdade e à igualdade social.” p. 11 “Dessa forma reivindicavam a liberação do indivíduo de todos os laços sociais tradicionais, tal como as corporações, a autoridade feudal etc.” p. 11 “A intensidade da crítica às instituições feudais levada a cabo pelos iluministas constituía indisfarçável indício da virulência da luta que a burguesia travava no plano político contra as classes que sustentavam a dominação feudal.” p. 12 “A investida da burguesia rumo ao poder, sucedeu-se uma liquidação 13 sistemática do velho regime.” p. 12-13 “O objetivo da revolução de 1789 não era apenas mudar a estrutura do Estado, mas abolir radicalmente a antiga forma de sociedade, com suas instituições tradicionais, [...], e ao mesmo tempo promover profundas inovações na economia, na política, na vida cultural etc.” p. 13

“A verdade é que a burguesia, uma vez instalada no poder, se assusta com a própria revolução.” p. 14 “A tarefa que os fundadores da sociologia assumem é, portanto, a de estabilização da nova ordem.” p. 14 “Eram visíveis, a essa época, a utilização intensiva do trabalho barato de mulheres e crianças, uma desordenada migração do campo para a cidade, gerando problemas de habitação, de higiene, aumento do alcoolismo e da prostituição, alta taxa de mortalidade infantil etc.” p. 15 “Determinados pensadores da época estavam imbuídos da crença de que para introduzir uma "higiene" na sociedade, para "reorganizá-la", seria necessário fundar uma nova ciência.” p. 15 “Procedendo dessa forma, ou seja, tentando instaurar um estado de equilíbrio numa sociedade cindida pelos conflitos de classe, esta sociologia inicial revestiu-se de um indisfarçável conteúdo estabilizador, ligando-se aos movimentos de reforma conservadora da sociedade.” p. 16 “Não deixa de ser sugestivo o termo "física social", utilizado por Comte para referir-se à nova ciência, uma vez que ele expressa o desejo de construí-la a partir dos modelos das ciências físico-naturais.” p. 17 “Esta sociologia de inspiração positivista procurará construir uma teoria social separada não apenas da filosofia negativa, mas também da economia política como base para o conhecimento da realidade social.” p. 17 “É no pensamento socialista, em seus diferentes matizes, que o proletariado, esse rebento da revolução industrial, buscará seu referencial teórico para levar adiante as suas lutas na sociedade de classes.” p. 17 “Envolvendo-se desde o seu início nos debates entre as classes sociais, nas disputas e nos antagonismos que ocorriam no interior da sociedade, a sociologia sempre foi algo mais do que mera tentativa de reflexão sobre a moderna sociedade.” p. 17 3. COMENTÁRIOS O capítulo inicial “O Surgimento” do livro “O que é Sociologia”, de Carlos Benedito Martins, aborda uma temática bastante interessante para o estudo de Sociologia durante a graduação: o surgimento dessa respectiva ciência como forma de entendimento dos fatos sociais e da vida em sociedade. O livro é dividido em três capítulos que complementam a parte inicial.

Dito isso, é mister analisar o capítulo inicial da obra de Martins a fim de se entender amplamente o seu conteúdo Mormente, o autor, logo na introdução, destaca que a Sociologia é um misto de contradição, pois pode ser uma arma ao serviço das classes dominantes ou uma expressão teórica dos movimentos revolucionários dos séculos anteriores. (MARTINS, 1994. p. 3). Além disso, infere-se, a partir da leitura do excerto, que a ciência da sociedade é definida como uma manifestação do pensamento da modernidade, ou seja, ela surge junto da nascente sociedade capitalista que já conseguia obter poder social desde o final da Idade Média, e que agora, entre a Idade Moderna para a Idade Contemporânea consegue ampliar, de fato, o seu poderio. Esse fenômeno, por ser muito demorado e complexo, exige uma análise crítica – daí surgindo a Sociologia. Ademais, como forma de justificar a necessidade de uma ciência social, Martins enumera outros fatos históricos que corroboram o desenvolvimento desta disciplina em análise. O século XVIII, com a Revolução Industrial e Francesa, foi especialmente importante para o nascimento da Sociologia, pois houve grandes dúvidas que incomodavam os pensadores acerca dos fenômenos que aconteciam naquele período no mundo ocidental. Como exemplo, outros fatos podem ser citados, tais quais: o triunfo do capitalismo como sistema socioeconômico; desintegração dos costumes antigos; urbanização acelerada; êxodo rural; novas formas de trabalho; introdução de duas novas classes resultantes das contradições capitalistas: a burguesia e o proletariado. Esse conjunto de acontecimentos causará a necessidade de uma produção social do conhecimento, e este anseio será dado pela ciência sociológica nascente. Outrossim, ao procurarem respostas para entender a conjuntura supracitada e mostrarem caminhos para a resolução dos problemas por ela gerados, muitos pensadores escreveram e divulgaram suas diversas teorias sobre a sociedade antiga e aquela emergente. Pode-se mencionar até três países que foram importantes por concentrarem o desenvolvimento da Sociologia: Alemanha, França e Estados Unidos. Em territórios alemães, o destaque vai para Karl Marx e seu parceiro, Engels, uma vez que tais pensadores conseguiram formar e desenvolver um conhecimento sociológico crítico e negador da própria sociedade capitalista. Assim, eles aproximaram-se cada vez do socialismo como alternativa ao modelo do período. Também é válido destacar Max Weber, pela extensão de sua obra. Já na França, o autor mais expressivo de todos, foi, sem dúvidas, Émile Durkheim, pois procurou definir o caráter científico da disciplina social, inaugurando, também, uma corrente hegemônica entre os

sociólogos franceses. Já nos Estados Unidos, a Sociologia encontra sua expressividade nas Universidades de Chicago, Colúmbia e Harvard, com Robert Park e George Mead. Por fim, o autor destaca o pensador Comte e a sua tentativa de moldar a Sociologia pelo método das ciências naturais. Martins também afirma que esta ciência social criada pelo Positivismo não estará preparada para criticar a sociedade capitalista e propõe o pensamento socialista como forma de alternativa ao referencial teórica da nova ciência. A história da Sociologia comprova que ela está, de fato, associada e vinculado ao socialismo para gerar uma nova crítica social. 4. IDEAÇÕES Ao ler e comentar o capítulo “O Surgimento” do livro “O que é Sociologia”, de Carlos Benedito Martins, pude muito refletir sobre o surgimento da Sociologia como uma ciência e o debate que ela perpassa desde sua gênese, servindo como uma crítica aos fenômenos da vida em sociedade. A obra de Martins é escrita de uma forma muito acessível, pois o autor não usa palavras demasiadamente complexas e por isso o leitor consegue passar mais tempo com o livro, lendo-o de maneira muito envolvente. O capítulo inicial, em particular, é o mais expositivo do livro inteiro pois pretende dar introdução à obra, com as reflexões que a autor aponta durante o desenvolvimento natural da linha de argumentação. Por conta disso, o processo de leitura desse capítulo foi bastante tranquilo e consigo ter as seguintes ideações a respeito do que li: a Sociologia serve para quê? Por que estudamos Sociologia? Assim, procurarei demonstrar aquilo que entendi e responder a tais perguntas que pude idealizar durante a leitura. Minha principal interpretação ao ler o capítulo foi positivamente boa, na medida em que a leitura da obra de Martins não cansa, não entendia e por se tratar de um tema que, nós, na graduação, estamos intimamente ligados, não só por conta de termos passados pelo ensino médio, mas sim porque até mesmo um futuro jurista deve ter um entendimento do processo histórico e formador de uma ciência – a Sociologia. Como é de se esperar, durante o meu ensino médio na escola pública, perpassei e conheci a disciplina sociológica. A questão principal que posso argumentar é que, lendo o que o autor escreveu no seu capítulo inicial, posso, sem sombras de dúvidas, afirmar que o que é visto no ensino médio é apenas muito pouco sobre o que realmente é a ciência social, uma vez que não estudamos o seu surgimento, apenas é dito que “A sociologia estuda a sociedade e a vida em sociedade.” Por mais que esta afirmação possa ser frágil, compreendo que as professores da matéria na minha escola estavam se esforçando

para repassar o conteúdo, haja vista que só havia uma aula durante toda a semana. Acredito que naquele período eu não tenha realmente conseguido imaginar para que serve a Sociologia; os meus comentários acima demonstram que essa percepção vem se alterando, graças à graduação e aos textos que tenho acesso. O segundo ponto que vale destaque é “Por que estudamos Sociologia?”. Naturalmente, este é questionamento é complexo e por si só valeria um artigo científico para se responder ao que se pede. Depois da leitura do capítulo de Martins, posso dizer que estudamos esta ciência porque tende a nos ajudar a entender melhor as questões que estão presentes no nosso dia a dia, sejam elas de caráter pessoal, grupal, ou relativos à sociedade que vivemos. Porém, como bem interpreto da obra em análise, posso dizer também que o principal objetivo do estudo sociológico é a busca de conceitos e ferramentas para analisar as questões sociais e individuais de modo mais consistente, usando métodos, objetos, e pesquisadores aptos. A Sociologia deve ir além do senso comum enraizado no pensamento de cada ser humano. Portanto, concluo, pelo exposto, que a Sociologia deve formar sujeitos autônomos a fim de se transformarem em pensadores independentes. Não significa dizer que o estudante que sai do ensino médio ontem, já irá se tornar autônomo nas suas ideais amanhã. É bem mais complexo, pois é um processo que se inicia lentamente no ensino médio e se estende por toda a vida acadêmica. Na verdade, o surgimento da Sociologia foi uma necessidade que perdura até hoje: o ser humano sempre necessitará de respostas aos problemas que parecem irresolvíveis num dado momento....


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