Title | Figuras de linguagem do Barroco |
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Author | Manuel Sousa |
Course | Literatura Portuguesa do Barroco ao Neoclassicismo |
Institution | Universidade de Coimbra |
Pages | 3 |
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José Ferreira...
Figuras de linguagem do Barroco Antítese: oposição de duas ideias, termos ou palavras. Ex: “Nasce o Sol e não dura mais que um dia”
Antítese: relações entre palavras que designam significações opostas. Recorre à aproximação das palavras com sentidos opostos (tristeza/alegria, etc.). Revela o contraste que o escritor barroco vê em quase tudo – a diferença que ela enxerga entre as coisas. Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura,…
Parado aradox xo: oposição de ideias que leva a um contrassenso, um absurdo. Ex: “Amor é fogo que arde sem se ver é ferida que dói e não se sente”. Deixa entrever algo que é impossível na realidade: se amor é fogo que arde, como não se vê? Se é ferida que dói e não se sente, como podemos detetar como dor aquilo que não percebemos? Parado r es pondeàuni ãodeduasi dei ascont r ár i asnum s ópens ament o.Ut i l i z açãode Paradox xo:cor expr es sõescont r adi t ór i asouabsur das .
Metáfo Metáfora ra : É uma comparação implícita (subentendida). Comparação de ordem subjetiva em que um termo adquire o sentido de outro por afinidade de característica(s). Utilização de palavras ou expressões análogas. Ex: “Seus dois sóis me contemplavam” Trata-se de aproximações de ordem subjetiva em que o sentido original está transformado, guardando suas características principais em ordem simbólica.
Da metáfora extraem-se três qualidades: novidade, clareza e brevidade. Novidade: uma relação entre termo próprio e termo figurado insólita e inesperada que, por isso mesmo, provoca a admiração, o deslumbramento do leitor. Clareza: essa relação, apesar de insólita, tem que ser percetível para o leitor, caso contrário perder-se-á o seu efeito, pois ninguém pode apreciar o que não entende.
Brevidade: a capacidade de dizer relações novas, por vezes complexas, de forma sucinta.
Hipérbole: expressão exagerada de uma ideia. A hipérbole é a responsável pela desmedida e grandiosidade da arte barroca, dando aparência monumental às ideias e a expressão de angústia do sujeito que rompe com o equilíbrio e harmonia da arte classicista. Utilização de expressões exageradas. Exagero de uma ideia com o objetivo de expressar intensidade. Traduz ideia de grandiosidade, pompa. Ex: “[…] e das naus, que dos portos do Mar Atlântico estão sucessivamente entrando nestes nossos, com maior razão podemos dizer que trazem a Etiópia ao Brasil.” (Padre António Vieira)
Hipérbole (articula-se diretamente com a metáfora). A Hipérbole é uma figura de pensamento ou linguística que consiste em atribuir a um sujeito uma qualidade em grau muito superior àquele que lhe é próprio. Tem como objetivo transfigurar a realidade pelo recurso ao excesso. (Com marcas positivas). É instrumento da exaltação e domina em textos de carácter panegírico: retratos de mulheres, louvor de heróis guerreiros, homenagens aos detentores do poder, reis e príncipes. (Com marcas negativas). É processo de deformação caricatural produtora do cómico. Hipérbole e metáfora convergem com muita frequência na poesia Hipérbole e metáfora convergem com muita frequência na poesia barroca. Daí que se possa afirmar que a metáfora barroca é normalmente hiperbólica
Prosopopeia: personificação de seres inanimados (sem vida) para dinamizar a realidade. Obser v eum t r ec hoes c r i t opel oPadr eAnt óni oVi ei r a: “ No di amant e agr adoume o f or t e,no c edr ooi nc or r upt í v el ,na águi aos ubl i me,no Leão o gener oso,noSol oex c es s odeLuz ” .
Anástrofe (ou In Inversão, versão, ou Hipérbato): aumenta a expressividade da mensagem. A anástrofe se refere a uma inversão leve da ordem normal das palavras numa frase, ocorrendo essa inversão predominantemente por antecipação de uma palavra que complementa outra palavra. Através da utilização de
anástrofes, é possível realçar uma palavra ou ideia, bem como criar um efeito surpresa na frase. Exemplos: “Memória em nós do instinto teu.” (Fernando Pessoa) “À espada em tuas mãos achada.” (Fernando Pessoa) “Aquela triste e leda madrugada” (Camões) “Aves, desisti de as ter!” “Das minhas coisas cuido eu!” “Passeava ela pelos belos campos verdes”. Ela passeava pelos belos verdes campos “Brincavam antigamente na rua as crianças”. Na anástrofe (ou hipérbato) ocorre uma inversão suave que cria apenas um ligeiro efeito surpresa e enfático na frase. Consiste na troca da ordem direta dos termos da frase Por exemplo, a última frase, poderia ser escrita com alteração da ordem dos seus termos: “Antigamente, as crianças brincavam na rua”.
Hipérbole (articula-se diretamente com a metáfora)...