Figuras de linguagem do Barroco PDF

Title Figuras de linguagem do Barroco
Author Manuel Sousa
Course Literatura Portuguesa do Barroco ao Neoclassicismo
Institution Universidade de Coimbra
Pages 3
File Size 143.4 KB
File Type PDF
Total Downloads 78
Total Views 150

Summary

José Ferreira...


Description

Figuras de linguagem do Barroco Antítese: oposição de duas ideias, termos ou palavras. Ex: “Nasce o Sol e não dura mais que um dia”

Antítese: relações entre palavras que designam significações opostas. Recorre à aproximação das palavras com sentidos opostos (tristeza/alegria, etc.). Revela o contraste que o escritor barroco vê em quase tudo – a diferença que ela enxerga entre as coisas. Nasce o sol, e não dura mais que um dia, Depois da luz se segue a noite escura,…

Parado aradox xo: oposição de ideias que leva a um contrassenso, um absurdo. Ex: “Amor é fogo que arde sem se ver é ferida que dói e não se sente”. Deixa entrever algo que é impossível na realidade: se amor é fogo que arde, como não se vê? Se é ferida que dói e não se sente, como podemos detetar como dor aquilo que não percebemos? Parado r es pondeàuni ãodeduasi dei ascont r ár i asnum s ópens ament o.Ut i l i z açãode Paradox xo:cor expr es sõescont r adi t ór i asouabsur das .

Metáfo Metáfora ra : É uma comparação implícita (subentendida). Comparação de ordem subjetiva em que um termo adquire o sentido de outro por afinidade de característica(s). Utilização de palavras ou expressões análogas. Ex: “Seus dois sóis me contemplavam” Trata-se de aproximações de ordem subjetiva em que o sentido original está transformado, guardando suas características principais em ordem simbólica.

Da metáfora extraem-se três qualidades: novidade, clareza e brevidade. Novidade: uma relação entre termo próprio e termo figurado insólita e inesperada que, por isso mesmo, provoca a admiração, o deslumbramento do leitor. Clareza: essa relação, apesar de insólita, tem que ser percetível para o leitor, caso contrário perder-se-á o seu efeito, pois ninguém pode apreciar o que não entende.

Brevidade: a capacidade de dizer relações novas, por vezes complexas, de forma sucinta.

Hipérbole: expressão exagerada de uma ideia. A hipérbole é a responsável pela desmedida e grandiosidade da arte barroca, dando aparência monumental às ideias e a expressão de angústia do sujeito que rompe com o equilíbrio e harmonia da arte classicista. Utilização de expressões exageradas. Exagero de uma ideia com o objetivo de expressar intensidade. Traduz ideia de grandiosidade, pompa. Ex: “[…] e das naus, que dos portos do Mar Atlântico estão sucessivamente entrando nestes nossos, com maior razão podemos dizer que trazem a Etiópia ao Brasil.” (Padre António Vieira)

Hipérbole (articula-se diretamente com a metáfora). A Hipérbole é uma figura de pensamento ou linguística que consiste em atribuir a um sujeito uma qualidade em grau muito superior àquele que lhe é próprio. Tem como objetivo transfigurar a realidade pelo recurso ao excesso. (Com marcas positivas). É instrumento da exaltação e domina em textos de carácter panegírico: retratos de mulheres, louvor de heróis guerreiros, homenagens aos detentores do poder, reis e príncipes. (Com marcas negativas). É processo de deformação caricatural produtora do cómico.  Hipérbole e metáfora convergem com muita frequência na poesia Hipérbole e metáfora convergem com muita frequência na poesia barroca. Daí que se possa afirmar que a metáfora barroca é normalmente hiperbólica

Prosopopeia: personificação de seres inanimados (sem vida) para dinamizar a realidade. Obser v eum t r ec hoes c r i t opel oPadr eAnt óni oVi ei r a: “ No di amant e agr adoume o f or t e,no c edr ooi nc or r upt í v el ,na águi aos ubl i me,no Leão o gener oso,noSol oex c es s odeLuz ” .

Anástrofe (ou In Inversão, versão, ou Hipérbato): aumenta a expressividade da mensagem. A anástrofe se refere a uma inversão leve da ordem normal das palavras numa frase, ocorrendo essa inversão predominantemente por antecipação de uma palavra que complementa outra palavra. Através da utilização de

anástrofes, é possível realçar uma palavra ou ideia, bem como criar um efeito surpresa na frase. Exemplos: “Memória em nós do instinto teu.” (Fernando Pessoa) “À espada em tuas mãos achada.” (Fernando Pessoa) “Aquela triste e leda madrugada” (Camões) “Aves, desisti de as ter!” “Das minhas coisas cuido eu!” “Passeava ela pelos belos campos verdes”.  Ela passeava pelos belos verdes campos “Brincavam antigamente na rua as crianças”. Na anástrofe (ou hipérbato) ocorre uma inversão suave que cria apenas um ligeiro efeito surpresa e enfático na frase. Consiste na troca da ordem direta dos termos da frase Por exemplo, a última frase, poderia ser escrita com alteração da ordem dos seus termos: “Antigamente, as crianças brincavam na rua”.

Hipérbole (articula-se diretamente com a metáfora)...


Similar Free PDFs