GOTA D\'AGUA - resumo do livro que é baseado na peça PDF

Title GOTA D\'AGUA - resumo do livro que é baseado na peça
Author Iasmin Mendes Da Silva
Course Literatura Portuguesa e Brasileira
Institution Ensino Médio Regular (Brasil)
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Summary

resumo do livro que é baseado na peça...


Description

GOTA D'ÁGUA Gota D'água é uma livre adaptação da peça Medeia, de Euripedes de 431 A.C., transportada para a realidade do Rio de Janeiro suburbano contemporâneo. Escrita toda em versos rimados e metrificados, com personagens expressando-se em linguagem popular, é um musical em as vizinhas e os frequentadores do bar fazem o papel de coro, comentando os personagens principais. Os sets em que as ações se passam estão todos à vista do público. A história se passa na Vila do Meio-Dia, num complexo habitacional de propriedade do capitalista Creonte. PRIMEIRO ATO As vizinhas Corina, Zaira, Estela, Maria e Nenê comentam a situação de Joana, que está muito perturbada por ter sido abandonada por Jasão, com quem tem dois filhos. Nenê conta que viu Jasão com outra, chamada Alma filha de Creonte, enquanto se divertiam na quadra da escola de samba. Na oficina de consertos de Egeu, Xulé, marido de Maria, comenta que está sem dinheiro e que falhou mais uma vez com a prestação da casa. Faz as contas e percebe a matemática da exploração: comprou a casa por det "milhas", já pagou três, e ainda deve nove. E o problema não é só dele, todos estão tendo muitas dificuldades. Amorim, marido de Estela, conta que ninguém mais está pagando, que ele também não vai pagar. Questiona-se se vai ter de perder os dois anos já pagos de prestação e pede a Mestre Egeu para dizer o que pensa, pois é dono de sua casa e de sua oficina, e não deve nada a ninguém. Egeu argumenta que, se apenas um morador não pagasse, seria um marginal, mas se ninguém mais pagasse, ficaria provado que a prestação era excessiva. Dessa forma, Creonte ficaria sem solução, pois não teria coragem de mandar todos embora. No botequim do Galego, o gigolo Cacetão lê no jornal que Jasão de Oliveira, novo valor da MPB, autor do sucesso Gota D'água, vai se casar com a jovem Alma Vasconcelos, filha do grande comerciante Creonte Vasconcelos. Comentam que o rapaz conseguiu se arrumar com o sucesso do samba e com a grana da jovem. Cacetão diz que, em sua vida de gigolo, nunca viu golpe do baú igual, e propõe um brinde ao amigo, unico dentre eles que penetrou no reinado da fartura. Xulé acha que Jasão está certo: é bom menino, tem que aproveitar a onda e faz bem em se casar com a filha do Creonte. Pode ser que os ajude na questão da divida. Cacetão não concorda, acha que o amigo vai mudar de time e vai esquecer os que vivem mal. Nene considera que Joana errou ao se meter com homem mais novo. Era casada com marido mais velho, manso, homem de bem, com salário fixo e carro, que lhe dava do bom e do melhor, e acabara largando-o por causa do Jasão. Corina acrescenta que Jasão passara dez anos com Joana, o tempo inteiro entre o violão e o rabo da saia dela, até o dia em que o rádio tocou seu samba. As vizinhas estão preocupadas que Joana venha a fazer alguma besteira, pois está com muita raiva. Resolvem ajudar a amiga nas tarefas para alivia la. Corina vai falar com Joana e volta dizendo que ela não quer ajuda, que enlouqueceu, pois ficou sabendo de toda a comemoração de Jasão. Joana tinha perguntado à Cortina se, em caso de sua morte, a amiga e Egeu tomariam conta das crianças. Carina mostra às amigas o jornal em que saiu a foto de Jasão. As vizinhas comentam que, se não fosse Joana ajudá-lo, Jasão não seria ninguém, e, agora que melhorara de vida, esquecera a mulher que tanto fez por ele. Na oficina, Egeu conversa com Boca Pequena, o fofoqueiro. Boca quer brindar à sorte de Jasão, mas Egeu quer comentar o problema da prestação. Boca diz que já separou o dinheiro para pagar, mas Mestre Egeu sugere que não o faça, pois uma centena de familias não tem de onde tirar o montante. Boca aperta a mão de Egeu, em sinal de concordância, e vai para o botequim. Lá, segue a discussão sobre Jasão: Xulé continua a defender o sambista, Cacetão questiona o que será da mulher e dos filhos. Diz que Jasão faltou

à ética da profissão (de gigolo), que não se larga quem nos alimenta. Ele próprio é sustentado por uma mulher que já passou dos 70, mas ele sempre cumpre com a obrigação. Só Galego, o dono do botequim, não opina. Na casa de Creonte: Jasão está com Alma, sua noiva. No centro, uma cadeira imponente, quase um trono. Alma diz que seu amado já sofreu muito e pede que ele esqueça o passado, que esqueça aquela mulher. Conta que esteve no apartamento para o qual vão se mudar, que está quase pronto, vidros fumé, esquadrias de aluminio, mármore na entrada, vista para o mar, suíte, todos os eletrodomésticos, muitos quartos, tudo presente do pai. Ela diz que ele continua calado, como se estivesse se sentindo culpado pela vida melhor. Ele afirma que sonho gosta de deixar aquele lugar, os filhos, os amigos, o boteco, que seu samba Gola D’agua é feito de tudo isso com que viveu. Quando Jasão está quase sentando no trono, entra Creonte. Pede que o genro sente em outro lugar porque quer sua cadeira. Pede também que a filha se retire para que possa conversar com Jasão. Pergunta então a ele se já reparou que o samba não para de tocar no radio, pois está pagando para que seja tocado em todos os horários, Jasão afirma que pediu, e Creonte, chamando-o de Noel Rosa, diz que sabe que não pediu, mas paga porque o samba é bom. Depois diz que quer falar daquele trono herdado de seu pai. Pede que Jasão sente ali, pois é quase um sócio. Um dia vai herdar essa cadeira. Quer saber se pode confiar no genro para tocar os negócios no futuro. Ensina Jasão como sentar no trono, como olhar e falar, de forma a intimidar os outros. Avisa que existe hora para ser amigo e para ser poder Creonte então diz a Jasão que surgiu uma oportunidade para que este demonstre seu talento. Quer saber se ele gosta muito do Mestre Egeu. Jaslo conta que Egeu é seu amigo, que lhe ensinou a primeira profissão, na oficina de consertos, e é padrinho de seu filho. Nesse momento, Creonte lhe pede que fale com Egeu porque este está agitando os moradores da Vila do meio-dia, tentando convencê-los a não pagar as prestações. Creonte diz que suou muito, que trabalhou honestamente e que fez aquelas casas para melhorar as condições de vida daquela gente, mas que quem compra tem que pagar. Admite até que atrasem, mas insubordinação, não. Jasão reluta em aceitar a tarefa, mas o sogro fala duro: as casas também serão do genro, mas ele terá que trabalhar por isso. Jasão aceita a tarefa, mas Creonte quer mais. Aproveita a ocasião para comunicar que vai colocar Joana na rua, porque ela não paga há seis meses, é dada à macumba e tem gênio de cobra. Jasão pede que deixe por sua conta, que vai falar com a ex-mulher. Quando Jasão se retira, Creonte fala consigo mesmo: contava com alguém mais fino para sua filha, um diplomata, um gerente, um político da situação, qualquer coisa menos um sambista, mas a filha escolhera o último da lista. No set das vizinhas, começa a tocar o samba de Jasão, e elas todas cantam enquanto trabalham, até que aparece Joana, deprimida, e as amigas vão alertando uma à outra para que parem de cantar e desliguem o rádio Joana diz que precisa de ajuda. Finalmente as crianças dormiram. Parece que no sono encontraram a inocência perdida e que talvez fosse melhor que ficassem nesse sono profundo. As amigas pedem que ela nem pense nisso mas Joana afirma que pode fazer uma desgraça, Não é mulher para ser usa por um homem ser descartada. Fez de Jasão alguém, e agora ele foi roubado por Creonte e pela filha, que levaram junto tudo que ela tinha. Joana promete vingança. As vizinhas lembram que os filhos precisam dela, mas Joana acha que os filhos, assim como o pai, um dia também vão se voltar contra ela. Jasão entra na oficina do Mestre Egeu e vai direto ao assunto exigido por Creonte. Diz que contaram ao sogro que era o Mestre quem estava liderando a insubordinação. Egeu afirma que esse emprego não serve ao amigo. Pede que ele tire o paleto e ajude no conserto do radio, pelo menos para pagar o leite dos filhos. Não fosse o Mestre a ajudar, as crianças morriam de fome. Joana, desde que soube do casamento, não mais trabalhou. Jasão diz que vai cuidar do problema e afirma saber que de fato é Egeu quem está liderando o movimento. Egeu lembra que o sambista conhece todos os moradores daquele lugar, que todos dão duro para ganhar pouco, até que aparece um cara sabido, com plano complicado para confundir os pobres. Dez milhões em prestações de 100 contos, mas quando conseguem juntar, já subiu para 300 contos, e a divida não para de subir. Jasão considera que todos têm a perder com

essa briga e que ele poderá ser mais útil ao lado de Creonte, pois poderá interceder em favor dos amigos. Egeu retruca que o amigo não vai poder se equilibrar no alto desse muro e que o amor o cegou. Sugere que Jasão trate de resolver imediatamente o problema de Joana, que não está mais conseguindo pagar as prestações. Joana conversa com Corina, Estela e Zaira. Queixa-se de Jasão, diz que ele jura para a noiva que nunca gostou da ex-mulher, e ri ao falar da intimidade deles. Estela conta que ele está conversando com Mestre Egeu. Joana acha que em breve toda a vila estará rindo dela, mas as amigas apostam que ele volta para Joana. Jasão volta a pedir a colaboração de Egeu, mas este sugere que o outro vá visitar os filhos. Jasão está indeciso e decepcionado. Egeu apanha o rádio que Jasão consertava enquanto falava. Uma música começa a tocar, e Egeu dá um salto, percebendo que o outro conseguiu fazer o rádio funcionar, e diz que é isso que Jasão sabe fazer, que esse é seu destino, eletrônica das 8 às 6h, e, em noites de lua, violão. Reflete ainda que sempre que alguém talentoso surge nesse meio, compram-no e o levam embora, e este lugar vai ficando mais sem brilho. Jasão chega ao botequim e é saudado com entusiasmo pelos amigos. Todos cantam Flor da Idade: A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia/ Pra ver Marial A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia/ A porta dela não tem tramela/ A janela é sem gelosia/ Nem desconfia/ Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor/ Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a familia/ A armadilha/ A mesa posta de peixe, deixa um cheirinho da sua filha/Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha/ Que maravilha/ Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor/Vé passar ela, como dança, balança, avance requal A gente sua A roupa suja da cuja se lava no meio da rua. Despudorada dada, à danada agrada andar seminua E continua Ai, a primeira dama, primeiro drama, o primeiro amor Carlos amava Dora que amava Lia que amava Lea que amava Paulo Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora! Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava/Carlos amava Dora que ama Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha. Após a música, Jasão diz que é bom ver os amigos, e Amorim fala que eles estão ali, sempre ferrados, mas querem saber do amigo que ficou ri Xulé emenda que iam mesmo procurá-lo para falar das prestações. Boca pede que Xulé deixe isso para depois, pois o amigo veio fazer uma visita. Nisse entra Estela, que veio fazer compras, e pede mercadorias ao Galego. Amorim comenta que sua mulher está cega, pois nem percebeu que Jasão estava ali Ela pergunta se o outro ainda conhece pobre, e fala que tem dois meninos procurando pai ali na esquina. Em seguida, se retira. Jasão diz que vai ver os filhos, e os amigos pedem que tome cuidado, pois Joana está furiosa. As vizinhas comentam que Estela viu Jasão no botequim. Acham que é um sinal de que ele vai voltar para a mulher, mas Joana não se ilude. Entra Mestre Egeu sugerindo que Joana de um pulo em casa. Acha que Jasão está dividido entre tudo que teve na vida, os filhos, o amor da mulher, c aquilo que lhe está sendo oferecido, que não é fácil passar tanto tempo na penúria tendo ao lado tanto luxo. Se está indeciso é porque é um homem bom. Com a insistencia de Egeu e das amigas, ela resolve ir a casa, enquanto canta. Bem Querer: Quando o meu bem querer me vir/ Estou certa que há de vir atris Ha de me seguir por todos Todos, todos, todos os umbrais. E quando o seu bem querer mentir Que não vai haver adeus jamais/ Hà de responder com juras/ Juras, juras, juras imorais/ E quando o meu bem que sentir Que o amor é coisa tão fugaz/ Há de me abraçar com a gara garra, a garra, a garra dos mortais E quando o seu bem querer pedir/ Pra você ficar um pouco mais/ Há que me afagar com a calma/ A calma, a calma, a calma dos casais/ E quando o meu bem querer ouvir/ O meu coração bater demais/ Há de me rasgar com a fúria/ A fúria, a fúria, a fúria assim

dos animais! E quando o seu bem querer dormir/ Tome conta que ele sonhe em paz) Como alguém que lhe apagasse a luz/Vedasse a porta e abrisse o gás. Finalmente os dois se encontram. Jasão tenta um tom conciliatório, a elogia, diz que ela remoçou, emagreceu, ficou mais bonita, e ela pergunta se cle veio so debochar ou tem coisa séria para dizer. Ele afirma que ela ainda é moça que pode encontrar alguém, quem sabe até voltar para o primeiro marido. Declara também,, que nunca vai esquecer o que ela fez por ele, e que sempre pensa nela e nos filhos. Joana quer saber se ele gosta da filha do Creonte, mas Jasão ndo quer falar nisso. Acrescenta que não vai fazer a sacanagem de chuta-la para escanteio, mas quer que a outra veja o seu lado, pois cedo ou tarde iriam se separar. Quando se conheceram ele tinha 20 anos e ela 34, mas estava bem conservada. Só que dez anos se passaram, e a diferença só aumentou com o tempo. Sugere que ela deve procurar alguém na mesma faixa etária Então Joana fala tudo que sente: que o conheceu moleque, ele não sabia nada de mulher nem de samba e tinha medo de olhar para o mundo. Ela Ihe deu o primeiro prato, o primeiro aplauso, a primeira inspiração, a primeira gravata, o primeiro filho, o primeiro violão, até essa ambição dele que agora se volta contra ela lhe foi dada. Segue dizendo que era vaidosa e orgulhosa dele, era feliz. Agora o acusa de aproveitador e de gigolô. Irritado, ele dá um murro em Joana e começa a destratá-la. Não quer nada dela, mas acha que tem direito de ver os filhos, Joana se coloca diante da porta do quarto das crianças c, aos gritos, diz que os filhos são dela. Jasão a agride mais uma vez e declara que a deixou porque não gosta mais dela. Finalmente se retira. A cena termina com Joana prometendo vingança, e os vizinhos aparecem todos fazendo uma corrente de boatos sobre os luxos da festa de casamento. SEGUNDO ATO Boca procura Corina para saber se ela está a par dos boatos do casamento., Ela repara que nunca viu melhor apelido do que o dele, de cuja lingua só sai maldade e constrangimento. Pede que ele pare com isso em consideração à Joana. Corina então procura Joana para contar todas as fofocas do casamento. Joana quer saber se estão rindo dela por isso. Podem rir dela, mas nunca dos seus filhos. Novamente pede que a comadre jure que vai cuidar dos filhos se algo acontecer. Espera o dia da vingança. Corina quer saber o que a outra tem em mente, afirma que Jasão vai ajudá-la com dinheiro, mas Joana não quer saber do dinheiro de Creonte. Corina percebe que ela vai fazer "obrigação" (feitiço, com ajuda de Exu)... Corina vai falar com o marido, tentando entender as intenções da amiga. Não sabe se ela quer se livrar dos filhos ou vai procurar os meios para cria los. Egeu consente que a esposa busque os meninos. Enquanto isso, Joana se veste para a cerimônia de macumba. Amaldiçoa Creonte e Alma com a ajuda de todos os orixás. Na casa de Creonte, Jasão e Alma estão namorando. Alma diz que está desconfiada de que Joana vai fazer algo, pois ela vive em terreiro. Anda dizendo em público que quer que Alma e Creonte morram. Jasão diz: "Não fala isso, porra." Alma se irrita. Diz que isso prova que essa mulher está entre eles, que ele é dependente da outra. Afirma ainda que não quer sofrer as consequências do remorso dele. Não o força a casar, mas, se for casar, que seja por inteiro. Jasão pede calma. Entra Creonte. Beija a filha e não cumprimenta Jasão. Alma quer saber se está tudo bem com o pai. Ele diz que está chateado, que não pode mais ser amável, bonachão, nesse mundo cheio de rancor. Tem pessoas fazendo baderna, quebrando trem só por causa de uns atrasos de meia hora. Pergunta a Jasão se ele acha certo. O genro responde que não discute o quebrar, mas pondera que quem acorda às três da manhã para chegar no emprego às sete, passa lá o dia todo, volta às 11 da noite para estar novamente de pé às três horas, pode perder a paciência e quebrar um trem, é a gota d'água. Creonte responde irritado que na Segunda Guerra morreram 20 milhões de russos, que os americanos, para conquistar suas terras, levaram dois séculos matando indios, que, na Inglaterra, há dois séculos, uma criança de oito anos já trabalhava o dia inteiro, e foi assim que esses povos conseguiram tantos bens. Mas o brasileiro não quer cooperar com nada, é negligente, diz que uma nação não pode prosperar

enquanto o povo fica impaciente só porque o trem atrasa. Fala ainda que o brasileiro tem alma de marginal. Jasão rebate que tudo que tem por aí, estrada, asfalto, automóvel, cimento, prédio foi feito pelo brasileiro, e enquanto fazia, fazia calado. Quando ele cobra é porque já está mais do que esfolado. Creonte diz que não quer entrar no campo pessoal, mas usa Joana como exemplo de quem foi ajudada e agora coloca os santos contra ele. Fala que não é justo que, dos 90 apartamentos que ele tem na vila, mais de 80 estejam atrasados, e ele fecha os olhos, mas essa mulher não paga há muito tempo e fica fazendo comício contra ele. Creonte diz que esse povo de Jasão é porco, relaxado, que ninguém arruma nada nas casas. Boca chega à oficina de Egeu e conta que Joana anda fazendo comício por todo lugar contra Creonte. Egeu quer saber se o outro ouviu, mas Boca diz que nem escuta direito, mas Creonte ficou indignado. Em sua casa, Creonte diz que vai com a polícia colocar Joana na rua. Jasão diz que então o sogro precisa ouvir uma ponderação, e o trata por "voce Creonte grita "senhor", e Jasão repete "você". Os dois se exaltam. Jasão pede desculpas. Quer saber porque Creonte o aceita como genro. Creonte responde que não tem nenhuma razão. Desde que a mãe de Alma morreu, a vida dele é fazê-la feliz e, se ela o escolheu, o pai não discute. Diz que até gosta de Jasão, por causa do samba. Confessa que tanto ele quanto Alma têm vaidade da canção de Jasão. Mas vai chegar a hora da verdade, em que alguém vai Jomar conta do negócio, vai sentar naquela cadeira, e o herdeiro não pode ser à de samba e de ocio. Jasão diz que quer negociar de igual para igual. Seu patrimônio é o lugar de onde vem, o conhecimento que tem desse povo, sabe como eles vivem. Pondera que o sogro não sabe nada de povo e que deveria ceder um pouco, sendo pode ser a gota d'água. Jasão repara que o povo já deu a Creonte ações, prédios, garagens, carros, caminhões, que agora é hora de não enfrentar Egeu, deve baixar os lucros, colocar lá na vila telefone, campo de futebol, espaço para as crianças, pintar o prédio. Sugere, finalmente, que reúna todos e declare que as prestações atrasadas estão perdoadas. As contas começam só a partir de agora. Ai Creonte vai poder cobrar, pois com o perdão da dívida e o prédio limpo, Egeu vai ficar falando sozinho, então o sogro poderá aumentar as taxas e buscar em um ano o que gastou nas reformas. A medida que falava, sem que os dois percebessem, Jasão sentou-se no trono. Creonte responde que Jasão é um imbecil, tem é que enfrentá-los. Jasão pede ainda um tempo para conversar com Joana, mas Creonte está irredutivel. Jasão declara que assim não pode casar. Creonte responde então que vai conciliar em função dos filhos do futuro genro. Propõe que Jasão a convença a sair da casa, que ele, Creonte, dá uma ajuda de custo. Ao ficar sozinho, Creonte fala para si que aquele vagabundo que apareceu cantando sambinha até pode virar um bom executivo e um ótimo patrão. Mestre Egeu está com as crianças diante de Joana. Ela agradece os cuidados, diz que estava resolvendo coisas da vida. Egeu precisa preveni-la de algo, pede que bote as crianças na cama. Joana retoma a conversa com Egeu. Ele pede que, a partir de agora, ela fique quieta para não prejudicar as crianças, chega de provocar Creonte. Avisa que, se for para brigar, que brigue direito. O melhor é fingir que esqueceu e não fazer nada, ai os outros estarão do lado...


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