Resumo do capítulo 5 do livro PDF

Title Resumo do capítulo 5 do livro
Author Kayke Xavier
Course História Econômica Geral
Institution Universidade Federal de São João Del Rei
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Resumo do capítulo 5....


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Resumo do capítulo 5 do livro: “Processo de industrialização: do capitalismo originário ao atrasado” Processo de industrialização: do capitalismo originário ao atrasado; Carlos Alonso Barbosa de Oliveira; São Paulo, Editora UNESP, 2002

Kayke Xavier de Souza N. Braga

O modo de produção capitalista, pode ter seu início, considerado de fato, a partir do ponto em que a produção tornou-se organizada sob a ótica fabril. O processo de acumulação de capital, sob o comando das indústrias, também era vantajoso para os setores comerciais e bancários, e o sucesso desse processo na Inglaterra, que era a maior força hegemônica durante o século XVIII e início do XIX, atraiu os olhares de outros países, que adotaram o modo fabril britânico à suas economias, dando início à fase concorrencial do capitalismo, que perdurou de 1830 a 1890 e foi protagonizado, pela Inglaterra obviamente, mas também pelos países de industrialização atrasada, que são os da primeira onda: França, Alemanha e Estados Unidos, e da segunda onda, Itália, Japão e Rússia. Todos esses países tinham semelhanças nas suas economias, no que antecede a industrialização. As atividades econômicas eram basicamente comércio, feito por pequenos produtores independentes, manufaturas e divisão social no trabalho, além de todos, à exceção dos Estados Unidos, terem um passado feudal. No capitalismo concorrencial, todo o mercado é dividido por pequenas empresas, que disputam entre si a preferência do consumidor, sendo o principal determinante dessa disputa, o preço. Não existem monopólios. Além disso, há um sistema de crédito, que permite a mobilidade do capital e uma classe operária, composta de trabalhadores livres. A livre concorrência é fundamental nessa fase do capitalismo, já que a concorrência regula os preços e as taxas de lucro. As relações do trabalho com o capital,

também são caracterizadas pela concorrência, já que por meio de seus mecanismos ela define os salários, o que irá implicar no consumo futuro. O Estado liberal pode ser associado à essa fase do capitalismo, pois por seu caráter concorrencial, o capitalismo poderia reproduzir-se e expandir-se sem ajudas externas, ou do Estado, mesmo que estas aconteceram. Essa fase de desenvolvimento do capitalismo eliminou entraves na livre circulação de mercadorias e pessoas e no fluxo de capitais entre diferentes países, fato inédito até então. A gênese do capitalismo concorrencial se deu na Inglaterra da década de 40 do século XIX. A produção têxtil foi sendo substituída pela indústria ferroviária, que englobava os setores de mineração, metalurgia, fundição. Era o início da indústria pesada. A tecnologia nessa fase foi essencial para o aumento da produção, já que não eram tecnologias complexas, os operários logo aprendiam a como manuseá-las, generalizando rapidamente a utilização das novas tecnologias em todo um ramo de indústrias. Não haviam leis contra plágio, nem patentes. Porém mesmo com novas tecnologias, as empresas britânicas ainda se organizavam da mesma forma, através de empresas familiares, cujo o capital de investimento vinha apenas dos lucros próprios e de créditos bancários. Não foram necessárias mudanças na organização das empresas, visto que, o capital acumulado previamente era suficiente para financiar a indústria pesada nascente. Durante esse período, a burguesia inglesa almejava não só mercado nacional, mas também o internacional, defendiam a livre concorrência em todo o mundo, junto com o livre fluxo de trabalho, mercadorias e capitais. Após o fim das guerras napoleônicas, a Inglaterra detinha o monopólio da produção industrial. Nenhum outro país tinha condições para concorrer com os produtos ingleses, que visaram cada vez mais o mercado externo. Entretanto, os industriais ingleses não se lançaram de imediato nas lutas pelo livrecâmbio. A têxtil, temerosa da concorrência estrangeira e presa ainda às práticas mercantilistas, lutava pela manutenção da proibição da exportação de máquinas, e essa legislação somente foi revogada na década de 1830. Na verdade, o livre-câmbio só

triunfou completamente no campo do comércio de artigos industriais ao crescer a importância da produção de meios de produção no âmbito da economia inglesa, e, já então nessa fase, o conjunto dos interesses dos industriais alinhava-se com a liberdade de comércio. Considerando, então, que a indústria britânica não necessitava de proteção tanto no mercado nacional como em mercados exteriores, e que a ela interessava importar alimentos e matérias-primas aos mais baixos preços, sendo indiferente a origem dessas importações, fica claro que o livre-câmbio contrariava os interesses agrários do país. Os progressos da marinha e a estrada de ferro provocavam quedas nos custos de transportes e permitiam a incorporação e valorização de terras virgens e férteis com altos índices de produtividade, e ficava claro que a agricultura inglesa perdia as condições de concorrer com a produção a baixos preços dessas novas áreas. Por sua vez, a crescente urbanização decorrente da industrialização implicava rápidos aumentos da demanda de alimentos e matérias-primas, o que constituía um desafio ao setor agrícola inglês que se mostrava incapaz de aumentar adequadamente sua oferta. Assim, a agricultura não somente era incapaz de concorrer com as novas áreas produtoras, como também não se mostrava apta a aumentar sua oferta de maneira adequada e, por isso mesmo, apoiavase em tarifas alfandegárias e na legislação que somente permitia a importação de grãos em anos de más colheitas. A tendência à alta de preços de matérias-primas e alimentos decorrentes dessas circunstâncias causava crescente descontentamento entre industriais e operários, e a luta pelo livre-cambismo encerrou-se com a vitória dos industriais na década de 1840, ao serem revogadas as corn laws. Em síntese, a livre concorrência é elemento fundamental do capitalismo, pois é por meio de sua ação que são reguladas as relações entre os diversos capitais individuais, bem como as relações entre o trabalho e o capital. E são os mecanismos da concorrência que permitem que as condições do processo de acumulação sejam permanentemente repostas. Finalmente, a concorrência é também condição para a determinação da forma da hierarquia mantida entre as diferentes formas do capital....


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