Graciliano Ramos - (Letícia Senna e João Vitor Paganini) PDF

Title Graciliano Ramos - (Letícia Senna e João Vitor Paganini)
Author Leticia Senna
Course Letras - Ingles
Institution Universidade Federal do Espírito Santo
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Summary

Graciliano Ramos nasceu em 27 de Outubro de 1907 no sertão de Alagoas, numa cidade chamada Quebrangulo. Primogênito, filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos teve outros irmãos mais tarde. Crescendo, mudou-se para outras cidades como Viçosa e Palmeira dos Índios, em Alagoas, e...


Description

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS E LETRAS

Letícia Garcia Senna e João Vitor Paganini

Graciliano Ramos

2016/1 VITÓRIA JUNHO, 2016

Biografia Infância

Graciliano Ramos nasceu em 27 de Outubro de 1907 no sertão de Alagoas, numa cidade chamada Quebrangulo. Primogênito, filho de Sebastião Ramos de Oliveira e Maria Amélia Ferro Ramos teve outros irmãos mais tarde. Crescendo, mudou-se para outras cidades como Viçosa e Palmeira dos Índios, em Alagoas, e também Buíque, em Pernambuco. Desde cedo, Graciliano pôde ver de perto as realidade de retirantes (o que inspirou Vidas Secas, seu Magnum Opus!) e experienciar as secas. Graciliano teve uma educação bastante rígida, tendo mais tarde descrito seus pais em Infância (1945), um relato autobiográfico, da seguinte forma: "Um homem sério, de testa larga (...), dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza (...), olhos maus que em momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura." A relação dura com os pais fez com que Graciliano pensasse que o que governava todas as relações humanas fosse à violência. Viçosa, 1984. Dilúculo. No ano de 1984, na cidade de Viçosa, começa a publicar seu jornalzinho infantil Dilúculo.

Juventude

Em 1914, já com 22 anos, Graciliano muda-se para o Rio de Janeiro, à época Capital Federal, assim como muitos escritores da época, em busca de novas oportunidades. Ele tentou a sorte na imprensa, acompanhado de seu amigo Joaquim Pinto da Mota Lima Filho. Lá, ele trabalhou como revisor de alguns jornais cariocas

como

Correio

da

Manhã, A Tarde

e

O

Século,

colaborando

simultaneamente para o jornal fluminense Paraíba do Sul e para o Jornal de Alagoas, assinando “R.O.” (Ramos de Oliveira). A compilação destes textos compõe sua obra póstuma Linhas Tortas. Tempos depois, Graciliano volta para o Nordeste, para trabalhar junto ao pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Em 1926, ele foi eleito para prefeito da cidade de Palmeira dos Índios, assumindo o cargo no ano seguinte. Em 1930, mudou-se para Maceió onde assumiu um cargo na direção da Imprensa Oficial e Instrução Pública do Estado. Graciliano estreou na literatura brasileira com a obra Caetés, que já vinha escrevendo desde o ano de 1925. Essa obra já trazia o pessimismo como característico, que marcou suas obras posteriores. Nesse livro, Graciliano descrevia a história de João Valério, personagem que teve um caso com a esposa do seu amigo e também patrão. João Valério, narrador e personagem desta história, são introvertido e adora fantasiar. Ele sente-se seduzido pelos ambientes da burguesia. Um dia ele se envolve com Maria Luisa, esposa de seu amigo e protetor, Adrião, que é também dono da firma comercial em que trabalha. O caso de João Valério é denunciado a Adrião através de uma carta anônima. O marido decepcionado comete suicídio. João Valério se sente culpado e ao mesmo tempo não resiste ao poder, uma vez que se torna sócio da firma “à custa” do amigo morto. Maria Luisa é uma mulher ambiciosa e possessiva, e apenas pensa em pegar tudo o que o marido deixou, não se importando com João. Ela pensa em enganar João para conseguir o que quer, e ele mesmo sendo de origem humilde percebe suas intenções. Ele abandona a mulher mas não consegue abandonar o cargo e o poder. Esta é uma obra que antecede o que seria Vidas Secas.

O nome Caetés é uma analogia com a história do nativo selvagem Caeté, que devorou o Bispo Sardinha, no século XVII. João tem um lado selvagem como um nativo canibal ao devorar seu amigo Adrião, para conseguir poder. Esta é uma obra em que o personagem faz uma análise de seus próprios instintos, pelos quais é dominado. O livro mistura o fim do movimento naturalista com a literatura realista. A cidade onde acontece a história foi administrada por Graciliano Ramos, que atuou como prefeito em Palmeira dos Índios.

Em 1934 havia publicado a obra São Bernardo, e quando se preparava para publicar o próximo livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado por Getúlio Vargas após a Intentona Comunista de 1935. Com ajuda de amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar Angústia (1936), considerada por muitos críticos como sua melhor obra. São Bernardo relatava um drama social, vivido pelo povo do nordeste.

Graciliano foi preso em 1936, acusado de participação no movimento de esquerda. Depois de passar por várias experiências “dolorosas” mudando de cárcere em cárcere, convivendo com diversas pessoas, ele foi liberto quase um ano depois, em janeiro de 1937.

E toda essa experiência que o autor viveu enquanto preso, resultou na obra "Memórias do Cárcere", que foi publicado após sua morte. Memórias do Cárcere é o testemunho da realidade nua e crua de quem, sem saber por que, viveu em porões imundos, sofreu com torturas e privações provocadas por um regime ditatorial chamado de Estado Novo. Na obra Graciliano Ramos não diz diretamente que se sente injustiçado, embora o tenha sido e isso se explicita no próprio texto. Não fica insistindo

que

não

deveria

estar

naquelas

situações, isso faz com que a indignação do leitor não fique restrita às suas histórias particulares, mas se direcione a situações vivenciadas por muitas pessoas. O que o autor retrata, e é o que mais interessa em Memórias do Cárcere, é um olhar de quem foi preso, algo que é muito mais abrangente do que se fixar no olhar do narrador.

Trecho da obra “O mundo se tornava fascista. Num mundo assim, que futuro nos reservariam? Provavelmente não havia lugar para nós, éramos fantasmas, rolaríamos de cárcere em cárcere, findaríamos num campo de concentração. Nenhuma utilidade representávamos na ordem nova. Se nos largassem, vagaríamos tristes, inofensivos e desocupados, farrapos vivos, fantasmas prematuros; desejaríamos enlouquecer, recolhermo-nos ao hospício ou ter coragem de amarrar uma corda ao pescoço e dar o mergulho decisivo. Essas ideias, repetidas, vexavam-me; tanto me embrenhara nelas que me sentia inteiramente perdido.” Graciliano fazia a todo o momento uma denuncia ao autoritarismo estabelecido pelo estado novo, mostrava a violência do presídio. Por ser uma narrativa que acontece no presídio, é uma leitura tensa, pesada e que marcou a literatura brasileira.

Análise de Obras – (Vidas secas)

Criticas “Embora a ideia de determinismo em Graciliano, socialmente falando, leve em si as marcas de uma visão trágica nos moldes do romance naturalista, ela não se traduz aqui, pura e simplesmente, em fatalista.” (Merniccu, L. M)

“O roteiro do autor de Vidas Secas norteou-se por um coerente sentimento de rejeição que adviria do contato do homem com a natureza ou com o próximo." (Bosi, A.)

Analise de Obras (características) 

Geração de 30 ou modernismo da segunda fase (1930-45);



Nacionalismo + regionalismo;

A diferença imediata entre a 1a e a 2a geração do modernismo foi a preocupação

com o nacionalismo-regionalismo da segunda fase. É quando o encontro o homem e o seu espaço são valorizados, a relação do homem com o seu meio.



Realidade do sertão e a exploração do homem;

Foi quando os poetas se interessaram verdadeiramente pelas regiões do Brasil. A linguagem se aproxima da fala, explorando gírias locais, inclusive.



O foco de Graciliano era na narrativa com um estilo de escrita claro e conciso. Tinha o pessimismo e a crítica social como característica, pois buscava descrever a realidade vivida pelo povo do sertão nordestino.

Bibliografia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Graciliano_Ramos https://pt.wikiquote.org/wiki/Graciliano_Ramos http://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,ha-60-anos-morria-gracilianoramos,8952,0.htm http://www.passeiweb.com/estudos/livros/caetes https://www.youtube.com/watch?v=pbM4497jdMY (vidas secas – filme) http://www.lettere.uniroma1.it/sites/default/files/528/GRACILIANO-RAMOS-Vidassecas-livro-completo.pdf (vidas secas – PDF)...


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