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Jogos Ocultos
George Tsebelis
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Jogos Ocultos George Tsebelis A noção de Jogos Ocultos Analisa casos em que um ator, confrontado com uma série de escolhas, não segue a alternativa que parece ser a melhor. Algo intrigante, uma vez que a tendência é que os atores(institucionais ou individuais) comportem-se de maneira a maximizar a realização de seus objetivos implícitos, ou seja, fazerem escolhas ótimas. A esse pressuposto, dá-se o nome de pressuposto da racionalidade. Nesse caso, será feita uma exposição de como se processam escolhas “aparentemente” subótimas, ou seja, aquelas que não são as melhores. Um ator vota de maneira sofisticada ou estratégica (oposto da maneira sincera) quando, num ou mais turnos de uma série de votações, vota contra suas preferências a fim de assegurar um resultado final de sua preferência. Somente o estudo de toda a rede de jogos em que o ator está envolvido revelará as motivações desse e trará explicações para o seu comportamento. As democracias possuem situações em que os jogos não são jogados de maneira isolada. Geralmente, jogos independentes se vinculam e, portanto, as escolhas podem parecer subótimas. Casos de escolhas aparentemente subótimas são, na verdade, casos de discordância entre o ator e o observador, e a tal discordância atribuem-se duas possibilidades : ou o ator escolhe uma estratégia não-ótima, ou o observador está enganado. O principal argumento do livro é que se mesmo com a informação adequada, as escolhas parecem subótimas, isso, na verdade, deve-se a uma perspectiva incompleta do observador. Isso se dá pelo fato de que o observador centra sua observação em apenas um jogo, mas o ator está envolvido em uma rede de jogos(jogos ocultos), e o que parece subótimo na perspectiva de um jogo, é na verdade ótimo quando considerada toda uma rede de jogos. Atribui-se o nome de jogos em múltiplas arenas, no caso em que o observador centra sua análise apenas na arena principal e desaprova as escolhas do ator por causa dessa visão limitada. Contudo, quando são examinadas as implicações em outras arenas, a escolha do ator é ótima. Cada um dos lances escolhidos pelo jogador terá conseqüências em todas as arenas do jogo, podendo esse, escolher uma opção aparentemente subótima se essa conseguir maximizar os seus payoffs(ganho, pagamento, prêmio ou a sanção de uma certa ação) quando consideradas todas as arenas. Nesse jogo de múltiplas arenas, os fatores contextuais(situação em outras arenas) levam a diferentes resultados no jogo, uma vez que esses fatores influenciam nos payoffs do jogador e podem levar a escolha de diferentes estratégias. Há também o que autor chama de projeto institucional, um tipo de jogo oculto em que o ator toma medidas para aumentar o número de opções disponíveis (criando uma opção nova ainda melhor que uma já preexistente), a partir da mudança das regras do jogo de que cada jogador dispõe. Nesse caso, o observador não nota que ator está envolvido não apenas num jogo da arena principal, mas também num jogo sobre as regras do jogo. Em síntese, os atores escolhem os diferentes tipos de jogos ou conjunto de regras possível e dessa forma, ampliam seu espaço estratégico, escolhendo uma opção que

antes não estava disponível. A discordância ator-observador acontece pelo fato desse último desconhecer a inovação política efetuada pelo ator. Se o observador tivesse o conhecimento dessas opções adicionais, ele teria concordado que uma dessas seria ótima. No projeto institucional as instituições políticas não são meras coerções herdadas, mas possíveis objetos da ação humana....