Lavado do conduto naso lacrimal em equinos completo PDF

Title Lavado do conduto naso lacrimal em equinos completo
Course Medicina veterinária
Institution Universidade Metodista de São Paulo
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Trabalho sobre lavado do conduto nasolacrimal em equinos s emiologia...


Description

UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO ESCOLA DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

LAVAGEM DO CONDUTO NASOLACRIMAL EM EQUINOS

SEMIOLOGIA 6°PERÍODO

SÃO BERNARDO DO CAMPO 2018

INTRODUÇÃO A lavagem e o cateterismo das vias lacrimais são dois métodos de exploração, apesar da simplicidade de sua execução e da aplicação torna-se necessário em muitos casos. No verão, é observado com frequência, especialmente nos cavalos do exército; lacrimejo abundante em consequência da obstrução de canais lacrimais, pela poeira que sobe nas estradas. Os cavalos afetados por ambos os olhos ao mesmo tempo apresentam uma ligeira fotofobia, lacrimejamento límpido e com as membranas das mucosas misturadas com o pó de cor acinzentada. Ao perceber que o canal nasal é oprimido por um tampão de muco espesso, e se os filamentos de muco contiverem poeira e grãos de areia neste caso, o diagnóstico da obstrução é fácil. A lavagem e cateterização das vias lacrimais são, em primeiro lugar, procedimentos terapêuticos. No entanto, há casos em que os sintomas não são indicativos para acreditar, em uma obstrução, pois não há nada nas outras partes do olho que possa explicar a lacrimação persistente; pode haver alguma conjuntivite, mas ocorre sempre que as lágrimas não são expulsas normalmente. Então, para determinar o diagnóstico, é necessário garantir a permeabilidade dos meios lacrimais: a penetração de corpos estranhos no canal lacrimal, especialmente de gramíneas, tem sido mencionadas. Nestes casos, a lavagem e cateterismo são em seguida, procedimentos para o diagnóstico. A abertura larga do ducto lacrimal tem duas extremidades: abertura lacrimal inferior para cima (lacrimal-nasal ou lavagem direta) e drenagem nasal para baixo (lavagem nasolacrimal ou retrógrada).

MATERIAIS UTILIZADOS NO PROCEDIMENTO

Os materiais utilizados na lavagem do ducto/conduto nasolacrimal em equinos vão ser bem simples e de fácil aquisição: 

Anestesias tópicas locais (opcional, dependendo do estado do cavalo, como lidocaína);



Sonda adaptada (polietileno ou até cateter uretral) ou Sonda nasolacrimal;



Cateter;



Seringa;



Fluído salino estéril (entre 10-12 ml);



Luvas.

IMAGENS

TÉCNICA

A) Lavagem naso-lacrimal direta: A lavagem é realizada através da abertura inferior do vestíbulo nasal,que possui dimensão de cerca de 3 milímetros no seu maior diâmetro, permitindo a introdução de uma seringa, de 100 a 200 gramas de capacidade, ao qual uma cânula fina pode ser adaptada. Anexado ao cavalo, e depois da instilação de algumas gotas de

lidocaína no olho, deve-se inverter com os dedos a borda interna da pálpebra inferior e assegurar a permeabilidade da abertura lacrimal. Nos cavalos que contraem energicamente o orbicular, é difícil distinguir, às vezes, a abertura da lágrima, porque não está aberta e seus lábios se juntam como se fossem uma válvula. Com a mão segurando a seringa, ela é introduzida na abertura. O líquido injetado, que deve ser quente e não irritante (água boricada, água fervida a 0,25 por 1000, cianeto de mercúrio a 0,50 por litro, ou também formaldeído a 1 por: 4000) e impulsionado suavemente, saindo logo pelo canal correspondente, se o canal lacrimal estiver completamente claro, ou exclusivamente pela abertura lacrimal, se a sua obstrução for completa. Mas há casos em que, ocorre pela destruição parcial do canal ou porque a injeção foi feita muito rapidamente, o líquido escoa pela abertura lacrimal superior, enquanto que também deixa a drenagem nasal. A lavagem direta é muito difícil de praticar, comparada com a lavagem retrógrada que descreveremos; mas ocasionalmente, é necessário segurá-lo quando o colo nasal é excepcionalmente plano ou excessivamente alto, de modo que seja facilmente acessível: tal ocorre quando o canal lacrimal é aberto na mucosa nasal através de muitas aberturas localizadas em diferentes níveis, o que exige introdução da cânula pelo reservatório nasal localizado acima, a fim de evitar a saída do líquido através dos orifícios proximais, tal como ocorre na mula e no asno, em que o fossa nasal não é facilmente acessível.

B) Lavagem naso-lacrimal ou retrógrada: É o procedimento mais confortável, essencialmente veterinário, e nada mais é do que uma imitação do primeiro. Com uma mão na asa do nariz é separada, da mesma forma que é feita para o exame, e com a outra, segurando com a seringa, é introduzida o final da cânula, no colo nasal paralelo ao plano da mucosa. Então, sem pressionar as bordas da abertura, o líquido é impulsionado suavemente. Em vez de introduzir a cânula da seringa diretamente no orifício, podemos usar um aditivo de

borracha endurecido, mas deve ser algo flexível, que é introduzido no orifício nasal e através do qual a injeção é feita. Quando o canal é claro, o líquido pode ser visto saindo pelos pontos lacrimais, às vezes formando dois pequenos jatos. Se o canal estiver obstruído, por mucosidades ou filamentos, como vimos, a mão que impulsiona o êmbolo encontra uma resistência que não deve ser brutalmente superada, mesmo quando for possível. A cânula é então retirada e o líquido injetado através do dreno nasal, que leva consigo partes desintegradas do tampão mucoso que obstruiu completa ou incompletamente o canal, que pode recuar. Então você tem que iniciar a injeção novamente até que o canal esteja claro, o que é possível identificar, porque deixa líquido que arrasta as últimas secreções mucosas pelo ângulo do olho. Caso o resultado não seja alcançado em uma sessão, que é raro, quando se trata de uma obstrução recente determinada por poeira ou areia, devemos insistir o procedimento no dia seguinte. A distensão da parte membranosa do canal causada pela pressão do líquido injetado, inevitável quando é obstruída, dá origem a pequenas hemorragias sem consequências imediatas ou remotas. As injeções retrógradas produzem ao animal uma particular manifestação de defesa muito incomoda para o operador: é a contração lateral do extremo do nariz, muito vigorosa, que repele a seringa e faz sair à cânula da fossa nasal. Um assistente não pode imobilizar com ambas as mãos aquela reação particular. Finalmente, quando o líquido é drenado sobre a hipófise, geralmente produz espirros, dos quais se defenderá abaixando a asa superior do nariz, posicionando-se um pouco lateralmente e, acima de tudo, protegendo-se com um avental ou uma blusa.

- Cateterismo das vias lacrimais: É possível inserir uma sonda ou uma vela de ignição na outra extremidade do ducto lacrimal no cavalo? Não, se nós usamos uma sonda rígida, porém sim, se usarmos um cateter flexível. Uma vez o cateterismo, praticado com uma sonda rígida, que é o único meio usado no homem, deve naturalmente ser pensado para aplicá-lo à medicina veterinária. Mas neste caso, as dificuldades são muitas e evidentemente

obedecem a disposições anatômicas: a largura (1,50 centímetros) da condução arterial inferior, sua inserção em um ângulo quase reto no canal lacrimal, o comprimento extraordinário (25-30 centímetros) do canal lacrimal e especialmente a direção flexível de sua trajetória. Por outro lado, o cateterismo do trato lacrimal com cateter flexível é fácil, seja de cima para baixo (cateterismo lacrimal ou nasal direto) ou cateterismo inferior ou superior (cateterismo naso-lacrimal ou retrógrado). Eles devem usar plugues flexíveis, análogos aos utilizados para a exploração do canal uretral. Estes plugues devem ser feitas com ambas as extremidades em forma de azeitona, com 40 centímetros de comprimento. Normalmente, o canal lacrimal é capaz de admitir os números 7 e 8 , medidos em terços de um milímetro. Seja qual fora direção que você deseja seguir, o cateterismo deve ser realizado, com instilação de lidocaína no olho e, em seguida, a sonda deve ser também untada com vaselina de lidocaína (0,10 gramas em 10 gramas de vaselina). No cateterismo também podemos fazer de duas formas: cateterismo naso-lacrimal direto e o cateterismo naso-lacrimal retrógado. A) Cateterismo naso-lacrimal direto: Introduza uma das pontas da sonda na abertura inferior com a mão direita se for o olho esquerdo, com a esquerda se for a direita, e com a mão livre inverta ligeiramente a margem da pálpebra no sentido do lado de fora e empurre gentilmente na direção do carburador. A sonda logo baterá na parede óssea do saco lacrimal, e alguns movimentos rotacionais são comunicados ao cateter, e logo a sensação de ter superado a resistência é geralmente notada; A sonda desliza-se contra a parede e penetra na porção óssea do canal lacrimal. Não



mais

nada

para

continuar

dirigindo

com

cautela

calculando

aproximadamente o comprimento da sonda, uma vez que é necessário monitorar a saída da sonda através do dreno nasal, caso contrário, a ponta da azeitona pode penetrar em um saco, o instrumento deve ser inclinado em um ângulo agudo e se deteriorar. B) Cateterismo naso-lacrimal retrógrado:

A introdução da sonda nasal é a mais fácil, embora seja raro que não pare depois de ser introduzido cerca de 10 centímetros. Depois de alguns golpes feitos com a mão leve e com paciência, geralmente se consegue atravessar esse difícil passo, que pode ser devido à presença de uma prega da mucosa ou simplesmente a um desvio da porção membranosa do canal da mucosa. Uma vez que esta etapa foi concluída, o cateterismo é feito sem obstáculos e a saída da sonda deve ser monitorada. A chegada desta ao ângulo do olho, é conhecida pela frequência e amplitude dos movimentos do olho da terceira pálpebra que parece querer defender o corpo contra um corpo estranho. Mas é em vão, a sonda aparece em breve, e mais frequentemente pela abertura superior da lágrima, e às vezes pela inferior.

INDICAÇÕES O procedimento é extremamente rápido de ser realizado e de certa forma é um procedimento fácil e de pouca dificuldade em se encontrar materiais necessários para a sua realização. Além de ser um procedimento muitas vezes diagnóstico (em casos de obstruções), ele também pode ser usado em exames e até como um método de alivio para o animal obstruído.

Como o ducto, devido a sua anatomia, liga um pequeno orifício no interior das narinas do animal (vestíbulo nasal) ao ducto lacrimal perto dos olhos, ele vai estar propicio á algumas doenças até comuns de afetarem o animal dependendo, inclusive, das atividades praticadas por alguns equinos. Sabe-se que muitas coisas podem causar um problema na passagem natural dos fluídos por esse ducto, sendo as mais comuns: 

Excesso de muco bloqueando a passagem;



Trauma da área (relacionado com infecções, presença de corpos estranhos ou até a presença de algum tumor);



Ductos muito estreitos, o que dificulta a passagem e causa obstrução;



Ausência total da formação desse ducto;



Herpes vírus.

Sendo então indicado, não só para o diagnóstico, mas também muitas vezes para um tratamento terapêutico a realização do Lavado nasolacrimal. O tipo de lavado mais utilizado em grande maioria dos casos é o Lavado nasolacrimal retrógado, sendo justamente o abordado no tema desse trabalho e realizado num dos cavalos disponibilizados pelo HOVET Metodista. Além dos processos mencionados anteriormente aonde há uma indicação do uso do lavado, existem alguns bloqueios mais infrequentes de acontecerem, mas que ainda assim devem ser considerados, como por exemplo alastramento de alguma infecção próxima dental ou sinusal, tumores nasais que podem eventualmente comprimir o canal nasolacrimal ou até fraturas do maxilar que podem acabar prejudicando o canal. São processos aonde o lavado nasolacrimal pode agir como uma forma, além de outros métodos como os de imagem, diagnóstica justamente pela falta de fluxo nesse canal, aonde não haverá saída do fluído próximo aos olhos e haverá, consequentemente, um retorno da solução pelas narinas, indicando um possível bloqueio. É bom ressaltar, todavia, que se necessita de um cuidado um pouco maior em casos de obstrução. A obstrução vai ser percebida a partir de uma certa dificuldade em prosseguir com a liberação do fluído pela seringa uma vez que haverá resistência no êmbolo, e com isso deve-se evitar aplicar muita força.

COMPLICAÇÕES O procedimento é delicado por conta de haver a possibilidade de machucar o ducto, os olhos e também os seios da face, sendo assim não aprofundando demais o cateter. Da mesma forma que para as outras intervenções do olho e seus anexos onde a lavagem naso-nasal obriga a segurar o cavalo da melhor forma possível.

Além disso deve se preocupar com o excesso de estresse que o procedimento causa no animal.

CONCLUSÃO Ó procedimento terapêutico apresentado é relativamente simples e rápido de ser executado e rotineiramente utilizado na clínica de grandes animais, sendo de baixo custo não havendo necessidade de muitos instrumentos ou materiais para o lavado. Podendo ser feito em obstruções de diversas naturezas do ducto nasal lacrimal, com duas técnicas distintas, mas que se assemelham entre si.

REFERÊNCIAS Cirurgia para tratar canais lacrimais obstruídos. Disponível em: http://momentoequestre.com.br/2016/08/29/cirurgia-para-tratar-canais-lacrimaisobstruidos/ The nasolacrimal duct of the mule: Anatomy and clinical considerations (M. F. Adams, J. R. Castro, F. Morandi, R. E. Reese and R. B. Reed) How to Manage Excessive Tearing in the Horse (Amber L. Labelle, DVM, MS, Diplomaa Revista Investigação. Disponível em: http://publicacoes.unifran.br/index.php/investigacao/article/viewFile/1206/854 Veterinary Diagnostic Imaging - The Horse (Charles S. Farrow ) Working equid veterinary manual (The Brooke)...


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