Mecanismos de defesa PDF

Title Mecanismos de defesa
Author Larissa Barros Xavier
Course Estágio Supervisionado Específico I
Institution Centro Universitário Cesmac
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Summary

Atividade sobre mecanismos de defesa do ego e exemplos de diálogo entre paciente e terapeuta. ...


Description

CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC ESTÁGIO OBRIGATÓRIO SUPERVISIONADO II Profa. Carmen Rúbia Rangel Gomes Larissa Barros Xavier

MECANISMOS DE DEFESA

1. Negação: consiste na recusa do sujeito a aceitar a existência de uma situação penosa demais para ser tolerada, ou seja, o indivíduo dá como inexistente um pensamento ou sentimento que, caso ele admitisse, causaria grande angústia. Ex: P: “esses dias o meu namorado me disse que precisava me contar algo sério. Então perguntei se ele ia terminar comigo. E ele disse que sim. Na hora eu fiquei sem entender, porque nosso relacionamento não estava tão ruim assim, ao ponto de ele querer terminar. Aí perguntei se ele não queria um tempo para pensar e ele disse “pode ser”.” T: “e como você está se sentindo em relação a esse “tempo”?” P: “estou bem! Acho que ele só está confuso. Sinto que não vamos terminar.” ---------------------------------------------------------------------------------------------------------P: “briguei com a minha irmã porque ela beijou um amigo meu. Ela acha que fiz isso por ciúmes, mas não é verdade.” T: “se não é ciúmes, por que vocês brigaram?” P: “porque eu não gosto que ela beije os meus amigos, simplesmente por isso.”

2. Projeção: mecanismo oposto à introjeção. O sujeito vai atribuir a objetos externos aspectos psíquicos que lhe são próprios, mas não são reconhecidos como seus. Necessariamente, antes da projeção vem um mecanismo de negação, ou seja, é uma forma de deslocamento que se dirige para fora e atribui outras pessoas seus traços de caráter, atitudes, motivos e desejos contra os quais existem objeções e que se quer negar. Ex: P: “a minha irmã é incapaz de entender o porque eu não gosto que ela beije os meus amigos” T: “o que aconteceu?” P: “ela fala que eu sou ciumenta, mas na verdade, ela que tem ciúmes de mim, por eu ter mais amigos que ela.”

3. Regressão: é o retorno a atitudes passadas que provaram ser seguras e gratificantes, e às quais a pessoa busca voltar para fugir de um presente angustiante. Devaneios e memórias que tornam recorrentes, repetitivas. Ex: P: “na última discussão que tive com os meus irmãos, não fui capaz de me conter, gritei, xinguei e saí pisando o chão com força” T: “o que aconteceu para se comportar dessa forma?” P: “dessa vez estava muito estressada”

4. Deslocamento: é um mecanismo psicológico de defesa onde a pessoa substitui a finalidade inicial de uma pulsão por outra diferente e socialmente mais aceita. Durante uma discussão, por exemplo, a pessoa tem um forte impulso em socar o outro, entretanto, acaba deslocando tal impulso para um copo, o qual atira no chão. Ex: P: “durante a discussão com a meu irmão, tive vontade de xingá-lo, mas como a minha mãe estava no momento”. T: “o que você fez, então?” P: “me contive chamando-o de falso...”

5. Formação reativa: mecanismo pelo qual a pessoa vai expressar uma tendência oposta ao que estava anteriormente. É um traço de caráter que representa o exato oposto do que seria naturalmente esperada pela expressão de tendências libertadas, um traço desenvolvido para manter a repressão destes impulsos e para negar e mascarar tendências da personalidade que existiram de uma forma oculta. Ex: T: “como o seu irmão reagiu durante a situação?” P: “ele parecia bem chateado, mas disse que ia relevar a situação e não queria brigar”

6. Sublimação: é o mecanismo pelo qual o sujeito desagressiva a energia agressiva ou dessexualiza a libido, transformando-as em algo socialmente aceito. A energia perde seu caráter, ou seja, a energia inerente a impulsos primitivos ou inaceitáveis é transformada e dirigida a objetos socialmente úteis. Ex: P: “as vezes acho que sou uma pessoa muito controladora” T: “o que você quando se sente assim?” P: “geralmente eu desenho, pinto ou faço coisas que posso controlar”.

7. Repressão: considerado um dos mais comuns mecanismos de defesa do ego, consiste em afastar uma determinada coisa do consciente, mantendo-o a distância – no inconsciente – para manipular um conflito. Há dois tipos de repressão, a primária: que

é inconsciente e equivale a negação secundária e; a segunda: que é consciente, onde o indivíduo sabe que algo está lhe ameaçando, mas evita de qualquer forma que tal conteúdo venha à consciência. Ex: T: “como foi sua infância com a chegada dos seus irmãos?” P: “eu não sei dizer, na verdade, eu não me lembro de nada além do que os meus pais me falam... que no início tive ciúmes com a chegada deles, mas não lembro ter me sentido assim”

8. Racionalização: um dos mais comuns mecanismos planejados para manter o respeito próprio e evitar o sentimento de culpa. Constitui um mecanismo que visa a um propósito útil até o ponto que conduz à auto proteção e ao conforto psíquico. O sujeito cria uma justificativa falsa para não reconhecer a justificativa verdadeira. Ex: T: “como você se sente ao saber pelos seus pais que você recebeu seus irmãos com um sentimento de ciúmes e invasão durante a infância e hoje, ouvir de seus próprios irmãos que você é uma pessoa ciumenta?” P: “eu repito várias vezes para mim mesma “isso não é verdade”, porque eu não acho que eu seja assim tão ciumenta como eles falam. Talvez eu até tenha me sentindo invadida na infância, eu era única antes deles. Mas hoje, acho que é exagero deles.”

9. Isolamento: mecanismo no qual o individuo separa a ideia do afeto pelo qual ela estaria unida, assim, a ideia torna-se inócuo, neutro. O afeto pode acabar aparecendo sem a ideia – o sujeito experimenta crises de angústia sem saber por que – e vice e versa. É um mecanismo comum em pacientes terminais onde a pessoa sabe que vai morrer, mas narra sua doença como se não ocorresse com ela. Ex: T: “como se sente em relação a doença recentemente descoberta?” P: “já foi iniciado um tratamento para tratá-la” (a paciente responde sem demonstrar emoções)

10. Identificação: este é um mecanismo geralmente não defensivo que faz o sujeito se sentir acolhido à outra pessoa ou grupo, mas se ocorre um exagero desta aproximação, a pessoa pode estar provavelmente fazendo uma identificação com o intuito de se defender da pessoa. Ex: P: “acho que já tomei uma decisão em relação a carreira que pretendo seguir” T: “qual? E como chegou a essa decisão?” P: “quero ensinar, ser professora. Os meus pais foram professores quando jovens, mas não permaneceram na carreira. Fui influenciado por eles, mas sinto que é o que realmente quero fazer”

11. Humor: posição ou uma atitude em relação ao sofrimento. O caráter do humor como uma atitude subjetiva, uma "operação elevada" que não depende de propósitos conscientes, mas de uma necessidade inconsciente, tanto de quem o gera quanto de quem o recebe. O senso de humor facilita a conexão com o inconsciente, e a conexão com o inconsciente facilita o senso de humor. Ex: T: “lembra de quando te perguntei como se sentia em relação a sua doença? Você não respondeu... gostaria de me falar sobre isso hoje?” P: “me sinto bem, todos me falam que vou ficar bem” (diz a paciente com um sorriso aparentemente forçado).

12. Expiação: Nesse mecanismo de defesa, o indivíduo cria uma situação em sua mente que é capaz de eliminar o desprazer iminente, mas que, na realidade, é impossível de se concretizar. É uma espécie de teatro mental onde o indivíduo protagoniza uma história diferente daquela que vive na realidade, onde seus desejos não podem ser satisfeitos. Nessa realidade criada, o desejo é satisfeito e a ansiedade diminuída. Os exemplos de fantasia são: os sonhos diurnos, ou fantasias conscientes, as fantasias inconscientes, que são decorrentes de algum recalque e as chamadas fantasias originárias. Ex: punição por coisas consideradas criminosas. P: “quando sinto que estou cometendo algum pecado, imediatamente peço perdão a Deus e mais tarde me puno para ser perdoada” T: “de que forma? E como se sente ao fazer isso?” P: “arranho as minhas pernas com as unhas... sinto-me aliviada, é como se todo o pecado tivesse sido pago”

13. Condensação: É um mecanismo pelo qual certos coisas do inconsciente (conteúdo latente) se unem em uma única imagem ou objeto no sono. Além disso, é a concentração de vários significados em um único símbolo. O processo torna a narrativa do conteúdo manifesto muito mais curta do que a descrição do conteúdo latente. É uma palavra que surge das explicações psicanalíticas sobre a criação dos sonhos. Ex: P: “ontem tive um sonho estranho, mas não lembro bem” T: “me conte o que lembra” P: “sonhei que tava caindo bolas de fogo do céu, eu não sabia para onde ir... mas lembro que não estava sozinha, minha família estava comigo... me sentia angustiada e começava chorar por achar que ia morrer. Não sei o motivo, mas costumo ter muitos sonhos assim, como se o mundo fosse acabar”

14. Introjeção: intimamente relacionada com a identificação, visa resolver alguma dificuldade emocional do indivíduo ao tomar para a própria personalidade certas características de outras pessoas. É o mecanismo onde o objeto externo se torna efetivo internamente. Uma ordem externa passa a fazer parte do próprio individuo como um valor seu. Ex: T: “já parou para observar que você tem um comportamento muito semelhante com o da sua irmã?” P: “eu tenho? Qual?” T: “uma vez você me disse que quando a sua irmã cruza as pernas, sempre deixa a sandália cair do pé. E você também faz isso, sempre quando cruza as pernas aqui” P: (paciente olha para o chão e percebe que sua sandália não está no pé)

15. Compensação: a personalidade em suas inadequações e imperfeições apresenta um mecanismo de compensações a fim tentar assegurar o relacionamento de que necessita. Ocorre quando os indivíduos querem compensar alguma deficiência que possuem, para melhorar sua imagem, através atributos de sucesso. Ex: T: “você não me disse em qual área vai lecionar. Já escolheu?” P: “vou fazer letras, porque sou péssima em matemática ou qualquer área de exatas”

Referência: SILVA, E.B.T. MECANISMOS DE DEFESA DO EGO. PSICOLOGIA.PT (O Portal dos Psicólogos): Minas Gerais, 2011. Disponível em: . Acesso em: 02 de março de 2021....


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