O tatuador de Auschwitz PDF

Title O tatuador de Auschwitz
Author Patrícia dos Reis
Course Metodologias de Análise do Texto e do Discurso
Institution Universidade Lusófona de Humanidades e Technologias
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Amor tatuado num braço

Patrícia dos Reis Metodologia e Análise do Discurso Ciências da Comunicação e Cultura

Introdução O livro “O Tatuador de Auschwitz” da autora Heather Morris, escritora oriunda da Nova Zelândia e que atualmente reside na Austrália, é um romance histórico. Mais “histórico” do que “romance”, por assim dizer. É um desses livros pequenos com uma história grandiosa. É a “história real de um amor entre dois prisioneiros de Auschwitz, Lale e Gita, que desafiou os horrores dos campos de concentração”. No caso Auschwitz e Birkenau, campos de concentração e extermínio localizados na Polônia. A autora demorou mais de 3 anos a acompanhar a vida deste homem pois Lale Sokolov temia que o vissem como colaborador do exército nazi. O mesmo manteve silêncio sobre o seu passado e de sua mulher Gita, só alguns amigos sabiam da sua história. Lale só decidiu partilhar a sua história com a autora, depois de ficar viúvo, em 2003.

O que mais me marcou no livro: O livro em si já marca qualquer pessoa, que seja sensível a toda esta crueldade que foi a Segunda Guerra Mundial e que levou a vida de milhões de pessoas. Porém houve partes do livro, as descrições do prisioneiro Lale, todo aquele cenário degradante, onde as pessoas passavam fome e a magreza era extrema, não tomavam banho, e trabalhavam como escravos, ao ponto de morrerem e os guardas do campo não terem o trabalho de os matar. Pois para todos que conhecem o que foi o nazismo e o Holocausto, sabem que foi a época mais sanguinária, desumana e cruel de todos os tempos, e que os guardas nazis não tinham qualquer empatia com os prisioneiros, e matavam-nos a sangue frio ou então, para o trabalho ser mais eficaz, colocavam-nos nas câmaras de gás. O prisioneiro Lale ficou principalmente conhecido, por tatuar os números nos braços dos prisioneiros (esse método só era realizado em dois campos de concentração e era pelos números, que os prisioneiros eram chamados, e não pelos seus nomes), e foi nesse contexto que conheceu a sua amada Gita. E foi essa parte do livro, em que ele explica à autora a diferença em tatuar uma mulher e um homem, quando ele tinha que segurar os braços finos daquelas mulheres, era uma total agonia. Quando este olhou nos olhos de Gita, havia algo de diferente naqueles olhos castanhos, e confessou então à autora, que, no momento da tatuagem foi ela que marcou o número dela no coração dele. E todo este amor se foi construindo, e incrivelmente, Lale protegeu sempre a Gita, levava-lhe comida e dava-lhe esperança que um dia iriam sair dali vivos. Não só alimentava Gita, como também outros prisioneiros, porque Lale sendo o tatuador, tinha privilégios que outros não tinham, e assim tentava ajudar todos. O exemplo disso é que ele trocava as joias e pertences de judeus que já tinham morrido, diamantes, e dinheiro com os poloneses não judeus Victor e Yuri, por comida ou medicamentos, e levava a comida para outros prisioneiros, sempre escondido, pois este já sabia que se fosse apanhado, no dia a seguir seria enforcado.

Outra coisa que me marcou neste livro, foi os diálogos que Lale tinha com o médico que trabalhava em Auschwitz, Josef Mengele, mais conhecido como “Anjo da morte”. O médico que fazia as experiências mais cruéis com os prisioneiros. Cada diálogo era de se fazer arrepiar, até pelos do corpo que eu não sabia que existiam, arrepiaram no momento da leitura. São diálogos que, de alguma forma, fazem-nos “teletransportar” para lá, naquele exato momento da história. O leitor consegue absorver todas as emoções do prisioneiro, apenas lendo as falas.

O que gostei mais sobre o livro: O que deferência este livro de todos os outros livros que já li sobre a Segunda Guerra Mundial e o campo de concentração de Auschwitz, é o facto de num dos piores cenários, se ter construído uma história de amor tão pura. O facto de um sentimento tão bonito ter nascido num lugar tão sombrio como o campo de concentração de Auschwitz, e ver que Lale Sokolov tem um carisma, uma aura, um positivismo fora do comum, pois nunca perdeu a esperança e nem abaixou a cabeça perante toda aquela situação. “Se acordamos de manhã, já é um bom dia”, uma das frases ditas por Lale e que demonstra todo o positivismo, e esperança que este sentia, em um dia sair daquele campo de concentração e casar com Gita, sua apaixonada. É um livro que se lê bem, em que a história é intensa, mas não tanto como em outros livros sobre o Holocausto. Outra razão por ter gostado muito desta obra, é que a própria autora, Heather Morris, ter conseguido chegar a este homem e tivesse também conseguido com que ele contasse a sua história após longos anos do sucedido, principalmente pelo facto de Lale ter medo de que as pessoas soubessem da sua história e associassem ele de alguma forma a Schutzstaffel (exército nazi). Sendo assim, Lale manteve este segredo, não só pelo seu bem como também para o bem da própria família. Tanto que, a autora passou três anos a registar toda a história de Lale Sokolov, ganhando a sua confiança, até este morrer em 2006. A própria autora explica que se a mulher de Lale, Gita, não tivesse falecido, talvez Lale continuaria a guardar o segredo do seu passado.

Considerações finais É um livro que apesar de ter uma história um tanto pesada, consegue amenizar toda a crueldade que foi a Segunda Guerra Mundial, com esta história verídica de “amor sem limites”. Lê-se bem e em poucos dias, pois a história prende-nos no início até ao fim, e recomendo a leitura do mesmo. Principalmente para quem nunca leu livros sobre este tema e quer conhecer um pouco mais do que foi a época nazi e o Holocausto....


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