\"O fotógrafo de Mauthausen\" PDF

Title \"O fotógrafo de Mauthausen\"
Author Geovanna Alice Coelho
Course História Contemporânea II
Institution Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
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Summary

Resumo Crítico do filme "O fotógrafo de Mauthausen"...


Description

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS – FAFIC DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA – CURSO DE HISTÓRIA DISCIPLINA: HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA II DISCENTE: GEOVANNA ALICE COELHO

PROVA – UNIDADE I FILME DE REFERÊNCIA: “O fotógrafo de Mauthausen”

Levando-se em consideração o panorama histórico dos anos 1930 e 1940 na Europa, sabe-se que grande parte dos países do continente estavam divididos em blocos antagônicos, desde o final da primeira Grande Guerra (1914-1918), como assim o conflito ficou, popularmente conhecido. Nesse contexto, torna-se importante reconsiderar a complexa teia de relações de poder europeias existentes na região antes do embate. Com o assassinato de Francisco Ferdinando, o conjunto de forças se altera e divide-se o continente em duas Tríplices, oponentes entre si: a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia) e a Tríplice Aliança (Alemanha, a Áustria-Hungria e a Itália). Em função das movimentações que caracterizam a 1° Guerra Mundial, cabe aqui ressaltar as consequências oriundas desse processo, tendo sido estas determinantes, a nível mundial e, também, europeu. Com a derrocada do bloco alemão na 1° Guerra, as imposições humilhantes do Tratado de Versalhes e a constituição da Liga das Nações impuseram reajustes políticos e socioeconômicos na Alemanha. Sendo assim, o período Entre Guerras foi demarcado pelo avanço do imperialismo norte-americano (ainda com o crash na Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929) e o surgimento de regimes totalitários na Europa, como o nazismo alemão, o fascismo italiano, o franquismo espanhol e o salazarismo português. Constituindo-se como regimes conservadores, anticomunistas e de extremadireita, o bloco nazifascista define-se como ideologias preponderantes na dinamização e explosão da 2° Guerra Mundial (1939-1945), em contrariedade aos países liberais

europeus, Inglaterra e França, unidas à potência americana, os EUA. Assim, tendo como base a análise do filme “O fotógrafo de Mauthausen”, produção espanhola e baseada em acontecimentos reais, percebem-se temáticas relevantes no âmbito histórico que permeia o conflito em questão: o caso dos combatentes espanhóis contrários ao franquismo, em disputa com os socialistas governistas e que, posteriormente, foram entregues às forças nazistas no período; a realidade de violências vivenciada nos campos de concentração, dos quais ocupavam diferentes grupos sociais; entre outros (as). Com base nisso, o enredo do filme trata da história de um desses ex-combatentes socialistas da Guerra Civil Espanhola, chamado Boix. Em detrimento disso, o indivíduo é levado para o campo de concentração nazista de Mauthausen, onde necessita desenvolver estratégias para responsabilizar os militares alemães acerca dos crimes de guerra e a própria violência cometidos no local. Sendo ele fotógrafo e compreendendo a possível derrocada alemã já nos fins do conflito mundial e em vista da derrota nazista pela União Soviética (URSS) após a Batalha de Stalingrado, Boix entende que os rolos de filmes fotográficos poderiam ser fontes históricas úteis para a comprovação das atrocidades ocorridas contra os prisioneiros que ali viviam – muitos dos quais eram enviados para outros campos de concentração, alguns que morriam no próprio complexo de Mauthausen em câmaras de gás, assim como as demais formas de tortura física e psicológica acontecidas contra os prisioneiros. Nisso, além de recuperar a memória dos campos de concentração nazistas no conflito e pensando o autoritarismo dos militares alemães, a produção também demonstra a importância dessas fotografias guardadas por Boix, ainda no local. Entende-se, consequentemente, a importância exercida por esses registros históricos e a forma como se construíram narrativas sobre as vivências experienciadas nesses campos ao longo da guerra, comprovando, portanto, as relações ideológicas de poder que existiam por trás daquelas fotografias recuperadas e, não descartadas, pelo regime político vigente. Esses foram fatores vitais para a libertação de Mauthausen pelos Aliados. Com base nesse ponto, foram justamente esses os arquivos necessários à condenação dos nazistas durante o embate. Perpassando questões historiográficas que transcendem uma mera conceituação sobre a relevância dessas fontes históricas para o caso do filme abordado, percebe-se uma série de temas pertinentes ao debate sobre o que foi a 2° Guerra Mundial, assim como as representações simbólicas no imaginário dos sujeitos históricos que estiveram envolvidos

no confronto. Denota-se, em função dessas exposições, numerosas divergências existentes entre os grupos militares dominantes e as situações vividas pelos prisioneiros do campo de Mauthausen. Ademais, capta perceber os regimes hierárquicos presentes na dinâmica de atividades que ocorriam no interior do campo de concentração e como estas funções se associavam aos presos ali presentes, definindo-se uma linha tênue entre as repressões nazistas e a resistência, através de negativos fotográficos, dispersos pelos opositores ao regime....


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