POPULAÇÕES AMERÍNDIAS E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO, AVANÇO DA CONQUISTA SOBRE OS GRUPOS TRIBAIS E AÇÃO DAS COROAS IBÉRICAS AO SUL DA AMÉRICA MERIDIONAL PDF

Title POPULAÇÕES AMERÍNDIAS E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO, AVANÇO DA CONQUISTA SOBRE OS GRUPOS TRIBAIS E AÇÃO DAS COROAS IBÉRICAS AO SUL DA AMÉRICA MERIDIONAL
Author Karina Braun
Course História do Rio Grande do Sul
Institution Universidade do Vale do Taquari
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Gráficos, esquemas e resumos apresentados pelo professor, na disciplina de Rio grande do sul...


Description

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UNIVERSIDADE DO VALE DO TAQUARI - UNIVATES DISCIPLINA: História do Rio Grande do Sul I PROFESSOR: Luís Fernando Laroque Resumo 1º Conjunto

POPULAÇÕES AMERÍNDIAS E OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO, AVANÇO DA CONQUISTA SOBRE OS GRUPOS TRIBAIS E AÇÃO DAS COROAS IBÉRICAS AO SUL DA AMÉRICA MERIDIONAL Pré-Contato Tradições Líticas

 UMBU (10.000 a.C. a 6.000 a.C.)

Ocupavam os campos abertos ao longo da borda do planalto e em áreas próximas aos rios Caí, Taquari e Sinos;

 HUMAITÁ (6.000 a.C. ... )

Aparecem em áreas fechadas de florestas de pinheiros; Ausência de pontas de flechas.

 CAÇADORAS E COLETORAS DO LITORAL (4.000 a. C. ...) Presença de Sambaquis

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TRADIÇÕES CERAMISTAS

 VIEIRA (século V a.C. ao XVIII) Construtora dos Cerritos

 TAQUARA (século II a. C. até a Conquista) TUPIGUARANI (Início da Era Cristã começam a descer para o sul do Brasil Século V e século X migrações atingem o RS)

- Hipótese Migliazza, Meggers, Schmitz: desenvolvimento fora da Amazônia; Donald Lathrap, Brochado: cultura criada dentro da própria floresta; - Superioridade logística, arco, flecha, tacape, cultivo e a antropofagia;

 Guará  Tekohá  Teiî

- Categorias Guarani de domínios territoriais

(de caráter físico geográfico econômico simbólico)

- Alimentação: todos os seres vivos são duais (corpo x alma); - Ritos de passagens: Meninas entre a 1ª e 3ª menstruação somente podem comer carne de passarinho; Na gravidez as mulheres não podem comer carne de bugio e mel de abelha; Parturiense só comem carne de tamanduá até que o cordão umbilical seja perdido. Contato

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 CHARRUA E MINUANO  São duas populações que apresentam características diferentes no plano físico e no social, embora os colonizadores as juntassem e confundissem como um só grupo;

 No Rio Grande do Sul localizavam-se nos campos do sudoeste (aproximadamente na altura dos rios Ibicuí e Camaquã), mas estendiam-se também para o pampa uruguaio;  Durante os primeiros contatos totalizavam aproximadamente 2.000 indivíduos (1.100 Charrua e 900 Minuanos);

 Organizavam-se em tribos lideradas por caciques e eram caçadores, coletores mas também tinham conhecimento do cultivo;  Século XVI: na segunda metade são fundadas as primeiras cidades espanholas e portuguesas (Buenos Aires, Santa Fé, Assunção, Laguna, Colônia do Sacramento, Rio Grande, etc);

 Século XVII e XVIII: o colonizador vai penetrando de forma lenta, mas cada vez mais efetiva no interior do território - introdução de cavalos e bois; - incorporação dos índios na economia colonial (principalmente na lida com o gado).  Final do século XVIII e início do século XIX: o território é definitivamente ocupado pelo

colonizador português e espanhol. - engajamento no mercado clandestino do couro, lutas de independências; - reação às tentativas de aldeamento; - batalhas de Salsipuedes (1831) e de Mataojos (1832); - após estas batalhas restaram 450 pessoas que foram distribuídas por várias cidades uruguaias; - aproximadamente 30 indivíduos atravessaram o rio Quarai e integraram-se nas lutas farroupilhas.

 1838 os Charrua e Minuano já não existiam enquanto grupo;  Por muitas décadas acreditou-se que a partir de 1838 os Charrua e Minuano não mais existiam

enquanto grupo, todavia nas últimas décadas do século XX os Charrua aparecem em plena capital do RS.

 Elementos Charrua e Minuano presentes na sociedade riograndense:

- assado campeiro; - destreza no montar a cavalo; - lida com o gado; - uso da boleadeira; - indumentária gauchesca (poncho, chapéu grande, chiripá, botas de garrão de potro), os quais aparecem transfigurados em nossos numerosos Centros de Tradição Gaúcha; - marcas de refrigerantes como o Guaraná Charrua e o Minuano Limão; - herança biológica de seu sangue valente, indômito a correr em muitos de nós, em especial no gaúcho da fronteira.

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 GUARANI  No século XVI encontravam-se na região compreendida desde o rio Paraguai até o Oceano Atlântico, numa área de aproximadamente 4.000 Km de extensão. No Rio Grande do Sul totalizavam, aproximadamente, 120.000 indivíduos;

 Muitas vezes aparecem na documentação chamados de Carijós, Arachanes, Patos, entre outros;  Viviam em casas comunais que reunidas formavam uma aldeia que poderia ter dezenas ou centenas de pessoas. Cada aldeia tinha um chefe político (cacique) e também um chefe espiritual (Pajé ou Xamã);

 O avanço da Conquista foi responsável pela desorganização da estrutura econômica e social e o decréscimo populacional deste grupo;

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 Segundo o viajante Sanches Labrador os Guarani eram os mais terríveis antropófagos;  Final do século XVI e início do século XVII e mesmo com a unificação das Coroas Ibéricas (1580-1640) acirram-se as frentes expansionistas na região.

Espanhóis: resolveram chamar os padres franciscanos e depois a Companhia de Jesus para o atendimento religioso dos Guarani - Propuseram o sistema de Missões-reduções (5 Frentes Missionárias das Província Jesuítica do Paraguai) ou Oitenta Povos Jesuíticos

1) Guayrá (Paraná); 2) Itatim (Mato Grosso do Sul); 3) Paraguay (Paraguai); 4) Uruguay (Uruguai);

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5) Tape (RS): iniciou em 1626 com o Pe. Roque Gonzáles que apoiado pelo Cacique Ñeenguirú formou os Trinta Povos Jesuíticos Guarani. O número de índios em cada uma dessas reduções oscilava entre 4.000 e 5.000 pessoas. Portugueses: através das Bandeiras atacaram as reduções para usarem os Guarani como mão de obra escrava; - No Tape os ataques mais intensos ocorreram entre 1635 e 1639 quando Antônio Raposo Tavares e Fernão Dias Paes destruíram várias reduções.

 1636: os índios missionados no Tape tiveram que abandonar suas terras e migrar para a margem direita do rio Uruguai. O gado fico solto e passou a procriar livremente dando origem a Vacaria do Mar;

 Depois disso somente após quatro décadas, ou seja, em 1687, os jesuítas voltaram ao RS e fundaram os Sete Povos das Missões e também a Vacaria dos Pinhais;

 Tratado de Madri (1750) e a Guerra Guaranítica (1753-1756): em São Miguel a liderança Sepé Tiarajú teria proferido a frase “Esta terra já tem dono”;

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 1768: os jesuítas foram expulsos; Segunda metade do século XVIII

- Guarani são dispersos servindo de peão tipicamente sem família e sem chão como, por exemplo, o Pedro Missioneiro do Romance o “Tempo e o Vento”; - 700 famílias são levadas pelo General Gomes Freire para o interior na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e distribuídos em:

1) Aldeia de São Nicolau (Rio Pardo); 2) Aldeia de São Nicolau (Cachoeira do Sul); 3) Aldeia dos Anjos (Gravataí). Nestas aldeias tiveram sua língua, ritos e supertições proibidas. Aurélio Porto chama isso de caldeamento forçado da população riograndense.

 Século XIX: famílias Guarani vindas das Missões perderam sua identidade de grupo, para construírem parte da base genética da população do Rio Grande do Sul;

 A partir da segunda metade do século XX parcelas significativas de Guarani vindas do

Paraguai, Argentina e Uruguai começaram a migrar para o Brasil a procura da Terra sem Males (Irovaiguá).

 Kaiová - Parcialidades  Ñandeva  Mbyá  Elementos nativos presentes na sociedade

- intensificação do uso do chimarrão entre os luso-brasileiros do século XVIII já que os Guarani sabiam onde estavam os ervais, o bom efeito para saúde, o amargor para matar a sede, sociabilidade de toma-lo passando a cuia de mão em mão (Arnaldo Bruxel); - porongos; - peneiras; - pilões; - gamelas; - vocabulário (Taquari, Caí, Jacuí, etc).

 KAINGANG  No Rio Grande do Sul quando iniciou a Conquista localizavam-se das margens do rio Uruguai até as cabeceiras do rio Pelotas, mas estendiam-se também pelos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Missiones, na Argentina. No Rio Grande do sul totalizavam aproximadamente uns 30.000 indivíduos;  Na literatura também aparecem chamados de Guayanás, Coroado, Bugre, Kaaguá, entre outros;  Do ponto de vista sócio-político organizavam-se em tribos lideradas por um Cacique Principal, subdivididas por sua vez em subtribos lideradas por Chefes Subordinados;

 Século XVI: ocorreram os primeiros contatos com os conquistadores;

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 Século XVII: o Pe. Montoya entre outros jesuítas tentaram missioná-los, mas não tiveram

sucesso, pois eram totalmente diferentes dos Guarani com os quais tinham tido experiência. A única exceção a salientar foi o Pe. Cristóvão de Mendonça que, em 1630, no alto curso do rio Uruguai, na Redução da Conceição, teria aldeado uns 3.000 índios;

 Do contato inicial até o século XVIII, embora as expedições e depois o bandeirismo paulista

rumasse para o sul a procura de mineiras, gado e mão de obra escrava indígena, principalmente Guarani, os Kaingang ainda mantinham-se fixados em seus tradicionais territórios;

 A partir de 1824, todavia os conflitos com esses nativos começaram a acentuar-se uma vez que o Governo Imperial distribuiu a colonização alemã terras do o rio dos Sinos em direção ao planalto onde se encontravam os Kaingang;

 Por volta de 1845 o Governo solicita a ajuda dos padres jesuítas (Pares, Vilarrubia, Solanelas, etc), para missionar os Kaingang e instala, entre 1848 e 1850, os três grandes aldeamentos

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(Guarita, Nonoai e Campo do Meio). Todavia, logo depois os jesuítas vão embora e os aldeamentos ficam a cargo de leigos;

 Nos primeiros anos do século XX a situação desses indígenas não é muito diferente, tanto que a partir de 1903 os freis capuchinhos Bruno de Gillonnay, Bernardino d’Apremont e Germano de Saint-Sist passam a atua com os Kaingang, principalmente de Lagoa Vermelha os quais continuavam a atacar as fazendas;  Em 1910 o Governo Federal cria o Serviço de Proteção ao Índio (SPI), visando a assistência

aos indígenas em condição de contato esperando torná-los trabalhadores nacionais;

 De 1911 a 1920 encontramos no Rio Grande do Sul doze áreas com aldeamentos indígenas, mas algumas delas nas décadas de 1930 e 1940 são diminuídas;

 Na década de 1950 a Reforma Agrária de Brizola reduz ainda mais as áreas indígenas no Estado;  Em 1967, foi criada a FUNAI, mas que na verdade segue as mesmas linhas do SPI;  Na década de 1970 a FUNAI começa a política de incorporação dos índios no modelo desenvolvimentista;

 Durante a década de 1980/1990 temos o avanço do processo capitalista visando transformar as reservas em “empresas rurais” agravando com isso a sobrevivência dos nativos;

 Em fins do século XIX e início do XXI duas preocupações básicas destacam-se: - Reconquista e/ou ampliação das áreas indígenas; - Continuidade de sua identidade

 Elementos Kaingang presente na Sociedade - vocabulário (Erechim); - pinhões, abóboras, milho; - cestaria; - pilões.

REFERÊNCIAS LAROQUE, Luís Fernando da Silva. Guaíba no contexto-histórico arqueológico do Rio Grande do Sul. Guaíba: Ed. do Autor, 2002. LAROQUE, Luís Fernando. Os nativos Charrua/Minuano, Guarani e Kaingang: o protoganismo indígena e as relações interculturais em territórios de planície, serra e planalto do Rio Grande do Sul. In: CARELI, Sandra da Silva; KNIERIM, Luiz Cláudio (org.). Releituras da História do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: CORAG, 2011. p. 15-42....


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