Possíveis lesões do tronco encefálico PDF

Title Possíveis lesões do tronco encefálico
Author Adailton Alves
Course Ciências MorfofuncionaisIII Básica
Institution Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Pages 3
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Summary

Resumo com base em diversas fontes e associação clínica. ...


Description

1. Possíveis lesões do tronco encefálico ❖ Lesão da base do bulbo (hemiplegia cruzada com lesão do hipoglosso) Lesões da base do bulbo geralmente acometem a pirâmide e o nervo hipoglosso. A lesão da pirâmide compromete, principalmente, o tracto córtico-espinhal e como este se cruza abaixo do nível da lesão, ocorre paresia do lado oposto ao lesado. Quando a lesão se estende mais dorsalmente, atingindo os demais tractos descendentes que transitam nas pirâmides, temos um quadro de hemiplegia. A lesão do hipoglosso causa paralisia dos músculos da metade da língua situada do lado lesado, que no caso se manifesta por hipotrofia destes músculos. Como a musculatura de uma das metades da língua está paralisada, quando o paciente faz a protrusão da língua, a musculatura normal desvia a língua para o lado lesado. ❖ Lesões do nervo facial O nervo facial origina-se no núcleo do facial, situado na ponte. Suas fibras emergem da parte lateral do sulco bulbo-pontino, próximo, pois, ao cerebelo (ângulo ponto-cerebelar). Penetra, logo então, no osso temporal por meio do meato acústico interno (juntamente ao nervo vestíbulo-coclear) e emerge do crânio pelo forame estilomastoideo, para se distribuir aos músculos mímicos após trajeto profundamente à glândula parótida. Lesões do nervo, em qualquer parte deste trajeto, resultam em paralisia total dos músculos da expressão facial na metade lesada. Estes músculos perdem o tônus, tornando-se flácidos e, como isto ocorre também com o músculo bucinador, há, frequentemente, vazamento de saliva pelo ângulo da boca do lado lesado. Como o músculo elevador da pálpebra (inervado pelo N. oculomotor) está normal, a pálpebra permanece aberta, predispondo o olho a lesões e infecções, uma vez que o reflexo corneano está abolido. ❖ Lesão da base da ponte (Síndrome de Millard-Gubler) Uma lesão da base da ponte acomete, principalmente, o tracto córtico-espinhal e as fibras do nervo abducente. A lesão do tracto córtico-espinhal resulta em hemiparesia do lado oposto ao lesado. A lesão do nervo abducente causa paralisia do músculo reto lateral do mesmo lado da lesão, o que impede o movimento do olho em direção lateral (abdução do olho), caracterizando um estrabismo convergente (desvio do bulbo ocular em direção medial). É por este motivo que o indivíduo vê duas imagens, fenômeno este denominado diplopia. ❖ Lesão da ponte em nível da emergência do N. trigêmeo Lesões da base da ponte podem comprometer o tracto córtico-espinhal e as fibras do nervo trigêmeo. Além da hemiplegia do lado oposto (com síndrome do neurônio motor superior) devido à lesão do tracto córtico-espinhal, os sinais da lesão do N. trigêmeo incluem as seguintes causas motoras e sensitivas: o Perturbações motoras: lesão do componente motor do trigêmeo causa paralisia da musculatura mastigatória do lado da lesão. Por ação dos músculos pterigoideos do lado normal, ocorre desvio da mandíbula para o lado paralisado; o Perturbações sensitivas: ocorre anestesia da face do mesmo lado da lesão, no território correspondente aos três ramos do trigêmeo. ❖ Lesões da base do pedúnculo cerebral (Síndrome de Weber) Uma lesão da base do pedúnculo cerebral geralmente compromete o tracto córtico-espinhal e as fibras do nervo oculomotor. Da lesão do nervo oculomotor, resultam os seguintes sintomas do mesmo lado da lesão: o Impossibilidade de mover o bulbo ocular para cima, para baixo ou em direção medial por paralisia dos músculos retos superior, inferior e medial; o Diplopia: visualização de dois campos visuais distintos; o Desvio do bulbo ocular em direção lateral (estrabismo divergente), por ação do músculo reto lateral (inervado pelo N. abducente) não contrabalanceada pelo reto medial; o Ptose palpebral (queda da pálpebra), decorrente da paralisia do músculo levantador da pálpebra; o Dilatação da pupila (midríase) por ação do músculo dilatador da pupila (inervado pelo SN simpático), não agonizada pelo M. constrictor da pupila cuja inervação parassimpática foi lesada. ❖ Lesão do tegmento do mesencéfalo (Síndrome de Benedikt) Uma lesão no tegmento do mesencéfalo pode facilmente acometer o nervo oculomotor, o núcleo rubro e os lemniscos medial, espinhal e trigeminal, resultando nos sintomas descritos a seguir: o Lesão do oculomotor: estrabismo divergente; o Lesão dos lemniscos medial, espinhal e trigeminal: anestesia da metade oposta do corpo, inclusive da cabeça (por acometimento do lemnisco trigeminal); o Lesão do núcleo rubro: tremores e movimentos anormais do lado oposto à lesão.

2. Possíveis lesões dos nervos cranianos ❖ Lesão da Via Optica Diante da complexidade anatômica da via óptica, nota-se que lesões em diferentes níveis da mesma causarão distúrbios visuais específicos, mas que podem facilmente indicar o ponto acometido: o Lesão de um nervo óptico (A, na figura ao lado): cegueira total do olho acometido. o Lesão da parte mediana ou central do quiasma óptico (B): hemianopsia heterônima bitemporal por lesão das fibras da retina nasal (como ocorre no tumor de hipófise com grandes dimensões). o Lesão da parte lateral do quiasma óptico (C): hemianopsia nasal do olho do mesmo lado da lesão (por prejuízo das fibras da retina temporal, que não cruzam no quiasma). o Lesão do tracto óptico (D): hemianopsia homônima contralateral . lesão (esquerda, se a lesão for no tracto óptico direito, como mostra o exemplo), mas com ausência do reflexo fotomotor (pois a lesão acontece antes que as fibras do tracto óptico se destaquem para alcançar a área pré-tectal, responsável por integrar tal reflexo). o Lesão da radiação óptica ou do córtex visual primário (D e F): hemianopsia homônima contralateral lesão com manutenção do reflexo fotomotor.

❖ Lesão dos nervos abduscente e oculomotor Em virtude da distribuição da inervação da musculatura do globo ocular, fica claro notar que lesões nestes nervos causam desvios específicos do globo ocular que facilitam o diagnóstico: Lesão do nervo abducente: estrabismo convergente Lesão do nervo oculomotor: estrabismo divergente (com midríase no olho acometido) ❖ Lesões do nervo vestíbulo-coclear Causam diminuição da audição, por comprometimento da parte coclear do nervo (contudo, o déficit auditivo é pequeno, uma vez que a representação cortical da audição é bilateral). Por comprometimento da parte vestibular do nervo, ocorre vertigem (tontura), alterações de equilíbrio e enjôo. Ocorre também um movimento oscilatório dos olhos denominado nistagmo ❖ Lesões do nervo glossofaríngeo Merece destaque apenas a nevralgia. Esta caracteriza-se por crises dolorosas semelhantes às que ocorrem com o nervo trigêmeo, mas manifestando-se na faringe e no terço posterior da língua, podendo irradiar para o ouvido. ❖ Lesões do nervo glossofaríngeo e vago O palato mole é inervado pelo IX e X pares. Caso haja les ão em algum desses, a úvula, localizada no palato mole, devido à paralisia das fibras do lado acometido, vai se projetar para o lado contralateral à lesão. O exame é realizado solicitando-se ao paciente que abra a boca e diga “ah”. Observa-se que h. simetria na eleva.• o do palato, se a úvula continua na linha mediana e se a rafe mediana da faringe se eleva. Em lesões unilaterais, o palato do lado afetado não sobe e a úvula desvia-se para o lado oposto ao da lesão devido à contração normal do palato. A rafe da faringe é desviada para o lado são, lembrando o movimento de uma cortina puxada para um lado (sinal da cortina).

3. Possíveis lesões do cerebelo Quando o cerebelo é lesado, os principais sintomas que sucedem podem ser agrupados em três categorias: o Incoordenação dos movimentos ( ataxia). Ela se manifesta principalmente nos membros, sendo característica a chamada marcha atáxica. A incoordenação motora pode manifestar-se ainda na articulação das palavras, levando o doente a falar com a voz arrastada. É presente também assinergia (incapacidade de coordenação exata de diferentes grupos de músculos, principalmente em movimentos mais complexos e precisos). o Perda do equilíbrio, diante da dificuldade para se manter em posição ereta. o Diminuição do tônus da musculatura esquelética (hipotonia) acompanhada de fraqueza muscular da musculatura ipsilateral. As leões hemisféricas do cerebelo manifestam-se, de maneira geral, nos membros do lado lesado e d ão sintomatologia neocerebelar relacionada, pois, à coordenação dos movimentos. Já lesão do vermis manifestase principalmente por perda do equilíbrio com alargamento da base de sustenta.• o e alterações na marcha (marcha atáxica)....


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