Protocolo FAST - Livro texto PDF

Title Protocolo FAST - Livro texto
Author THAYS FREIRE
Course Trauma
Institution Universidade Federal do Ceará
Pages 3
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Livro texto...


Description

RESUMO FAST Focused Assessment with Sonography for Trauma - detecção por ultrassonografia de líquido livre no espaço pericárdico, intraperitoneal e pleural em doentes com traumatismo abdominal fechado; também inclui o diagnóstico adicional de pneumotórax (e-FAST); - a base fundamental do protocolo e-FAST é reduzir o tempo de decisão e instauração terapêutica; - descreve quatro janelas ecográficas para a deteção de líquido livre abdominal (hemoperitoneu) e hemopericárdio; avaliação de hemotórax, pneumotórax e da situação clínica e vascular do doente; - após o exame inicial, pode ser repetido sempre que necessário; - não determinar a etiologia exata do líquido livre; OBS.: Pela sua alta especificidade, o FAST positivo indica lesão intra-abdominal com hemorragia, mas que pela sua não tão alta sensibilidade, o FAST negativo não exclui dano visceral. INDICAÇÃO  em todos os doentes com trauma abdominal fechado, hemodinamicamente estáveis ou instáveis;  doentes com trauma torácico fechado e/ou penetrante, hemodinamicamente estáveis ou instáveis;

TÉCNICA - Posição: decúbito dorsal (A posição de Trendelenburg poderá facilitar a mobilização de líquido aumentando a sensibilidade da técnica); - Sonda convexa de baixa frequência; - numa exploração ecográfica, num corte transversal a parte esquerda da ecrã deverá corresponder sempre ao lado direito do doente e num corte longitudinal, a parte cranial do doente corresponderá à parte esquerda da ecrã; - as janelas ecográficas do protocolo FAST representam três áreas da cavidade peritoneal, onde se acumula o líquido livre no doente em decúbito dorsal: 1. Peri-hepática, sub-frênica e fossa de Morrison; 2. Peri-esplénica, fossa espleno-renal e subfrênica; 3. Bacia.

- O volume mínimo de líquido livre intraperitoneal detectado na exploração varia entre 100 e 620 ml; SUBXIFOIDEA - Sonda em posição transversal, abaixo do apêndice xifóide a nível epigástrico com feixe de ultrassons no plano coronal, dirigido ao ombro esquerdo; - Visualizamos o coração (quatro cavidades) rodeado por pericárdio (hiperecogénica). O objetivo é excluir líquido pericárdico, isto é, uma zona anecoica pericárdica; ESPAÇO DE MORRISON OU HEPATORRENAL OU PLERAL DIREITO - Sonda na linha axilar anterior na região intercostal, entre o 11º e 12º espaços intercostais, num plano cranio-caudal; - Devemos ver: fígado, rim direito, diafragma, espaço pleural direito e fossa de Morrison ou espaço hepato-renal; - Excluir líquido no espaço de Morrison, peri-hepático e espaço pleural direito; QUADRANTE SUPERIOR ESQUERDO (ESPAÇO PERIRRENAL E PLEURAL ESQUERDO) - Sonda na linha axilar posterior esquerda, entre a 10º e 11º costela , em plano cranio-caudal; - Visualizar baço, rim esquerdo, diafragma, espaço pleural esquerdo e espaço espleno-renal; - Excluir presença de líquido livre (anecoico) peri-esplénico, esplenorrenal e espaço pleural esquerdo; FUNDO DE SACO DE DOUGLAS OU CAVIDADE RETROVESICAL - Sonda na linha média abdominal acima da sínfise do púbis; - Localizar bexiga, fundo do saco de Douglas, próstata ou útero segundo o sexo do doente; - Corte em longitudinal e transversal; - Descartar presença de líquido no fundo do saco de Douglas: entre a bexiga e o reto no sexo masculino; entre o útero e o reto nas mulheres; GOTEIRA PARIETO-CÓLICA DIREITA E ESQUERDA - Espaço entre a parede lateral do abdomen e o cólon ascendente, no lado direito, e entre a parede abdominal e o cólon descendente no lado esquerdo; - Visualizam-se os músculos oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal direito e esquerdo; - Excluir a presença de líquido livre abaixo do músculo transverso abdominal; - Goteira parieto-cólica direita: sonda no flanco direito; - Goteira parieto-cólica esquerda: sonda no flanco esquerdo; PAREDE TORÁCICA - Objetiva identificar pneumotórax; - A sonda linear de alta frequência será a mais indicada embora possa ser realizada com uma sonda convexa de baixa frequência, diminuindo a profundidade; - a sonda deve ser colocada nos quadrantes pela ordem: 1,2,3 e 4. - LINHA PLEURAL: sonda em posição longitudinal, perpendicular aos espaços intercostais. o Identificar as costelas como estruturas com sombra acústica posterior; o Aproximadamente 0,5 cm abaixo delas, visualiza-se uma linha horizontal clara (hiperecogénica), chamada linha pleural (resulta do encontro da pleura visceral com a parietal, e sua cintilância deve-se ao deslizamento entre elas (deslocamento do ar); o A imagem conjunta do bordo superior das costelas e da linha pleural designa-se imagem de “asas de morcego”

- DESLIZAMENTO PLEURAL: facilmente identificado em modo B e apresenta um sinal específico no modo M, chamado “areia de praia”, caracterizado por um padrão linear correspondendo à parede torácica (sem movimento) sobre a linha pleural e um padrão granulado homogéneo abaixo dessa e que corresponde ao tecido pulmonar; o Para o diagnóstico de pneumotórax, a ausência do deslizamento pleural tem uma sensibilidade de 100 % e um valor preditivo negativo de 100 % mas só uma especificidade de 78 %; o Para excluir o pneumotórax, a presença da “areia de praia” tem uma sensibilidade e valor preditivo negativo de 100 %.

- LINHAS A: linhas horizontais que traduzem reverberações acústicas, habitualmente presentes no pulmão normal, não representando alterações pulmonares patológicas; o São visualizadas como artefactos levemente ecogénicos entre as sombras das costelas, quando o transdutor é posicionado longitudinalmente; o A presença das linhas A tem uma sensibilidade de 95 % e um valor preditivo negativo de 98 % para exclusão de pneumotórax; - LINHAS B (sinal da cauda de cometa): Linhas verticais com origem na linha pleural, bem definidas, apagam as linhas A e difundem-se até o extremo oposto da imagem, sem enfraquecimento; o A presença das linhas B exclui a existência de pneumotórax e determina síndrome intersticial. o A sua ausência não confirma o diagnóstico de pneumotórax; - PONTO PULMONAR: transição do padrão ultrassonográfico num espaço intercostal com e sem deslizamento dos folhetos pleurais no modo B. o É realizado no modo M e caracteriza-se por uma sucessão de imagens normais (padrão granular) durante a inspiração e anormais (linhas horizontais) na expiração; o Corresponde ao ponto do tórax onde, em inspiração, o pulmão normal entra em contato com a parede na ausência de deslizamento pleural;...


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