História NT - livro texto contendo a matéria PDF

Title História NT - livro texto contendo a matéria
Course História E Literatura Do Novo Testamento
Institution Universidade Luterana do Brasil
Pages 168
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livro texto contendo a matéria...


Description

História e Literatura do Novo Testamento

História e Literatura do Novo Testamento Clóvis Jair Prunzel Gerson Luis Linden Vilson Scholz

Conselho Editorial EAD Dóris Cristina Gedrat (coordenadora) Mara Lúcia Machado Astomiro Romais

Andréa Eick André Loureiro Chaves Cátia Duizith

Obra organizada pela Universidade Luterana do Brasil. Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem a prévia autorização da Editora da ULBRA. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido na Lei nº .610/98 e punido pelo Artigo 184 do Código Penal. Clóvis Jair Prunzel possui graduação em Teologia pelo Seminário Concórdia (1991), graduação em Letras pela Faculdade Porto-Alegrense (1991) e mestrado em Teologia pelo Seminário Concórdia (1997). Doutorando em Teologia no Concordia Seminary de Fort Wayne, Indiana, EUA. Atualmente, é professor da Universidade Luterana do Brasil, colaborador da Igreja Evangélica Luterana do Brasil e professor de tempo integral do Seminário Concórdia. Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia Sistemática e Bíblica, atuando principalmente nos seguintes temas: teologia luterana, Lutero, retórica cristã, confissões luteranas, teologia sistemática e teologia neotestamentária. Gerson Luis Linden possui graduação em Teologia – Seminário Concórdia de São Leopoldo (1984) e mestrado em Teologia Exegética – Concordia Seminary de St. Louis, EUA (1993). Atualmente, é professor adjunto da Universidade Luterana do Brasil e professor titular – Seminário Concórdia. Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Exegese do Novo Testamento e Teologia Sistemática, atuando principalmente nos seguintes temas: escatologia, igreja, ministério, luteranismo e apocalipse. Vilson Scholz possui graduação em Teologia pelo Seminário Concórdia (1978), Mestrado (1981) e Doutorado (1993) em Teologia pelo Concordia Seminary de St. Louis, EUA. Atualmente, é membro do corpo editorial da The Bible Translator. Tem experiência na área de Teologia, com ênfase em Teologia Bíblica, atuando principalmente nos seguintes temas: 2 Coríntios 3,4-18, exegese de 2 Coríntios 3. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) P972h

Prunzel, Clóvis Jair. História e literatura do Novo Testamento. / Clóvis Jair Prunzel, Gerson Luis Linden, Vilson Scholz. – Canoas: Ed. da ULBRA, 2011. 168 p. 1. Novo Testamento. 2. Aspectos históricos. 3. Aspectos literários. I. Linden, Gerson Luis. II. Scholz, Vilson. III. Título. CDU: 225

Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Martinho Lutero - ULBRA/Canoas

ISBN 978-85-7528-368-4 Projeto Gráfico: Humberto G. Schwert Editoração: Roseli Menzen Capa: Juliano Dall’Agnol Coordenação de Prod. Gráfica: Edison Wolf Impressão: Gráfica da ULBRA Março/2011

Dados técnicos do livro Fontes: Minion Pro, Officina Sans Papel: offset 90g (miolo) e supremo 240g (capa) Medidas: 15x22cm

Sumário Introdução ................................................................. 7

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Fundo histórico e cultural do Novo Testamento .............. 11

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Fundo religioso e teológico do Novo Testamento ............ 23

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Os Evangelhos sinóticos ............................................. 33

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O Evangelho segundo João.......................................... 55

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Atos dos Apóstolos .................................................... 69

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Cartas de Paulo: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas ......... 77

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Efésios, Filipenses, Colossenses e 1 e 2 Tessalonicenses ... 93

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Cartas a indivíduos: 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito e Filemom.........................................................113

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Cartas gerais: Hebreus, Tiago, Pedro, João e Judas ........129

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Apocalipse ..............................................................149

Referências comentadas ............................................163

Referências .............................................................167

Introdução No Prefácio ao Novo Testamento publicado no ano de 1522, Lutero assim escreveu: Assim como o Antigo Testamento é um livro no qual estão escritos a lei e o mandamento de Deus, além da história daqueles que observavam os mesmos e dos que não os observavam, o Novo Testamento é um livro que contém o Evangelho e a promessa de Deus, além da história dos que nestes creem e dos que não creem. Acontece que evangelho é um termo grego que em nossa língua significa boa mensagem, boa nova, boa notícia, bom boato, decantado, comentado e motivo de alegria. Quando Davi subjugou o gigante Golias, surgiu um falatório alvissareiro, uma notícia confortadora no seio do povo judeu, de que seu inimigo terrível fora abatido, sendo eles livrados, com perspectiva de alegria e paz, razão por que cantavam e pulavam e estavam felizes. Da mesma forma, este Evangelho de Deus, o Novo Testamento, é uma boa notícia, um rumor alvissareiro, que ecoou no mundo inteiro por meio dos apóstolos, a respeito de um autêntico Davi que lutou com o pecado, a morte e o diabo, subjugando-os, com o que redimiu, justificou, vivificou e salvou a todos os que estiveram presos em pecados, atormentados pela morte, subjugados pelo diabo, assim colocando-os na perspectiva da paz e levando-os de volta para Deus,

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Introdução

sem o mérito dos mesmos. Por isso cantam, louvam, enaltecem a Deus e estão contentes eternamente, contanto que nisto creiam firmemente e perseverem na fé. Esse rumor, essa notícia confortadora ou novidade evangélica e divina também é chamada de Novo Testamento, comparável ao testamento do moribundo que determina a partilha dos seus bens após a sua morte aos herdeiros designados; da mesma forma também Cristo, antes de morrer, ordenou e determinou a proclamação desse Evangelho por todo o mundo após a sua morte. Com isso ele aquinhoou a todos os que creem de todos os seus bens, isto é, de sua vida, com a qual ele tragou a morte, sua justiça, com a qual eliminou o pecado, e sua salvação, com que suplantou a condenação eterna. Acontece que a pessoa miserável, enredada em pecado, morte e destinada ao inferno, não pode ouvir coisa mais confortadora do que essa cara e bem-vinda mensagem a respeito de Cristo, de modo que, nela crendo, ficará sorridente e felicíssima. Para fortalecer essa fé, Deus prometeu esse seu Evangelho e testamento, muitas vezes, no Antigo Testamento por meio dos profetas, conforme diz São Paulo em Rm 1[.1]: “Fui chamado para pregar o Evangelho de Deus, que ele já tinha prometido por meio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, e que diz respeito a seu filho, nascido da estirpe de Davi”, etc. [...] Assim sendo, o Evangelho não é senão uma pregação a respeito de Cristo, filho de Deus e de Davi, verdadeiro Deus e ser humano, que com sua morte e ressurreição para nós superou o pecado, a morte e o inferno de todos os seres humanos que nele creem. O Evangelho pode, pois, ser discurso breve ou longo, que um pode descrever de modo sucinto, outro, de forma extensa. Quem descreve muitas obras e palavras de Cristo, fá-lo com muito fôlego, como o fazem os quatro evangelistas. Fá-lo de forma breve quem não menciona as obras de Cristo, mas relata sucintamente como ele superou o pecado, a morte e o inferno por meio de sua morte e ressurreição, para aqueles que nele creem, como S. Pedro e Paulo.

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Martinho Lutero. “Prefácio ao Novo Testamento”. Obras Selecionadas 8, p.124-127. São Leopoldo, Sinodal, e Porto Alegre, Concórdia, 2003.

Introdução

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Com base nestas palavras, introduzimos a disciplina de História e Literatura do Novo Testamento. Este material foi escrito por professores especialistas na área. Escrito a seis mãos, o livro apresenta aspectos históricos e literários que facilitam a leitura do Novo Testamento. Aqui se poderá perceber um colorido especialmente proporcionado pela construção do material. De forma breve, já que são 27 livros, apresentam-se detalhes como autores, contexto histórico e uma estrutura argumentativa dos livros do Novo Testamento. Com isso, quer-se levar o aluno para dentro do texto, como um guia para sua leitura e análise.

Clóvis Jair Prunzel

1 Fundo histórico e cultural do Novo Testamento Clóvis Jair Prunzel

1.1 Aspectos históricos

Os romanos, que dominaram a Palestina nos tempos de Jesus, não foram os primeiros a impor seu jugo sobre os moradores do que fora antigamente Israel. A partir da queda de Israel, em 722 a.C., e da queda de Jerusalém, em 586 a.C., a Palestina passou pelas mãos dos persas até o ano de 331 a.C., depois pelos gregos sob Alexandre Magno, até 323 a.C., pelos governantes do Egito, até 204 a.C., pelos sírios, até 166 a.C., pelos macabeus, até 37 a.C., e, a partir daí, pelos romanos. Desses conquistadores, os gregos influenciaram muito o período do Novo Testamento. Com as campanhas bélicas de Alexandre, o Grande, a cultura grega se espalhou até o Oriente. Desde a língua grega, utilizada para escrever os livros do Novo Testamento, a influência grega também se dá no comércio e na diplomacia. Após a morte de Alexandre, seu vasto império foi dividido em quatro partes e, dessas, duas são importantes para a história do período bíblico: a parte que tinha Alexandria no Egito como capital, administrada pelos ptolomeus, e a outra, dominada pelos selêucidas, que controlaram a Síria, sendo Antioquia a sua capital.

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Fundo histórico e cultural do Novo Testamento

Em meio a esses dois grupos estavam os judeus. No período de 320 a 198 a.C., quando os ptolomeus dominavam a região judaica, houve relativa paz. Um fato que marca este período é a tradução do Antigo Testamento para o Grego, a Septuaginta. Realizada no Egito, a tradução para o grego beneficiou judeus que conheciam melhor o grego do que o hebraico. Já no período dominado pelos selêucidas, houve a tentativa de helenizar Jerusalém. Um dos exemplos dessa tentativa foi a construção de um ginásio nos moldes gregos. Também se sugeriu a ida a teatros, a remoção da circuncisão com cirurgias e a mudança de nomes hebreus para gregos. E essa helenização criou dois grupos extremamente opostos em Jerusalém. Um dos grupos, extremo e contrário à helenização, foi o dos macabeus. Eles conseguiram retomar a liberdade de culto para os judeus, reinando em Jerusalém por um período. Desse grupo religioso se originam os fariseus e essênios. Já no grupo do outro extremo, mais político, temos os saduceus. Mas foram os romanos que exerceram o domínio sobre a Palestina na época do Novo Testamento. Roma, fundada em 753 a.C., começou a estender seu domínio territorial a partir do século III, alcançando o norte da África e conquistando a Espanha. No ano 63 a.C., o general romano Pompeu conquistou a Síria, anexando assim a Judeia a Roma. Após várias brigas internas, o império romano conseguiu se estabilizar com Augusto. Cesar Augusto governou Roma de 27 a.C. a 14 d.C. Durante esse período, os relatos dos Evangelhos nos apresentam o nascimento de Jesus, o recenseamento requerido pelo imperador que leva a família de Jesus a Belém e o início do assim chamado culto ao imperador. A partir de seu reinado, instalou-se a Paz Romana, criando uma estabilidade e hegemonia de Roma, o que facilitou muito a propagação do Cristianismo, na segunda metade do século I da era cristã. Augusto tornou-se o imperador, centralizando o poder em suas mãos. Com isso, amenizaram-se as brigas internas em Roma. Já nas províncias, criaramse as províncias senatoriais e imperiais. As províncias senatoriais tinham um procônsul nomeado pelo senado e as imperiais tinham um procurador nomeado pelo imperador. A província da Judeia era da responsabilidade de um procurador, que respondia diretamente ao imperador.

Fundo histórico e cultural do Novo Testamento

Além da estabilidade política, Augusto também foi responsável por uma estabilidade do exército romano quando criou um exército profissional. Com formação, estes soldados acabaram se tornando parte fundamental da estabilidade moral porque exerciam o controle e também eram leais a Roma. As fronteiras do império estavam consolidadas. O povo se beneficiou com as reformas, restaurando-se a base da sociedade, a família e o casamento. O culto ao imperador foi reflexo da estabilização de uma religião em Roma. O censo que Augusto implantou serviu de base para recrutamento de soldados e também para a cobrança de impostos. A cidade de Roma também se beneficiou das reformas. A polícia, serviços de incêndio e a organização na distribuição de alimentos foram importantes para os romanos. Com todas essas reformas, Augusto se vangloria de que havia recebido uma Roma de tijolo e, depois de quarenta e um anos, deixou-a como de mármore. Paz e prosperidade, obras públicas, confiança no governo e fortalecimento do tesouro deram uma estabilidade para os próximos governantes. O sucessor de Augusto foi seu filho adotivo Tibério, que reinou de 14 a 37 d.C. Neste período, na Palestina, Jesus exerceu seu ministério público, foi morto e ressuscitou. No seu reinado, houve declínio do avanço trazido por Augusto. Quando morreu, o Senado retomou seu poderio. O próximo imperador, Calígula, foi escolhido pelo Senado. Reinou de 37 a 41 d.C. e criou sérios problemas para os judeus. Um deles foi a ordem de colocar sua estátua no templo em Jerusalém. Para os romanos, tornou-se um tirano e foi assassinado por um tribuno da guarda imperial. Com a experiência com Calígula, o Senado romano tomou a iniciativa de retomar a república e para isso escolheram Cláudio como imperador. Durante o seu reinado, de 41 a 54 d.C., os judeus foram expulsos de Roma por distúrbios civis, e entre eles estavam Áquila e Priscila. Durante este período, o escritor romano Suetônio menciona os distúrbios liderados por um tal de Chrestus, e para alguns historiadores há uma conexão com a pregação de Jesus como o Cristo. Não se pode chegar a conclusão alguma sobre o assunto. O sucessor de Cláudio foi Nero, reinando de 54 a 68 d.C. No ano 64, depois de um grande incêndio em Roma, com suspeita de o próprio Nero tê-lo

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Fundo histórico e cultural do Novo Testamento

provocado, os cristãos foram perseguidos e, segundo a tradição, Pedro e Paulo foram martirizados. Sob Vespasiano, de 69 a 79 d.C., Jerusalém caiu. Tito, seu filho e que foi imperador de 79 a 81 d.C., foi o general que invadiu a cidade e destruiu o templo. Foi o auge da perseguição aos judeus. Domiciano, de 81 a 96 d.C., perseguiu os cristãos. Os livros de João foram escritos neste período e a opressão está presente no texto de Apocalipse. Exigiu a adoração ao imperador. A relação dos governantes de Jerusalém com Roma é interessante. Num primeiro momento, os romanos deixaram que governantes nativos dirigissem as colônias e em Jerusalém Herodes, o Grande se destacou. Seu governo durou do ano 37 a 4 a.C. mas não era benquisto pelos judeus, já que sua origem não era judaica. Descendente idumeu, da linhagem de Esaú, Herodes assassinou duas de suas próprias esposas e pelo menos três de seus próprios filhos e foi ele quem ordenou a matança dos infantes de Belém na época do nascimento de Jesus. Político hábil e governante eficaz, legou aos judeus o embelezamento do templo de Jerusalém, mesmo não acreditando no judaísmo. Os filhos de Herodes o Grande governaram partes da Palestina. Arquelau governou a Judeia, Samaria e Idumeia; Herodes Filipe, a Itureia, Traconites, Gaulanites, Auranites e Bataneia; e Herodes Antipas a Galileia e a Pereia. João Batista repreendeu a Antipas pelo seu divórcio [Marcos 6 e Mateus 13] e Jesus o chamou de “essa raposa” [Lucas 13.32] e esteve diante dele no seu julgamento [Lucas 23.7-12]. Agripa I, neto de Herodes o Grande, executou Tiago e encarcerou Pedro [Atos 12], e Agripa II, bisneto de Herodes o Grande, ouviu Paulo em Atos 25 e 26. Arquelau teve problemas na administração da Judeia, Samaria e Idumeia, o que levou à remoção do seu cargo. Em seu lugar foram colocados governantes romanos, destacando-se Pôncio Pilatos, que julgou Jesus, Félix e Festo, que ouviram Paulo em Atos 23–26. Floro foi o governador que pilhou o tesouro do templo quando este foi destruído no ano 70. Mesmo com esses governantes romanos, quem controlava a vida do povo no seu dia a dia era o sacerdócio judaico e o sinédrio.

Fundo histórico e cultural do Novo Testamento

1.2 Aspectos sociais do mundo do Novo Testamento

O que caracteriza as estruturas sociais do período do Novo Testamento é a distinção econômica. Mesmo no judaísmo, que apresentava uma estratificação religiosa, os grupos dominantes eram eminentemente ricos. É o caso das famílias sacerdotais e rabínicas, que na época de Jesus estavam diretamente ligadas aos hasmoneus, da família de Herodes. Os líderes judeus descritos nos Evangelhos dominam a estrutura social de tal forma que todo o comércio relacionado com o templo de Jerusalém estava nas mãos deles. Deveriam ganhar parte dos lucros provenientes da venda dos animais para os sacrifícios e do câmbio de dinheiro envolvido nos tributos do templo. Dentro dessa estrutura abastada, temos Nicodemos e José de Arimateia, que angariavam fundos alugando ou arrendando suas terras, ganhando com a produção. Os demais judeus eram homens livres, sendo lavradores ou comerciantes. Os pescadores, como é o caso de alguns discípulos, possuíam empresas independentes e viviam em boas condições. Por causa de suas obrigações religiosas, os judeus se equiparavam muito, o que restringia as classes sociais. Por razões teológicas, todos os judeus eram moralmente responsáveis perante Deus, mas se alguém ascendia socialmente era considerado abençoado por Deus, o que não isentava alguém de se tornar rico pela prática de boas ações. Fora do contexto judaico, a estratificação social era maior. As camadas sociais eram nitidamente diferenciadas. Roma, originalmente composta por uma classe dominante ligada ao Senado, por causa de suas guerras civis viu sua estrutura social migrar para uma nova estrutura dominante que trabalhava em função do governo, especialmente comprando terras a preços ínfimos, consequências das guerras. Também a exploração das províncias produziu uma classe de comerciantes ricos, que compartilhavam seus lucros com o governo. Com isso, criou-se uma classe predominantemente rica em Roma. A classe média romana praticamente desaparece porque os escravos, provenientes das províncias como cativos militares, assumiram o trabalho, levando a classe média a cada vez mais depender do governo, inclusive para o pão diário. As dívidas também minguaram esta classe social.

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Fundo histórico e cultural do Novo Testamento

Segundo alguns historiadores, os escravos e criminosos eram a metade da população. A guerra, as dívidas e os nascimentos mantinham as fileiras da população escrava em rápido crescimento. Muitos escravos eram médicos, contadores, professores, artistas e filósofos. O trabalho que realizavam era essencialmente agrícola, outros eram criados e alguns auxiliavam no comércio. A vida dos escravos era degradante. À mercê de seus proprietários, vícios e degradação social marcavam a relação entre os proprietários e seus escravos. Por outro lado, havia patrões que tratavam bem os seus escravos. Escravos, com suas economias, chegavam a comprar sua liberdade. No Novo Testamento, os escravos são descritos e jamais se tem uma postura de defender a escravatura. Paulo descreve a relação entre patrões e escravos de forma igual. A melhor forma de tratar o assunto é a carta a Filemon. Os escravos são exortados a obedecerem a seus senhores e os senhores são instados a serem responsáveis pelos escravos. Outro grupo que formava a sociedade romana era o dos crimin...


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