Relatório 2 - estágio 2 PDF

Title Relatório 2 - estágio 2
Author William Freitas
Course Estágio Supervisionado II
Institution Universidade Federal Rural de Pernambuco
Pages 10
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Summary

Resumo das práticas em Estágio Supervisionado I - segunda parte...


Description

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE MÉTODO E TÉCNICAS DE ENSINO LICENCIATURA EM HISTÓRIA

RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM HISTÓRIA 2 Erem Ageu Magalhães WILLIAM SILVA DE FREITAS

Recife, 2018 RODRIGO GUIMARÃES PEREIRA

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RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO DO ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO EM HISTÓRIA 2 Relatório do Estágio Supervisionado, realizado na EREM Ageu Magalhães, no período de 11 de Outubro a 22 de Novembro de 2018, apresentado como

parte

da

exigência

Supervisionado em História 2.

Recife, 2018

do

Estágio

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Sumário 1. Apresentação:

Pág. 04

2. Dinâmica do Estágio:

Pág. 05

3. Considerações Finais:

Pág. 10

4. Anexos:

Pág. 11

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1. Apresentação: O presente relatório versa sobre as observações feitas na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Ageu Magalhães, localizada no bairro de Casa Amarela, zona norte do Recife. Este trabalho foi realizado conforme exigência do Estágio Supervisionado em História 2, para avaliação do semestre letivo, além de contribuir para a formação docente na graduação, através da inserção em campo. O relatório tem por base as observações feitas na escola, das quais será feita uma análise dos dados obtidos, uma entrevista com a professora de História da instituição de ensino a fim de traçar e averiguar sua trajetória profissional, uma participação na regência de uma aula e um planejamento colaborativo. O período de coleta de dados foi efetuado de 11 de Outubro a 22 de Novembro de 2018, totalizando 16h de observação, participação, planejamento e entrevista. As turmas observadas foram a primeira série A, primeira série B e terceira série C do Ensino Médio da Educação Básica, nas quais a professora de História é Ana Rosa (ela é a única professora de história, para todas as turmas do Ensino Médio). Serão analisadas as práticas do ensino de História nessas turmas, evidenciando aspectos relativos ao conteúdo ministrado, recursos didáticos, avaliação da aprendizagem, entre outros. Num segundo momento, será feita uma discussão acerca da trajetória profissional da professora de História, analisando questões referentes às condições de trabalho, satisfação, expectativas sobre a docência, entre outros.

2. Dinâmica do Estágio: 2.1 Ensino de História:

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Será abordado agora o componente de ensino de história, cujas informações foram obtidas mediante observação em sala e conversas informais com a professora. O período de coleta de dados deu-se do dia 11 de Outubro até o dia 20 de Novembro. Dentre os assuntos abordados, constam o planejamento de ensino, conteúdos ministrados, relação entre conhecimento histórico ensinado e cotidiano do aluno, preocupação com os conhecimentos prévios dos alunos, procedimento de ensino, recursos didáticos e a avaliação da aprendizagem. No que diz respeito ao planejamento de ensino, a professora costuma levar em conta os parâmetros curriculares que estão descritos no plano de ensino anual da Secretaria de Educação do Estado, além dos assuntos relativos aos vestibulares do Sistema Seriado de Avaliação (SSA) da Universidade de Pernambuco (UPE). Vale ressaltar também a colaboração que pude exercer no planejamento de uma aula que fora ministrada em parte pela professora e em parte por mim. Na ocasião, a professora me contactou, relatando que pretendia trabalhar com os alunos da terceira série C o período da ditadura civil-militar que iniciou-se 1964, com ênfase em testemunhos de vítimas de tortura do DOI-CODI. A professora disse que iria exibir um documentário, e pediu para que eu levasse um texto para ser trabalhado em sala. O texto escolhido foi uma reportagem do Jornal do Brasil, que dissertou sobre o período ditatorial, e como a sociedade não “passou a limpo” esse momento da história brasileira. Aliado a esse texto, trouxe também o memorando da CIA, no qual fica explícita a ciência (e apoio) dos presidentes militares sobre a tortura que ocorria nos porões da ditadura. A professora disse, também, que gostaria de trabalhar essa temática pois “o momento político atual pedia” (vale lembrar que a aula se deu momentos antes do segundo turno da eleição presidencial. Percebe-se, portanto, que a professora não ficou restrita a uma sequência cronológica do livro didático, por exemplo. Ela teve autonomia e flexibilidade suficiente para escolher o conteúdo a ser abordado em sala baseado em suas convicções. Quando perguntada em relação às fontes utilizadas pela professora para elaborar suas aulas, ela mostrou pesquisar em sites, artigos, o livro didático utilizado, e até mesmo vídeos na internet que possam auxiliar na compreensão dos alunos. Quando conversei com ela a respeito das correntes historiográficas, ela afirmou que essa dimensão também é um fator para a seleção do material usado para basear suas aulas, ou seja, ela costuma procurar

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produções científicas mais alinhadas com sua visão historiográfica. Apesar disso, ela diz que não costuma de limitar a uma corrente: “[...] gosto muito de trabalhar aspectos sociais, inclusive isso é um fator determinante para a escolha do livro didático. Não gosto quando o autor só vê a história de cima, eu acho que precisa ver o lado das camadas baixas também” (entrevista). Com isso, parece haver uma aproximação da corrente marxista e da nova história francesa, já que a professora costuma também elencar aspectos culturais em suas aulas, trazendo músicas para analisar com os alunos, mostrando a relação da cultura com a sociedade e até práticas cotidianas de povos antigos. Com relação às atividades, como já foi dito, por exemplo, a professora trabalhou com músicas e analisou-as em sala de aula. Neste dia, na terceira série C, ela trouxe músicas de resistência da ditadura civil-militar brasileira para serem debatidas em sala. Com isso, foi possível mostrar elementos artísticos-culturais e trazer para a prática o conteúdo histórico que precisa ser discutido em sala de aula. Em outro momento, a professora realizou uma apresentação para comemorar o dia da Consciência Negra com alunos de todas as turmas do Ensino Médio. Para tal, ela exibiu em sala de aula o filme Pantera Negra, que apesar de ser uma ficção fantasiosa, tem uma temática toda baseada em aspectos culturais africanos. Então, inspirados no filme, os alunos encenaram uma releitura de trechos do filme. A apresentação se deu com elementos de dança, luz, som, figurino, ambientação e exibição de vídeos com conteúdo de problematização do racismo e segregação racial. Foram também evidenciados traços culturais africanos, tais como tradições de guerra, de vestuário, musicais, rituais de parto, entre outros aspectos culturais. Há de se criticar, no entanto algumas avaliações de aprendizagem utilizadas na primeira série B. Na ocasião, foi observada a realização de uma prova na sala de aula. Pedi um exemplar da prova à professora para examiná-la. A prova constava de dez questões de múltipla escolha, sendo algumas delas de exames seletivos para o ingresso em universidades. O que choca, de início, é que uma avaliação de História seja totalmente realizada com questões de múltipla escolha, o que limita bastante ao aluno se expressar, como também ao professor avaliar. Além disso, algumas alternativas são esdrúxulas, e não cumprem bem a função avaliativa, como por exemplo a questão 7 (Anexo 1).

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2.2 Professor de História: Será feito agora uma reconstituição da trajetória profissional da professora de História da escola, evidenciando sua formação acadêmica, início da atividade docente, escolha profissional, trajetória, sentimento em relação à atividade docente, expectativas sobre a docência, entre outras dimensões do ofício do professor. Ana Rosa é filha de pais com o ensino fundamental completo, porém ambos hoje são aposentados. A mãe trabalhava com comércio e o pai era policial civil. Tem uma irmã

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mais nova que também concluiu o Ensino Superior, o que evidencia uma ascensão na formação educacional da família. Sua graduação foi realizada na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) no ano de 1998. A professora não apresentou queixas sobre o curso, desginando-o como um “excelente curso, com ótimos profissionais e uma estrutura muito boa para o licenciando”. Segundo ela, a escolha se deu pois sempre gostou da disciplina de História no Ensino Básico, além de ter tido um professor inspirador no Ensino Médio. Ana disse que isso costuma ser decisivo quando alguém escolhe seguir a docência. Quanto à trajetória profissional de Ana, o que ficou mais evidente foi a dificuldade profissional encontrada até que começasse o regime de trabalho sendo estatutário, após concurso público. Até lá, ela sempre trabalhou no regime de contrato. Sempre em escolas públicas, Ana começou a ensinar num programa de progressão parcial da rede estadual de ensino, no qual ela acompanhava alunos com deficiência em algumas matérias. Supostamente, ela ensinaria apenas História mas também teve de ficar a cargo de disciplinas como Ensino Religioso, Filosofia, Sociologia e Geografia. Já nesse momento, a professora se queixava das condições de trabalho, sentindo ser insuficiente a remuneração dado a carga horária da jornada de trabalho. Posteriormente, ela começou no regime de “mini contrato”, e tornou-se a professora efetiva da escola onde lecionava, no entanto, ainda com queixas a respeito do regime de trabalho. Só quando efetivou-se como concursada é que pôde gozar de maior estabilidade e satisfação quanto à remuneração, mas queixas em relação à atuação enquanto professora ainda persistem. Segundo ela, “[...] é uma profissão importante mas desvalorizada. Apesar de eu gostar muito de dar aula, não me sinto totalmente satisfeita com as condições. Os alunos muitas vezes exaurem psicologicamente o professor. Penso em seguir outros caminhos que não a docência. Tenho outros planos…”.

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3. Considerações Finais: Tendo em vista as metas do trabalho apresentado, visando contribuir para a formação do professor na instância da graduação, foi possível adquirir importantes aprendizados tanto práticos como teóricos do funcionamento do ensino básico público, tendo ganhos positivos na visão do graduando. Foi, sem dúvida, uma experiência enriquecedora e de grande valor para a formação profissional docente, além de fundamental no intuito de trazer o graduando para a realidade da sala de aula. Diante do que foi realizado, ressalta-se, primeiramente, quão conturbada pode ser a experiência profissional de um professor da Educação Básica quando não há uma garantia estatutária do concursado. Nos regimes de trabalho de contrato, frequentemente há a problemática de se lecionar disciplinas outras que não a de formação do profissional, legando um ensino por vezes deficitário. Os aspectos de ensino revelaram certas práticas um tanto tradicionais e possivelmente não mais condizentes com o que se espera de um sistema de ensino no século XXI; outras, mostraram-se atuais e valorativas, contribuindo para a formação plena do aluno e estimulando o pensamento crítico. Faz-se necessário, também, evidenciar a flexibilidade e autonomia trazida pela professora no que compete à seleção dos conteúdos a serem trabalhados em sala, não se restringindo a uma sequência do livro didático, por exemplo. Certamente, o maior desafio foi conseguir realizar o trabalho de campo em conjunto com a graduação e o meu estágio extra-curricular, o que restringiu os gruposclasse analisados. Se houvesse mais tempo para as observações, certamente haveria maior produtividade no momento de elaborar um relatório com maior riqueza de dados.

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4. Anexos: Anexo 1:...


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