Resenha 1 Spinola, Carolina de Andrade. O Turismo Pós-Moderno Um Contexto Paradoxal PDF

Title Resenha 1 Spinola, Carolina de Andrade. O Turismo Pós-Moderno Um Contexto Paradoxal
Author Bruno Lucas
Course Geografia do turismo
Institution Universidade Estadual Paulista
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resenha de livro...


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Bruno Lucas Gonçalves – Resenha 1 SPINOLA, Carolina de Andrade. O Turismo Pós-Moderno: Um Contexto Paradoxal. 2006. Introdução O artigo estrutura-se em sete tópicos mais as considerações finais, discutindo o turismo da atualidade, sendo que o primeiro trata do crescimento quantitativo e sua expansão geográfica; o segundo vai discutir a predominância de uma modalidade de turismo: O de sol e praia, e como isso acaba hierarquizando o território; O terceiro tópico dialoga três autores que observaram um movimento de internacionalização e interiorização do turismo; O quarto, é sobre a crise de uma modalidade de turismo: o turismo de massa; O quinto tópico vai discorrer sobre a contradição em relação a atuação ou não do Estado como normatizador e ordenador da atividade turística; O sexto traz a discussão do efeito homogeneizador da atividade turística promovido pela Globalização; E por fim, o sétimo trata da adaptabilidade das empresas ligadas ao turismo, com o novo paradigma produtivo pós-fordista. Após essa discussão de autores a autora diz suas considerações finais. O objetivo do artigo foi fazer uma análise e sistematização de uma série de textos recentes sobre o panorama do turismo pós-moderno da atualidade. Os autores selecionados para esse objetivo foram na maioria espanhóis acadêmicos da década de noventa. Também se objetivou no artigo fazer uma comparação da atividade turística centro-periferia na escala global. O turismo na pós-modernidade A autora vai afirma que o cenário do turismo se assemelha ao que conceito de pós-modernidade de David Harvey onde diz que é uma indeterminante... não há certezas, pelo contrário: há dualidade e contradições nas tendências da atividade turística. Na atualidade observa-se uma generalização do turismo no mundo, ou “turistificação do território”, onde países estão prestes a serem “engolidos” (sic.) por essa atividade. As cifras sobre o crescimento desta atividade são surpreendentes: corresponde à 10,7% do PIB mundial e emprega o maior contingente de pessoas por setor, contabilizando 10,6% da força de trabalho global.

Entretanto o Brasil ocupa uma posição desprivilegiada dentro desse dinamismo econômico, fica em 30° lugar no ranking da OMT, apesar da rede hoteleira ter praticamente duplicado entre 1994 e 1998. O país faz parte da leva rotulada como destinos exóticos, portanto concorre com outros destinos mais bem consolidados. O turismo de sol e praia é o mais expressivo no mundo, o mais massificante e por isso mais associado a atividade industrial, no Brasil isso não foge à regra, tendo em vista que a maioria das capitais estaduais se encontram no litoral, com exceção de São Paulo (forte em turismo de negócios) e Foz do Iguaçu (por causa da beleza natural das cascatas). Segundo Spinola (p. 5, 2006) “a Política Nacional de Turismo tem priorizado a construção de mega complexos turísticos, próximos a núcleos urbanos consolidados de médio e grande porte, voltados para o turista de alto poder aquisitivo, preferentemente internacional. ” Observa-se na escala global uma tendência a internacionalização da atividade turística, isso explica o processo de “turistificação do território” descrito no começo do artigo, essa tendência é uma resposta a demanda da Globalização de cada vez mais aumentar o consumo, expandindo inclusive sua dimensão espacial. Na escala regional, observa-se uma interiorização do turismo, ou seja, a busca cada vez maior por destinos exóticos e alternativos, que estão no interior dos países, em oposição a localização litorânea do turismo de massa. Na Espanha, 50% do investimento estatal do setor vai para o turismo rural, na Catalunha especificamente (província mais visitada). No Brasil essa interiorização é muito tímida, e a internacionalização é também pouco expressiva, para mudar esse cenário a autora destaca dois pontos: da necessidade de baixar os custos do turismo interno, e de uma mudança da imagem do país da floresta amazônica, das mulatas, do samba, do futebol e do sexo, que são prejudiciais na maioria das vezes. Sobre a crise do turismo de massa, o artigo traz um paralelo do que acontece na Espanha e no Brasil, enquanto lá na Europa o turismo de massa está em crise em termos relativos e não absolutos, isto quer dizer que, mudou o perfil do turista, o seu gasto médio e o tempo de estadia, ou seja, houve uma necessária adequação do modelo fordista, correspondente ao turismo de massa, com pouca diferenciação interna, para o modelo pós-fordista que preconiza uma maior diversificação de

produtos. No Brasil o governo cada vez mais intensifica o investimento para aprimorar preferencialmente o turismo de massa. Uma contradição presente em relação a atuação do Estado, é se ele deve ou não ordenar esse segmento, há autores que consideram primordial, principalmente para investir e as vezes até gestar um polo turístico. Outros autores dizem que a ação do Estado deve ser mínima, e preferencialmente em nível municipal quando há, e que este é necessário para corrigir eventuais falhas dos empresários e garantir a sustentabilidade da atividade. No Brasil o papel do Estado é predominante como ordenador, facilitador e financiador da atividade turística e o setor privado participa na definição das diretrizes de forma mais difusas através das entidades de classe. Outra tendência citada, é a de perda de autenticidade dos lugares, que por causa da Globalização homogeneíza os lugares para um todo comercializável. Distingue-se neste cenário dois tipos de turistas: o pós-turista que busca uma experiencia espacial exótica, inovadora e o turista de massa que busca um lugar aespacial, padronizado, um destino largamente conhecido. No Brasil busca-se propiciar esses dois tipos, com ênfase nos de massa. Uma organização empresaria pós-fordista exige uma adequação à nova realidade tecnológica, incorporando o quanto for possível das tecnologias de telecomunicação, informatização e até mesmo alcançando a esfera social, agregando as minorias sociais. Destaca-se o setor privado neste quesito, porque é o que mais se adapta tecnologicamente e através das fusões para garantir o poder de concorrência no cenário global. A autora fecha o artigo considerando que a um alinhamento nas conclusões dos mais diversos autores sobre turismo, e que as tendências ocorrem em intensidades diferentes levando em conta o cenário globalizado desta atividade e por fim critica superficialmente a insistência da Política Nacional de Turismo em reproduzir também os equívocos cometidos por destinações consolidadas em outras partes do mundo.

Considerações finais Deve-se tomar como eixo central na atuação como futuro bacharéis, se caso atuarem no setor turístico, a vontade de diversificar as modalidades de turismo, se a Espanha, de um contexto de desenvolvimento e referencial no assunto, já indica que a concentração no turismo de massa pode ter sido um equívoco no passado, que comecemos desde já atuar de forma moderna, para atender a maior diversidade de público, dinamizando assim o setor turístico e a economia como um todo. Outro ponto que deve ter uma grande criticidade é em relação a romantização da Globalização, de fato, o turismo é a parte mais bonita do processo mas muitas vezes esse conteúdo é passado nas escolas de forma muito positiva, mais é um processo que ao mesmo tempo que integra mundialmente, segrega e exclui territórios nas escalas menores, o turismo sexual é uma faceta preocupante deste processo e que merece atenção e grandes esforços para pôr um fim desta modalidade no Brasil. A autora sugere duas alternativas para intensificar as tendências de internacionalização e interiorização, que é a primeira, o barateamento para poder ser mais facilmente consumido pelo mercado interno, este mais palpável já que é uma problemática econômica. O segundo, mais preocupante por conta da dificuldade, a visão que os estrangeiros têm o Brasil está muito ligada à questão cultural-midiática, esta é mais lenta e difícil de mudar, a violência por exemplo, não é da alçada do ministério do turismo resolver esse problema, implica em mudanças em vários aspectos da sociedade brasileira, começando pela educação e empregabilidade....


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