Resenha a terra dos mil povos PDF

Title Resenha a terra dos mil povos
Author Cássia Victor
Course História e Culturas Indígenas
Institution Universidade do Extremo Sul Catarinense
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Summary

resenha comentada do livro a terra dos mil povos de Kaka Wera...


Description

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE- UNESC Disciplina: História e Culturas Indígenas Professor: João Alberto Batanolli Acadêmica: Cássia Victor Rocha Data: 29/11/2017 Resenha do livro A Terra dos Mil Povos- Kaka Werá Jecupé Kaka Werá Jecupé é um índio, escritor, conferencista, ambientalista e fundador do instituto Arapoty em 1994 que tem o objetivo de difundir os valores e ensinamentos da cultura indígena para povos urbanos, nasceu em São Paulo em 1 de fevereiro de 1964 numa aldeia guarani, seus pais eram de Minas Gerais do clã Tapuia, na sua infância se afastou de sua tradição e foi alfabetizado numa escola pública de São Paulo e batizado no cristianismo e virou Carlos Alberto dos Santos, na sua juventude após 15 anos longe da aldeia começou uma peregrinação indígena com o intuito de se reencontrar com sua ancestralidade, teve sua consagração numa aldeia guarani no Tocantins onde estudou a sabedoria, a medicina sagrada e os ritos e a partir dos ensinamentos ancestrais tem a missão de difundir a tradição para as novas gerações. O autor descreve ao decorrer do livro as crenças dos diferentes povos indígenas que são 206 no Brasil, cada um com seus costumes, línguas e crenças diferentes como a origem do mundo, e cada povo segue uma linha das tradições que se desenvolveram na terra em torno da natureza a tradição lua, sol e sonho, os ancestrais espirituais, a medicina natural, a educação, o livro começa com o autor começa argumentando o que é ser um índio, "O índio não chamava nem chama a si mesmo de índio. O nome índio veio trazido pelos ventos do século XVI"(p.13), o termo índio foi usado pelos portugueses para nomear os habitantes das Américas porque Colombo tinha intenção de chegar na Índia mas acabou chegando na América, os indígenas se dividem em clãs, tribos e aldeias, o espírito ancestral sempre esteve presente nesse lugar, antes de existir o tempo, o índio é apenas um mediador da tradição sol, lua e sonho. O índio passar por iniciações os ensinamentos sagrados e natureza interna do ser, para sua tradição a palavra tem poder, pois possui um espírito e o nome também é sagrado pois possui uma alma, e a vida é o espírito em movimento e as palavras quando entonadas tem poder de se

materializarem, o conhecimento de engenharia, escultura, pintura, música vem de divindades da natureza, os Nanderus, podemos identificar isso no cultivavo por exemplo, à 4.000 anos antes de chegar a civilização na América os índios já cultivavam a terra, já construíam sua própria morada e utensílios para sobrevivência, já dominavam a biotecnologia e a fitoterapia aqui podemos perceber grande semelhança dessa sabedoria com outras vertentes espirituais como no cristianismo, na Bíblia quando Noé constrói a arca Deus dá as medidas específicas sendo que naquele tempo os homens não tinham conhecimentos matemáticos para essa construção, outro exemplo é as pirâmides egípcias

que sua construção é um

mistério até hoje para os historiadores, entendo que o conhecimento deve ter origem espiritual, os ritos, cantos e danças são formas de expressar gratidão aos ancestrais do ser humano. O índio é a memória viva da interação do ser humano com a natureza, para eles não existe esta ideia europeia de raça ou etnia, a Arandu Arakuaa é a ciência dos antigos anciões, "Arandu Arakuaa, que significa a sabedoria dos movimentos do céu, que trata da lei dos ciclos da terra, do céu e do homem."(p.20), os indígenas acreditam que o crescimento e desenvolvimento do homem e a sabedoria são regidos por ciclos e que cada ciclo é representado por uma divindade que são de comando do universo. A sabedoria milenar tem muito a contribuir e a ensinar o homem branco, os índios já sabiam que chegaria um tempo em que a terra iria estar num estado de dor por causa da ambição do homem branco por conquistas, e eles iriam passar por uma fase de fome, mas que chegara o dia que o homem branco vai ser pacificado e entender a natureza interna e viver em unidade com a terra mãe, "O sonho da pacificação do branco começou em 1784 quando o tenente dos dragões da coroa José Rodrigues Freitão da Cunha, a mando de Tristão da Cunha- que perante rei do povo vindo das grandes canoas dos ventos era quem governava Góias-, embrenhou- se para apresar e acabrestar os xavante, tido como os tapuia do centro brasílico. No mesmo instante, na aldeia, o avô do futuro cacique Apoena sonhou que era chegada a hora de iniciar o amansamento do homem branco"(p.56) para que isso aconteça a educação indígena é de grande importância porque o ser humano consegue compreender seu lugar e missão no mundo quando começa o processo de autoconhecimento e alcançando consciência tem capacidade de se auto dominar suas emoções, o autor busca difundir essa tradição como um conhecimento milenar e quebrar estereótipos e preconceito na mente das pessoas, pois o mundo

globalizado tem essa necessidade de uma educação pautada nesses valores, tanto no campo emocional, social e na saúde e essas antigas tradições podem nos ensinar a ser pessoas mais íntegras.

REFERÊNCIA JECUPÉ, Kaka Werá. A Terra Dos Mil Povos: História indígena brasileira contada por um índio. 2. ed. São Paulo-sp: Fundação Peirópolis, 1998....


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