Resenha Crítica Texto - “AS Raízes Sociais E Econômicas DO ‘ Principia’ DE Newton” por Boris Hessen PDF

Title Resenha Crítica Texto - “AS Raízes Sociais E Econômicas DO ‘ Principia’ DE Newton” por Boris Hessen
Author Amanda --
Course Bases Epistemológicas da Ciência Moderna
Institution Universidade Federal do ABC
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Resenha Crítica Texto - “AS Raízes Sociais E Econômicas DO ‘ Principia’ DE Newton” por Boris Hessen, atividade obrigatória na disciplina de BECM....


Description

RESENHA CRÍTICA TEXTO - “AS RAÍZES SOCIAIS E ECONÔMICAS DO ‘PRINCIPIA’ DE NEWTON” por Boris Hessen. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O desenvolvimento das ciências naturais se mostrou intimamente ligado à desintegração do feudalismo, que consigo trouxe o desenvolvimento do capital mercantil e da manufatura, seguido pelo desenvolvimento da propriedade privada e do domínio do capital industrial. Com essa passagem para uma nova fase da sociedade, outras necessidades surgiram. O desenvolvimento industrial passou a ser, em diversas partes, mecanizado. Houve a urgência de existirem meios de transporte capazes de carregar imensas cargas em tempos menores. Matérias primas novas e em maior quantidade eram um dos requisitos e, consequentemente, meios mais eficazes para extraí-las também. Além disso, o desenvolvimento fomentou a competição entre nações, incentivando a indústria bélica. No que tange aos transportes, muito se investiu em melhorar os meios fluviais. Eram necessário barcos mais rápidos, resistentes e confiáveis, com menores chances de virar ou afundar. A construção de novos canais e eclusas foi um importante ponto, além de novos métodos para se localizar e se posicionar no mar (como latitude e longitude). No desenvolvimento industrial, estava-se na época da intensa utilização de metais. A descoberta de ouro, prata e cobre impulsionava o comércio, pois esses minerais eram de ampla utilização em diversos setores da indústria e bélicos. Sendo assim, eram necessárias novas e melhores bombas para se utilizar em minas, métodos para trazer os minérios para a superfície, além de ventilação para o subterrâneo e fornos potentes para fundir metais; bem como conhecer o recuo de armas, trajetória de projéteis, pontaria e outros assuntos envolvidos no uso e melhorias de canhões e armas. Pode-se então perceber que, com a passagem do feudalismo para o capitalismo, as ciências deixaram de servir primordialmente a igreja e passaram a florescer em conjunto com o surgimento e ascensão da burguesia, que as colocou a serviço da indústria. Era necessário construir uma base teórica forte para resolver diversos problemas físicos que estavam compreendidos em diversas áreas, principalmente na mecânica. É nesse âmbito geral que surge um grande número de cientista objetivando resolver tais questionamentos. A partir disso, o texto quebra a imagem famosa da maçã caindo na cabeça de Newton: não é como se, afinal, por um sopro espontâneo de percepção e raciocínio absurdos, um gênio absoluto desvendasse as verdades do universo a partir de uma única cena. Ao levantar todas as exigências da sociedade e a figura dos cientistas nesse meio, Hessen mostra que, na verdade, Newton era um homem comum que já estava estudando, anteriormente, os ditos fenômenos. A partir de toda a contextualização, nota-se a mitificação da ciência e do próprio cientista, como no caso de Newton e a maçã, ou Galileu e o lustre da igreja, como se esses homens nasceram com o dom, com os olhos aguçados para ver o universo e a verdade desenrolando-se para si. Fica ainda mais

evidente a presença da ciência como uma organização dentro de um contexto social, em sua ideologia e religião; e como, antecedendo a intuição, base do pensamento científico, há uma mesma posição da sociedade, com suas demandas e requisições; o que, por sua vez, também direciona não somente a ideia e o objetivo a ser desenvolvido, mas os recursos materiais e estruturais para isto. É muito interessante como o texto, mesmo que partindo do “Principia”, de Newton, e utilizando apenas do conceito de processo histórico de Marx, consegue explicar e dar um sentido realista à ciência e a sua presença na Idade Moderna e Contemporânea. Todo o questionamento e desenvolvimento prévio, a atividade e a organização social em torno da burguesia e das universidades é o que são, como na frase atribuída ao próprio Isaac Newton, os ombros de gigantes sobre os quais ele pode ver longe....


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