Resenha Educação Inclusiva: de quem e de quais práticas estamos falando PDF

Title Resenha Educação Inclusiva: de quem e de quais práticas estamos falando
Course Psic Aplic Aos Port De Necessidades Especiais
Institution Universidade Federal do Ceará
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Resenha Educação Inclusiva: de quem e de quais práticas estamos falando...


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TEXTO I: “Educação Inclusiva: de quem e de quais práticas estamos falando?” O texto “Educação Inclusiva: de quem e de quais práticas estamos falando?”, de Adriana Marcondes Machado, foi publicado em novembro de 2004. A autora é psicóloga do Serviço de Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da USP, Mestre e Doutora em Psicologia Social. No artigo em questão, a autora apresenta cenas do cotidiano escolar, objetivando problematizar a relação Saúde e Escola. Para dar inicio a problematização, Machado (2004), primeiramente questiona como intervir sobre as práticas dirigidas aos alunos que são diagnosticados como fora do padrão de normalidade e nas expectativas que se tem sobre o desenvolvimento desses alunos. No decorrer do texto, a autora nos apresenta seis situações e suas respectivas análises e problematizações sobre cada um dos casos, mostrando os problemas que ocorrem frequentemente nas escolas. A primeira situação apresentada por Machado (2004), “Reduzir o social ao corpo do sujeito”, nos faz refletir sobre a forma como a inclusão muitas vezes é posta em prática. Os alunos com algum tipo de deficiência são colocados em uma sala regular de ensino, contudo sem a atenção e cuidados necessários. A responsabilidade da educação desses sujeitos, muitas vezes, recai somente sobre seus professores, os quais não possuem repertórios e estratégias para proporcionar uma educação de qualidade para esses alunos. Nesta situação, a inclusão se reduz a simples inserção do aluno dentro do ensino regular, sem atentar para uma necessária reconfiguração dos métodos de ensino e aprendizagem. “Desigualdades camufladas” é o título da segunda situação citada pela autora. Esta cena nos mostra como a desigualdade social se torna evidente mesmo dentro do sistema de ensino público. A situação apresentada pela a autora mostra passeios promovidos por escolas públicas que são pagos, e apesar de que tal valor seja considerado “simbólico” muitas famílias não possuem condições de pagar para os seus filhos. Consequentemente, essa realidade pode fazer com que os alunos que não podem ir aos passeios acreditem que não possuem o mesmo direito à educação daqueles que podem. A terceira cena, “Os falsos direitos”, fala sobre uma professora de uma Escola Municipal que relata, em uma reunião semanal, ter o direito de tirar quatro abonos e por isso não poderia participar de algumas atividades. De acordo com Machado (2004), para descarregar a tensão e a desvalorização que os educadores sentem muitos deles fazem o uso

do seu direito de abono como uma forma de compensar o grande problema que é a desvalorização dos educadores no Brasil. Machado (2004), na cena intitulada “Os sujeito que trilham os encaminhamentos”, a partir desse relato a autora nos propõe pensar sobre os encaminhamentos que a escola faz de alunos considerados problemáticos pelos profissionais da escola e sobre a atuação de psicólogos que desconsideram o contexto de onde veio o encaminhamento. Além disso, a autora também aponta para o desconhecimento pela rede pública de saúde sobre os encaminhamentos escolares, uma vez que estes são diretamente enviados para as clinicas conveniadas. A quinta cena proposta pela autora, “O homem “de bem” semi-analfabeto”, nos faz pensar sobre uma escola que visa aos “homens de bem”, que objetiva “tirar os meninos da rua” e disciplinar. A aprendizagem é desvalorizada e só é capaz de terminar os estudos e obter o diploma quem tem bom comportamento. Desta forma, de acordo com a autora, a disciplina passa a ser o critério de boa escolarização e de aprovação. Machado (2004), na sexta e última cena intitulada “A criação de sujeitos culpados”, nesta cena podemos perceber a relação que os profissionais da escola estabelecem com a família. As orientações dadas aos pais dos alunos muitas vezes culpabilizam os pais pelo fracasso do desempenho escolar dos alunos e ignoram a grande parcela de responsabilidade sobre o processo de aprendizagem que a escola possui. Após apresentar esses casos a autora traz algumas considerações. De acordo com ela, a inclusão de uma pessoa com alguma deficiência em uma escola regular é uma oportunidade para repensar o modelo educacional. Assim, é extremamente necessário construir novas formas e estratégias que possibilitem uma educação com qualidade para essas crianças e adolescentes, estratégias estas que devem e romper com desigualdade e segregação. Se o modelo educacional vigente não for repensando e reestruturado as instituições escolares se tornam apenas um espaço reprodutor de desigualdade e exclusão. Professores e outros profissionais da escola ao se deparam com crianças deficientes se sentem impotentes e paralisados, uma vez que muitos não recebem uma qualificação profissional que os possibilitem aplicar estratégias de ensino que atentem para o cuidado e singularidades que as crianças e adolescentes deficientes necessitam. Por tanto, é bastante importante proporcionar capacitações à estes profissionais, bem como a estrutura e materiais necessários para a promoção de uma efetiva educação inclusiva. É importante destacar que a articulação entre professores e outros profissionais é muito importante para se repensar e construir novos métodos de educação, uma vez que a

educação dos alunos deficientes não pode ser pensada como responsabilidade única do professor, devendo ser pensada quanto uma questão que remete à escola, à família e à sociedade. O saber e a prática psicológica no cenário da inclusão também devem ser repensados, uma vez que, segundo Machado (2008), os psicólogos, muitas vezes compactuam com a exclusão, pois fazem as avaliações com base em critérios de normalidade préestabelecidos e desvalorizam a singularidade de cada criança. REFERENCIA: MACHADO, A. M. Educação inclusiva: de quem e de quais práticas estamos falando? In: BAPTISTA, C. R. (org.). Inclusão e escolarização. Múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006....


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