Resenha - Eu, Daniel Blake (filme) PDF

Title Resenha - Eu, Daniel Blake (filme)
Author Maria Beatriz Omena Soares Medeiros
Course Sociologia
Institution Ensino Médio Regular (Brasil)
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Summary

Resenha crítica do filme "Eu, Daniel Blake" solicitado na disciplina de Sociologia....


Description

RESENHA DE FILME “Eu, Daniel Blake”

“Eu, Daniel Blake” é um filme europeu de Ken Loach lançado em 2016 que relata a situação do viúvo Daniel Blake que após sofrer uma parada cardíaca e ter o diagnóstico médico que necessita se afastar do trabalho, passa a buscar interminavelmente auxílios governamentais como a previdência social, sem êxito. Nesse processo, ele conhece Katie, uma mãe solteira com dois filhos que também está passando por essa situação complicada. Apesar de o filme retratar uma realidade que ocorre no país em que foi produzido, ela também se encontra em diversos outros países de distintas maneiras, como no Brasil, onde há uma extrema dificuldade para a obtenção de auxílios do governo, mesmo em casos médicos. O filme relata visivelmente a concepção etnocêntrica. Há uma luta entre grupos, e para o Etnocentrismo, todas as pessoas são etnocêntricas e querem o seu grupo no centro, enxergando os outros a partir de suas próprias experiências. Há uma relação de ameaça, julgamento e medo entre o governo, representado pelos assistentes sociais e funcionários públicos, e o povo, representado principalmente por Daniel Blake e a Katie, onde dessa relação antagônica, seguindo a vertente etnocêntrica, essa diferença que causa essa ameaça e julgamento, pode levar a um extermínio, no filme mostrado pela morte de Daniel Blake pelo problema cardíaco após incontáveis tentativas de auxílios governamentais não atendidas. Em contraponto ao Etnocentrismo está a Relativização, idealizada pelo antropólogo Franz Boas, processo que não ocorreu no filme. Nela, possuir uma visão neutra e não julgar o outro pelos seus próprios ideais é fundamental. Ademais, há outro conceito, o de Alteridade, que diz que há uma relação de interdependência entre os indivíduos num contexto social, ninguém existe sem o outro, pois a individualidade depende da coletividade. Dessa forma, ela não prega a extinção de nenhum grupo, e sim o indivíduo se posicionar no lugar do outro, do “diferente”, e entender, valorizar e respeitar suas particularidades. Portanto, se esses dois processos tivessem sido praticados na situação do filme, não haveria esse antagonismo entre Estado x Povo, que levou à morte de Daniel Blake, e situações como a aversão à prostituição que Katie passou a realizar e às vendas duvidosas de

sapatos pelos dois vizinhos de Blake, além da filha mais velha de Katie não teria sofrido bullyng por usar tênis velhos e rasgados. Em coadunação ao pensamento de Edward Tylor, cultura é um conjunto complexo que engloba conhecimento, crenças, moral, costumes, é uma expressão da totalidade da vida social do homem e é adquirida e não depende da hereditariedade biológica. Na Antropologia, a passagem da natureza para cultura se dá de algumas formas, para Lévi-Strauss, pela proibição universal do incesto, para Geertz, a cultura como significado público, e para White os símbolos que levam à linguagem. Para mais, instrumentos e instituições sociais são culturais, bem como a internet, instrumentos tecnológicos, fita cassete e a “selfie” evocados no filme, que tratou de situações como o analfabetismo digital e o desconhecimento desses quesitos de acordo com as gerações....


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