Resenha The Hammer PDF

Title Resenha The Hammer
Course Libras Lingua Brasileira De Sinais
Institution Universidade Federal do Piauí
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Summary

Resenha do filme The Hammer tendo como referência o texto intitulado 'Um olhar
sobre as diferenças'....


Description

Resenha “The Hammer” The Hammer. Direção: Oren Kaplan. Film Harvest. Los Angeles, 2010. 108 min. PERLIN, Gládis T. T. Identidades surdas. In: SKLIAR, Carlos (org.). Um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre: Meditação, 1998, p. 51 – 73. The Hammer é um filme baseado em uma história real que narra à vida de um lutador do UFC chamado Matt Hamill, que desde bebê é diagnosticado com surdez. Sua mãe sempre foi dedicada, aceitou suas limitações, buscando alternativas para melhor educá-lo, como coloca-lo numa escola especial, diferente do seu avô que desde cedo não aceitou o diagnóstico, barrando assim a mãe de Matt a fazer o melhor para seu filho. O seu avô por não aceitar o diagnóstico, o trata desde pequeno como ouvinte não aceitando a ideia de que seu neto necessitava aprender a língua de sinais para se comunicar e o matricula em uma escola regular. Esse comportamento do avô de Matt tem muito haver, segundo o texto “Identidades Surdas”, com o poder ouvinte sobre o surdo, rotulado como ‘poder administrativo sobre os surdos’. Na escola em que foi matriculado ele aprende a verbalizar e a fazer leitura labial, e aos poucos e pela necessidade desenvolve a fala, consequentemente, pela falta de contato com outras pessoas surdas Matt não desenvolve a sua sinalização. Na sociedade, segundo o texto, há presente muitas formas de ouvintismo, o comportamento do avô de Matt é muito compatível com o ouvintismo tradicional, onde os ouvintes exercem um poder sobre os surdos, e eles não tem outra saída a não ser se integrar na comunidade ouvinte, como de exemplo no filme, a aprendizagem da fala, que desde criança seu avô o ensinava, o estudo de apenas uma língua, que no caso de Matt foi o inglês, sem qualquer acesso a língua de sinais, sua língua materna. Apoiado pelo avô, desde pequeno ele fez luta, apresentando uma alta capacidade de concentração. No decorrer de sua história, Matt recebe uma bolsa de estudos para duas universidades, incentivado pelo avô escolhe a Universidade de Purdue, que dispunha de uma intérprete nas aulas, mas como

ele não havia desenvolvido a sua sinalização e entendia apenas pela leitura labial, encontra muitas dificuldades e seu rendimento cai, fazendo com que perda a bolsa. O protagonista vivia as famosas identidades flutuantes, ao mesmo tempo em que não conseguia estar a serviço da comunidade ouvinte pela falta de comunicação, também não estava a serviço da comunidade surda pela falta da língua de sinais, algo que lhe foi impedido desde cedo de aprender. Em muitas famílias há o impasse da não aceitação do diagnóstico, dificultando a entender as necessidades e as diferenças culturais entre a comunidade surda e a ouvinte, mas a mãe de Matt convence o seu pai a deixalo ir para a outra universidade e ao ingressar ele encontra um ambiente totalmente diferente do que havia encontrado na primeira. O mesmo fica em um alojamento para surdos, onde todos se comunicam através da língua de sinais e não por leitura labial, como já estava acostumado, passando assim, a conviver pela primeira vez com a comunidade surda. Esse ambiente foi essencial para Matt, pois durante toda sua vida, sua identidade sempre foi reprimida, e finalmente ali, naquele ambiente, ele havia se encontrado e se identificado como surdo, finalmente estava pertencente a uma cultura. Mas Matt não dominava a língua de sinais e de início houve algumas dificuldades para essa comunicação, pois em vez de ser a sua primeira língua (língua materna), veio a ser a segunda, pois a primeira foi o Inglês. Aos poucos ele foi interagindo, conhecendo e aprendendo a língua da sua cultura. Esse encontro de uma pessoa surda com a comunidade surda e sua cultura é essencial para o desenvolvimento, para o conhecimento desde cedo dos sinais. Segundo a autora Gladis Perlin “o encontro surdo-surdo é essencial para a construção da identidade surda, é como um abrir o baú” e assim foi para Matt, dentro da universidade fez amizades que o ajudaram a aprender libras, e a sinalizar sem falar, então foi um mundo de descobertas. O filme é muito interessante, pois retrata a vida cotidiana de um surdo numa família ouvinte, o quão barrado muitos deles são de sua própria cultura e identidade. Mais ainda, mostra que a surdez não é um problema ou uma doença, mas sim uma diferença, demostrando a todo o momento como tem de

superar a cada dia esses conflito entre ouvintes e surdos. Além de demonstrar como é importante uma pessoa surda se relacionar com uma comunidade pertencente, como é essencial essa troca de ricas ideias entre surdo-surdo, se reconhecer e se identificar no próximo....


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