Resumão - Design Para Um Mundo Complexo PDF

Title Resumão - Design Para Um Mundo Complexo
Author Liandra Monteiro
Course Design Gráfico
Institution Universidade do Anhembi Morumbi
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Summary

Resenha baseada nos conceitos do livro de Rafael Cardoso, Design para um mundo complexo. ...


Description

DESIGN PARA UM COMPLEXO de Rafael Cardoso Por Liandra Monteiro Vou começar esse resumão desse livro incrível com uma palavra. Interdisciplinaridade! Confesso que foi um livro que peguei pela capa, mal pensando no conteúdo. Mas, à medida em que fui lendo, descobri que eu poderia ser mais na minha profissão do que eu estava sendo. Tanto em relação aos resultados finais como no processo, principalmente. São 5 capítulos incluindo a introdução, então eu vou fazer um breve levantamento sobre o que é falado em cada um deles.

INTRODUÇÃO - OS PROPÓSITOS DO DES IGN NO CENÁRIO ATUAL a) Do mundo real ao mundo complexo b) Adequação e Forma c) Compreensão e complexidade

CAPÍTULO 1 – CONTEXTO, MEMÓRIA, IDENTIDADE: O OBJETO SITUADO NO TEMPO-ESPAÇO a) A imobilidade das coisas b) Fatores condicionantes do significado c) Memória, identidade e design

CAPÍTULO 2 – A VIDA E A FALA DAS FORMAS: SIGNIFICAÇÃO COMO PROCESSO DINÂMICO a) b) c) d) e) f)

Formas, funções e valores O que dizem as aparências A multiplicidade de significados A linguagem das formas A persistência dos artefatos Ciclo de vida do artefato

CAPÍTULO 3 – CAIU NA REDE, É PIXEL: DESAF IOS DO ADMIRÁVEL MUNDO VIRTUAL a) b) c) d)

A paisagem deslizante da rede A modernidade em redes Informação e navegação A malha fina da visualidade

CONCLUSÃO - NOVOS VALORES PARA O DESIGN (E SEU APRENDIZADO) a) Abaixo o ensino! b) Viva o aprendizado! c) O designer pensante

INTRODUÇÃO - OS PROPÓSITOS DO DES IGN NO CENÁRIO ATUAL Nessa primeira fase do livro, Rafael introduz o conceito que será o usado em todo livro para afirmas suas teorias e conclusões acerca do design e do objeto final em si. Considerando a introdução do conceito ele começa desmistificando a ideia industrial de que a forma de um objeto, produto ou projeto deveria ser adequada ao propósito. E então a partir daqui se inicia uma busca incansável pela significância de FORMA e USO. Seria então a forma uma derivação do uso, para que fosse intuitivo? Ou o uso que deveria ser refém a forma, servindo apelas para o que a aparência sugerisse? Não chegamos à nenhuma conclusão, afinal, é reflexivo e mutável qualquer pensamento sobre uma área em constante evolução e mutação. Mas o que permeia nossos pensamentos é o que ele sugere como a mutação da forma. Nesse pequeno lapso de pensamento, o autor nos traz a reflexão sobre “Quando trocamos o uso de uma forma, ela deixa de ser o que era?” Citando como exemplos, lugares e espaços que antes eram bancos e teatros e hoje dão lugar a outros estabelecimentos. Deixaram de ser bancos e teatros por causa de sua forma ou por motivo de outro uso?! Aqui então desmembramos os conceitos de uso e forma considerando-os por vezes desnecessários e incompletos. Quando se tem um garfo de prata e o entorta para criação de uma pulseira o uso do garfo muda, logo nem sempre a forma está adequada com o propósito inicial do objeto. Esse conceito nos leva à uma discussão futura sobre a vida útil de um artefato (produto final do design) podendo refletir sobre nossa responsabilidade social em gerar tanto lixo no mundo. Algo muito importante citado nessa introdução é quando ele traz à tona conceitos imateriais que damos à produtos e à objetos que na verdade só dizem respeito ao nosso repertório pessoal e não a todos os humanos. Quando atribuímos valores como “Esse terno é elegante “ou “Esse carro é luxuoso”, não são argumentos fixos (pois à medida que o tempo passa, as tendências e modas que temos podem mudar muito rapidamente). E que a maneira “correta” de atribuirmos algum valor “duradouro” ou até “eterno” a algo, seria considerar uma sensação ou experiência que seja inerte à tempo e comum à grande maioria de humanos. Como considerar a experiencia e uso de um martelo, ou a forma como uma poltrona é confortável. Pois são coisas simples e básicas que estão mais próximas ao seu uso, bem como adequação “visual”. Finalizando a introdução e dando clara entrada aos capítulos, Rafael insere uma reflexão sobre a qualidade e complexidade dos sistemas em que estamos inseridos na sociedade. Quando ele fala do mundo como um lugar complexo, considera o fato de que tem humanos nesse mundo que agem de acordo com diversas convicções e por meio de vários ideais. O que pode dificultar como também ajudar no processo de criação de um artefato. A questão de que hoje em dia o usuário está multitask e que é difícil prender e ganhar sua atenção é divisora de águas em relação à complexidade de um sistema ou criação. O quão complexamente precisamos pensar para que consigamos nos adequar ao cérebro de usuários complexo?!

CAPÍTULO 1 – CONTEXTO, MEMÓRIA, IDENTIDADE: O OBJETO SITUADO NO TEMPO-ESPAÇO Para falar sobre a “A imobilidade das coisas”; Rafael traz como exemplo os Arcos da Lapa localizados no Rio de Janeiro. Antigo aqueduto que hoje funciona como viaduto. A discussão contida nesse capitulo é em volta da reflexão de que – Até que ponto a imobilidade de uma coisa garante sua “imobilidade” enquanto significado, e o quanto o ambiente envolto no imóvel, pode influenciar em sua aparência. Falando nos Arcos, a defesa do autor é de que desde sua construção muitas coisas aconteceram mudando seu significado, sua cor e até a forma como os arcos eram percebidos por quem os via. Uma obra iniciada ideologicamente em 1600 e que só foi concluída em 1723 é complicada de manter um padrão visual, já que as únicas formas de registro da época eram pinturas. O questionamento do autor ainda falando sobre forma, uso e adequação é que. Mesmo que os arcos tenham sido construídos para levar água da floresta até a população e que hoje em dia é usado como viaduto para o famoso bondinho da lapa, não se percebe muita mudança em sua forma original, mas sim, no ambiente em que os arcos se encontraram ao passar do tempo. Inicialmente, quando construído, o Arco era imponente. Era possível ver apenas os arcos e em volta pastos e o convento. Porém, hoje em dia pouco se vê dos arcos em meio à paisagem lotada de casas construídas em meio a “verticalização urbana”. Outro fator importante era conseguir encontrar qual era a coloração original dos Arcos quando construído. Pois nas pinturas encontradas, de épocas próximas e pintores estrangeiros podemos encontrar a construção nas cores: Branco, cinza, marrom, azul e bege. Hoje, com a evolução do registro em fotografia é possível perceber e ver que a coloração atual dos arcos é BRANCA. Mas isso pode ser apenas uma modificação atual. Para desdobrar a discussão sobre o possível significado ou a falta dele exemplificando os arcos, temos duas esferas de significação. A esfera que é referente à materialidade do objeto e a outra à percepção que se faz dele. A primeira esfera contendo: uso, entorno e duração. E da segunda: ponto de vista, discurso e experiência. Uso: A ideia de que o uso do aqueduto mudou quando foi transformado em viaduto é evidente, porque é possível ver que não se passam mais águas e sim um bondinho. Entorno: O que há envolta de um objeto pode modificar diretamente a forma como o entendemos; pois antes, envolto apenas em campos verdejantes era uma construção grande e imponente, e agora quase que escondida é apenas uma construção por trás de outras. Duração: Pensar que os arcos foram construídos em 1700 e continuam de pé até hoje, servindo de estrada para bondes é surreal. Se pensar que fazem 300 anos que eles existem e continuam praticamente intactos ao tempo, mas não à re-significância é importante. Pois se um aqueduto de muitos metros de altura e largura não está isento de se reinventar, o que estaria isento então? Ponto de vista: Nada, hoje em dia, pode nos garantir a mudança de cor ou de textura dos arcos, pois as pessoas que pintaram aqueles quadros não estão mais entre nós. O que nos traz a discussão: “Até que momento, o ponto de vista pode influenciar na significação de um objeto?” Em todo momento, eu diria. Afirmando a suposição de que, muitos dos argumentos válidos sobre um objeto são os que estão atrelados à sua experiência em não tanto pela sua aparência, podemos considerar que um dos fatores principais, (senão o principal) é a influência que o observador/ usuário tem sobre ele.

O que podemos vincular às questões de discurso e experiência. Nada é algo, senão para servir a alguém. De que forma? Nada vem do nada para o nada. Mesmo que uma obra de arte, feita para ficar apenas na parede. Ela está ali para observação de alguém. Mesmo o misero item criado por alguém, mesmo que sem objetivo, servirá de algo a alguém. Seja de escape ou de busca. Ou seja. Voltando ao usuário. Tudo e todo que é pensado, se pensa para uso ou desfruto de alguém de alguma forma. E isso é o que o autor chama de comunicação entre humano e objeto. Considerando que, de alguma forma, cada objeto tem algo a falar pra alguma pessoa. Cada um interage de forma diversa e única com o objeto mediante ao seu repertório de vida e de experimentação. Gosto da forma como ele arremata os temas nos trazendo à “Memória, identidade e design”. Rafael afirma que a maioria das experiências que temos, só são bem experimentadas quando acessam alguma sensação importante da nossa memória. O que torna a experiência familiar e “nostálgica”. Lógico que isso pode funcionar bem ou mal. Pode dar errado quando essa memória acessada não é boa ou prazerosa. Mas o mais interessante é a forma como essas coisas estão dispostas em nosso cérebro. Nenhuma memória está pairando sempre e nossa cabeça. Elas vêm e vão. Não ficam todas as nossas memórias rodando ao mesmo tempo. O que acontece é que elas vêm à tona quando são alcançadas por algum estimulo. Ele diz: Uma pessoa sem acesso à memória torna-se incapaz de relacionar-se com o mundo. Arrematando memória, identidade e design: o livro traz um link sobre um tema muito atual, que é o conceito de inovação. O que temos hoje de novo a grande maioria das vezes é a nova versão de algo que já existia. Ifood (entrega de comida); Uber (transporte de pessoas); Netflix (aluguel/ compra/ assistimento de filmes); Redes Sociais (conversas que geralmente eram pessoais). Aqui, ele fecha dizendo que a memória é algo que mantem nosso mundo funcionando como ele é, apenas com serviços e produtos que são a evolução de coisas que já regiam nossa sociedade.

CAPÍTULO 2 – A VIDA E A FALA DAS FORMAS: SIGNIFICAÇÃO COMO PROCESSO DINÂMICO Em formas, funções e valores refletimos acerca do que as formas e funções valem para seus consumidores, usuários ou criadores. E entramos na reflexão de valores imateriais como: valor simbólico, valor emocional ou valor social. Quando se tem algo que a grande maioria não é capaz de ter como um relógio caro, ou uma Ferrari; a forma e função do carro ou relógio são deixados de lado e dão lugar ao valor que aquilo representa. A função de um relógio é geralmente, ver as horas. Qual a diferença entre um Rolex e um Champion Colors. Os dois servem para ver as horas não é? Mas o valor social que é ter um Rolex, o diferencia em um grande salto de um relógio adolescente. O grande fator de valor agregado é divisor de águas quando se trata de experiência. Todos nós compramos e usufruímos de coisas que em alguma parcela representa um pouco do que nós somos. Ou seja, um produto ou serviço utilizado, reflete de alguma forma, quem nós somos. E isso acontece constantemente nos dias de hoje. Seja para representar quem somos monetariamente (objetos e aquisições de luxo), quanto quem nós solos ideologicamente (usar produtos sem origem animal em favor de alguma causa ou doutrina).

Ressuscitando o tema da memória o autor segue falando em como identificamos alguns objetos do nosso cotidiano como “clássicos” por nos lembrarem de nossa infância ou à um outro objeto não muito novo. Cita como exemplo, o cesto de guardar ovos feito em arame em formato de galinha, que era encontrado em mesas de mães e avós em todo Brasil. Acho que “ciclo de vida do artefato” é um dos temas que mais me chamou atenção nesse livro, pois ele chama o de signer à responsabilidade de que o ciclo de vida de um produto, objeto ou artefato não acaba no momento de sua compra. E que hoje em dia é imprescindível refletir sobre o que acontece com o artefato depois de comprado. Rafael chama de “pós uso” a fase do produto em que não está mais nas dependências do designer nem das lojas. O pós uso é marcado por uma grande reflexão de encontrar um meio de fechar o ciclo criativo do artefato, que passa por: concepção – planejamento – projeto – manufatura – distribuição – venda – uso – descarte. O grande desafio moderno é encontrar um meio de pós uso em meio à nossa crise ambiental, e criar um link entre o descarte e a concepção. Muito disso já é encontrado em ongs e empresas focadas em redestinação. Pensar no que acontece após a “morte” de um produto é salvar a humanidade de uma morte certa e próxima. E há quem diga que é impossível a reversibilidade de alguns artefatos mediante a seu uso anterior, como lixo hospitalar. Mas salva essa parcela inservível, todas as outras sendo resolvidas, nos traria saúde e longevidade.

CAPÍTULO 3 – CAIU NA REDE, É PIXEL: DESAFIOS DO ADMIRÁVEL MUNDO VIRTUAL Chegando em uma das partes mais conclusivas do livro, o autor sugere uma breve retrospectiva sobre o que é a rede no Brasil e no mundo e como lidamos com ela e seus avanços. Inicialmente ele nos entrega o fato de que inicialmente páginas de internet eram páginas de jornal digitalizadas; denunciando também o surgimento do que chamamos de Grid (muito usado na diagramação). Para contextualizar o contexto de rede, o autor traz exemplos que nos aproximam da ideia do que é a INTERNET e tudo que nela há. Ele levanta a história da criação de malhas ferroviárias e como isso influenciou o conceito de rede, malha e teia na web. A verdade, é que como já citado anteriormente. Grande parte do que é criado, é apenas uma evolução de algo que já existia, ou um avanço de uma ideia já existente. A internet não seria diferente. A dificuldade que havia em fazer links e trazer rapidez na hora de uma simples pesquisa era notória; tanto que um dos principais usos iniciais do que hoje chamamos de net era poder vincular textos, estudos e pesquisas. De modo que, em qualquer lugar as pessoas tivessem acesso aos conteúdos sem carregar milhares de livros pra casa, ou tê-los espalhados na mesa. Fechando as informações em relação a internet, é interessante como o autor faz alusão a rapidez e generalidade de pesquisas no Google por exemplo. O que antes era impossível, hoje é só dar um Google e a informação está na sua mão. Gosto de pensar a internet como uma grande biblioteca de conteúdo e significado.

CONCLUSÃO - NOVOS VALORES PARA O DES IGN (E SEU APRENDIZADO) Abaixo o ensino! Uma discussão importante que o autor suscita no livro é como o ensino de design no Brasil foi tardio e de baixa qualidade no começo. Muitos dos primeiros professores no começo não eram qualificados o suficiente pois não havia um tempo entre suas formações e inicio de carreia para que as habilidades pudessem ser sólidas e transformadas em conhecimento. Mas o que antes era dor, hoje talvez seja confusão. Com o crescimento de escolas e universidades no Brasil, a demanda para cursos como os de design também cresceu. Criando uma malha não tão fácil de discernir entre a qualidade e o preço. Tendo hoje varias instituições que oferecem o curso, porém poucas que o fazem com excelência. Mas de uma forma leve e inteligente, o autor encerra o livro com uma indicação que serve para todos os designers dessa era, e acredito que para outros profissionais de desenvolvimento também. INTERDISCIPLINARIDADE. Muitos dos cursos que oferecem contato com o design podem ser apenas cursos de foco. Porém hoje em dia, com as demandas que temos e – como sugere o livro – um mundo tão complexo, serão salvos e valorizados os profissionais que são interdisciplinares. O designer pode atuar em diversos segmentos, publicidade, produto, marketing, engenharia, entre outros. E o que o diferencia de um designer que só sabe fazer layouts, é a sua capacidade de integrar sua criatividade a outras matérias. Deixando o resultado final ainda mais rico. E ainda mais vistoso. Agregar outras matérias e conhecimentos em um projeto é uma matéria fácil mas ao mesmo tempo complexa. Isso pode incluir aumentar seu repertório com visitas culturais, assistir filmes fora da sua zona de gosto, conhecer países severamente diferentes do seu, ou até pessoas intensamente diferentes de você. O que implica num bom resultado final é o quanto você consegue aplicar o que conheceu de novo, no seu trabalho. Por esse motivo, ser interdisciplinar precisa ser nosso foco.

X Liandra Monteiro...


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