Resumo - Capítulo 4 “O Conceito de Tecnologia”, de Álvaro Vieira Pinto PDF

Title Resumo - Capítulo 4 “O Conceito de Tecnologia”, de Álvaro Vieira Pinto
Course Cibercultura
Institution Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Pages 3
File Size 90.9 KB
File Type PDF
Total Downloads 20
Total Views 133

Summary

Resumo elaborado para a disciplina de Cibercultura em cima do livro O Conceito de Tecnologia, de Álvaro Vieira Pinto....


Description

Resumo O Conceito de Tecnologia - Vol. 1 Álvaro Vieira Pinto Capítulo IV – A Tecnologia (páginas 219-270) Finalizando a primeira parte do livro, temos o capítulo “A tecnologia”, cuja primeira metade será explorada deste resumo. Álvaro Vieira Pinto começa a conceituar tecnologia a partir de quatro diferentes significados principais. Estes seriam: o logos, estudo da técnica; técnica, como know how; conjunto das técnicas de uma sociedade em qualquer fase do seu desenvolvimento; ideologização da técnica. Iniciamos com o primeiro significado e sua importância. Podemos entender as razões de se estudar a técnica se a encararmos como um dado da realidade objetiva, um produto da percepção humana que retorna ao mundo em forma de ação. O domínio teoríco da técnica pelo homem o libera da servidão prática a ela. Ao buscarmos entender o mundo, temos que levarmos em consideração cada vez mais o conjunto de objetivos feitos e pensados pelo homem, frutos da técnica, pois tais produtos se tornam parte da natureza. O ato de maravilharse e, por isso, questionar-se, já explicado no primeiro capítulo, dessa vez ocorre com os métodos da invenção humana, que se substituem aos fenômenos da natureza. O autor volta a criticar, ao tratar de concepções de tecnologia elaboradas pelos técnicos, a ingenuidade de algumas declarações que, ao estudarem a técnica, na sua opinião, ignoram o fator básico: da onde provém. Aqui relembra alguns termos já desmanchados por ele, como “explosão de massas”; “era tecnológica”; “tecnoestrutura” e relembra que os considera falaciosos, além de acreditar reforçarem interesses de grupos dominantes. Ele afirma que a teoria da consciência crítica da realidade dá aos povos pobres direito de exprimir criticamente sua apreensão do mundo, e assim, rebaterem os sofismas existentes. Ela terá de ser uma força de preensão da realidade resultante igualmente da reflexão dos próprios técnicos, quando as condições sociais lhes permitirem. Aqui, o autor aponta um dos seus principais objetivos com o capítulo e, por que não, do ensaio como um todo: fazer ver a diversidade de noções escondidas sob o mesmo substantivo abstrato e alertar para a necessidade de buscar esse significado a se deparar com a expressão. Isso porque algumas leituras podem colocar o homem como objeto da técnica, o que é, conforme caracteriza Vieira Pinto, “a mais lamentável das resultantes lógicas da inversão idealista”.

Uma dessas leituras é o exagerado deslumbramento com a técnica, já mencionado em outros capítulos e no parágrafo acima. Ao tratarmos épocas atuais como “explosões de tecnologia” ignoramos a premissa básica dos nossos estudos, de que “toda época teve as técnicas que poderia ter”. No entanto, o autor pondera alguns aspectos importantes: O desenvolvimento atual tecnológico é sempre positivo, pois significa que o homem está carregando consigo através dos anos cada vez mais bagagem cultural e conhecimento técnico. No entanto, é exatamente isso que anuncia o futuro; o próximo. Quando atingimos um novo patamar tecnológico, buscamos aumentar a qualidade (para, como já mencionado, Ao adentrar nos aspectos de classificação das técnicas, o autor cita que há estudiosos, dos quais ele veementemente discorda, que costumam classificar a técnica através de seus produtos. Dessa forma estaríamos, novamente, ignorando seu provedor. O homem f az-se naquilo que faz, e ambos os aspectos precisam ser incluídos na hegemonia geral da técnica. Ela é um fator existencial do homem, um modo de ser do humano; o movimento através do qual realiza sua posição no mundo. Por isso, é impossível entendermos a historicidade ou classificação das técnicas e definir qual foi, por exemplo, a primeira técnica já utilizada – já que ela aconteceu na primeira projeção cerebral feita por um ser humano. Há, como sempre, alguns interesses em organizar e estudar a historicidade a invenção, mas isso é, de forma mascarada, equivalente a homogeneizar os interesses da minoria dominante, afinal a historicidade técnica reflete a do homem, e quem a controle é reflexão do regime social vigente. Toda ação técnica, apesar disso, é única – e isso acontece porque nenhum ser humano é igual ao outro. Os gestos, expressões e afins jamais serão precisamente iguais. Sendo assim, enquanto o pensamento institui a origem, e a modalidade de todas as técnicas, as demais funções biológicas passam a ser invariáveis. Compreender a tecnológica somente será um ato bem-sucedido quando a função de historicidade do homem e, por conseguinte, do trabalho, for fundada. A raiz da historicidade da técnica mora, então, no pensamento dialético que unifique a historicidade da técnica com a do homem, da evolução das relações sociais. Álvaro Vieira Pinto passa a observar, a partir daí, a práxis social e a personalidade do técnico. Para ele, em uma noção mais aberta, a compreensão da tecnologia é uma verdadeira teoria das práxis. A teoria da práxis seria o estudo sobre o processo de criação dos homens, pela práxis da realização material existencial de si, em função de condimentos reais. Se abstrairmos dos resultados do emprego das técnicas (os produtos) o ato humano ali executado, entenderemos o conceito de técnica. O autor mostra também como os grupos sociais dominantes influenciam para que o conhecimento técnico não seja do alcance de todos da sociedade, o que pode gerar um

endeusamento dos técnicos e, por conseguinte, ideologização da técnica. Um povo será subdesenvolvido quando depender de outros para tais assuntos. A alienação ocorre quando o país não domina suas forças e instrumentos, e seu espaço geográfico é utilizado por outros países para fabricar cujo capital vai, majoritariamente, para esses países, e o primeiro não desenvolve tecnologicamente seu povo, não há expansão cultural ou intelectual, apenas geográfica. O perigo também mora no fato de, caso considerarmos tecnologia como técnica, podermos acreditar que todo sacrifício é válido para alcança-lo. Para controlar isso, antes o processo de produção capitalista era quantitativo, buscando mais um número grande de resultados e uma expansão do mercado. Hoje, com o capitalismo dominando majoritariamente os modelos econômicos dos países ao redor do globo, a qualidade vira o diferencial no produto – é através dela que eles são classificados e elencados produtos que auxiliam na exposição da desigualdade econômica e cultural em que vivemos. Alienar-se não é equivalente a apropriação, é apenas uma característica para povos que, por não dominarem as técnicas utilizadas em seu país, que vêm de locais estrangeiros, não evoluem tão rapidamente quanto à técnica. A tecnologia não é, portanto, um produto que alguns países têm e outros não. Ao falarmos que lugares subdesenvolvidos carecem de tecnologia, estamos mentindo e considerando que, por estarem atrasados quanto à técnica, não irão poder engendrá-la. Isso jamais ocorrerá, pois, a técnica é um patrimônio humano, cujo proprietário é toda a humanidade....


Similar Free PDFs