O Modelo de Solow - Resumo Macroeconomia PDF

Title O Modelo de Solow - Resumo Macroeconomia
Author Presley Vasconcellos
Course Macroeconomia
Institution Universidade Estadual de Maringá
Pages 7
File Size 159.4 KB
File Type PDF
Total Downloads 18
Total Views 140

Summary

Resumo do modelo de Solow. Um dos principais modelos de crescimento econômico....


Description

O Modelo de Solow Resumo O modelo pressuposto por Robert Solow, Prêmio Nobel de Economia em 1987, é baseado nos fatos que condizem com o crescimento e desenvolvimento econômico. Este modelo fornece a base para sabermos por que há países enriquecidos e outros empobrecidos. O mundo que consideraremos será formado por países que produzem e consomem um único bem homogêneo. Uma implicação dessa hipótese simplificadora é que não há comércio internacional no modelo porque há apenas um bem. Outra hipótese do modelo de Solow é que a tecnologia é exógena, isto é, a tecnologia disponível não é afetada pelas ações dessas empresas. O modelo de Solow é construído em torno de duas equações: uma função de produção e uma equação de acumulação de capital. A função de produção é representada por: Y =F ( K , L )=K ∝ L1−∝ Onde Y é o produto, K é o capital e L é o trabalho e



é um número entre o e 1.

Essa função é chamada também de Cobb-Douglas. Nesse caso, se todos os números dobrarem, o produto dobrará, ou seja, há retorno constante de escala. Levaremos em consideração que o mercado é de concorrência perfeita, e de que as empresas são tomadoras de preço. Sendo assim, as empresas pagam um salário w por cada unidade de trabalho L, e um aluguel r, a cada unidade de capital de um período. De acordo com as condições de primeira ordem, as empresas irão contratar mão de obra até que o produto marginal da mão de obra seja igual ao salário e arrendar capital até que o produto marginal seja igual ao preço do aluguel:

w= r=

Y dF = (1−a ) , L dL

Y dF =a K dK

Observamos que wL + rK = Y. Os pagamentos aos insumos (pagamento aos fatores) exaurem totalmente o valor do produto gerado, de modo que não podem ser auferidos

lucros econômicos. Vale a pena ressaltar que os fatos utilizados são sobre o produto por trabalhador ou per capita. Podemos reescrever dessa forma, em termos de produto por trabalhador, y = Y/L e de capital por trabalhador k = K/L:

y=

k



Essa função é representada por:

y = k∝

k

Com mais capital por trabalhador as empresas geram mais produto por trabalhador. Entretanto há retornos decrescentes ao capital por trabalhador; à medida que adicione uma unidade de capital a um trabalhador, o produto gerado por esse trabalhador cresce menos e menos. A segunda equação fundamental do modelo de Solow é uma equação que descreve como o capital se acumula, segue a equação: K=sY −dK

De acordo com esta equação, a variação no estoque de capital K, é igual ao montante de investimento bruto, sY, menos o montante da depreciação que ocorre durante o processo produtivo, dK.

Conforme o modelo de Solow, supomos que os trabalhadores e

consumidores poupam uma função constante s, de sua renda combinada de salários e aluguéis, Y =wL + rK . Assim a economia será fechada de modo que a poupança seja igual ao investimento, e a única utilização do investimento nessa economia é acumular capital. Os consumidores alugam este capital para as empresas que o utilizarão na produção. É válido também ressaltar que o capital sofre depreciação durante a produção e isto é aplicado no modelo. Dessa forma, a equação y =

k ∝ , reescrita em termos de capital per capita, nos

informa a quantidade de produto per capita gerada por qualquer quantidade de capital per capita existente. Conseguimos isso tirando os logaritmos e derivando. Analisando a taxa de crescimento da força de trabalho, é importante frisar que a taxa de participação da força de trabalho é constante e que a taxa de crescimento populacional é dada pelo

parâmetro n. Isso implica que a força de trabalho, L/L, é também dada por s. Isto é, se a população cresce a uma taxa de 0,01 então a população e a força de trabalho crescem em 1% ao ano. Derivando e tirando logaritmos adequadamente obtemos a equação de acumulação de capital em termos por trabalhador: k =sy− ( n+d ) k

O investimento por trabalhador, sy, aumenta a medida que aumenta k, enquanto a depreciação por trabalhador, dk, reduz k. O que há de novo nessa equação é a redução de k devido ao crescimento populacional. Caso não ocorram novos investimentos e nem depreciação, o capital por trabalhador será reduzido devido ao aumento na força de trabalho. O montante da redução será exatamente representado por nk.

O diagrama de Solow O gráfico é plotado como função da razão capital/trabalho, e possui duas curvas. A primeira curva é o montante de investimento per capita,

sy = sk



, e possui a

mesma forma da função de produção, mas reduz pelo fator s. A segunda curva é a linha constante

( n+d ) k , que representa o novo investimento per capita necessário para

manter constante o montante de capital por trabalhador. Tanto a depreciação quanto o crescimento da força de trabalho tendem a reduzir o montante de capital per capita da economia. Quando essa mudança é positiva e a economia está aumentando seu capital por trabalhador, dizemos que está ocorrendo um aprofundamento de capital. Se a mudança é zero mas o estoque de capital real, K, está crescendo (em decorrência do crescimento populacional), dizemos que ocorre apenas um alargamento de capital. Para considerar um exemplo específico imaginamos uma economia que tenha um montante de capital igual a k0. Ao longo do tempo, o montante de investimento por trabalhador é superior ao necessário para se manter constante o capital por trabalhador, fazendo assim um aprofundamento de capital, ou seja k aumenta ao longo do tempo. Esse aprofundamento continuará até que

sy =( n+ d) k . Neste ponto, o montante de

capital por trabalhador permanece constante, e chamamos de estado estacionário. O gráfico de Solow demonstra o valor do capital por trabalhador no estado estacionário. A função de produção então determina o valor do produto por trabalhador no estado estacionário. Às vezes é bom incluir a função de produção no gráfico de Solow para

determinar o ponto claramente. O consumo por trabalhador no estado estacionário é dado pela diferença entre o produto por trabalhador e o investimento por trabalhador, ambos no estado estacionário. Quando a economia encontra-se em estado estacionário e passa por um choque, que consideramos que seja um aumento na taxa de investimento, ou aumento na taxa de crescimento populacional, algo acontece com a renda per capita. E veremos a seguir

Variações no Gráfico Quando ocorre um aumento na taxa de investimento, a curva é deslocada para cima de modo que atinja um novo ponto de estado estacionário. Neste ponto, a acumulação de capital foi aumentada, ou seja, o investimento por trabalhador é superior ao montante necessário para manter constante o capital por trabalhador, fazendo assim um novo aprofundamento de capital. De acordo com a função de produção, esse nível mais elevado de capital por trabalhador indica um maior produto per capita, ou seja, a economia está mais rica que antes. Ocorrendo um aumento na taxa de crescimento populacional, partindo do estado estacionário, a curva

( n+d ) k

é deslocada pra cima tomando uma forma mais

ascendente, assim o investimento por trabalhador não é mais suficiente para manter constante a razão capital trabalho, sendo assim a mesma se reduz. Nesse ponto, a economia tem menos capital por trabalhador do que no início e está mais pobre. O produto per capita cai após o aumento no crescimento populacional.

Propriedades do Estado Estacionário Por definição, a quantidade de capital por trabalhador, no estado estacionário, é determinada pela condição

K=0 . Chegamos a um produto por trabalhador no estado

estacionário, y*:

y∗¿

∝ / (1− ∝ )

( ) s n+d

Essa equação explica o porquê de uns países serem tão ricos e outros tão pobres, pois países que tem altas razões poupança/investimento tenderão a ser mais ricos. Esses países acumulam mais capital por trabalhador, e países com mais capital por trabalhador

têm um maior produto por trabalhador. Entretanto países que possuem maior taxa de poupança (investimento) tendem a ser mais pobres, de acordo com o Modelo de Solow. Nessas economias, é necessário um montante maior das poupanças para manter constante a razão capital/produto visto o aumento da população. Sendo assim, o Modelo de Solow é confirmado por dados empíricos. Crescimento Econômico no Modelo Simples O crescimento econômico no modelo simples quando está sob estado estacionário, segundo o modelo simples de Solow, é nulo. O produto por trabalhador é constante no estado estacionário, pois supomos que a taxa de participação da força de trabalho é uma constante. O produto cresce à taxa do crescimento populacional. Uma Economia que no início possui um estoque de capital por trabalhador inferior ao montante exigido pelo estado estacionário experimentará crescimento de k e y ao longo de uma trajetória de transição até chegar ao estado estacionário. Quanto mais elevado o nível do capital por trabalhador, tanto menor o produto médio do capital, y/k, decorrente dos retornos decrescentes à acumulação de capital. Por isso a curva será decrescente. Conforme a economia se encontre abaixo do valor de k no estado estacionário, mais rápido será o crescimento da economia. E quanto mais acima a economia se encontrar do valor de k no estado estacionário, tanto mais rapidamente k declinará.

O modelo de Solow com tecnologia Para que haja crescimento sustentado na renda per capita, é necessário introduzir o progresso tecnológico no modelo. Caracterizada pela variável A, na função de produção: ∝ Y =F ( K , AL) =K ( AL1−∝)

A variável A é aumentadora do trabalho, e o progresso tecnológico ocorre quando A aumenta ao longo do tempo. Uma importante hipótese do modelo de Solow é que o progresso tecnológico é exógeno: usando uma comparação comum, a tecnologia é como “maná dos céus”, no sentido em que surge na economia automaticamente, sem levar em consideração outros

acontecimentos. A taxa de crescimento K será constante, apenas se Y/K for constante. Se Y/K for constante, y/k também será, e mais importante analisar que y e k crescerão na mesma taxa. Uma situação em que capital, produto, consumo e população crescem a taxas constantes é denominada trajetória de crescimento equilibrado. No Modelo de Solow, ao longo da trajetória de crescimento equilibrado, o produto por trabalhador e o capital por trabalhador, crescem ambos à taxa do progresso tecnológico exógeno, g. O modelo com tecnologia revela que o progresso tecnológico é a fonte do crescimento per capita sustentado.

O Gráfico de Solow com Tecnologia A diferença entre o gráfico simples e o com a tecnologia é que no longo prazo, a variável k deixa de ser constante. A variável k~ representa a razão entre capita por trabalhador e tecnologia, referindo-se a capital-tecnologia. Se a economia parte de uma razão capital-tecnologia que está abaixo do necessário ao estado estacionário, digamos que no primeiro instante em que se tocam razão aumentará gradualmente ao longo do tempo. Porque o montante de investimento que está sendo feito, é superior ao necessário para manter constante a razão capitaltecnologia. Será verdade até que a economia entre no estado estacionário e cresce ao longo de uma trajetória de crescimento equilibrado. O produto por trabalhador ao longo da trajetória de crescimento equilibrado é dado pela tecnologia, pela taxa de investimento e pela taxa de crescimento populacional. Variações na taxa de investimento ou na taxa de crescimento populacional afetam o nível de produto por trabalhador no longo prazo, mas não afetam a taxa de crescimento de longo prazo do produto por trabalhador. Quando ocorre mudança na política econômica, o produto por trabalhador está crescendo à taxa constante g, de modo que o logaritmo do produto por trabalhador aumenta linearmente. No momento em que há mudança na política econômica, t*, o produto por trabalhador começa a crescer mais rápido. Esse crescimento mais veloz continua temporariamente até que a razão produto-tecnologia atinja seu novo estado estacionário. Dois pontos importantes sobre o modelo de Solow, apontados pela dinâmica de transição:

1. O modelo afirma que as mudanças na política aumentam as taxas de crescimento, mas apenas temporariamente, ao longo da trajetória de transição rumo ao novo estado estacionário. Ou seja, as mudanças na política não tem efeito de crescimento no longo prazo. 2. As mudanças na política podem ter efeitos sobre o nível. Ou seja, mudança na política permanente pode aumentar (ou diminuir) permanentemente o novel do produto per capita.

Avaliações do Modelo de Solow: Como o modelo desenvolve suas respostas para o crescimento e o desenvolvimento? - O modelo de Solow recorre as diferenças nas taxas de investimento e nas taxas de crescimento populacional e (talvez) nas diferenças exógenas na tecnologia para explicar diferenças na renda per capita. Porque somos tão ricos e eles tão pobres? - É porque investimos mais e temos menores taxas de crescimento populacional, o que nos permite acumular mais capital por trabalhador, e assim aumentar a produtividade da mão de obra. Porque os economistas registram crescimento sustentado? - A resposta está no progresso tecnológico. Anteriormente visto, analisamos que o crescimento per capita acabará na medida em que começarem a manifestarem-se os retornos decrescentes do capital. Contudo, o progresso tecnológico pode compensar a tendência declinante do produto marginal do capital, e no longo prazo, os países crescerão à taxa do progresso tecnológico. Como o modelo de Solow explica a diferença nas taxas de crescimento entre países? - Ele recorre a diferenças de progresso tecnológico. Entretanto é possível recorrer a uma explicação mais sutil, utilizando a dinâmica de transição. Por exemplo, uma economia com uma razão capital-tecnologia inferior ao nível de longo prazo crescerá rapidamente até alcançar o nível de seu estado estacionário....


Similar Free PDFs