Resumo de Annelida - Filogenia e morfologia de anelídeos PDF

Title Resumo de Annelida - Filogenia e morfologia de anelídeos
Course Zoologia II
Institution Universidade Federal Fluminense
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Filogenia e morfologia de anelídeos...


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Resumo de Annelida

São invertebrados que ocorrem em ambientes bentônico e planctônico marinhos, dulcícolas e terrestres. Variam desde formas com poucos milímetros até 3m de comprimento. A grande maioria das espécies é de vida livre, mas algumas são ectoparasitas, hematófagas e ocorrem alguns grupos comensais. Anelídeos são triploblásticos, bilaterais e celomados, nos quais as cavidades celomáticas são de origem esquizocélica. A característica mais evidente do grupo é a segmentação do corpo ou metameria, uma condição de construção do corpo conhecida como homologia seriada. Os segmentos distribuem-se ao longo do tronco em uma série longitudinal de unidade morfofisiológicas. Os segmentos novos são formados na frente do último segmento ( pigídio), de modo que o segmento mais antigo do corpo é aquele imediatamente atrás do peristômio. De modo geral, cada segmento possui uma cavidade preenchida por liquido celomático que é delimitado por uma membrana denominada peritônio. Essa membrana forma os septos intersegmentares, que separam as cavidades celomáticas de cada segmento. A organização dos segmentos como cavidades isoladas por septos é bem representada nas minhocas terrestres, podendo ocorrer a separação em cavidades esquerda e direita em cada segmento. Os septos intersegmentares apresentam vários graus de redução nas formas marinhas e nas sanguessugas praticamente inexistem. A parede do corpo dos anelídeos é revestida externamente por uma cutícula muito fina de escleroproteína e mucopolissacarídeos. A cutícula apresenta microestriações que produzem a iridescência. A parede do corpo, abaixo da epiderme e derme, é muscular, em cada segmento correm feixes circulares mais externos, feixes longitudinais mais internos e outros conjuntos de fibras musculares. Para a locomoção, a maioria dos anelídeos conta com estruturas rígidas de origem epidérmica chamadas de cerdas ou setas. Os feixes de cerdas são responsáveis pela tração do animal contra o substrato. Nos poliquetos, tais feixes dispõem-se aos pares em cada segmento, em projeções laterais carnosas chamadas parapódios. A região cefálica corresponde ao prostômio, que se situa logo à frente da boca, dorsalmente, com frequência seguido de um peristômio, que contorna a boca, mas podem ocorrer diferentes graus de modificação e fusão de segmentos nessa região. O sistema sensorial está concentrado principalmente na região cefálica, em diversos apêndices, órgãos nucais e estatocistos, mas encontra-se também em diferentes formações segmentares, como papilas e cirros na maioria das formas marinhas. Grupos terrestres e dulcícolas são desprovidos de apêndices sensoriais cefálicos. O sistema nervoso é bem desenvolvido, com gânglios cerebrais dorsais no prostômio de formas

marinhas. Nos grupos terrestres e dulcícolas, os gânglios cerebrais estão deslocados posteriormente. O tubo digestivo é completo e pode apresentar vários graus de regionalização, com ânus localizado no pigídio. Em geral, o sistema circulatório é fechado; o sangue circula em vasos longitudinais e vasos de menor calibre nos segmentos. A respiração pode ser tegumentar ou branquial. Na maioria das espécies a excreção é realizada por metanefrídios, sempre aos pares, mas podem ocorrer protonefrídios. O número de metâmeros nos quais ocorrem metanefrídios é variável. Anelídeos podem ser dioicos ou hermafroditas, com gônadas permanentes ou não. As formas marinhas apresentam desenvolvimento indireto, com larva planctônica denominada trocófora. São separados em duas classes: Polychaeta e Clitellata. As poliquetas formam a classe com maior número de espécies, são predominantemente marinhos, com algumas espécies capazes de viver em setores estuarinos de baixa salinidade, sendo praticamente inexistentes no meio terrestre. Os clitelados da subclasse Oligochaeta, representados pelas minhocas, são predominantemente terrestres, mas apresentam importantes representantes marinhos e dulcícolas. Os clitelados da Subclasse Hirudinoidea, conhecidos como sanguessugas, são predadores e ectoparasitas, predominantemente dulcícolas, mas com representantes terrestres e marinhos, incluindo sanguessugas e ectoparasitas. Os clitellata compõe um grupo monofilético, sendo que os oligoquetos formam o ramo mais basal, e os hirudinóideos mantém várias características presentes nos oligoquetos, por isso são considerados vermes de transição entre os dois agrupamentos de clitelados. A evolução do grupo deu-se provavelmente a partir de um ancestral com segmentação homônoma, marinho, bentônico e cavador em fundos lodosos. Aceita-se que as tendências seguidas ao longo da evolução do grupo foram: especialização do aparelho reprodutor, levando à redução do número de órgãos e ao hermafroditismo nos clitelados; perda e redução dos parapódios e cerdas; redução e fixação do número de segmentos e formação de ventosas para alimentação e locomoção no caso das sanguessugas. Considerando as afinidades dos grupos de invertebrados protostômios, existe uma característica compartilhada entre vários filos como Mollusca, Sipuncula, Priapula, Echiura, Pogonophora, entre outros, que é a presença de um estágio larval planctônico chamado trocófora, o que deve ser mais uma evidência da existência de um ancestral comum a todos esses grupos.

POLYCHAETA As poliquetas formam um grupo de animais bentônicos muito comuns desde a faixa das marés, nas praias e nos costões, até profundidades abissais. São animais que geralmente apresentam populações numerosas, havendo ampla variação de forma e cor entre os vários grupos. Há formas errantes que se deslocam livremente sobre o substrato, e formas que habitam permanentemente galerias ou tubos construídos com diferentes tipos de materiais em fundos arenosos e lodosos. Alimentam-se de matéria orgânica morta e vegetais, assim como de outros animais e, por sua vez servem de alimento para muitos peixes constituindo importante elo em cadeias alimentares de regiões costeiras rasas. As cerdas são estruturas quitinosas de origem epidérmica, muito numerosas e presentes em projeções laterais carnosas, chamadas parapódios. Ao entrarem em contato com o substrato, as cerdas fornecem tração para que o animal se locomova. Os parapódios repetem-se aos pares em cada segmento, mas estão ausentes no prostômio, peristômio e pigídio. A forma e as especializações na região da cabeça estão muito relacionadas com o hábito de vida, com grande variação entre os grupos. As poliquetas errantes possuem geralmente muitos apêndices, que auxiliam na percepção do ambiente, como por exemplo, palpos, antenas e cirros. Nas espécies tubícolas ou sedentárias, ocorre modificação da região cefálica em tentáculos e radíolos que tem função na coleta de alimento. Oligochaeta Minhocas que apresentam menor variação morfológica e menor número de espécies, quando comparados a poliquetas. São saprófitas e detritívoros, mas há algumas espécies predadoras. O nome Oligochaeta está relacionado ao fato de possuírem poucas cerdas, as quais emergem diretamente da parede do corpo, ou seja, não há parapódios. As minhocas são cavadoras do solo e a eficiência para este hábito é dado por um sistema esquelético hidrostático. O sistema é baseado na pressão do líquido celomático contido em cada segmento do corpo e que apresenta volume constante. O esqueleto hidrostático funciona a partir de contrações alternadas das musculaturas longitudinais e circulares da parede do corpo, que modificam o comprimento e o diâmetro dos segmentos. As contrações iniciam-se na região anterior e promovem a formação de ondas de peristaltismo que, associadas à tração das cerdas contra o substrato, fazem com que a minhoca se locomova ou mesmo cave galerias no solo. O papel ecológico das minhocas terrestres é muito grande, pois auxiliam na aeração e drenagem do solo, além de contribuírem na produção de húmus que aumenta a fertilidade e evita a lixiviação do solo. Dessa forma, a presença de minhocas indica boa qualidade do solo. São hermafroditas, com órgãos reprodutores permanentes. Possuem um clitelo, que é

um anel de tecido glandular que cobre alguns segmentos anteriores. Essa estrutura está associada ao sistema reprodutivo, pois secreta muco, formando um casulo no qual se desenvolvem os embriões. Minhocas não têm olhos. É notável o uso que fazem de uma pequena probóscide (faringe eversível) como órgão de percepção, tocando o ambiente à sua frente durante o deslocamento. Com esse comportamento, as minhocas podem perceber a irradiação de calor que uma fonte luminosa produz. Ao aproximar-se uma fonte de luz ou calor, a minhoca imediatamente muda o rumo da sua trajetória, uma estratégia que evita a dessecação. A reação de “pular” quando tocada é mediada por fibras gigantes do sistema nervoso, que transmitem impulsos diretamente à musculatura, causando sua rápida contração. Apesar de não ter controle sobre a direção do movimento, esta reação muitas vezes deve ser suficiente para desencorajar um predador. As trocas gasosas processam-se através da parede corporal das minhocas. A epiderme funciona como uma membrana semi permeável que permite as trocas gasosas, desde que a cutícula mantenha-se umedecida. O sistema nervoso é composto por gânglios suprafaringeanos ou cerebrais, de onde tem conectivos perifarngeanos, que se ligam ventralmente ao gânglio subfaringeano. A partir desse ponto inicia-se um longo cordão nervoso ventral único, com espessamentos que correspondem aos gânglios nervosos segmentares, Em cada segmento, existem terminações de fibras nervosas que se dirigem à parede do corpo e aos órgãos internos daquele segmento. HIRUDINOIDEA Vivem predominantemente em água doce, existem poucas espécies marinhas e terrestres, sendo estas últimas ocorrentes em regiões tropicais. As sanguessugas são conhecidas devido ao hábito hematófago de muitas espécies. Como um grupo, as sanguessugas podem ser consideradas como anelídeos altamente especializados. Apesar de apresentarem características comuns com os oligoquetos, apresentam caracteres derivados exclusivos, como ventosas anterior e posterior, número fixo de segmentos, perda dos septos intersegmentares, redução do volume da cavidade celomática e ausência de parapódios e cerdas. Desta forma, o esqueleto hidrostático perde a função de locomoção e escavação em substratos. Considerando a fisiologia, as sanguessugas também apresentam caracteres exclusivos como glândulas salivares que secretam substâncias anticoagulantes, importantes para espécies hematófagas, e ainda um tubo digestivo com muitos cecos gástricos, que estão relacionados a uma dieta específica e altamente energética- sangue. Para a digestão do sangue, apresentam bactérias simbiontes nos cecos, uma vez que o intestino não secreta certas enzimas, como amilases, lipases e endopeptidases.

São hermafrodita. O sistema reprodutor masculino é composto por 5 a 10 pares de testículos, gonodutos e um gonóporo. O sistema reprodutor feminino é composto por um par de ovários, com ovidutos que terminam em órgão ímpar, a vagina...


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