Resumo do livro O mundo de ponta cabeça: ideias radicais durante a revolução inglesa de 1640 de Christopher Hill PDF

Title Resumo do livro O mundo de ponta cabeça: ideias radicais durante a revolução inglesa de 1640 de Christopher Hill
Author Andressa Oliveira
Course História moderna
Institution Universidade Federal de Rondônia
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Resumo do livro O Mundo De Ponta Cabeca: Ideias Radicais Durante A Revolucao Inglesa De 1640, de Christopher Hill, 1987....


Description

Professor: Marco Antônio Domingues Teixeira Aluna: Andressa dos Santos de Oliveira Disciplina: História moderna

3° período

Resumo do livro: O mundo de ponta cabeça: ideias radicais durante a revolução inglesa de 1640 de Christopher Hill

Capítulo 1- Introdução Por muitos séculos as revoltas populares constituíram uma característica essencial da tradição inglesa, e as décadas centrais do século XVII presenciaram a maior revolução que já ocorreu na Grã-Bretanha. O mundo de ponta cabeça não tentará contar mais uma vez a história de como o Exército do Longo Parlamento derrotou Carlos I e seus partidários, executou o rei e estabeleceu uma república de curta duração. Embora o Parlamento contasse com considerável apoio popular nos anos 1640, a longo termo as consequências da Revolução foram todas beneficiar a pequena nobreza e os comerciantes, não a metade inferior da população, na qual o livro tem como enfoque. Este livro estuda o que, de um ponto de vista, não passa de ideias e episódios secundários na Revolução Inglesa: as tentativas de vários grupos, formados em meio à gente simples do povo, para imporem as suas próprias soluções aos problemas de seu tempo, em oposição aos propósitos dos seus melhores, que os haviam chamado a ingressar na ação política. Por conseguinte tendemos, inconscientemente, a impor contornos claros demais à história inicial das seitas inglesas, a projetar crenças posteriores sobre os anos 1640 e 50. Um dos objetivos deste livro estará em sugerir que nesse período as coisas eram muito mais enevoadas. Mais ou menos entre 1645 e 1653 procedeu-se na Inglaterra a uma enorme contestação, questionamento e reavaliação de tudo, foram questionadas velhas instituições, velhas crenças, assim como velhos valores. Os homens moviam-se rapidamente de um grupo crítico para outro. Nosso período começa quando o Parlamento parecia haver triunfado sobre o rei, e a pequena nobreza e os grandes comerciantes que tinham apoiado a causa parlamentar durante a guerra civil esperavam reconstruir as instituições da sociedade segundo os seus próprios desejos e impor os seus valores. Se nisso não tivessem sido bloqueados, a Inglaterra poderia ter passado diretamente para algo parecido com a institucionalização política de 1688 — isto é, soberania parlamentar, monarquia limitada, política externa imperialista, em suma, um mundo seguro e lucrativo para os homens de negócio. Mas, em vez disso, houve um período de fabulosa mobilidade e de fermentação intelectual. Qualquer coisa parecia possível, e não foram questionados apenas os valores da velha sociedade hierárquica, porém igualmente os novos valores, a própria ética protestante e foi apenas aos poucos que se restabeleceu o controle. Podemos ser simplistas e dizer que houve duas revoluções na Inglaterra dos meados do século XVII. Uma, a que venceu, estabeleceu os sagrados direitos de propriedade (abolição dos títulos feudais sobre a terra, o fim da taxação arbitrária), conferiu poder político aos proprietários (soberania do Parlamento e da common law,

supressão dos tribunais que funcionavam com base na prerrogativa e removeu tudo que impedia o triunfo da ideologia dos homens com propriedades — ou seja, da ética protestante. Houve, porém, outra revolução, que nunca chegou a se concretizar, embora de tempos em tempos ameaçasse acontecer. Ela poderia haver estabelecido um sistema comunal de propriedade e uma democracia muito mais ampla nas instituições legais e políticas; poderia, também, haver retirado da Igreja Anglicana o seu caráter oficial e repudiado a ética protestante. O objeto deste livro está em examinar essa revolta no interior da Revolução e a fascinante torrente de ideias radicais que ela desencadeou. A história precisa ser reescrita a cada geração, porque embora o passado não mude, o presente se modifica; cada geração formula novas perguntas ao passado e encontra novas áreas de simpatia à medida que revive distintos aspectos das experiências de suas predecessoras. Melhorou o conhecimento dos levellers quando a democracia política se estabeleceu na Inglaterra, em finais do século XIX e inícios do XX; os diggers têm algo a dizer aos socialistas de nosso século. Agora que a própria ética protestante, a maior realização da sociedade burguesa europeia no curso dos séculos XVI e XVII finalmente está sendo questionada, após um império de trezentos ou quatrocentos anos, podemos estudar com simpatia renovada os diggers, os ranters e os muitos outros pensadores audazes que, nos Seiscentos, se ecusaram a ajoelhar-se e a adorá-la. A narrativa histórica, o contorno mais amplo dos acontecimentos, está dada. Ainda que se estude de modo sistemático o pormenor da documentação existente, isso não modificará o que é essencial, factualmente, na história. Mas a interpretação variará segundo as nossas atitudes, segundo o que vivemos no presente. Por isso a reinterpretação não é somente possível — é também necessária. Assim como o professor Barraclough tornou a nossa geração consciente do estreito provincianismo que domina a perspectiva da maior parte dos historiadores e nos instou a ampliar a geografia de nossos estudos, da mesma forma a experiência de alguma coisa que se aproxima da democracia faz-nos ver que a maior parte da nossa história está escrita a respeito de um minúsculo fragmento da população, e do seu ponto de vista, e dá-nos a intenção de ampliá-la tanto em profundidade quanto em largura. Ou, em outras palavras: cada geração recupera uma nova parte daquilo que seus predecessores, com arrogância e esnobismo, desqualificaram sob o nome de "camada de lunáticos". Na verdade, os historiadores fariam bem em evitar um termo tão carregado quanto "camada de lunáticos". O lunatismo — assim como a beleza — pode estar nos olhos de quem vê. Houve, é claro, lunáticos no século XVII, mas a psiquiatria de nossos dias está nos ajudando a entender que a própria loucura pode ser uma forma de protesto contra as normas sociais, e que de certa forma o "lunático" pode ser mais sadio do que a sociedade que o rejeita. Por terem consciência de que suas convicções pareceriam intoleravelmente extremadas a seus respeitáveis contemporâneos: a loucura desempenhava uma função social na sociedade medieval. Por convenção, em certas datas determinadas — Terça-Feira de Carnaval, as Festas de Loucos, o Dia de Todos os Loucos e algumas outras — a hierarquia social e as decências sociais podiam ser invertidas. Isso constituía uma válvula de escape: as tensões sociais eram liberadas por uma inversão ocasional dos papéis; talvez isso fizesse a ordem social parecer mais tolerável. A novidade do século XVII foi a ideia de que o mundo pudesse ser invertido de modo permanente: a ideia de que o mundo onírico do País de Cocanha ou o reino do céu pudesse ser atingido na terra, aqui, agora. Mas, pelo menos, erro por erro, é melhor que o historiador erre por buscar significação racional em ideias que os homens do século XVII levavam a sério. Se desconsiderarmos tais ideias, simplesmente porque a

nós elas parecem irracionais, poderemos estar-nos privando de algumas chaves valiosas para a compreensão da sociedade. Não precisamos mais multiplicar as desculpas só porque consideramos os homens comuns do passado segundo os termos que eram seus e tentamos compreendêlos. Os historiadores se interessam pelas ideias não apenas porque elas influenciam as sociedades, mas também porque são reveladoras das sociedades que as originaram. Daí que a verdade filosófica das ideias seja irrelevante para o propósito do historiador. Estudando algumas das ideias menos convencionais que vieram à tona durante a Revolução Inglesa, o objetivo deste livro é alcançar uma compreensão mais profunda da sociedade inglesa do que seria permitido pela documentação anterior a 1640 ou posterior a 1660, quando a censura garantia que não fossem publicadas ideias realmente subversivas. Na medida em que esta tentativa obtiver sucesso, terá algo a dizer não apenas sobre a história inglesa num período de excepcional liberdade, mas também sobre os períodos mais "normais" que o precederam e sucederam.

Capítulo 2- O pergaminho e o fogo Na Inglaterra anterior a 1640 existia um pano de fundo de hostilidade entre as classes bem maior do que os historiadores costumaram reconhecer. Em 1614 um observador escocês comentava, por exemplo, a atitude "amarga e desconfiada" do povo comum inglês frente à pequena e à alta nobreza. Esses sentimentos eram retribuídos. Apenas os membros da classe dominante fundiária eram autorizados a portar armas: "a parte mesquinha do povo e os criados" eram normalmente excluídos do serviço na milícia, por uma política bem deliberada. Quando, nas condições excepcionais de 1588, o treinamento militar foi estendido a toda a população com residência estabelecida, vieram queixas, do condado de Herefordshire, reclamando que os criados, assim que obtivessem instrução militar, se tornariam ingovernáveis e não desejariam continuar a servir os seus senhores com a subordinação adequada. Nos séculos XVI e XVII, à medida que a população se expandia rapidamente, Londres, como vou sugerir, tornou-se o refúgio de "homens sem governo" — vítimas do cercamento de terras, vagabundos, criminosos — numa escala que alarmou os contemporâneos. Além dessas tensões de classe, ou expressando-as, existia uma tradição plebeia de anticlericalismo e irreligião. Para não recuarmos muito no passado: os lolardos, no começo do século XVI, desenvolveram uma versão popular das heresias de John Wyclif. O professor A. G. Dickens mostrou como a influência lolarda sobreviveu sob a forma de um ceticismo materialista popular, que nos faz sentir "muito mais perto da era de Voltaire do que seria normal no século XVI". Esses homens costumavam ser chamados, por seus inimigos, de anabatistas ou familistas. Tais nomes — muito conhecidos no continente — na Inglaterra eram aplicados de maneira bem pouco rigorosa: a maior parte da nossa documentação provém de acusações feitas nos tribunais eclesiásticos.33 A principal doutrina anabatista era que as crianças não deviam ser batizadas. A aceitação do batismo — isto é, a recepção na Igreja — tinha de ser o ato voluntário de um adulto. Isso claramente subvertia o conceito de uma Igreja nacional, à qual todo inglês, toda inglesa pertencia; ao invés desta, propunha a formação de congregações voluntárias por aqueles que acreditavam ser os eleitos. Logicamente, um anabatista tinha de objetar ao pagamento de dízimos, os dez por cento dos ganhos de cada um que, pelo menos teoricamente, serviam para sustentar os ministros da Igreja estatal.

Muitos anabatistas recusavam-se também a prestar juramentos, pois não admitiam que uma cerimônia religiosa servisse para finalidades judiciais e seculares; outros rejeitavam a guerra e o serviço militar. Alegava-se que bom número deles levava o igualitarismo até o ponto de negar o direito à propriedade privada. O nome veio a ser usado num sentido pejorativo genérico, para referir-se àqueles que, acreditava-se, opunham-se à ordem social e política vigente.

Capítulo 3 – Homens sem senhor A essência da sociedade feudal residia no elo de lealdade e dependência entre um homem e seu senhor. A sociedade era de estrutura hierárquica: alguns eram senhores, outros, seus servidores. Os pressupostos eram os de uma sociedade agrária relativamente estática, na qual as lealdades e os controles eram locais: não havia terra, nem homem, sem um senhor. É claro que a realidade jamais correspondeu a este modelo, e pelo século XVI a sociedade estava-se tornando relativamente móvel: não eram mais foragidos da lei os homens sem senhor, porém existiam em números alarmantes — treze mil, a maior parte dos quais no norte, calculou um levantamento governamental efetuado em 1569; trinta mil só em Londres, segundo uma suposição menos cuidadosa, de 1602. Qualquer que fosse o seu número, o fato é que tais homens — servidores de ninguém — constituíam anomalias, um elemento potencial de dissolução da sociedade. Em primeiro lugar, havia vadios, vagabundos e mendigos, que perambulavam pelos campos, às vezes em busca de emprego, porém mais frequentemente como refugos para quem não havia lugar numa sociedade em transformação econômica e em rápida expansão demográfica. Os ineficientes e os infelizes vagavam pelas estradas. Causavam considerável pânico nos círculos dominantes durante o século XVI, porém jamais constituíram séria ameaça à ordem social. Os vagabundos não iam à igreja, nem pertenciam a qualquer grupo social organizado. Uma espécie bem distinta de homens sem senhores era formada pelos membros das diversas seitas protestantes. Estes eram como se tivessem escolhido a condição de não terem senhores, na medida em que optaram por sair da Igreja estatal — que estava tão estritamente moldada conforme a estrutura hierárquica da sociedade, tão estreitamente controlada pelo pároco e pelo fidalgo local. As seitas detinham maior força nas cidades, onde formavam comunidades para receber os homens, em sua maior parte migrantes, que aspiravam a permanecer acima do nível dos trabalhadores temporários e dos indigentes: pequenos artesãos, aprendizes, trabalhadores dedicados e graves, todos estes podiam reconhecer-se mutuamente como os eleitos num mundo sem Deus. "Os terrenos comunais são sementeiras de mendigos, como podemos ver nas florestas e pântanos", comentou-se em 1607 na Câmara dos Lordes. Um geômetra isabelino disse, dos camponeses pobres da floresta de Rockingham: "enquanto se permitir que eles vivam em tal indolência graças ao gado que possuem, não se dobrarão a nenhuma espécie de trabalho". Era preciso desmatar as florestas e cercar os campos, para pôr termo à "multiplicação dos mendigos".49 Na floresta de Dean vivia "gente de vida e convívio muito lascivo, que deixara o seu condado natal e muitos outros para ter, nesse lugar, um abrigo que ocultasse as suas vilezas". O desmatamento e o cercamento assim poderiam ser considerados como um dever nacional, que apesar das aparências em contrário constituiria uma bênção para o pobre, ao mesmo tempo que proporcionaria lucros mais imediatos ao rico que se apropriava das terras cercadas. Havia assim duas políticas completamente opostas para tratar das florestas, dos terrenos comunais e das terras abandonadas. A medida que a população aumentava e se

construíam novos cottages, derrubavam-se árvores, e as pastagens comunais ficavam por assim dizer "superlotadas" de animais, frequentemente de propriedade de homens ricos, "fidalgos recentes (e mais gananciosos)", que adquiriam cottages para assim terem direito a utilizar as terras comunais.63 Esses homens tinham "terra própria para manterem seus animais durante oinverno ou quando a pastagem comunal já foi totalmente consumida, e por falta desses recursos para o inverno os pobres não têm vantagem nenhuma". Contudo, essa terra não recebia nenhuma adubação. Apesar das proibições, os mais miseráveis roubavam o estrume das pastagens comunais para utilizá-lo como combustível. "Há menos pobres onde há menos terrenos comunais", escreveu Samuel Hartlib — que não era um homem sem coração.

Capítulo 4 – Agitadores e oficiais Um agrupamento de homens sem senhores que não mencionei no último capítulo — de todos o mais poderoso, o mais motivado politicamente, porém o que teve a vida mais curta — foi o Exército de Novo Tipo. Joan Thirsk e A. Everitt especularam se as charnecas e florestas não forneceram a maior parte dos recrutas para os exércitos do Parlamento, durante a guerra civil.1 Foi um grupo de "homens das charnecas", comandados por "uma pessoa de baixa extração", que sustentou o ataque quando das primeiras lutas em Staffordshire.2 Em Lancashire, em 1642, foram "esses rústicos inflexíveis das florestas de Pendle e Rossendale" que "se decidiram por levar a luta até o fim". Os habitantes dos pântanos de Holland, "assim como aqueles hábeis e conhecidos mateiros de Dean", estavam "sempre dispostos a se levantar contra as forças de Sua Majestade", escreve um órgão realista em 1645; seis anos mais tarde, eles também se voltariam contra Cromwell.4 E, durante a guerra civil, a Ilha de Ely pode ter sido a principal base de recrutamento de Cromwell. Normalmente os exércitos recrutavam suas praças nas cadeias e junto à mais baixa espécie de indivíduos. É verdade que nem todos os soldados do Novo Tipo eram voluntários, porém os seus oficiais e a maior parte dos cavaleiros o eram. Existem muito poucos estudos sobre a composição social do Exército, mas provavelmente ele era, como muitos proclamavam, uma amostra mais representativa do povo inglês do que a Câmara dos Comuns. Os exércitos do Parlamento constituíram o melhor exemplo de mobilidade social durante um período de tanto movimento. Atravessavam o país de um canto a outro, misturando populações em escala nunca dantes conhecida. Os capelães do Novo Tipo pregavam para congregações de civis assim como para os seus soldados. Enquanto o tempo passava, um número crescente de soldados rasos ia também assumindo funções de prédica. Os pregadores presbiterianos e independentes só podiam culpar a si mesmos, se no Exército e em Londres prosperavam teorias da soberania popular. William Bridge pregava que, caso um príncipe neglicenciasse os seus encargos expondo os súditos à violência em vez de protegê-los, estes não cometeriam usurpação alguma tomando em mãos o seu próprio destino — estariam, apenas, assumindo diretamente o exercício de um poder que nunca deixara de lhes pertencer.17 Tais ideias haviam parecido necessárias, para persuadir o povo a apoiar a rebelião armada, porém nem todos os que as pregavam esperavam que as ordens inferiores da sociedade as levassem demasiado a sério. Os levellers londrinos aspiravam a assumir a liderança da "espécie mais mesquinha". É frequente criticá-los por uma abordagem demasiado racional da política, na qual teriam negligenciado o papel da força militar, porém o fato é que durante a

primavera de 1647 eles conseguiram ter um contato estreito com os agitadores, dispondo ainda de numerosos simpatizantes junto aos militares de todos os escalões. Por essa ocasião alguns deles, pelo menos, consideraram que para terem força política precisariam assumir o controle do Exército.

Capítulo 5 – O norte e o oeste A conhecida oposição entre o norte e oeste realistas e o sul e leste parlamentares, durante a guerra civil, expressa também um confronto entre o norte e o oeste, relativamente atrasados, e o sul e o leste, economicamente avançados. O norte e o oeste eram considerados pelos partidários do Parlamento como "os recantos obscuros do reino", nos quais a pregação existente era de todo insuficiente, a despeito dos esforços de muitos puritanos que tentaram subvencioná-la.1 Em 1641 Lorde Brooke observava que "sequer há um ministro em condados inteiros, como os de Cumberland, Westmorland, Northumberland e, mais que tudo, no País de Gales".2 Dezoito anos depois Richard Baxter dizia haver "multidões na Inglaterra, e mais ainda em Gales, na Cornualha, Irlanda e nas Highlands, praticamente incapazes de falar qualquer coisa racional sobre coisas comuns". Serão elas, perguntava, "capazes de ter o poder soberano e de governar a república?. E no entanto um dos paradoxos desse período é que, dentre os grupos sectários mais radicais, os quacres nasceram quase exclusi-vãmente no norte da Inglaterra, ao passo que os batistas foram muito fortes em Gales. O novo movimento dos independentes, na Inglaterra, foi destruído pelos galeses, no dizer de Erbery; "as Igrejas consagradas receberam os mais duros golpes dos santos nortistas, tanto na Inglaterra quanto em Gales. O paradoxo fica salientado pelo fato de que os ministros puritanos, do tipo que então havia no norte, haviam sido quase todos expulsos pelo arcebispo Neile durante a década de 1630.11 Outros fugiram de suas paróquias no norte ou em Gales no correr da guerra civil, quando suas áreas foram ocupadas pelas forças realistas. Erbery fornece outra razão para haver tão poucos ministros ordenados por bispos no norte e em Gales: "eles acorreram a paróquias ricas, das quais haviam sido expulsos os ministros malignos O grindletonismo é a única seita inglesa que deve o seu nome a um lugar e não a uma pessoa ou a um conjunto de crenças,41 e esse dado é importante. Pois, embora Roger Brearley, vigário de Grindlet...


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