Origens ideologicas da Revolução Inglesa Christopher Hill PDF

Title Origens ideologicas da Revolução Inglesa Christopher Hill
Course Historia Moderna
Institution Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
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Summary

Christopher Hill na introdução do seu livro, Origens Intelectuais da Revolução Inglesa, constrói seu texto derrubando a tese de que a Revolução Inglesa diferentemente da Revolução Francesa não teve base ou influencia intelectual. Christopher Hill é um historiador britânico que compõe uma produção qu...


Description

HILL, Christopher. “Introdução”. In: Origens Intelectuais da Revolução Inglesa. São Paulo: Martins Fontes, 1992, pp. 7-23.

Christopher Hill na introdução do seu livro, Origens Intelectuais da Revolução Inglesa, constrói seu texto derrubando a tese de que a Revolução Inglesa diferentemente da Revolução Francesa não teve base ou influencia intelectual. Christopher Hill é um historiador britânico que compõe uma produção que está ligada à de um grupo de historiadores marxistas ingleses dos quais se destacam. A maior parte da pesquisa de Hill concentra-se na compreensão da Revolução Inglesa, ocorrida no século XVII. Para Hill, os historiadores quando tentam explicar a Revolução Francesa sempre recorrem a intelectuais como Montesquieu, Voltaire, Diderot, e Rousseau, pois estes formam a base intelectual da revolução. Entretanto a Revolução Inglesa seria isenta de uma fundamentação intelectual, como afirma o próprio autor, “um fato sobre o qual há consenso geral entre os historiadores: o de que a Revolução Inglesa não teve origens intelectuais. Ela simplesmente aconteceu da forma empírica tipicamente britânica em que sempre gostamos de nos imaginar: num acesso de distração”. Mas Christopher defende a ideia de que nenhuma grande Revolução pode ocorrer sem ideias, desta forma ele acredita que a Revolução Inglesa teve ideias para fundamentá-la, e estas ideias não precisam partir e nem partiu de grandes intelectuais como os já citados. Por isso Hill parte a discutir quais ideias podem ter contribuído para tal feito. A bíblia de Genebra, por exemplo, serviu até de base intelectual para revolucionário, como assevera o autor marxista “a bíblia de Genebra com suas notas marginais extremamente politizadas, esteve bem perto de se converter, e não pela ultima vez, num manual revolucionário”. O autor antes de enumerar as ideias que moveram a Revolução Inglesa, faz algumas ressalvas preliminares quanto às ideias em geral. A primeira é que ele não acredita em linhagens de ideias; depois que as ideias também não se desenvolvem no vácuo, ou seja, as ideias sozinhas não têm poder elas precisa de indivíduos que se identifique ou que acreditem nela, desta forma o autor acredita que são as ideias que põem os homens em ação. Para Will o historiador deve atribuir importância às circunstâncias que deram a essas ideias a possibilidade de se concretizar, pois para que essas ideias se consolidem, além de ir ao encontro das necessidades de grupos significativos da sociedade em que adquirem

notoriedade, ela precisa de momento oportuno, para defender essa ideia, ele cita, por exemplo, o Luteranismo. Outro ponto que o autor defende é de que os pensadores não eram pessoas isoladas de suas sociedades, mas que estavam inseridas nela. Christopher Hill tenta estabelecer paralelos entre a Revolução Inglesa com a Francesa, pois ele vê coisas em comum entre ambas, diferentemente do pensamento historiográfico tradicional. Entretanto ele conclui que esta tentativa tem seus perigos, visto que a Revolução Inglesa por ter ocorrido antes pode ter influenciado a Revolução Francesa, contudo esta jamais pode ter influenciado aquela, pois há um espaço de tempo que a separa. Para Hill a Revolução Inglesa pode ter tido influência da Holanda e das guerras religiosas da França, mas ambas tinham problemas diferentes da Inglaterra e nenhuma tinha expectativa de revolução e sim de reforma, inclusive os intelectuais como Montesquieu, Diderot e Voltaire, por mais radicais que fossem suas criticas contra o Antigo Regime tinham expectativa de reforma. Depois dessas ressalvas Hill passa a analisar propriamente as ideias gestoras da Revolução Inglesa. Ele cita inicialmente o puritanismo, pois este deu arcabouço teórico ao parlamento para que este pudesse derrubar o rei. Sempre existiram reis, lordes e bispos na Inglaterra, só que seus poderes estavam sendo posto em dúvida e Hill acredita que o puritanismo contribui para isso já que “os homens não rejeitam levianamente o passado: para desafiar os padrões convencionalmente aceitos, eles precisam do apoio de um corpo alternativo de ideias”. E o puritanismo servia para tal fim. Hill não se propõe a abordar diretamente esse assunto por que há uma vasta literatura sobre o assunto, como as obras de Gardner, para ele essas obras mostram como o “puritanismo atraiu e organizou as classes anônimas e sem privilégios da cidade e do campo, que forneceram a maior parte dos voluntários para os exércitos parlamentares e que os financiaram”. Depois de citar a contribuição do puritanismo como base intelectual, Christopher se alvitra a discutir outras ideias, mas especificamente as ideias que exerceram notoriedade sobre os setores médios da população, os mercadores, artesãos e pequenos proprietários rurais. Ele faz essa escolha por dois motivos: por que o parlamento jamais teria derrotado o rei sem o entusiástico apoio dessa classe e o segundo e que a expansão dessa classe em número e prosperidade foi benéfica a tal interesse.

Paro o historiador britânico a classe media inglesa do século XVI foram encorajados a se alfabetizar para que pudessem ler a bíblia, desta forma, as ideias tradicionais até então aceitas foram contestadas, porém não havia nenhuma síntese nova para substituí-las. O humanismo voltado para a classe dominante não exerceu influência a classe media, em contrapartida sua ênfase na educação do indivíduo supria as interpretações mais democráticas. Para o autor essa ênfase era propicia, pois “o modo de vida urbano, pragmático, utilitário e individualista, em que as coisas importavam mais que as palavras, e as experiências mais que a autoridade, estava em harmonia com as novas tendências do pensamento protestante e cientifico”. Hill faz um levantamento de algumas ideias que foram rejeitadas no período de origem e de outras que estava sendo contestada, para ele isso mostra como estava o cenário prérevolução da Inglaterra, visto que a visão que amparou a consciência racional do homem durante tempos estava deixando de existir, desta forma esse momento eram próprio para o surgimento de novas ideias, visto que tudo estava sendo posto em dúvida, para defender essa ideia Hill diálogo com Donen e Gabriel Harvey. Para o autor os mercadores e artesões, seguros da sua capacidade de lidar com fatos, e ocupados, em modernizar as instituições de sua sociedade, estavam em busca de uma ideologia. Inicialmente foram procurar na Igreja, entretanto foi em vão, pois os párocos não tinham uma educação superior às fieis, depois recorreram às universidades, mas foi inútil, pois estas ainda eram seminários voltados para formação de pastores. Hill reconhece que havia jovens inteligentes, mas com poucas ideias, e as que ele discutiu em seu livro partiu de leigos. Em relação a essa mudança de mentalidade Hill afirma que: A esta perplexidade e fala de firmeza da intelectualidade tradicional, devemos contrapor as realizações políticas e artísticas da nova Inglaterra que nossos artesões e mercadores, autodidatas e cheios de ideias, estavam ajudando criar, e na qual haviam crescido. Christopher Hill faz uma exaustiva enumeração de algumas obras para estabelecer o contraste com os vintes e cinco anos seguinte, objetivando mostrar como naquele período tudo estava sendo posto em dúvida, muitas crenças e ideias estavam se relativizando e que ideias novas estavam surgindo. Em suma Christopher tem por objetivo, como o próprio título da obra sugere, discuti as origens da Revolução Inglesa, todavia partindo de bases ideologias, que ele encontra no

puritanismo e nas ideias que exerceram atração a classe média como a ênfase humanista na educação individual....


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