Resumo Livro Adolescência, Calligaris PDF

Title Resumo Livro Adolescência, Calligaris
Author Letícia Santos
Course Psicologia do Desenvolvimento da Crinça e do Adolescente
Institution Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Summary

Resumo do livro A Adolescência de Contardo Calligaris...


Description

Adolescência – Calligaris Introdução:

Mito da adolescência criado no começo do século XX.

Luta contra a adolescência – liberdade x responsabilidade. Mudança de papéis. Poderoso argumento de marketing. 1. Elementos de Definição. A Adolescência como moratória Por que a socialização é mostrada como completa aos 12 anos? Má comparação – a marginalização dos estrangeiros na tribo dá a entender que acontece por serem de fora. Na sociedade, o caminho para felicidade é colocado como sucesso na vida amorosa/sexual e profissional (poder, social, financeiro). Ou seja, reconhecimento. Adolescência como período de suspensão entre infância e adulto. 1- Tempo de assimilação de valores compartilhados pela sociedade. 2- Maturação orgânica necessária. (Então a redução da maioridade penal seria lógica? O cérebro não está totalmente desenvolvido) 3- Comunidade impõe moratória – Adolescente preparado mas não reconhecido como adulto pela sociedade. Um adolescente que se coloca como adulto é de forma marginalizada. A adolescência como reação e rebeldia Valorização da independência e autonomia, porém os adolescentes têm a autonomia reprimida pela a sociedade e a explicação é porque não têm maturidade. Porém, essa maturidade só pode ser adquirida com a experiência que lhes é negada. Há a imposição de uma espera que mantém a sua dependência. Posição da adolescência colocada como limbo de forma exagerada e sob a visão da classe média/alta. Crianças de famílias pobres trabalham desde cedo, tendo assim seus direitos quebrados. Assumem responsabilidade, muitas vezes, de ajudar o sustento da família. O trabalho também não os confere liberdade, já que seu trabalho tem um porquê delimitado pela necessidade. Assim, talvez a dependência da fase adolescente não seja tão negativa como colocada pelo autor. Talvez a negação da possibilidade da independência colocada pelos responsáveis na adolescência seja uma forma de controle sobre o adolescente, mas também é uma forma de proteção, não de privação. Atingir um status de independência requer assumir responsabilidades e não só liberdade. Por mais que esse status seja almejado pelos adolescentes, o preço de responsabilidade por liberdade seja algo não considerado por eles, pois a liberdade acompanha responsabilidades que limitam tal liberdade.

A adolescência idealizada Moratória  Privação de reconhecimento e independência que gera insatisfação. Duração da adolescência O início da adolescência é visto como a puberdade, mudança física (amadurecimento dos órgãos sexuais) - Identidade adolescente consolidada x adolescência precoce por adoção de comportamentos, vestimenta de adultos. As complicações subjetivas produzidas como reação à moratória eram vistas como parte da transformação biológica, como um processo natural. As transformações trazidas pela puberdade são consideráveis, tanto pela mudança fisiológica como pela adaptação à mudança da imagem de si. Essas mudanças passam a ser um problema apenas com a falta de reconhecimento dos adultos (moratória). Em outras culturas o período de adolescência é uma prova que testará se o sujeito está pronto para a vida adulta (provas essas mais suportáveis que a moratória imposta na nossa sociedade?). Assim, é possível ver a moratória como indefinição do que é ser adulto. 4- Comportamentos e sentimentos reativos à moratória – vida restringida. 5- Responsabilidade de ser feliz por estar na adolescência. 6- Não sabe como virar adulto – indefinição do que é ser adulto. 2. “O que eles esperam de mim?” Insegurança Adolescente perde segurança do amor garantido à criança e não ganha reconhecimento em troca. Maturação negada, mas destrutiva da infância. Criança que se foi, adulto que não chegou. É pica de fragilidade de autoestima, depressão e tentativas de suicídio. Insegurança, que causa dificuldades relacionais. – traço da adolescência Interpretar os adultos Se pergunta o que falta para se tornar um adulto. Contradição dos adultos: ignoram a maturação do organismo e mantêm subordinação. Adolescência: Tarefa de interpretar desejos inconscientes dos adultos Adolescente interpreta o desejo inconsciente (reprimido) e o realiza, sendo alvo de mais repressões. Cultura individualista que preza autonomia e independência, mas convivência social exige conformismo – idealização do fora da lei (Robin Hood). Delinquência e marginalidade glorificados pela cultura popstar – sonho adulto reprimido. Adolescente levado a nostalgia adulta de transgressão – insistência às exigências antilibertárias. Adulto transmite aspiração, não repetição do status – se destacar, desrespeitar suas origens. Adulto também transmite regras e valores para adaptação à sociedade – regras de conformidade e prova de covardia, do oportunismo e fracasso dos adultos. Autoridade dos adultos não é abolida. Suas regras remetem à resignação ao fracasso – hipocrisia.

Maior rigorosidade do adulto (autoridade que recorre à tradição), enfraquece a tradição e sua tradição. Produz maior revolta – cultura hipócrita. Adolescente conclui que adulto quer que ele se revolte. Repressão é a confirmação disso. Adulto repressor = hipócrita.

3. “Como conseguir que me reconheçam e me admitam como adulto?” O adolescente quer se tornar adulto. Para ser reconhecido ele parece ter que transgredir. A adolescência é uma interpretação dos sonhos adultos. As condutas adolescentes são tão variadas quanto os sonhos e os desejos reprimidos dos adultos. Adultos vêm a adolescência como uma espécie de patologia social. Adolescentes vistos como uma ameaça à ordem e à paz familiar. Transgressão adolescente: realização de desejos dos adultos que pretendiam reprimir e esquecer. O Adolescente Gregário Novo corpo não o torna adulto – Busca novas condições sociais, formando um grupo de sua faixa etária onde é reconhecido (microssosiedades). Grupos de amigos, gangues: onde há ausência de moratória e integração mais rápida e com critérios de admissão claros e praticáveis (estilo, roupa, tatuagem...) Verdadeira comunidade difere de família Crise da família: adultos tomados por desejos de rebeldia e liberdade Grupos vistos como transgressões pelos adultos. Adolescentes se afastam por serem negados reconhecimento Adultos são dispensados, adolescentes nos grupos se bastam. Gregarismo aparece como uma patologia por se uma insubordinação aos adultos. Grupo transgressor na sua função e em seus atos (praticam os desejos reprimidos dos adultos). Transgressão coletiva – solidifica o grupo e garante reconhecimento. Transgressão como afastamento dos adultos, adesão e fidelidade ao grupo. Reunião de adolescentes multiplica a chance de infração de regras. Quanto mais o comportamento infrator encontra reconhecimento, mais vai se estender e se distanciar das normas. O adolescente delinquente Motivação: reconhecimento, colocar fim à moratória imposta quando se sente capaz. Adolescente é rejeitado pela sociedade dos adultos. Rebeldia e transgressões como caminho que de certa forma é apontado pelos adultos. A tribo mais gregária sempre parece a mais criminosa. Adolescentes cometem crimes em grupo para se reconhecerem mutuamente como membros (também não podem ser culpados) Dois modos para conseguir reconhecimento: fazer grupo e fazer rebeldia. Delinquência> vocação da adolescência. Poucos adolescentes se tornam delinquentes. Mas por não ser reconhecido dentro do pacto social, tentará ser reconhecido “fora” ou contra ele, no pacto alternativo do grupo com claras regras de reconhecimento mútuo, que estão em ruptura com o pacto social

Há o projeto de entregar como presente para os adultos comportamento do qual eles teriam sido frustrados, recebendo o reconhecimento em retorno. Quanto mais a interpretação do desejo dos adultos for certa, mais o projeto fracassará, pois é uma imagem que os adultos querem reprimir – encenação de seu recalque. Adolescentes imaginam que como delinquentes serão amados por serem portadores de sonhos recalcados. A repressão punitiva só manifesta ao adolescente que seu gesto não foi entendido como um presente de ideias e desejos reprimidos dos adultos, levando-o a aumentar a rebeldia. Furto – ideal de sucesso financeiro em nossa sociedade. Valores morais que servem de tolerância à avidez dos adultos. Violência – fonte de autoridade. Constrange e ameaça o adulto, mostrando sua covardia. Medo como equivalente físico do respeito. Delinquência como resposta à moratória. Promiscuidade – resposta à moratória sexual. O adolescente toxicômano Adolescentes mais suscetíveis à drogas ilegais do que os adultos – rebeldia herdade. Interesse dos adolescentes atuais por drogas está ligada ao interesse para as drogas da geração anterior que ligou o uso de drogas a todos os sonhos de liberação e revolução (pessoal, sexual, social) que foi agitada e posteriormente recalcada. Há também outras razões: Interdição das drogas aos adolescentes é visto como sua infantilização. Argumento de perigo à saúde – adolescente pode não querer ser objeto de proteção e cuidado, pois o infantiliza. Porém, se esse argumento não é usado pelos pais, o adolescente pode sentir descaso. Há também a sedução pelo perigo que as drogas apresentam – desejo reprimido dos adultos. As drogas ilícitas para todos causam mais sedução: maneira de enriquecer pelo tráfico e modo de reconhecimento para formação de grupos. Droga como realização de desejos que poria fim à insatisfação, angustiando os adultos. O que é desejado é instrumento para constituir um lugar social. Capitalismo: procura inesgotável – nenhum objeto deve satisfazer o reconhecimento social, permanecendo o consumismo. Medo dos adultos: droga como satisfação acabada, mesmo que momentânea. Droga como passagem para um mundo alternativo em que o que importa é a droga e não o status social que ela propõe. Toxicomania como transgressão mais preocupantes porque mina o pressuposto fundamental do pacto social vigente – permanência da insatisfação que leva ao consumo. Escapar da moratória para realmente entrar no mundo. Adultos consomem como se os objetos pudessem fazê-los felizes – faz de conta, adultos mentem para si mesmos. Nenhum objeto pode nos satisfazer, pois o que queremos não são coisas, mas o reconhecimento ou status que elas trazem. Droga pode matar o usuário e o seu desejo. A grande maioria dos adolescentes apenas flerta com a droga. Há adolescentes que se drogam para então precisar de algum tipo de reabilitação e pedir ajuda – estratégia para o reconhecimento do adulto pois implica que quem se perdeu esteve em perigo real (contrário da infantilização). Convence de que a vida do adolescente está acontecendo de verdade, como a vida adulta. O adolescente que se enfeia Desafiam a estética adulta. Criam seu próprio padrão estético pelo qual seus membros se diferenciam e se reconhecem entre si, que muitas vezes pode formar uma agressão à estética dominante – função de desafiar a aprovação dos adultos. Pode também ser recusa da sexualidade e da desejabilidade como valor social, assim como contesta a idolatria do valor financeiro e econômico.

Ou para protege-lo de não ser considerado desejável, que aumentaria sua insegurança A feiura também pode ser exibicionismo – erotismo fora da norma, que não se preocupa com ícones socialmente aceitos pela desejabilidade. Transgressões estéticas que remetem a transgressões sexuais ou morais como esforço para encontrar conforto no olhar dos adultos. Alguém que teria que ser reconhecido como adulto. O adolescente barulhento Adolescentes vistos pelos adultos como anúncios publicitários pelo uso de marcas, ou imitação de personagem por terem ídolos – Ironia, pois os adultos também são alvos disso. A imitação e a idolatria são formas básicas de socialização moderna. Música permite mais liberdade de construção de identidade, pois é uma sugestão. A usa como provocação: escuta constante e em volume alto. As tentativas que o adolescente tem de provocar geram uma dificuldade: são absorvidas pela cultura e idealizadas, se transformando em comportamentos aceitos, até desejáveis e invejáveis. Assim, sua rebeldia alimenta os ideais sociais adultos. 4. A adolescência como ideal cultura. É difícil para o adolescente se afastar da interpretação do desejo adulto: - O acesso à idade adulta em nossa cultura não é regrado por um ritual; - A cultura cultua a autonomia, que mesmo independente do reconhecimento adulto (grupos), ainda assim seria a realização do sonho adulto. A adolescência, excluída da vida adulta, acaba interpretando e encenando os sonhos dos adultos. Em todas suas variantes, sempre encarna o maior sonho de nossa cultura: a liberdade. A rebeldia que tenta dispensar o reconhecimento dos adultos se torna uma encenação do ideal cultural. Assim, as condutas adolescente em todas suas variantes, se tornam objeto de imitação. Adolescência como ideal social. Adolescentes se reúnem em grupos e se apresentam como uma identidade própria. Com regras e traços de identidades claros e definidos. Têm em comum um look, preferências culturais e comportamento, impondo uma conformidade de consumo definida. Os grupos se tornam grupos de consumo comercializável e definido. O marketing usa desse artifício, definindo a adolescência e a vendendo. Os grupos, que surgem para se impor contra a moratória imposta pelos adultos, se constituem em ideais para os adultos justamente por serem rebeldes – exercem influência sobre a consolidação de modas e transformam o modelo de consumo dos adultos. A idealização da adolescência é usada pelos empresários como ideal comercial, também oferecidos aos adultos. Adolescência por ser um ideal dos adultos também se torna um item comercial e promocional. - Surgimento da adolescência porque os adultos precisariam dela como ideal? Grupos mudam com rapidez – invenção de novos estilos, como se o adolescente estivesse tentando ser mais rápido que a comercialização que tenta descrevê-lo para melhor idealizá-lo e vender seu estilo. Fugindo da recuperação de sua rebeldia pelos adultos que buscam pela juventude, liberdade e rebeldia. Se a adolescência não existisse, os adultos a inventariam, pois é necessária ao bom desempenho psíquico deles. Da invenção da infância à época da adolescência Adolescência – fenômenos dos últimos 50 anos. Não era um fato social reconhecido, ou grupo social, não formava um ideal da cultura. Infância também é uma função moderna. Adultos investido na missão de proteger e fazer as crianças felizes.

Seres humanos nascem extremamente imaturos, necessitam de cuidados para sobreviver. Amor pelas crianças parece então, natural. Ideia de um tempo de vida distinto da idade adulta, miticamente feliz. Posição herdada pela adolescência. Ideia de infância sedimentada a partir do individualismo: mudança na experiência de morte, não mais uma continuidade pois a comunidade continua. Passa a ser um experiência individual. Nesse contexto, entende-se que as crianças assumem papel especial – consolação de continuação e imortalidade, inventando a infância. Sociedade tradicional – divisão social é decidida pela tradição. Cultura individualista – sujeito constrói seu destino independente da tradição. Em nossa sociedade: ensinar, formar – ordem de ir contra a tradição. Família – comunidade que sobreviveu na modernidade. Nuclear, ligada por sentimentos ao invés de obrigações. Existe e resiste por ser fundada no amor. Família que pede submissão e obediência em nome do amor, mas também peque que a criança se liberte e ultrapasse a condição na qual se criou, para responder às expectativas dos pais para dar continuidade aos sonhos dos pais. Homem moderno insatisfeito – aceleração na produção de riqueza e diferença social. Sua obra, trabalho, sempre inacabados. Crianças como consolação e esperança, que estendem a expectativa dos adultos para além de sua sobrevivência. Imagem construída e perfeita de felicidade. Vivem em outro mundo, protegido das imperfeições e da corrida insatisfatória ao sexo e dinheiro. Infância como utopia. Crianças têm direito por serem crianças. Infância feliz como único direito de nascença. Além dessa felicidade, as crianças estão encarregadas de garantir a corrida social dos adultos. Herdeiras dos anseios e da insatisfação constitutiva. Completude às falhas dos adultos. Lutar para que recebam as melhores condições, maior chance de satisfazerem os anseios dos adultos. As crianças devem ser felizes e satisfazer os adultos. Felicidade passa a ser um tipo de promessa. Modernidade hiperprotetora e violenta simultaneamente. Quanto mais a infância se afasta de consolo estético, mais é encarregada de se preparar para alcançar um sucesso que faltou aos adultos, mais ela se prolonga. Inevitavelmente força a invenção da adolescência, que é um derivado da infância moderna. A época da adolescência. Semelhança cada vez maior entre as “crianças” e os adultos: maturação física, desejos, sonhos. Adultos têm desejo de manter os adolescentes protegidos e irresponsáveis como as crianças, mas com exigências e vontades dos adultos – imagem de realização do sonho adulto. Infância como promessa. Adolescência como espelho de satisfação. Adolescência se torna um ideal adulto. Prazer menos utópico e mais narcisista. Imagem praticável. Com isso há a necessidade de menos consolo para perspectivas futuras (como a infância), e prazer mais imediato. Adolescentes dos anos 1960 tinham como ideal a idade adulta. Imitavam os adultos em todas as esferas. As atividades adolescente eram culpadas e vergonhosas, não por serem proibidas, mas por serem infantis, prova de distanciamento da idade adulta que leva ao não reconhecimento social e independência. Talvez por isso os adolescentes dos anos 1960 acabaram sendo uma geração de indivíduos politicamente engajados, para esconder uma vontade de folia atrás da seriedade da consciência social. As crianças viviam felizes em um mundo paralelo até descobrirem que o que importava era ser adulto. As crianças eram decorativas. O ideal eram os adultos. Isso começou a mudar e aos poucos, os adolescentes se tornaram o ideal dos adultos. Crianças perdem sua especificidade estética, são cada vez menos vestidas de criança, mas camufladas de adolescentes. Preocupante, pois os adolescentes são símbolos de uma

marginalidade perigosa. O adolescentes que eles imitam é o ideal dos adultos que os vestem. Os adultos estão fantasiados da mesma forma. Estética adolescente por todo ocidente. Mesmice americana. Adolescência foi inventada nos EUA, mostraram o primeiro traço de modernidade. A adolescência é o ideal coletivo que está em qualquer cultura que recusa a tradição e idealiza a liberdade, independência e insubordinação. EUA como vanguarda do Ocidente moderno. Adolescente como ideal para si mesmo. Cópia de seu próprio estereótipo. Se marginalizar para continuar ocupando o centro de nossa cultura – o lugar de sonho dos adultos. Se tornar adulto, então, não significa uma promoção, mas na verdade é a saída do ideal de todos para se tornar adulto que só sonha com a adolescência. Acaba a preocupação fundamental do adolescente de ser aceito ou reconhecido pelos adultos como um par. A adolescência agora é um ideal dos adultos por ser supostamente um tempo de férias permanentes – uma maneira de ser adulto quanto aos prazeres, mas sem as obrigações relativas. Os adolescentes pedem reconhecimento e encontram nos adultos um espelho para se contemplar. O dever dos jovens é envelhecer. Mas o que acontece quando a aspiração dos adultos é manifestamente a de rejuvenescer?...


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