Resumo Modelos Psicanalíticos e Humanistas PDF

Title Resumo Modelos Psicanalíticos e Humanistas
Author Maria João Santos
Course Modelos Psicanalíticos e Humanistas
Institution Universidade do Porto
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ASPECTOS ESSENCIAIS DA Modelos Temos uma vida mental consciente e inconsciente e o sistema de inclui aspectos conscientes e inconscientes da Causalidade uma relativa a eventos externos como a processos do mundo interno. As precoces contribuem significativamente para o desenvolvimento de das carregad...


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ASPECTOS ESSENCIAIS DA PSICANÁLISE Modelos psicanalíticos Temos uma vida mental consciente e inconsciente e o sistema de significação inclui aspectos conscientes e inconscientes da experiência. Causalidade é uma característica relativa a eventos externos como também a processos do mundo interno. As relações precoces contribuem significativamente para o desenvolvimento de representações das relações carregadas afectivamente. O mundo interno dá textura e cor a cada nova situação que encontramos: significados e fantasias moldam o comportamento e pensamento, medeando a relação com o mundo externo. Ambos estão em dinâmica permanente, influenciando-se influenciam-se mutuamente. Temos uma história desenvolvimental e uma experiência actual: ambos têm de ser compreendidos no contexto de terapia. Nesta, lida-se com a patologia desenvolvimental e com a patologia do conflito, e as respectivas contribuições variam conforme o paciente. Inconsciente O inconsciente refere-se a importantes memórias e processos perceptuais, avaliativos, afectivos e motivacionais que não são acessíveis conscientemente. São pensamentos, sentimentos e comportamentos que repudiamos activamente e que activamente procuram expressar-se, influenciando a nossa vida de forma indirecta. Trata-se de aspectos ameaçadores e contraditórios que nos fazem sentir vulneráveis e dos quais não queremos saber. A ciência cognitiva, denomina-os de processos mentais implícitos. Conflito As pessoas têm sentimentos e motivações complexos e muitas vezes contraditórios: podemos amar e odiar a mesma pessoa, desejar e simultaneamente temer algo. O conflito refere-se à contradição ou dissonância dentro da mente, e pode ser resolvido através da recusa de uma das partes, excluindo-a da consciência. Influência do passado A partir das nossas experiências precoces, aprendemos certos padrões e esquemas sobre o funcionamento do mundo: o que esperar dos outros, como se comportar numa relação, como expressar emoções. Continuamos a aplicar estes padrões a novas situações ao longo da vida, mesmo quando eles já não se aplicam. A experiência passada contextualiza a experiência actual e modela as nossas percepções, interpretações e reacções. Vemos o presente através da lente da experiência passada, e assim tendemos a repetir e a recriar aspectos do passado.

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Transferência Refere-se à activação de expectativas, padrões, desejos e medos pré-existentes no contexto da relação terapêutica, sendo que o paciente vê o terapeuta através da lente de relações precoces importantes. A pessoa que inicia uma terapia está a entrar numa situação não familiar e numa nova relação, aplicando necessariamente os seus esquemas e padrões prévios para organizar a sua percepção acerca do terapeuta e da situação. A percepção do paciente acerca do terapeuta não é fortuita nem uma interferência ao trabalho – é sim o coração da terapia. É devido ao facto de que os velhos padrões e expectativas estão vivos durante a terapia, que o terapeuta é capaz de ajudar o paciente a compreendê-los e a trabalhá-los. A relação terapêutica serve de template para um novo e diferente tipo de relação. Defesa Qualquer coisa que uma pessoa faça que lhe permite distrair a sua atenção de algo perturbador ou dissonante serve uma função de defesa: minimizar, rejeitar ou não ver aquilo que não se consegue aceitar. Qualquer pensamento ou sentimento pode ser usado como defesa em relação a outro: a depressão pode defender contra a raiva, a raiva pode defender contra sentimentos de abandono, a confusão pode defender contra verdades dolorosas. Somos criativos em encontrar formas de recusar o que é perturbador, e as formas de defesa tornamse parte da personalidade: projecção, formação de reacção, negação, intelectualização, comportamento contrafóbico, deslocamento, identificação projectiva, externalização. A defesa é um esforço para preservar a homeostase, e a terapia representa uma ameaça a esse equilíbrio, pois o terapeuta esforça-se por rompê-lo, esperando que a pessoa se reequilibre de uma forma mais adaptativa. Sintomas Os sintomas podem, à primeira vista, não ter sentido e surgir do nada sem causa aparente, devido às suas circunstâncias contextuais não serem conscientes. Contudo, assume-se que todos os sintomas têm um significado e servem algum tipo de função, podendo mesmo ter múltiplas causas e servir múltiplas funções. À medida que a consciência aumenta, o paciente é capaz de encontrar novas soluções para problemas antigos e o sintoma desaparece. Determinismo psíquico Nada na vida mental é por acaso. Determinismo psíquico (ou continuidade psíquica) refere-se à não aleatoriedade dos processos mentais. Por muito descontínuos ou aleatórios que pareçam, todos os eventos mentais, sentimentos, comportamentos e sintomas são influenciados e determinados por eventos anteriores. Estão embutidos em redes organizadas de pensamentos,

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sentimentos, percepções, memórias, sonhos e lapsos, que os contextualizam e lhes dão significado. Contudo, quanto mais estranhos somos a nós próprios, mais aleatória, acidental e fragmentada a nossa experiência parece ser. Associação livre A mente é uma rede associativa complexa, onde os conceitos estão associados pelo seu significado. Os pensamentos são chamados de associações, porque se assume que estão de algum modo ligados aos pensamentos anteriores, ainda que superficialmente isso possa não ser aparente. As redes associativas da mente estão organizadas por padrões de afectos, e os caminhos associativos tendem a conduzir aos temas problemáticos. Podemos chegar a eles se observarmos os pensamentos sem censura e nos deixarmos guiar por eles. O objectivo da associação livre é tornar explícitas as ligações que se encontram normalmente implícitas e inconscientes. Pede-se aos pacientes que digam o que quer que lhes venha à mente, encorajando-os a observar os pensamentos sem julgamentos. A associação livre implica suspender a censura habitual no contexto de relações sociais. Análise pessoal É impossível efectuar um bom trabalho psicanalítico se o terapeuta não tiver feito primeiro uma análise pessoal. Esta permite gerar mais empatia, compreender a transferência e a resistência e diminuir a possibilidade de contratransferência. Seria uma atitude hipócrita pedir ao paciente que faça uma associação livre de ideias sem censura, se o terapeuta nunca tiver sido capaz de o fazer.

CORRENTES EM PSICANÁLISE Freud Freud parte da neurofisiologia, onde aprende a observação científica da mente, passando pelo trabalho com pacientes histéricos com Charcot e Breuer. Vê a histeria como um recalcamento de afectos e a sua concepção de inconsciente dinâmico parte duma intuição perante uma necessidade clínica. Para Freud, o inconsciente tem um papel central na actividade mental, que se encontra ligada ao corpo, às necessidades biológicas e de gratificação. Segundo o modelo de inconsciente de Freud, as pulsões, geradoras de energia psíquica, são recalcadas quando estão em contradição com a realidade, pois o ego utiliza mecanismos de defesa quando as pulsões se aproximam. A pulsão tem a sua fonte num processo somático e é o representante psíquico do

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instinto (paralelismo físico-mental). Não é directamente perceptível, mas nas brechas entre o consciente e o inconsciente, como sonhos, orações e omissões. A partir dos discípulos de Freud surgem várias correntes em psicanálise, derivadas de necessidades clínicas diferentes e de contextos culturais e científicos específicos. Por exemplo, alguns questionam a sua teoria pulsional, já que não se aplicava adequadamente a pacientes não neuróticos. Mais do que uma teoria, a psicanálise é um conjunto de teorias com elementos comuns. Psicologia do ego Anna Freud e Hartmann dão importância às funções conscientes e adaptativas do ego, focando-se nos mecanismos de defesa do ego. Funções conscientes do ego como a percepção, a memória e o pensamento não estão necessariamente associadas a conflitos. Além disso, o inconsciente tem componentes positivas, como a criatividade. Os conflitos não derivam apenas da realidade intrapsíquica, mas também da dimensão interpessoal externa, ou seja, as relações com os outros influenciam o que se passa dentro do indivíduo. O processo terapêutico baseiase na modificação do ego do paciente, estendendo-o para fora de conflito, no desenvolvimento de um ego observador e na análise dos mecanismos de defesa. Teoria das relações de objecto Melanie Klein enfatiza o desenvolvimento do primeiro ano de vida, considerando que o jogo das crianças é equivalente à associação livre dos adultos. Vivemos num mundo interno onde as emoções têm um papel central e que afecta a experiência do mundo externo. O mundo interno é organizado por fantasias inconscientes, ou representações mentais das experiências e das necessidades. Afirma que as pulsões não servem de alívio da tensão, mas que são dirigidas a objectos, isto é, pessoas  a libido não busca prazer, mas sim o objecto. As pulsões perdem espaço nesta teoria, que destaca a emocionalidade e a subjectividade. Os princípios reguladores da psique deixam de ser o prazer e o desprazer, para passarem a ser a procura de objecto, a segurança e a ligação. O ser humano tem tendência para formar relações com os outros, sendo que a relação primária entre cuidador primário e bebé tem um grande impacto, pois é internalizada num objecto interno que permite gerar fantasias acerca dos outros. Objectos internos são representações mentais das pessoas mais significativas, que amamos e odiamos. Winnicott propõe os conceitos de: mãe suficientemente boa, que gratifica as necessidades do bebé de uma forma não traumática;

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falso self, que surge da necessidade de manter uma ilusão para preservar uma relação de proximidade; objecto transicional, que preparam para a separação da mãe, como a chupeta, o cobertor e o peluche. Psicologia do self Kohut propõe o conceito de défice, ou rompimento/descontinuidade da cadeia de desenvolvimento, que leva a que haja componentes mentais que não se desenvolvem. O conceito de défice contrapõe-se ao conceito de conflito, implicando que a terapia deixa de se focar na interpretação do conflito ego-id, mas sim na reconstrução do desenvolvimento interrompido. Enfatiza a coesão do self, pois um self descontínuo ou incoeso leva ao surgimento de ansiedade. Os mecanismos de defesa protegem da ansiedade e permitem manter um sentido de self consistente e positivo. As relações externas são importantes para desenvolver e manter a auto-estima. Os outros são self-objects, ou pessoas que nos ajudam a sobreviver emocionalmente ao longo da vida, acalmando-nos e validando-nos. Lacan Lacan afirma que a linguagem e a ideologia sociocultural organizam o consciente e o inconsciente. Distingue entre a realidade, ou mundo de fantasia que achamos ser real, e o real, ou existência material que existe para além da linguagem. Existem três fases: real, entre os 0-6 meses; imaginário, uma fase espelho, entre os 6-18 meses; e ideal do ego, onde se desenvolve o simbólico e a linguagem, entre os 18 meses-4 anos. Estas três fases trabalham em conjunto, criando tensões no self. Teorias intersubjectivas e interaccionistas Consideram que não se pode ver o material clínico como algo que existe apenas na mente do paciente, isolado da matriz relacional donde emerge. O material clínico é influenciado pela influência mútua complexa entre paciente-terapeuta, que formam uma realidade intersubjectiva. O processo terapêutico consiste em explorar e interpretar a subjectividade do paciente, num contexto de diálogo analítico que reflecte as interações mútuas e inconscientes entre terapeuta e paciente. O modelo intersubjectivo substitui o modelo intrapsíquico, que ignora a influência das características do terapeuta. Bion Bion propõe uma nova concepção da mente: não se desenvolve com o corpo, mas a partir da relação mãe-bebé. A mãe organiza a experiência emocional e a as funções mentais para o bebé: pensa por ele, ensinando-o a pensar. A experiência emocional deve ser pensada,

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compreendida e transformada em significado para que haja integração do self. Analogamente, o terapeuta compreende a experiência emocional do paciente e transforma-a em significado, que devolve. O processo terapêutico foca-se na realidade emocional da sessão, sem memória e sem desejo  o terapeuta encontra-se num estado de abertura, sem teorias nem desejos para o paciente.

MODELOS FREUDIANOS Teoria do trauma Surge durante o trabalho com pacientes histéricos, que relatavam traumas de infância de índole sexual, memórias que tinham rejeitado por serem condenáveis na época. Experiências traumáticas reais, principalmente de abuso ou sedução sexual na infância, inaceitáveis para os padrões de moralidade e de conduta, conduzem a afectos ou emoções inibidas, que se tornam forças inconscientes. Quando a energia afectiva, devida ao trauma, é demasiado grande para ser assimilada pela consciência, é forçada para fora dela. Assim, o afecto é reprimido e assume uma forma de expressão indirecta, como sintoma. Recuperar à consciência a emoção e a memória associada permite fazer uma catarse, isto é, libertar emoções, e assimilar o conteúdo mental rejeitado. Freud substitui a hipnose pelo tratamento de catarse. Modelo topográfico - primeira tópica É desenvolvido a partir da auto-análise, da experiência clínica, e da improbabilidade de todos os casos de histeria estarem ligados a um abuso real, mas sim a uma fantasia que satisfaz as pulsões recalcadas, ameaçadoras da integridade do eu. Há então um conflito entre pulsão e recalcamento, uma luta interna que caracteriza a dinâmica intrapsíquica. Os processos intrapsíquicos são divididos em três sistemas: consciente, pré-consciente e inconsciente. O consciente refere-se aos processos mentais que estão a ocorrer no momento, aspectos que estão a ser percebidos e nos quais se consegue focar a atenção. O pré-consciente são processos mentais que não estão activos no momento, mas que facilmente podem ser trazidos à consciência, como memórias, ideias e impressões sensoriais. O inconsciente são processos mentais que não são percebidos conscientemente, exigindo grande quantidade de energia psíquica para serem trazidos à consciência. O inconsciente é um processo primário de pensamento, ou seja, não está sujeito ao teste da realidade, enquanto que o consciente e o

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pré-consciente são processos secundários de pensamento, ou seja, estão sujeitos à lógica, à noção de tempo e à causalidade. Modelo estrutural - segunda tópica Inconsciente, pré-consciente e consciente tornam-se adjetivos para descrever as instâncias conflituantes id, ego e superego. O id é uma fonte de energia psíquica totalmente inconsciente, contendo pulsões biológicas inatas, mas também pulsões recalcadas e adquiridas. Pulsões são necessidades corporais que pretendem satisfação, sendo a diminuição da tensão da necessidade sentida como prazer. Rege-se pelo princípio do prazer, buscando a satisfação imediata a todo o custo das suas exigências pulsionais. Se estas não são satisfeitas, criam-se condições intoleráveis. No id, os conflitos vivem lado a lado, por exemplo o conflito entre o instinto de vida, ou força da libido que impele ao movimento, e o instinto de morte, ou tendências agressivas contra si ou contra os outros. É um sistema pré-verbal e pré-lógico, que se expressa em imagens e símbolos. O ego surge pelos 6 meses de vida, a partir da diferenciação do id por meio do contacto com a realidade externa e de identificações, sendo assim a camada externa do id. É um mediador entre o id e o mundo externo, com tendência para a unificação. Rege-se pelo princípio da realidade e o seu papel é adaptar-se-lhe, através do controlo da acção voluntária e das funções cognitivas (percepção, teste da realidade, noção de tempo, pensamento, julgamento). O ego conduz à satisfação das pulsões tomando em consideração o mundo externo real, isto é, segundo o princípio da realidade. Possui autonomia relativa, estando dependente das reivindicações do id, dos imperativos do superego e das exigências da realidade. Além de uma componente consciente, a acção voluntária, tem uma componente inconsciente, os mecanismos de defesa face à angústia/ansiedade, com os quais defende a integridade do eu. O ego e o id formam um todo sem oposição natural e em condições de saúde não se distinguem um do outro. Porém, quando o ego não consegue mediar o desacordo entre as pulsões do id e as objecções do mundo externo, tenta suprimir certas partes do id, recorrendo ao recalcamento para resolver o conflito. Os recalcamentos ocorrem na infância, pois o ego ainda não está suficientemente desenvolvido para lidar com certos problemas. A meta terapêutica da análise é refazer o ego, que deve tolerar o que está reprimido e recuperar o comando sobre o id. O superego é o juiz do ego e surge quando a criança se apercebe da existência do pai e interioriza as suas interdições, percebendo a partir do complexo de Édipo que deve controlar o

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id. Rege-se pela consciência moral e pelo ego ideal, aquele que idealizamos como perfeito e que os outros esperam de nós. Possui partes conscientes, como padrões morais, ideias e sentimentos de culpa, e inconscientes, como forças destrutivas.

MECANISMOS DE DEFESA Teoria da ansiedade-sinal A experiência de ansiedade encontra-se no centro do funcionamento psicológico, sendo inicialmente vista como produto do recalcamento de tensões entre os instintos de vida e morte. Mais tarde, a teoria da ansiedade-sinal propõe que, pelo contrário, a ansiedade gera o recalcamento. A ansiedade sinaliza um perigo interno, real ou imaginário, de perda de controlo face a uma motivação inconsciente (distinguindo-se de medo, que sinaliza o perigo externo). O ego vê esta emoção como um sinal de ameaça, desencadeando o recalcamento e outros mecanismos de defesa. A ansiedade é uma emoção universal, resultado de uma experiência traumática, na qual o ego se sente desamparado. Mecanismos de defesa Os mecanismos de defesa são uma das funções do ego, que os activa quando o perigo é real, imaginário ou irracional. São processos inconscientes, automáticos e involuntários de distorção ou de encobrimento de afectos. O ser humano tenta impedir a consciência e o agir de necessidades pulsionais sentidas como inaceitáveis, perigosas para a integridade do self. Os mecanismos de defesa derivam de considerações realistas ou irracionais sobre as consequências do impulso pulsional e são moldados a partir da interacção com as figuras significativas da infância. São formas adaptativas de lidar com as emoções que não se tem capacidade de integrar, e permitem a preservação da auto-estima e do equilíbrio interno. Tornam-se padrões de comportamento característicos da personalidade, e podem ser mais ou menos rígidos: quanto menos mecanismos de defesa a pessoa possui, mais rígidos eles são. Quando a pessoa ganha possibilidade de realmente sentir a emoção ocultada, pode dar-se conta do mecanismo de defesa usado. Mecanismos de defesa primários Ocorrem na fronteira entre o self e o mundo externo (eu-outro), estando associados à fase préverbal do desenvolvimento, onde o bebé não diferencia entre si e o mundo externo. Neste período, apenas existe o princípio do prazer e não há concepção simultânea de separação e

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constância do outro, pois cada experiência é percebida como descontínua e total. Os mecanismos de defesa primários são egossintónicos, isto é, congruentes com a imagem de si próprio e necessários à coesão do self, sendo muito difíceis de se tornar conscientes. A retirada primitiva é uma fuga à realidade, indo para um estado de consciência diferente, para um mundo interno de fantasia. Pode manifestar-se como adormecimento nas crianças ou ingestão de substâncias psicoactivas nos adultos. Retira a pessoa da resolução dos problemas interpessoais e é acompanhada por evitamento de contacto com os outros e aparente indiferença emocional. Não há distorção da realidade. A negação refere-se a recusar reconhecer experiências desagradáveis, a evitar magicamente o verdadeiro significado da realidade penosa. Deriva da característica infantil de egocentrismo mágico: se o problema não fôr reconhecido, não existe. Usado persistentemente no adu...


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