Tipos de conhecimento - filosófico PDF

Title Tipos de conhecimento - filosófico
Course Psicologia Da Educação E Da Aprendizagem
Institution Universidade Norte do Paraná
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Tipos de conhecimento - filosófico...


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Resumo: Tipos de conhecimento: filosófico Aluno: Felipe Ribeiro de Oliveira – 10° Semestre Psicologia

Ruiz (1996) explica que a palavra Filosofia remete ao esforço da razão pura para questionar os problemas que envolvem os seres humanos e discernir entre o certo e o errado recorrendo somente à razão humana. Aristóteles subdividiu a Filosofia em especulativa e prática, sendo que cada uma delas recebe outras subdivisões. A ele também é atribuída a definição de filosofia como ciência de todas as coisas. Até o século XVIII, aproximadamente, essa era a concepção predominante sobre a Filosofia, porém com o advento da ciência moderna, houve uma ruptura entre ciência e filosofia cujo diferencial está principalmente no método; o que marca o método científico é diferente daquilo que marca o método filosófico. Um dos grandes problemas da ciência é que nem sempre o cientista busca aplicar os princípios filosóficos às suas práticas, o que leva a justificar atitudes nada éticas em nome do desenvolvimento científico. Chibeni (2001) explica que a palavra ciência era utilizada para diferençar um tipo de conhecimento universal, conforme definido por Aristóteles. Nessa perspectiva, já havia um ideal de universalidade e certeza, que posteriormente foi incorporado à ciência, garantindo ao nascente método científico as características que lhe dariam posteriormente o sucesso em relação à observação, à análise e ao crivo da razão. A ciência tem reconhecidamente uma utilidade prática. Por meio do conhecimento científico se encontra o entendimento dos fenômenos, para além de sua aparência identificando causas e efeitos. Por meio da ciência se desenvolveu o conhecimento de forma a tornar-se tão especializado que é possível, por exemplo, buscar cura para doenças, criar aparatos tecnológicos dos mais diversos. Quanto à filosofia, você já deve ter ouvido comentários dizendo que não tem serventia, apenas para os filósofos. Contudo, o trabalho da ciência pressupõe o trabalho da filosofia, ainda que o senso comum não saiba disso e continue a propagar que a filosofia é mera abstração. Como você viu anteriormente, a ciência incorpora muito do processo filosófico, principalmente quando aplica ao método científico a busca da certeza a partir da demonstração racional Em uma época de crises de paradigmas, de valores e de conduta, a Filosofia é mais requisitada. A crise nos modelos que são utilizados como referência para as condutas de comportamentos leva os indivíduos a terem dúvidas sobre estes, questionando se ainda servem ou não, ou quais critérios servem para lhes dar credibilidade. Importa, nesses momentos, uma reflexão sobre questões éticas. Para alguns teóricos há uma identificação entre ética e moral, porém, também é verdade afirmar que a ética é um ramo da Filosofia que busca entender a conduta moral. Em síntese, são termos que se relacionam, mas não se confundem. Lipman (1990) afirma que a ética pode ser considerada como a teoria da conduta moral. Quando você adota certas normas, determinadas regras, deve examinar as razões sobre as opções.

Adotar uma conduta sem reflexão tem um significado; significa assumir posturas e atitudes por meio das quais repassamos a outrem a responsabilidade por nossa escolha. A ética implica no esforço em compreender os motivos que nos levam a adotar essas condutas, se são adequadas ou não e se precisamos adotar outras regras. A ciência não é naturalmente ética. Ou seja, a ética não é condição para que se realize estudos científicos, tanto é que muitas pesquisas ocorrem – inclusive financiadas com recursos públicos – sem que haja um esclarecimento sobre sua importância na melhoria das condições de vida da maioria da população. O debate entre ética e ciência ganha destaque no século XX, especialmente após o lançamento da bomba nuclear no fim da 2ª Guerra Mundial. O crescimento da exploração dos recursos naturais também coloca em discussão a ambiguidade entre desenvolvimento tecnológico e melhoria nas condições de vida. Diante do que foi explicado até aqui, a ética impõe certo limite e restrição em relação às condutas e opções a serem feitas. Quando você pensa na utilização de seres humanos em experimentos, com certeza analisa os limites éticos de tais condutas, principalmente quando vincula isso a questões econômicas. Assim, nem sempre o desenvolvimento científico pode justificar determinadas atitudes ou escolhas, contudo, sem colocar essas reflexões dentro de determinados parâmetros delimitados pela ética, muito facilmente se pode encontrar uma justificativa para isso. Nesse sentido, a ética e a ciência devem ser vistas como parceiras no processo de desenvolvimento dos conhecimentos que tenham como objetivo central a melhoria nas condições de vida de todas as pessoas, independentemente da sua condição econômica. Existem diferenças entre o conhecimento científico e o conhecimento filosófico. O científico atinge os fatos concretos, positivos, perceptíveis pelos sentidos, utilizando para isso uma metodologia própria. Já o filosófico tem como objeto as relações conceituais e não passíveis de observação sensorial, não redutíveis a realidades materiais. É possível afirmar que, mesmo sendo o objeto material idêntico tanto para a Ciência quanto para a Filosofia, caberá à Filosofia explicar suas finalidades supremas. O método científico difere do método filosófico. Enquanto o primeiro está fundamentado na experimentação – conceito a ser melhor explicado na próxima seção –, o segundo usa o método racional no qual prevalece a dedução, prescindindo da experimentação e utilizando-se somente da lógica. Aqui também fica expressa a diferença em relação ao objetivo, pois o conhecimento científico visa descobrir as relações de causa e efeito entre os componentes dos fenômenos, enquanto o conhecimento filosófico questiona inclusive as conclusões da ciência em busca de indagações mais amplas que perpassam o espírito humano. A reflexão filosófica não deve ser vista como privilégio de filósofos profissionais ou de especialistas, uma vez que todos devem exercitar essa

habilidade. Quanto mais se pratica, mais o indivíduo se tornará hábil para identificar o oculto, que está além da aparência dos fenômenos. O contrário também é verdadeiro; ou seja, quanto menos se exercitar a reflexão, menos condições o indivíduo terá de observar para além das aparências dos fenômenos. Um exemplo disso está em aceitar sem questionar nem refletir sobre as “verdades impostas”. O que você pensa que sejam elas? Se você respondeu que são aquelas afirmações que ouvimos muitas vezes sem que se justifique, respondeu corretamente. Afirmações tais como “todos têm igual oportunidade na sociedade” não refletem as reais condições de acesso às oportunidades. Não revela a desigualdade social, não revela a ideologia presente nos discursos, não revela que as condições de exploração requerem a existência de explorados, portanto não revela aspectos que somente por meio da indagação, do questionamento, da busca do que está além do aparente podem ser revelados. Você pode observar, por meio das reflexões feitas no texto, que o conhecimento filosófico é imprescindível em qualquer área de atuação, já que a Filosofia não é mera elucubração sem objetivo. O ideal é que a reflexão filosófica se reflita nas práticas desenvolvidas pelo indivíduo, com vistas ao que represente o bem comum, portanto com a ética necessária....


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