Trabalho - Difusão com reação química em estado estacionário PDF

Title Trabalho - Difusão com reação química em estado estacionário
Author Jose Cavalcante de Queiroz Neto
Course Fenômenos de Transporte III
Institution Universidade Federal da Paraíba
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Summary

Trabalho - Difusão com reação química em estado estacionário...


Description

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

Difusão com reação química em estado estacionário

João Pessoa

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 1 2.1 REAÇÃO HOMOGÊNEA ............................................................................................... 1 2.2 REAÇÃO HETEROGÊNEA ........................................................................................... 2 3 EXEMPLOS CLÁSSICOS .................................................................................................... 4 3.1 DIFUSÃO COM REAÇÃO QUÍMICA HETEROGÊNEA DE 1ª ORDEM . ................ 4 3.2 DIFUSÃO COM REAÇÃO QUÍMICA DE 1ª ORDEM HOMOGÊNEA ...................... 8 3.3 DIFUSÃO COM REAÇÃO QUÍMICA PSEUDO-HOMOHÊNEA DE 1ª ORDEM ................................................................................................................................ 12 4 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 16 REFERÊNCIAS BÍBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 16

1. INTRODUÇÃO

Quando um sistema dois ou mais componentes na qual as concentrações variam de ponto a ponto, há uma tendência natural de a massa ser transferida, minimizando as diferenças de concentração entre os sistemas. Encontramos a transferência de massa em todo local, na indústria, no laboratório, no corpo humano, na natureza ou em qualquer que seja o lugar onde há “diferença de concentração” de uma determinada espécie para que ocorra o seu transporte. Varias operações de transferência de massa envolvem a difusão simultânea de uma espécie molecular e, o aparecimento ou desaparecimento da espécie, através da reação química dentro ou no limite da fase de interesse. São exemplos da aplicação da transferência de massa com reação química: reatores químicos, craqueamento catalítico do petróleo, tratamento de fenol através de biofilmes, produção de ozônio, entre outros. Sendo assim, observa-se uma importância significativa de tal fenômeno de transporte em diversos ramos industriais e de pesquisa, o que impulsiona uma série de estudos nesta área.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Distinguem-se dois tipos básicos de reações químicas:

2.1 Reação homogênea:

A reação química ocorre em todos os pontos do emento de volume, como representado na figura 1, e, por extensão, em todo o meio onde ocorre o transporte de A. Neste caso a descrição da reação química aparece diretamente como termo da equação da continuidade molar, ou mássica de A por intermédio de RA”’ ou rA”’, respectivamente 1

Figura 1: Volume de controle diferencial representativo

2.2 Reação heterogênea:

A reação química ocorre na superfície de uma partícula, a qual é considerada como uma fronteira a região onde há o transporte do soluto. Aqui, o termo reacional aparecerá como condição de contorno e não na equação diferencial que rege o processo de transferência de massa. Contudo, na situação em que houver difusão intraparticular acompanhada de reação química nos sativos ativos de um dado catalisados, o termo reacional aparecerá na equação da continuidade de A tal qual nas reações homogêneas e o sistema considerado será dito pseudo-homogênea.

A taxa de produção (ou desaparecimento) de uma determinada espécie química, presente na solução, está associada com a reação que pode ocorrer durante o transporte do soluto. Admitindo que as reações químicas descritas a seguir são funções simples (irreversível, ordem zero, primeira ou pseudo-primeira ordem), se a espécie A vier a ser gerada por uma reação de primeira ordem e estiver orientada no sentido do fluxo de matéria, o seu fluxo de produção será: 2

" 𝑅𝐴= 𝑁𝐴,𝑧 |𝑧=𝑠 = 𝑘𝑠 𝐶𝐴2𝑠

(1)

Observa-se na equação, a notação do termo reacional. Nele há o sobrescrito (“), indicando a reação na superfície; lembrando que aquela que se processa no meio difusivo, portanto dentro do elemento de volume é representada por (“’) Considerando a reação química na superfície ou em áreas restritas de um sólido poroso, e que, devido à continuidade do fluxo de matéria, o soluto difunda pela matriz, teremos na fronteira s a igualdade entre os fluxos de acordo com: −𝐷𝑒𝑓1

𝑑𝐶𝐴1 | = 𝑘𝑠 𝐶𝐴2𝑠 𝑑𝑧 𝑧=𝑠

(2)

Utilizando-se o coeficiente de partição: 𝐶𝐴1𝑠 = 𝐾𝑝 𝐶𝐴2𝑠

(3)

Ao substituir-se a equação (3) em (2): 𝑑𝐶𝐴1 | =− 𝑑𝑧 𝑧=𝑠

𝑘𝑠 𝐶 𝐷𝑒𝑓1 𝐾𝑝 𝐴1𝑠

(4)

No caso de o soluto ser consumido por uma reação irreversível de primeira ordem, a equação (4) é reescrita como: 𝑑𝐶𝐴1 | = 𝑑𝑧 𝑧=𝑠

𝑘𝑠 𝐶 𝐷𝑒𝑓1 𝐾𝑝 𝐴1𝑠

(5)

3

A diferença básica das condições 1 e 4, é que a primeira está associada a difusão do soluto no meio que envolve uma partícula catalítica até a superfície desta. A segunda, por sua vez, está relacionada à difusão do soluto no interior de uma matriz catalítica (pseudo primeira ordem). Nesse caso, além da condição de fronteira, haverá a presença de um termo reacional na equação da continuidade que governa a difusão do soluto A.

3. 3.1

EXEMPLOS CLÁSSICOS Difusão com Reação Química Heterogênea de 1º Ordem.

Vários processos industriais envolvem a difusão de um reagente à uma interface, onde ocorre uma reação química. Desde que a difusão e a reação estejam envolvidas no processo total, as taxas relativas a cada passo devem ser consideradas. Quando a taxa de reação é relativamente rápida (instantânea) comparada à taxa de difusão, o processo é dito “Difusão controlada”. Agora quando, a taxa de T.M. é limitada pelo passo da reação, o processo é dito ser “Reação controlada”. Em várias plantas de geração de energia por exemplo, partículas de carvão são fluidizadas dentro de uma câmara de combustão, onde o oxigênio, a partir do ar, reage com o carvão para produzir CO ou CO2. Esse processo, no qual é usado para produzir energia, via calor de combustão, é um exemplo de um processo de difusão com reação heterogênea na qual é considerada uma “difusão controlada”.

Considerando a difusão de um componente A na superfície de uma partícula esférica de carvão, onde A reage para formar B, pela reação:

aA (g) + sS(s) → bB(g)

4

Sob condição de estado estacionário, para cada a moles de A difundido na superfície S, b moles de B difundirá através do filme gasoso ao redor da partícula;

Figura 2: Volume de controle para reação química heterogênea

É importante notar que nas reações heterogêneas, a taxa da reação química (produção da espécie A) pode dispor da seguinte condição de contorno:

onde: ks = constante da taxa de reação relacionada à superfície ( - ) = sinal negativo indica que a espécie A está desaparecendo da superfície Para se estabelecer um perfil de concentração, primeiramente é necessário de fazer um balanço de massa no volume de controle especificado, partindo-se da equação da continuidade em coordenadas esféricas: 𝜕𝐶𝐴 1 𝜕(𝑟²𝑁𝐴,𝑟 ) 1 𝜕(𝑠𝑒𝑛𝜃. 𝑁𝐴,𝜃 ) 1 𝜕∅ ) = 𝑅′′′ + ( + + 𝐴 𝜕𝑡 𝜕𝑟 𝜕𝜃 𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃 𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃 𝜕∅ 𝑟²

(6)

Considerando um fluxo unidirecional, radial, a temperatura e pressão constantes, observando também que a reação química esta ocorrendo na fronteira, e não no interior do volume de controle, a equação (6) reduz-se a: 5

𝑑(𝑟²𝑁𝐴,𝑟=)0 𝑑𝑟

(7)

No volume de controle a transferência de massa se dará por convecção e difusão, sendo o fluxo expresso pela expressão abaixo: 𝑁𝐴,𝑟 = −𝐶𝐷𝐴𝐵

𝑑𝑦𝐴 + 𝑦 (𝑁 + 𝑁𝐵,𝑟 ) 𝑑𝑟 𝐴 𝐴,𝑟

(8)

Como a moles de A reagem formando b moles de B, ocorrendo uma contra difusão dos componentes, o fluxo de B na direção radial é dado por: 𝑁𝐵,𝑟 =

−𝑏 𝑁 𝑎 𝐴,𝑟

(9)

Substituindo (9) em (8), a expressão de fluxo de torna: 𝑁𝐴,𝑟 = −𝐶𝐷𝐴𝐵

𝑑𝑦𝐴 𝑎 −𝑏 ) + 𝑦𝐴 𝑁𝐴,𝑟 ( 𝑎 𝑑𝑟

Utilizando um termo simplificador, 𝛼 = ( 𝑎 ), e rearranjando a expressão: 𝑎−𝑏

−𝐶𝐷𝐴𝐵 𝑑𝑦𝐴 𝑁𝐴,𝑟 = (1 − 𝛼𝑦𝐴 )𝑑𝑟

(11)

Substituindo (11) em (7), chega-se então a seguinte equação: 𝑟² 𝑑𝑦𝐴 𝑑 ( )=0 𝑑𝑟 1 − 𝛼𝑦𝐴 𝑑𝑟

(12)

A resolução desta equação se da por simples integrações, que resultam na expressão abaixo:

6

𝐶 +1 𝐶2 𝑙𝑛(1 − 𝛼𝑦𝐴 ) = 𝑟

(13)

Onde as condições de contorno do problema especificado, são: CC1: r = R; 𝑦𝐴 = 𝑦𝐴𝑅

CC2: r = ∞; 𝑦𝐴 = 𝑦𝐴∞ A aplicação destas condições de contorno na equação 13 resulta nos seguintes resultados: 𝐶2 = ln(1 − 𝛼𝑦𝐴∞ )

1 − 𝛼𝑦𝐴𝑅 ) 𝐶1 = 𝑅ln ( 1 − 𝛼𝑦𝐴∞

Substituindo as condições de contorno na equação (13), utilizando as

propriedades matemáticas: 𝑘𝑙𝑛𝑥 = 𝑙𝑛𝑥 𝑘 ; 𝑒 𝑙𝑛𝑥 = 𝑥 , além de rearranjar alguns termos,

chega-se ao perfil de concentração, segundo a equação abaixo:

𝑅 𝑅 1 𝑟 (1 − 𝛼𝑦 )(1− 𝑟 )] 𝑦𝐴 = [1 − (1 − 𝛼𝑦𝐴𝑅 ) 𝐴∞ 𝛼

(14)

Se a reação química é considerada relativamente instantânea e simultânea a difusão, a concentração do componente difusivo à superfície de reação, C A,R é assumido ser zero, ou 𝑦𝐴𝑅 = 0

Ficando a equação da seguinte maneira: 𝑅 1 𝑟 )] 𝑦𝐴 = [1 − (1 − 𝛼𝑦𝐴∞ )(1− 𝛼

(15)

A expressão para a taxa é obtida, sabendo-se que 𝑁𝐴,𝑟 . 𝑟² é constante, ou seja, a taxa 𝑊𝐴,𝑟 = 4𝜋𝑁𝐴,𝑟 . 𝑟² é constante, logo, utilizando a equação (11):

7

𝑊𝐴,𝑟 = 4𝜋𝑟² ∞

𝑊𝐴,𝑟 ∫

𝑅

−𝐶𝐷𝐴𝐵

𝑑𝑟 𝑑𝑦𝐴 (1 − 𝛼𝑦𝐴 )

𝑦𝐴∞ 1 𝑑𝑦𝐴 𝑑𝑟 = −4𝜋𝐶𝐷 𝐴𝐵 ∫ 𝑟² (1 − 𝛼𝑦𝐴 ) 𝑦 𝐴𝑅

1 − 𝛼𝑦𝐴,𝑅 𝑊𝐴,𝑟 = 4𝜋𝑅𝐶𝐷𝐴𝐵 𝑙𝑛 [ ] 1 − 𝛼𝑦𝐴∞

(16)

Se a reação não é instantânea na superfície, a concentração na superfície pode ser obtida a partir da equação: 𝑦𝐴  𝑅 = −

𝑁𝐴,𝑟 𝑅 𝑘𝑠 𝐶

(17)

3.2 Difusão com Reação Química de 1º Ordem Homogênea Em operações de absorção, um dos constituintes de uma mistura gasosa é preferencialmente dissolvido no contato com um líquido. Dependendo da natureza química das moléculas envolvidas, a absorção pode ou não envolver reações químicas. Quando há produção ou desaparecimento do componente difusivo, a equação (18) pode ser usada para analisar a T.M. dento da fase líquida. 𝜕𝐶𝐴 + ∇.𝑁󰇍 𝐴 = 𝑅𝐴′′′ 𝜕𝑡

(18)

Considerando uma camada do meio absorvente (ilustrado na figura 3). Para a superfície líquida, a composição de A é CAo. A espessura do filme, δ, e a concentração de A nesta espessura é zero, CAδ = 0.

8

Figura 3: Volume de controle e perfil de concentração de uma reação homogênea

Se há um desprezível movimento dentro do filme, e se a concentração de A no filme é assumido ser pequena, o fluxo molar é descrito por: 𝑁𝐴,𝑧 = −𝐷𝐴𝐵

𝑑𝐶𝐴 𝑑𝑧

(19)

Para uma transferência de massa em estado estacionário unidirecional, a equação diferencial geral reduz-se para: 𝑑𝑁𝐴,𝑧 ′′′ = 𝑅𝐴 𝑑𝑧

(20)

O desaparecimento do componente A para uma reação de 1º ordem é definido por:

′′′ 𝑅 𝐴 = −𝑘1 𝐶𝐴

(21)

Substituindo das equações, considerando condições onde coeficiente de difusão constante, obtém-se : 𝑑²𝐶𝐴 −𝑘1 𝐶𝐴 = 0 𝐷𝐴𝐵 𝑑𝑧²

(22) 9

A resolução da equação diferencial ordinária anterior resulta em:

𝑘 𝐶𝐴 = 𝐶1 𝑐𝑜𝑠ℎ (√ 1 𝑧) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛ℎ (√ 𝑘1 𝑧) 𝐷𝐴𝐵 𝐷𝐴𝐵

(23)

Sendo as seguintes condições de contorno: CC1: z = 0; 𝐶𝐴 = 𝐶𝐴0 CC2: z = δ; 𝐶𝐴 = 0

Usando CC1, obtém-se que: 𝐶1 = 𝐶𝐴0

E usando CC2, obtém-se que: 𝐶2 =

−𝐶𝐴0

𝑘 𝑡𝑎𝑛ℎ (√𝐷 1 𝛿) 𝐴𝐵

Assim, a equação (23) fica: 𝑘 𝐶𝐴 = 𝐶𝐴0 𝑐𝑜𝑠ℎ (√ 1 𝑧) − 𝐶𝐴0 𝐷𝐴𝐵

𝑘 𝑠𝑒𝑛ℎ (√𝐷 1 𝑧) 𝐴𝐵

𝑘 𝑡𝑎𝑛ℎ (√𝐷 1 𝛿) 𝐴𝐵

(24)

O fluxo mássico molar para a superfície líquida pode ser determinado pela diferenciação da equação anterior, em z = 0. 10

𝑑𝐶𝐴 𝑑𝑧

|𝑧=0

𝐷𝐴𝐵 𝑘 −𝐶 √ 𝑘11 𝛿) 𝑡𝑎𝑛ℎ𝐴0 (√𝐷𝐴𝐵 = 𝛿

Logo, multiplicando a equação de fluxo por , chega-se a seguinte expressão: 𝛿

𝐷𝐴𝐵 𝐶𝐴0 𝑁𝐴,𝑧 = 𝛿



𝑘1 𝐷𝐴𝐵 𝛿

𝑘 𝑡𝑎𝑛ℎ (√𝐷 1 𝛿) 𝐴𝐵 ( )

(25)

Vale observar que em uma adsorção sem reação química, a expressão do fluxo é constante e obtida através da lei de Fick e das condições de contorno explicitadas neste problema, resultando em: 𝑁𝐴,𝑧 =

𝐷𝐴𝐵 𝐶𝐴0 𝛿

(26)

Em comparação com a equação de fluxo com reação química, observa-se que o termo: √

𝑘1 𝐷𝐴𝐵 𝛿

𝑘 𝑡𝑎𝑛ℎ (√𝐷 1 𝛿) 𝐴𝐵 ( )

(27)

Mostra a influência das reações química, e é chamado de número de Hatta. Se a reação química for intensa, k1 é muito grande, então tanh tende a 1 (k1>>>δ), sendo assim, a equação (25) fica: 𝑁𝐴,𝑧 = 𝐶𝐴0 √𝑘1 𝐷𝐴𝐵

(28) 11

Mostrando que a equação se torna independente da espessura δ do filme, já que a reação é tão forte que A não chega até o final do filme, como mostra o esquema abaixo:

Figura 4: Perfil de concentração de A para um k1 muito grande em uma reação homogênea.

3.3 Difusão com Reação Química Pseudo-homogênea de 1º ordem.

Uma partícula de catalisador tem uma grande área superficial interna e a reação química pode ocorrer em toda a superfície interna, havendo variação de concentração dos reagentes e dos produtos em direção ao centro da partícula.

Figura 5 : Difusão em uma partícula porosa com reação pseudo-homogênea.

12

Descrever a difusão dentro de poros tortuosos e de geometria complexa, torna-se impraticável. Neste caso, um procedimento usual é considerar: 1. Uma partícula esférica de raio R; 2. Reação química (irreversível): A → B 3. Concentração de A, no fluido agitado, igual a da superfície, Cas (sem convecção) 4. Difusividade efetiva no interior da partícula: Def A reação química ocorre na superfície interna dos poros, e a constante de reação é a da reação heterogênea, ks (cm/s). Mas, sabendo:

Pode-se definir uma constante pseudo-homogênea, ksa (s-1). De forma macroscópica, a reação ocorre uniformemente em todo o volume da partícula. Com estas considerações, pode-se fazer um balanço de massa sobre um elemento infinitesimal no sólido (casca esférica) e, considerar o termo de reação na equação do balanço de massa, como mostra a figura 6:

Figura 6: Volume de controle para difusão dentro de uma matriz catalítica esférica.

13

Considerando-se um fluxo unidirecional radial, com reação química dentro do volume de controle, a equação (6) reduz-se a:

1𝑑(𝑟²𝑁𝐴,𝑟 ) ′′′ = 𝑅𝐴 𝑑𝑟 𝑟²

(29)

Sendo o termo 𝑅𝐴′′′ , como já explicado anteriormente, ao utilizar-se a equação

(21), escrito na forma:

𝑅𝐴′′′ = −𝑘𝑠 𝑎𝐶𝐴

Devido à ausência de informação sobre o mecanismo de transporte dos componentes dentro dos poros do catalisador, o fluxo molar pode ser descrito pela 1º Lei de Fick, utilizando o coeficiente de difusão efetivo. 𝑁𝐴,𝑟 = −𝐷𝑒𝑓

𝑑𝐶𝐴 𝑑𝑟

(30)

Substituindo a eq. (30) na eq. (29), e admitindo que o coeficiente de difusão é constante, e para uma reação de 1º ordem em relação a concentração do componente A, pode-se escrever:

d 2 CA 2 dC A + − 2CA = 0 2 dr r dr ks a Def

Onde:

2 =

Utilizando-se

𝑓(𝑟) = 𝑟𝐶𝐴

(31)

(32)

Chega-se a: 𝑑²𝑓 − 𝜆2 𝑓 = 0 𝑑𝑟² 14

A resolução desta equação, substituindo 𝑓 por 𝑟𝐶𝐴 , fica: 1 𝐶𝐴 = [𝐶1 cosh( 𝜆𝑟) + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝜆𝑟)] 𝑟

(33)

Utilizando-se as condições de contorno onde:

CC1: r = R; 𝐶𝐴 = 𝐶𝐴𝑠 𝜕𝐶𝐴 =0 𝜕𝑟

CC2: r = 0;

Resulta-se no seguinte perfil de concentração:

𝑘𝑎 𝑠𝑒𝑛ℎ (√𝐷 𝑠 𝑟)

𝐶𝐴 𝑅 =( ) 𝐶𝐴𝑠 𝑟 𝑘𝑎 𝑠𝑒𝑛ℎ (√ 𝑠 𝑅) 𝐷𝑒𝑓 𝑒𝑓

(34)

Mas, o que geralmente interessa é a massa transferida, isto é, a que reagiu. Para isso, multiplica-se o fluxo molar de A pela área externa da partícula de catalisador, ou seja:

𝑊𝐴 = á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎 × 𝑁𝐴

Onde por fim:

𝑊𝐴 = 4𝜋𝑅²𝑁𝐴 = −4𝜋𝑅²𝐷𝑒𝑓

𝑘𝑠 𝑎

𝑑𝐶𝐴 𝑑𝑟

𝑘𝑠 𝑎 𝑅𝑐𝑜𝑡ℎ (√ 𝑅)] 𝐷𝑒𝑓 𝐷𝑒𝑓

𝑊𝐴 = 4𝜋𝑅²𝐷𝑒𝑓 𝐶𝐴𝑠 [1 − √

(35)

Essa complicada equação considera, que à medida que A penetra no interior da partícula de catalisador, ele reage, e acaba formando um perfil de concentração, estacionário, bem pronunciado. 15

4. CONCLUSÕES

Conclui-se que se tratando de difusão com reação química em regime permanente, pode-se deparar com dois tipos de reações químicas: Homogêneas, que ocorrem uniformemente através de uma dada fase e Heterogêneas, que atingirem uma região restrita dentro ou no limite da fase considerada, sendo destacado um caso especial chamado de Pseudo-homogêneo, onde ocorre difusão dentro dos poros de uma matriz catalítica. Para a resolução de problemas de transporte de massa nessas condições, é importante delimitar bem o volume de controle considerado, identificar as condições de contorno que regem o transporte, e aplicar os conceitos e equações fundamentais do transporte de massa aliado á tratamentos matemáticos, que resultam no perfil de concentração e na equação de fluxo (ou taxa) do sistema estudado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CREMASCO, M.A. Fundamentos de transferência de massa. 2 ED, Campinas: UNICAMP, 2002, p.189-191. TANNOUS, K. Capítulo III – Difusão Molecular em Estado Estacionário. Disponível em < http://www.ocw.unicamp.br/fileadmin/user_upload/cursos/EQ741/cap3_parteII.pdf> . Acesso em: 14 de agosto de 2014.

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