1.3. Permanência de Focos de Tensão em Regiões Periféricas - Módulo 9 PDF

Title 1.3. Permanência de Focos de Tensão em Regiões Periféricas - Módulo 9
Author Joana Silva
Course História A
Institution Ensino Secundário (Portugal)
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Summary

Permanência de Focos de Tensão em Regiões PeriféricasNo início dos anos 90, o bipolarismo chegou ao fim. No entanto, o número de conflitos em regiões periféricas aumentou.A crise persistiu nas sociedades do terceiro mundo.A África SubsarianaA degradação das condições de existênciaA África foi atorme...


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Permanência de Focos de Tensão em Regiões Periféricas No início dos anos 90, o bipolarismo chegou ao fim. No entanto, o número de conflitos em regiões periféricas aumentou. A crise persistiu nas sociedades do terceiro mundo.

A África Subsariana A degradação das condições de existência

A África foi atormentada pela fome, pelas epidemias, por ódios étnicos, por ditaduras ferozes. Desde sempre muito débeis, as condições de existência dos Africanos degradaram-se pela combinação de um conjunto de fatores: 1) Demográficos  Rápido crescimento populacional  Altas taxas de natalidade e de mortalidade  Deslocação de população (migrações e refugiados) 2) Socioeconómicos  Subnutrição e fome  Falta de condições na saúde, de higiene e de educação  Dificuldades de desenvolvimento agrícola (seca, degradação dos solos, técnicas rudimentares)  Baixa participação no comércio mundial  Falta de capitais e de investimento  Elevada dívida externa  Taxa de desemprego elevada 3) Políticos

 Lutas pelo controlo de recursos naturais  Guerras (civis, étnicas e tribais)  Sentimento nacional frágil  Persistência do tribalismo que se sobrepõe à coesão nacional  Corrupção  Fraudes eleitorais  Golpes de Estado  Regimes políticos autoritários e ditatoriais (personalização do poder e partido único) Assim, a “trilogia negra” que, outrora, ensombrou a Europa, paira ainda sobre a África. O atraso tecnológico, a desertificação de vastas zonas agrícolas e a proliferação de conflitos são responsáveis pela subnutrição crónica. A “peste” chegou sob a forma de sida, que, juntamente com a tuberculose e outras doenças, tem assolado o continente. Nos últimos anos, as medidas tomadas pelas organizações internacionais e pelos governos deram os seus frutos, diminuindo a propagação da sida. Porém, os sistemas de saúde africanos continuam a mostrar as suas debilidades, gerando situações de alarme mundial.  Em síntese Fatores:  Guerras/ fomes/ doenças

 Ódios étnicos e religiosos/ genocídios  Secas prolongadas/ contaminação das águas  Regimes ditatoriais/ corrupção e ambição pelas riquezas naturais  Fronteiras instáveis, herdadas do colonialismo, que não correspondem à realidade étnica e territorial das tribos (tribalismo)  Dificuldades económicas/ atraso tecnológico Consequências:  Miséria e fome  Elevada mortalidade/ baixa esperança média de vida  Deslocação de populações  Isolamento internacional Novas perspetivas

Apesar deste pano de fundo, na última década a imagem da África alterou-se significativamente:  As riquezas do subsolo têm alimentado um crescimento económico contínuo  Os investidores estrangeiros mostram-se cada vez mais interessados em colocar em África os seus capitais  Os africanos fizeram nascer as suas primeiras grandes empresas de sucesso  O peso da classe média tem vindo a reforçar-se  A tecnologia – telemóvel, internet – difunde-se pelo continente

Há hoje uma África jovem, moderna e cosmopolita que pode significar, finalmente, a inversão de uma história de violência e subdesenvolvimento.

A América Latina Região de profundas desigualdades sociais, a América Latina viveu, até às últimas décadas do século XX, sob o signo do subdesenvolvimento e da repressão política. Descolagem contida e endividamento externo

Nas décadas de 60 e 70, os países latino-americanos procuraram libertar-se da sua extrema dependência face aos produtos manufaturados estrangeiros. Iniciaram, então, uma política industrial protecionista com vista à substituição das importações. Orientado pelo Estado, que se tornou preponderante na maioria dos setores industriais, este fomento económico realizou-se com recurso a avultados empréstimos contraídos junto dos organismos financeiros internacionais e das instituições privadas de crédito. Nas décadas seguintes, estes empréstimos, mal geridos, tornaram-se um fardo difícil de suportar.  O México declarou-se insolvente em 1982 e o seu exemplo foi rapidamente seguido por alguns dos seus vizinhos.

Esta situação, generalizada aos países mais pobres, fez-se sentir com mais força nas nações latinoamericanas, as mais endividadas do mundo. Os credores procederam aos rescaldo da dívida, concederam novos empréstimos, mas impuseram medidas severas de austeridade que permitissem o saneamento económico. Centradas na redução da despesa pública, estas medidas implicaram:  despedimentos  diminuição de salários  o fim dos subsídios aos bens de primeira necessidade  o corte nas despesas de apoio social Nos anos 80, a inflação atingiu níveis altíssimos e a década encerrou pior do que tinha começado. Foi a “década perdida”. Face a tão maus resultados, a salvação económica procurou-se numa política neoliberal, virada para as exportações e semelhante à dos NPI da Ásia. O pioneiro deste modelo foi o regime de Augusto Pinochet, no Chile, que o aplicou, nos anos 80, com considerável êxito. Na década seguinte, o Brasil, o México, a Argentina, a Venezuela e o Peru seguiram-lhe o exemplo. Fruto destas iniciativas, o comércio registou um crescimento notável e as economias

revitalizaram-se. No entanto, os problemas económicos e sociais não se resolveram.

Ditaduras e movimentos de guerrilha. O advento das democracias

Em 1975, só a Colômbia, a Venezuela e a Costa rica tinham governos eleitos. Os restantes países encontravam-se sob regimes repressivos, muitos dos quais de cariz militar. As dificuldades económicas, as grandes divisões sociais e o prolongamento dos regimes autoritários contribuíram para o extremar das atividades oposicionistas. Nas décadas de 60 e 70, o subcontinente conheceu um recrudescimento do movimento das guerrilhas. Este fenómeno lançou a sociedade num clima de guerra civil e contribuiu para o atraso da região. Nos anos 80 registou-se uma inflexão para a democracia. A oposição do presidente americano Jimmy Carter em apoiar os regimes repressivos conduziu à queda dos símbolos autoritários – chefes de juntas militares – que foram substituídos por políticos civis, eleitos por sufrágio popular. Consequentemente, as guerrilhas esmoreceram. Esta viragem

democrática foi decididamente apoiada pela OEA – Organização dos Estados Americanos. Embora notável, o caminho da América Latina rumo ao desenvolvimento não está ainda isento de dificuldades. As graves divisões sociais, o aumento do narcotráfico, bem como a corrupção, a violência e a tentação do poder pessoal continuam a comprometer a democracia política e o futuro económico da região.  Em síntese Atraso económico endividamento externo:

e

 Dependência do estrangeiro  Recurso a empréstimos  Incapacidade de pagar as dívidas dos Estados Dificuldades de consolidação das democracias desde a década de 80:  Desigualdade/ abismo social  Movimentos de guerrilhas com apoio das potências durante a Guerra Fria  Ditaduras e golpes de Estado  Clima de guerra civil em alguns países

O Médio Oriente e os Balcãs Nacionalismos e confrontos políticoreligiosos no Médio Oriente

Afirmação islâmico:

do

fundamentalismo

 depende da crença e a interpretação literal do Corão

 defende que a lei islâmica deve ser estritamente cumprida  defende que os princípios do alcorão constituem a lei-base do Estado e da sociedade A questão israelo-palestiniana

O projeto de partilha do território palestiniano elaborado pela ONU e a subconsequente proclamação do Estado de Israel mereceu a rejeição do povo palestiniano e dos árabes em geral, desencadeando o primeiro conflito armado entre os dois povos. A derrota infligida à coligação árabe viabilizou o Estado israelita que, mesmo rodeado de “inimigos”, tem conseguido sobreviver. Apoiados pelos Estados Unidos e pelos judeus de todo o mundo mobilizados pelo sionismo internacional, os israelitas têm demonstrado vontade em construir a pátria que sentem pertencer-lhes. Os árabes defendem igualmente a terra que há séculos ocupam. A sua determinação em não reconhecer o Estado de Israel desembocou em conflitos repetidos que deixaram patente a superioridade militar judaica. Tal situação induziu os israelitas a ocuparem os territórios reservados aos Palestinianos onde, para além de um grande contingente armada e de estruturas administrativas, instalaram numerosos colonatos.

Neste contexto, a revolta palestiniana cresceu e encontrou expressão política no OLP – Organização de Libertação da Palestina. Considerada inicialmente uma organização terrorista por Israel e pelos seus aliados ocidentais, a OLP foi obtendo reconhecimento internacional. No fim dos anos 80, na sequência de uma revolta juvenil nos territórios ocupados – a intifada –, os Estados Unidos pressionaram Israel para abrir negociações com a OLP. Estas negociações desembocam no primeiro acordo israelo-palestiniano, assinado em 1933. O acordo estabeleceu:  O reconhecimento mútuo das duas partes  A renúncia da OLP à luta armada  A constituição de uma Autoridade Nacional Palestiniana Apesar de complementado com novos acordos, este projeto de paz chocou com numerosos obstáculos, desde a oposição dos fundamentalistas islâmicos à resistência judaica em desativar os colonatos. O assassinato de Isaac Rabin, por um extremista judeu, em 1995, bloqueou o cumprimento do acordo: Israel não retirou dos territórios palestinianos no prazo previsto e o descontentamento deu força aos grupos islâmicos

extremistas (o Hamas) que defendem a aniquilação do Estado de Israel. Em 2000, uma segunda intifada desencadeou um novo ciclo de violência: aos ataques suicidas, Israel respondeu com uma força desmedida, que mereceu a condenação da ONU. Pouco depois, o primeiro-ministro israelita ordenou a construção de um “muro de proteção” que isola a Cisjordânia, onde a ocupação israelita se mantém. Médio Oriente – uma região cada vez mais instável

A intervenção americana no Afeganistão e no Iraque, após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, parece ter contribuído para aumentar a instabilidade no Médio Oriente. Em toda a região intensificaramse os atentados, ao mesmo tempo que o extremismo islâmico endurecia. Recentemente, a violência de uma nova organização jihadista, conhecida como Estado Islâmico, tem chocado o Ocidente e posto a ferro e fogo o Iraque e a Síria.  Em síntese Fundamentalismo islâmico Motivos:  Oposição/ recusa ocidentalização americanização

da ou

 Os valores ocidentais são considerados degenerados/ malignos  Defesa da obediência religiosa e da Guerra Santa  Instalação de regimes fundamentalistas islâmicos  Conflitos amplos na região: o Irão, o Iraque e os Estados vizinhos (Líbano, Síria, Líbia)  O principal obstáculo à paz na região continua a ser a questão palestiniana e o conflito com Israel  A intervenção da ONU é dificultada pelos interesses das superpotênciais, apesar da condenação de Israel pelo uso de força excessiva contra a Intifada (guerra de pedras)  A ocupação de territórios palestinianos por colonatos judeus/ israelitas  O recurso ao terrorismo por parte dos radicais palestinos  O radicalismo do sionismo que persiste na expansão de colonatos judaicos para o território palestiniano Apesar dos esforços de paz e da assinatura de tratados, a paz continua adiada  Acordos provisórios poucos eficazes  Construção, pelos israelitas, em 2002, de um muro que isola a Cisjordânia de Israel Consequências:  Radicalização movimentos religiosos

dos políticos e

 Defesa da guerra santa ou jihad contra o ocidente e contra o sionismo  Recurso ao terrorismo como arma política – Intifada  O poder religioso controla o poder civil e político (Irão)  O conflito israelo-árabe não atinge uma solução pacífica, devido ao fundamentalismo dos dois lados  O Irão tornou-se o centro de fundamentalismo religioso Nacionalismo e confrontos políticoreligiosos nos Balcãs

Porquê?  Na Jugoslávia, a marechal Tito conseguiu manter unidas diferentes nacionalidades. Línguas e religiões  Com a sua morte, surgiram nacionalismos antes reprimidos Outros fatores:  O colapso do Bloco de Leste acentuou a rivalidade política entre as comunidades que compunham a Jugoslávia:  Cristãos contra muçulmanos  Sérvios contra bósnios, croatos e eslovenos  Tentativa de hegemonia da Sérvia: pretendia dominar a região da exJugoslávia A Jugoslávia desengrega-se na década de 90:

 Independência da Eslovénia (1991), da Croácia (1991), da Bósnia e da Macedónia  A Sérvia não aceita a desagregação  Desencadeou uma operação de limpeza étnica e viveu-se uma guerra civil entre 19911995  Em síntese A morte de Tito, em 1980, desencadeou a separação e o confronto entre as diferentes nacionalidades da Jugoslávia. Consequências:  Desagregação interna na década de 90  Independência da Eslovénia, Croácia, Bósnia e Macedónia  A Sérvia ataca os seus opositores da Croácia e da Bósnia-Herzegovina  Guerra e explosão de ódios entre as comunidades minoritárias e maioritárias das várias repúblicas (199195)  Limpeza étnica  Segregação racial das comunidades muçulmana e albanesa  Genocídios e crimes de guerra  Intervenção da NATO/OTAN (1999)...


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