30.01 Resumo ATLS Anatole PDF

Title 30.01 Resumo ATLS Anatole
Author Caroline Santana
Course Primeiros Socorros
Institution Universidade de Mogi das Cruzes
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Resumo da Matéria de Primeiros Socorros da UMC ...


Description

PRIMEIROS SOCORROS II - PROF. ANATOLE CAROL MAIA - 2019 ATLS - RESUMO - 30/01 ATLS = suporte avançado de vida em traumatologia Princípios e práticas fundamentais No trauma a sequência continua ABC, não há mudança igual no ACLS. Em trauma é importante lembrar sempre que o colar cervical deve ser incluso SEMPRE na letra A, pois se falharmos neste momento, podemos levar a vítima a sequelas irreversíveis. A- Vias aéreas, estabilização da coluna cervical e oxigenoterapia (resolver a obstrução da via aérea, seja pela língua, sangue, etc.)  é o que mais mata no trauma B- Respiração, ventilação, oximetria C- Circulação e controle de sangramento abundante (repara-se a circulação como um todo, não só o coração) D- Avaliação neurológica (escala de Coma de Glasgow e Avaliação das pupilas) E- Exposição e controle da hipotermia *É diferente da clínica! Em C no trauma preocupa-se com sangramentos, na clínica, com RCP.

A- VIAS AÉREAS As vias aéreas superiores compreendem a porção que possibilita a passagem do ar aos pulmões. Uma vez que estas exercem grande importância para nossa respiração, devemos mantê-las sempre pérvias, ou seja, livres para que o ar consiga seguir seu curso normalmente.  



Uma obstrução de via aérea causa falta de oxigênio nas células (hipóxia) e, se não tratada, provoca uma parada cardiorrespiratória. Para mantermos as vias aéreas pérvias, precisamos simultaneamente manter a coluna alinhada, principalmente a porção cervical, para isso é necessária a conduta de liberação de vias aéreas e imobilização cervical. Uma lesão de coluna cervical também caracteriza um forte risco à vida em vítimas com importante história de trauma, podendo em poucos minutos causar uma parada cardiorrespiratória ou lesão permanente em motricidade. Portanto, é muito importante proteger a coluna enquanto realizamos o atendimento

PASSOS: 1) Estabilização da coluna cervical com a colocação do colar cervical. 2) se vítima INCONSCIENTE, coloca o guedel para avaliar a via aérea e definir o que será feito para deixala pérvia. 3) ter em mãos TODOS métodos disponíveis para tratamento: laringoscopia, kit de cricostomia, cânulas naso e orotraqueal. B- RESPIRAÇÃO Uma via aérea superior pérvia não garante totalmente uma boa troca de ar nos pulmões. O ar pode ter passagem livre, mas quando chega aos pulmões encontra um problema que impossibilita uma troca eficaz (ex: pneumotórax). 



É necessário fazer um bom exame físico: avaliar a simetria e expansibilidade torácica, palpar o tórax, auscultar ambos os pulmões, identificando murmúrio vesicular sem ruídos adventícios, avaliar a saturação de O 2. No trauma não tem RX, então o procedimento deve ser embasado apenas no bom EF. A frequência respiratória normal em um adulto varia de 12 a 20 movimentos ventilatórios por minuto, acima de 30 movimentos por minuto caracteriza uma ventilação extremamente rápida e superficial (taquipneia), podendo indicar hipóxia. Abaixo é bradipneia.



O acúmulo de CO2 no sangue e o baixo nível de O 2 pioram o estado clínico da vítima = má perfusão tecidual  produzindo metabolismo anaeróbico = acidose sanguínea (o que agrava a condição dos órgãos lesados).

PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO é o mais comum  Ar entre a pleura e o pulmão = cada vez que respira o pneumotórax aumenta!! Na emergência pode-se fazer uma punção torácica para aliviar o estado do paciente, até fazer o tratamento definitivo (drenagem torácica). *Comum além de ar (no 2 espaço intercostal) ter sangue *O colar cervical tem uma abertura para caso seja necessário realizar uma crico

C- CIRCULAÇÃO

Traqueostomia ≠ Cricostomia TRAQUEO: feito na UTI = hospital CRICO: feito em emergências

O Sistema circulatório é importante para a perfusão dos tecidos e sobrevivência celular.  

Quando uma lesão compromete o sistema circulatório, compromete também a chegada de oxigênio às células; sem oxigênio, a célula deteriora e morre. O aparelho cardiovascular é avaliado através do pulso (ver se precisa de DEA) e frequência cardíaca, tempo de perfusão (enchimento) capilar (avalia-se possível hemorragia no quadril ou abdome = não se vê o sangramento), cor e temperatura da pele.  PULSO: avaliar o pulso quanto à presença, qualidade (cheio/fino), regularidade e frequência (taquicardia, bradicardia ou arritmia)  PELE: tempo de perfusão capilar. Pressiona-se a porção distal do dedo mínimo ou polegar, avaliando a perfusão periférica dos tecidos; se o tempo de perfusão for maior que 2 segundos, significa que os tecidos não estão sendo perfundidos adequadamente.  Outros sinais importantes: palidez cutânea, sudorese, pele fria, pulso rápido e respiração rápida. Esses são sinais clínicos precoces do CHOQUE!!! (choque é sempre avaliado no C)  Na fase C concomitantemente avaliam-se os sangramentos externos e os sinais de choque (trauma fechado). Os externos são sempre controláveis. Há inspeção de todo o dorso da vítima a procura de hematomas ou sinais de afundamento/desvios!

*Nos ferimentos transfixantes o agente causal NÃO deve ser retirado D- AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA O próximo passo, após avaliar e solucionar os problemas encontrados nas funções respiratória e circulatória, é avaliar o dano cerebral causado. 

O nível de consciência pode ser avaliado por estímulos no paciente: motor, verbal e doloroso. Através da escala de coma de Glasgow (GCS) e avaliação das pupilas (simetria e fotorreação).

Palavras inapropriadas = desconexas Incompreensíveis = sons e gemidos Comandos = solicitação Flexão anormal =

Existem 2 extremos: 15 = excelente, normal; 3 = grave, pode ser morte encefálica ou intoxicação medicamentosa forte. *Glasgow < 8 = intubação mesmo que a ventilação seja espontânea  SEDA A VÍTIMA FATORES PARA AVALIAÇÃO do estado neurológico de uma vítima:    

Diminuição da oxigenação cerebral por hipóxia ou hipoperfusão Lesão de SNC Doenças (distúrbios comportamentais, DM, deficientes mentais) Uso de drogas ou excesso de álcool

Toda confusão mental ou rebaixamento do nível de consciência no trauma devem ser tratados como hipóxia até que se prove o contrário. E- EXPOSIÇÃO É impossível avaliar correta e detalhadamente a vítima de trauma se estiver vestida. Um importante passo no atendimento é despir cuidadosamente a vítima e avaliá-la quanto a contusões e lesões que ficaram ocultas, atentando-se a prevenir a integridade pessoal do paciente. 



Quando estiver consciente, devemos SEMPRE EXPLICAR O QUE ESTÁ SENDO FEITO E PORQUÊ, questionar os locais em que sente dor e avaliar a real necessidade de exposição; se necessário, fazê-la preferencialmente dentro de uma viatura de resgate. Em vítimas inconscientes, despi-la cuidadosamente, avaliar possíveis lesões e prevenir hipotermia com auxílio de bolsas térmicas, cobertores e/ou mantas aluminizadas.

MANEJO DA VIA AÉREA A obstrução da via aérea é a mais comum complicação de causa reversível no trauma. Todos os doentes de trauma como os de emergências clinicas devem ter a permeabilidade da via aérea assegurada Obstrução de via aérea

A causa mais comum de obstrução de V.A. em vítimas inconscientes é a queda da base da língua. Para desobstrução da via aérea, utilizamos as seguintes técnicas (em ordem de prioridades):   

Manobras manuais (elevação do mento e tração da mandíbula) Manobra de tração da mandíbula (JAW THRUST) Manobra de elevação do mento (CHIN LIFT) = é a 2ª escolha, porque pode ter risco do socorrista levar uma “dentada” da vítima

Dispositivos provisórios (cânula orofaríngea ou Guedel)  



Após obstrução da VA com auxílio das manobras manuais, nas vítimas com reflexo de vômito ausente deve-se aplicar a cânula orofaríngea adequada ao tamanho da vítima. Para medir a cânula, devemos posiciona-lo na lateral da cabeça da vítima, sendo que a cânula de tamanho adequado devera se posicionar da rima labial ao arco da mandíbula. A introdução da cânula orofaríngea em adultos deverá ser feita na posição invertida (virada para cima e após introdução parcial, deve ser rodada até a posição normal e introduzida até o término). Em crianças, a introdução da cânula deve ser feita diretamente sem o giro e com o auxílio de um abaixador de língua.

Dispositivos definitivos (intubação oro ou nasotraqual) 

A utilização de dispositivos para obtenção de via área definitiva é restrita ao suporte avançado.

Obstrução de VA por secreção (sangue, vômito): os pacientes portadores de secreção na via aérea deverão ter a mesma aspira, para isto deve ser utilizada sonda de aspiração grossa e aspirador manual ou sistema de vácuo. As manobras de aspiração devem ser rápidas e intermitentes. Lembre-se de que, ao aspirar o paciente, você está momentaneamente piorando a hipóxia da vítima. Obstrução de VA por corpo estranho: Adulto consciente engasgado: se a vítima pode falar não tem obstrução completa. Se não puder, inicia-se imediatamente compressões abdominais, para que aumento da pressão intraabdominal seja transferida para a cavidade intratorácica e o “corpo estranho” seja expelido. Essa técnica é denominada Manobra de Heimlich. Adulto inconsciente engasgado: verifique a inconsciência. Contate o CCO e acione o suporte avançado. Deitar a vítima em decúbito dorsal horizontal. Libere as vias aéreas (se o corpo estranho for visível, retire-o). Verifique a atividade respiratória; se não houver, tentar efetuar ventilação boca-mascara ou bolsa-mascara (AMBU) – 2 ventilações de resgate). Confirme a elevação do tórax! Observe se a vítima respira; caso ainda não respira, inicie compressões no tórax, na frequência de 30:2, em uma frequência de 100 compressões/minuto. Observe se o objeto é visível antes da ventilação. Bebe consciente engasgado: constate a obstrução através de sinais clínicos (dificuldade respiratória, cianos, etc.). Contate o CCO e solicite o suporte avançado no local. Posicione o bebe de bruços em seu braço. Efetue 5 golpes entre as escapulas. Vire o bebê de costas em seu braço e efetue 5 compressões no esterno. Repete até o sucesso ou perda de consciência. Bebe inconsciente engasgado: verifique inconsciência e se estiver inconsciente contate CCO e solicite suporte avançado no local. Deite o bebe de costas em uma superfície plana. Abra a cavidade bocal e tente visualizar o corpo estranho. Se conseguir, tente removê-lo com os dedos (sem varredura digital). Verifique a respiração; se ausente, aplique 2 ventilações. Inicie as compressões no tórax na frequência de 30:2, e 100/minuto. Durante o ciclo de RCP, abra a via aérea e observe se o objeto é visível antes de cada ventilação. Se possível, tentar retirar. MANEJO DA VENTILAÇÃO

Após garantir permeabilidade da via aérea, devemos avaliar a ventilação da vítima. Esta deverá ser feita através da inspeção e palpação do tórax. Inspeção do tórax: observar frequência (alta, normal ou baixa) e simetria dos movimentos respiratórios, ferimentos e/ou deformidades no tórax e utilização de musculatura acessória. Palpação do tórax: verificar deformidades, presença de enfisema subcutâneo (ar solto debaixo da pele) ou dor. Ventilação assistida: Todo paciente adulto com FR > 30 ipm ou FR < 10 ipm deve ter a ventilação assistida, com intermédio de máscara e ambu com reservatório de oxigênio. MANEJO DA CIRCULAÇÃO, DA HEMORRAGIA E DO ESTADO DE CHOQUE 1) Compressão direta: em hemorragias externas, comprima firmemente o local, com gaze ou compressa tipo ZOOBEC. Se necessário complemente com as novas compressas, nunca retire os mesmos para checar se o sangramento parou 2) Torniquete: considerar o uso de torniquete para as grandes hemorragias que não são controladas, mesmo após a manobra anterior. Para aplicar o torniquete, pode ser utilizado o aparelho de pressão (esfigmo) e obrigatoriamente deve anotar a hora em que o mesmo foi introduzido. 3) Curativos hemostáticos: são curativos que provocam a coagulação do sangue, interrompendo a hemorragia, somente podem ser utilizados na presença do médico. Após estancar as hemorragias externas abundantes, inicia-se avaliação da circulação pelos critérios abaixo: - Pele: avaliar a cor (pálida, corada, cianótica, etc) e a umidade (seca ou úmida) - Mucosa: avaliar a cor (pálida ou corada) - Tempo de enchimento capilar (através da compressão do leito ungueal): > 2segundos,...


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