Resumo ATLS Final - MANEJO ATLS PDF

Title Resumo ATLS Final - MANEJO ATLS
Author Filipe Maggi
Course CUIDADOS E URGÊNCIAS EM MEDICINA II
Institution Universidade de Passo Fundo
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MANEJO ATLS ...


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FILIPE MAGGI ATM 2022/01

RESUMO ATLS – ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT Capítulo 1 - Avaliação e Atendimento Iniciais:  Preparação, triagem, ABCDE, reanimação, medidas auxiliares à avaliação primária, avaliação secundária, medidas auxiliares à segunda avaliação, reavaliação e monitoramento, tratamento definitivo. Preparação – Fase Pré-Hospitalar e fase hospitalar:  Fase Pré-Hospitalar: deve ser dada ênfase à manutenção da via aérea, ao controle da hemorragia externa e do choque, à imobilização do doente e ao transporte imediato ao hospital apropriado mais próximo.  Fase Hospitalar: planejamento antecipado para a chegada do doente traumatizado. Deve conter uma área de reanimação disponível, equipamentos para abordar a via aérea, soluções para correção de volemia. Triagem:  Envolve a classificação dos doentes de acordo com o tipo de tratamento necessário. Deve ser baseado no ABC. A triagem também se aplica à classificação dos doentes no local e à escolha do hospital para transportar o paciente.  Múltiplas vítimas: quando o número de doentes não excede a capacidade de atendimento do hospital, aqueles com risco de vida iminente e os com traumatismos multissistêmicos serão atendidos primeiro.  Vítimas em massa: o número de doentes excede a capacidade de atendimento, aqueles com maiores possibilidades de sobrevida, cujo o atendimento implique em menor gasto de tempo, de equipamentos, de recurso e de pessoal serão atendidos primeiro. Avaliação Primária – ABCDE:  Os doentes são avaliados e as prioridades de tratamento são estabelecias de acordo com suas lesões, seus sinais vitais e mecanismo de lesão.  As funções vitais do traumatizado devem ser avaliadas rápida e eficientemente.  A (via aérea e estabilização da cervical), B (ventilação e respiração), C (circulação e controle de hemorragias), D (estado neurológico), E (exposição do doente – despir completamente o doente, mas prevenir hipotermia).  A maneira mais rápida e simples de avaliar o ABCD de um doente traumatizado pode ser perguntando “qual o seu nome?” e “o que aconteceu?”. Se houver uma resposta adequada, é possível determinar que, por enquanto, não há comprometimento das vias aéreas, a ventilação não está comprometida gravemente e não há diminuição do nível de consciência, o que indica também que a perfusão

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RESUMO ATLS – ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT cerebral está acontecendo. Contudo, se houver falha na resposta, há uma anormalidade em A, B ou C, que implicam em avaliação e tratamento URGENTE.  Populações especiais: crianças, grávidas e idosos, atletas e obesos. São consideradas como especiais por que necessitam que haja o conhecimento das alterações anatômicas e fisiológicas de cada situação. Em crianças, a quantidade de sangue, medicamentos, a velocidade da perda de calor e mecanismo do trauma são diferentes de um adulto. Em gestantes a assistência é similar a não gestantes, mas deve-se determinar o estado gravídico seja pela palpação abdominal do útero, seja pelos níveis de HCG no sangue; a avaliação precoce nesse caso é fundamental para salvar a mãe e o feto. O trauma é uma causa comum de morte em idosos, pois esses não têm mais as mesmas reservas fisiológicas que um jovem, além de apresentarem doenças crônicas que comprometem a capacidade de resposta ao tratamento do trauma. Em politraumatizados obesos, a anatomia pode tornar procedimentos como a intubação mais difíceis, além das maiores chances de apresentar doenças cardíacas. Atletas podem não manifestar sinais de choques como taquicardia ou taquipneia e costumam ter a pressão arterial normalmente mais baixas.  !!!!! IMPORTANTE: “Estou paramentado segundo normas internacionais”. !!!!!!  !!!!! O QUE MATA O PACIENTE É POLITRAUMATIZADO É HIPÓXIA E CHOQUE.  !!!!! TRÍADE DA MORTE: acidose metabólica, coagolupatia e hiportermia.

 A – MANUTENÇÃO DAS VIAS AÉREAS E ESTABILIZAÇÃO/PROTEÇÃO DA CERVICAL 1. “Estou paramentado segundo as normas internacionais” 2. Perguntar o nome. Se houver resposta as vias aéreas estão pérvias e o paciente está acordado. 3. Anteriorização da Mandíbula ou elevação do mento para garantir a permeabilidade das vias aéreas. OBS: se o paciente estiver inconsciente, deve-se colocar a cânula de Guedel para evitar a queda da base da língua. 4. Inspenção da via oral em busca de corpos estranhos (terra, grama, sangue, vômito, prótese dentária). Há corpos estranhos na via oral? Retirar usando a Pinça Magil ou aspirar com um cano rígido. (Obs: se o paciente faz uso de prótese dentária, deve-se removê-la para evitar que caia e obstrua a via aérea). Usar aspirador líquido em caso de sangue/vômito. 5.Colocar uma Máscara de Venturi (10 – 12L de O2/ 100%). TODOS OS DOENTES TRAUMATIZADOS DEVEM RECEBER OXIGÊNIO SUPLEMENTAR. 6. Estabilização da cervical colocando o colar cervical – no hospital os pacientes normalmente chegam com o colar já em uso.

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RESUMO ATLS – ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT 7. Realizar a palpação da cervical (abrir colar cervical) em busca de crepitações, fraturas, desvios, reação de dor, abaulamento. 8. Palpação anterior em busca de desvios de traqueia e edema. 9. Buscar turgência jugular!!!! Importante para diagnosticar um pneumotórax hipertensivo ou tamponamento cardíaco (LETAIS). !! Vias Aéreas Definitivas (VAD): é um tubo endotraqueal com o balão insuflado abaixo das cordas vocais, ligado a uma fonte de oxigênio. Indicações: Apneia, proteção das VAI contra aspiração de sangue ou conteúdo gástrico, comprometimento iminente das vias aéreas, Glasgow ≥ 8. Principais métodos: intubação endotraqueal (primeira opção), nasotraqueal (não utilizar em casa de suspeita de fratura de BC e em apneia), cricotireoidostomia (não fazer em crianças menores de 12 anos), traqueostomia. VAD cirúrgica (crico e traqueo) é recomendada em trauma maxilofacial extenso, distorção anatômica por trauma no pescoço e incapacidade de visualização das cordas vocais.

OBS.: Em caso de pneumotórax hipertensivo, é necessário transforma-lo em um pneumotórax simples aliviando a pressão da cavidade pleural. Por isso, insere-se um ABOCATH 14 no segundo espaço intercostal na linha hemiclavicular, ouvirá o barulho de ar saindo e então colocar um dedo de luva com um corte na ponta preso com folga na saída da agulha, para impedir que ar entre quando o paciente inspirar.

 B – VENTILAÇÃO E RESPIRAÇÃO: Avaliar se há simetria na expansão da caixa torácia Inspecionar em busca de lesões perfurocortantes, hematomas, abaulamentos. Palpação: realizada com as duas mãos bilateral e comparativa, de baixo para cima, buscando crepitações ósseas ou enfisema subcutâneo. Percutir a caixa torácica para avaliar os sons: claro pulmonar/timpanismo(normal), hipertimpanismo (pneumotórax), som maciço(hemotórax). Ausculta: buscar alterações no murmúrio vesicular em ambos os pulmões (pneumotórax), buscar bulhas hipofonéticas (tamponamento cardíaco).  TRATAMENTO PNEUMOTÓRAX E TAMPONAMENTO:  Pneumotórax hipertensivo – Primeiro passo é a descompressão do tórax: abocath 14 com dedo de luva, na linha hemiclavicular, no segundo espaço intercostal. O segundo passo é a toracotomia com drenagem fechada: quinto espaço intercostal (nível do mamilo), anterior a linha axilar média, incisão paralela ao arco costal (borda superior da costela inferior devido ao feixe vásculo

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RESUMO ATLS – ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT nervoso), de 2 a 3cm, entra com uma pinça fechada e faz divulsão, abrir os tecidos até passar 1 dedo (inspeção para ver se não perfurou o diafragma ou subiu o intestino), ao tirar o dedo, colocase o dreno.  Pneumotórax aberto: curativo de 3 pontas.  Pneumotórax simples: dreno; cuidar para não evoluir para o hipertensivo.  Tamponamento cardíaco: pericardiocentese – abocath 14, 45º, abaixo do apêndice xifoide em direção ao mamilo. Tratamento definitivo: toracotomia. Tríade de Becker: turgência jugular, abafamento de bulhas e hipotensão.

C – CIRCULAÇÃO E REPOSIÇÃO DA VOLEMIA:  Avaliar nível de consciência, coloração da pele e pulsos em busca de sinais de Hemorragia.  Pacientes com hemorragia podem estar com o nível de consciência prejudicado, com a coloração da pele acinzentada na face e esbranquiçada nas extremidades e o pulso rápido e filiforme são sinais que podem indicar hipovolemia. Em caso de hemorragia externa, ela deve ser identificada e controlada na avaliação primária, por meio de compressão manual.  Verificar enchimento capilar (normal até 2 segundos).  Verificar frequência cardíaca.  Repor a volemia do paciente: realizar dois acessos vasculares (colocar um cateter as veias superficiais antecubitais nos dois braços) usando um Abocath 14. Infundir Ringer Lactato aquecido a 39°C em micro-ondas. Deve-se começar infundir sangue depois de já infundidos dois bolos de RL. OBS: sangue aquecido em micro-ondas vira morcilha, destrói hemácias! Deve ser aquecido em banho maria. OBS: antes de realizar qualquer transfusão é necessário coletar uma amostra de 8-10ml de sangue para avaliação (Tipo sanguíneo, Fator RH e HCG em mulheres em idade fértil). OBS 2: 2000ml – 1 bolo de lactato Volume de sangue circulante normal = 7% do peso do indivíduo.  O uso da sonda vesical é fundamental para avaliar a perfusão dos tecidos, principalmente renal. Deve-se descartar o primeiro volume de urina retirado logo em seguida da colocada da sonda e começa-se a avaliar o segundo. Caso não seja possível colocar a sonda pela uretra devido algum trauma (fratura de púbis, sangue na uretra, trauma no órgão genital, próstata deslocada), devese colocar diretamente na bexiga. Deve-se controlar o débito urinário depois que é começado a infundir líquidos no paciente. Adulto: 0,5ml/kg/h, criança 1ml/kg/h.  Semiologia do abdome com o auxílio do fast (ultrassom) em locais estratégicos.

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RESUMO ATLS – ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT  Palpação da bacia – analisar crepitações ósseas. Em casos de fraturas em que abre a bacia (livro aberto), fazer um “balancim” com lençol para fechar, isso auxilia na diminuição do sangramento.  Examinar o períneo – presença de hematomas.  Toque retal – analisar a próstata no homem (se tiver deslocada cranialmente é contraindicada a sondagem vesical) e, em ambos, a contração do esfíncter (se ausente, indicativo de trauma medular) e a presença de sangue.  IMPORTANTE: CHOQUES – hipoperfusão generalizada. Como identificar: História do trauma, frio, pálido e taquicárdico. (É CHOQUE ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO). Frequência respiratória, frequência cardíaca, perfusão cutânea, pressão de pulso. No choque hemorrágico, há uma grande perda de sangue que acaba resultando em uma vasoconstrição periférica para que seja preservada a circulação dos órgãos nobres (coração, rins, cérebro. Há um aumento da frequência cardíaca como forma de compensar o débito cardíaco diminuído. Em nível celular, as células não são perfundidas e oxigenadas corretamente e, consequentemente, não conseguem realizar o metabolismo aeróbico corretamente, precisando compensar com o metabolismo anaeróbico que leva a formação do ácido lático, acarretando em uma acidose metabólica. Tratamento do choque: controle da hemorragia e reestabelecer o volume circulante adequado. Tipos de Choque: Hemorrágico e Não hemorrágico (cardiogênico, pneumotórax hipertensivo, neurogênico e séptico).

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RESUMO ATLS – ADVANCED TRAUMA LIFE SUPPORT  D – AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA:  Avaliar nível de consciência do paciente. Se houver um rebaixamento desse nível, pode indicar problemas de oxigenação ou de perfusão do tecido nervoso ou de um trauma nervoso. ESCALA DE GLASGOW (de 3 à 15). AVDI – “A” alerta, “V” só responde ao grito, “D” ao estímulo doloroso e “I” inconsciente.  Verificar contração das pupilas.  Buscar sinais de lateralização e o nível de lesão da medula.  É possível realizar o toque retal para averiguar o tônus esfincteriano. Se houver hipotonia, pode indicar lesão de medula. OBS: o toque retal pode ser usado para avaliar se não há fragmentos ósseos, sangramento ou deslocamento da próstata nos homens, o que pode indicar lesões na bacia e possivelmente hemorragia interna (fratura de bacia sangra muito e é letal!).  Sinais de fratura de base de crânio: Olhos de guaxinim, sinal de battle(atrás da orelha), otorréia com líquido de coloração clara (líquor), otorragia e rinorréia (liquor).  Paciente agitado é sinal de Hipóxia.

 E – EXPOSIÇÃO E CONTROLE DO AMBIENTE:  Despir completamente o doente, cortando as roupas no sentido longitudinal.  Controlar a temperatura do ambiente e do doente para evitar hipotermia usando líquidos aquecidos.  Rolamento do paciente....


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